Quando os dois primeiros tempos acabaram, foi a hora do intervalo, Sam correu até o banheiro com vontade de se aliviar, e várias lideres de torcida começaram a dançar ao som de uma música agitada e dançante. Só fiquei mexendo a cabeça levamente e os ombros seguindo a música. Olhei para os lados, Steve estava ocupado conversando com o Tony, e Jonnhy estava no celular, suspirei e mexi no celular de novo. Mas a torcida explodiu em gritos e risos e levantei os olhos até os telões aonde estava a imagem de um cara de quarenta anos ao lado de uma mulher loira, e em volta beijos e corações, era a câmera do beijo de novo, e dessa vez, não teria problema em dar alguma coisa de errada, pois o Sam foi ao banheiro. O cara tirou do bolso um papel escrito “ela é minha irmã”. Ri junto com a torcida, mostrei ao Steve, que riu também.

E a câmera pulando de casal em casal, e eles se beijavam de supetão e rindo. E até parou no Tony e na Pepper, e toda a torcida gritou quando deram um beijo tímido. E logo em seguida foi a nossa vez, Steve me puxou e selou nossos lábios sobre as comemorações da plateia. Quando ele me soltou, já não eramos mais os alvos da câmera, sorri olhando em seus olhos e o beijei novamente.

–

O jogo acabou, o time Brooklyn Nets venceram por seis pontos a mais, diferença bem pequena. Tony nos convidou para dar um pulinho na torre e tomar alguma coisa, aceitamos e fomos todos de carro, Pepper, Tony e Jonnhy no carro deles, e Steve, eu e Sam no outro. Seguimos Tony todo o caminho. Estacionamos na torre Stark, que era ainda mais bonita pessoalmente e subimos no elevador junto com eles. Assim que chegamos a cobertura, o andar final, fomos direto para os sofás da sala. Pepper distribuiu taças de champanhe, aceitei com um sorriso e ela retribuiu. Steve se sentou ao meu lado com a mão na minha cintura.

Eu bebericava o champanhe aos poucos, e era muito melhor dos que eu tomava no ano novo, comprados no supermercado, esse aqui não, deve ser importado e muito caro, e por isso, tomar aos pouquinho, não quero beber rápido demais e perder o sabor. Mas com o passar do tempo, fui acabando com as taças, e pela minha última contagem a que estava na minha mão era a quinta taça já, em menos de meia hora. Steve não disse nada, mas havia percebido que bebi champanhe demais. Mas eu não estava nem tonta.

–E você é agente da S.H.I.E.L.D também? – perguntou Pepper se referindo ao Sam.

–Sim, a quase dez anos – respondeu educado.

–Nossa, e você nunca se machucou? – perguntou ela surpresa. O moreno riu baixinho.

–Não, com o passar do tempo, acabamos aprendendo a nos cuidar melhor – explica e fico mais interessada na conversa.

–Mas e você Laura? – perguntou ela olhando para mim – O que você faz?

–Violonista, certo? – pergunta Tony ao lado da Pepper.

–Certo – confirmo e a ruiva parece curiosa – Vim para cá para tentar entrar numa orquestra, e bom, estou tentando – completo sorridente e dando de ombros.

–Você tem bastante sotaque, veio de onde? – pergunta interessada.

–Do Brasil, do sul do Brasil – respondo e ela sorri.

–Ah, o Brasil, sempre gostei de lá, pena que o Tony não – ela lamenta e rio da cara que ele faz.

–Não sou muito fã de lugares quentes demais – explica.

–Mas adora passar o fim de semana em Malibu – implica Jonnhy finalmente, havia ficado quieto o tempo todo.

–Lá não é quente em excesso, o Brasil é quente ao extremo, é capaz de eu sentir a minha pele derreter por causa do sol – explica me fazendo rir.

–Exagerado... – comenta Pepper baixinho brincando, arrancando a risada de todos.

–Mas de onde eu vim, pode até nevar no inverno – comento e ele parece confuso.

–Perto da Argentina? – pergunta e afirmo com a cabeça – Tá explicado – responde.

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Depois de mais algumas bebidas, já que Tony fez algumas bebidas para que pudéssemos beber, mas acho que exagerei um pouco, e Steve teve que me levar em casa, pois senti a minha cabeça rodar, Sam concordou e fomos embora mais cedo. Tentei me despedir do pessoal, mas o elevador fechou assim que ergui a mão para acenar.

Me colocaram no carro com cuidado, e Sam dirigiu todo o percurso com o ar-condicionado ligado. Acabei dormindo no carro e só acordando quando Steve me pegou no colo e começou a subir as escadas, eu expliquei ainda meio sonolenta que eu podia subir as escadas sozinha, ele negou justificando que eu poderia cair no meu estado, e que eu era leve feito uma folha. Ri baixinho. Mas ele teve que me colocar de pé para que pudesse abrir a chave do meu apartamento. Me levou até o quarto e retirou as minhas sapatilhas, e me colocou sobre a cama com cuidado, mas enlacei meus braços no seu pescoço não o deixando ir.

–Dorme comigo? – pergunto baixinho e sonolenta. Naquele estado, eu nem sabia o que eu estava pedindo, apenas não queria que ele fosse embora.

–Laura você está bêbada – justifica tentando retirar os meus braços com cuidado.

–Só dormir – digo, e ele parece aceitar. Sobe em cima da cama retirando seus sapatos e deita ao meu lado, me aninho e abraço seu corpo sentindo o seu cheiro e sua respiração.

–Boa noite – diz me dando um beijo sem jeito por causa da nossa posição.

–Boa noite... – digo com a voz arrastada, e acabo dormindo pouco tempo depois.

–

Quando acordo, sentindo minha cabeça latejar, coloco o meu cobertor por cima da cabeça, mas vejo o relógio, e agradeço internamente por ser domingo. Volto a fechar os olhos, e aí que eu percebo, Steve havia dormido aqui hoje, respirei fundo não sabendo se isso foi certo ou não, mas espero que não tenha ficado chateado, ou qualquer coisa do tipo. Vejo em cima da escrivaninha um copinho com um rémedio dentro e um copo de água, tomo de imediato só lembrando depois que era remédio para dor de cabeça, agradeço ao Steve baixinho.

Me levanto da cama trocando de roupa e jogando uma água no rosto, e aproveitando retirando a maquiagem do dia anterior. Vou até a cozinha, e não o encontro, e a sala está a mesma coisa, e vejo em cima da pia ovos, bacon e torradas, e um copo de laranja ao lado. Levo até a mesa comendo tudo rapidamente. E quando volto ao quarto para arrumar as cobertas, vejo um recado em cima da mesinha, é dele.

"Laura, me desculpa por não estar aí, peço desculpas mesmo, a S.H.I.E.L.D me chamou novamente. Não se preocupe, não é nada demais, bom, eu espero. Estarei de volta o mais rápido possível. Te ligarei quando eu chegar, e quando eu estiver voltando, até lá, tente não pensar muito nisso, eu sei o quanto é doloroso isso para você.

Deixei um remédio para ressaca junto com um copo de água, e um café da manhã também. Não se esqueça de ligar para o Tony agradecendo pelo convite de ontem, e ligue também ao Sam por mim, ele foi gentil a noite toda enquanto eu fui um bruto. Obrigado por provar que ele merecia uma segunda chance, você vale ouro.

Beijos, Steve."

Então Steve teve que viajar outra vez? E para aonde? Ele não disse! Me agarro aquele pedaço de papel com a letra dele, e o abraço, querendo que fosse ele ali. Não faz nem um minuto que eu soube da notícia e meu coração se aperta de saudades. Vou direto do telefone jogando a carta em cima da cama, e digito o número dele, mas só dá desligado ou fora de área. Tento outras três vezes, a mesma coisa.

Suspiro me sentando no sofá, abaixo a cabeça com o cabelo formando uma cortina ao redor do meu rosto. Tento me acalmar. Ele está bem, ele já fez isso diversas outras vezes antes de me conhecer, ele está bem, ele foi para algum lugar bem longe mas vai voltar, ele está bem, só sou eu me preocupando demais.

Bato a mão nas coxas olhando em volta enquanto me levanto. Preciso ocupar a minha mente, mas com o quê? Já sei, dar uma volta. Mas quando vou ao quarto, vejo a janela fechada, tá tendo um dilúvio praticamente, nunca vi tanta chuva assim, e vento também, apesar de estarmos no verão, e inclusive alguns trovões que só começaram a aparecer agora. Bufo bem alto e decido fazer algo que a minha casa está precisando urgente, limpeza.

Pego as vassouras, panos, baldes e produtos de limpeza e começo pela sala varrendo e empurrando os móveis.

–

Já é a hora do almoço quando termino a metade, falta a cozinha, o banheiro e a área de serviço. Suspiro cansada e decido tomar um banho, não gosto de comer suada e suja. E assim que termino, faço algo pequeno, com algumas sobras de no máximo uma semana. Esquento tudo no micro-ondas e como com um copo de suco de abacaxi de caixinha. Termino, lavo e volto ao trabalho.

–

–Pois é, ele viajou – respondo ao Sam no telefone. Ele ligou perguntando porque o Steve não atende o telefone, já que estava tudo bem entre eles.

–Mas você sabe para aonde? – pergunta e nego.

–Não, não sei. Tentei várias vezes hoje, mas não deu certo, não atende – respondo. Ajeito a franja e respiro fundo – Quando ele me ligar, eu peço para ele te ligar também, tudo bem?

–Claro, obrigado Laura – agradece, nos despedimos e desligo a chamada. Mas logo em seguida, me ligam de novo, dessa vez a minha amiga Alicia Wonder estava ligando.

–Oi! – digo me jogando no sofá com o telefone na orelha.

–Oi! – ela responde e sorrio – Bora sair? Fazer alguma coisa, sei lá!

–Não dá Alicia, desculpa, amanhã é segunda, e eu trabalho, esqueceu? – lembro e ouço os seus resmungos.

–Ainda é quatro da tarde, voltamos no máximo ás oito, que tal? Aproveita e convida aquele tal de Andrew – sugere e respiro fundo pensando na possibilidade. Pelo menos ainda estava claro, e havia parado de chover a horas, e estava um frio gostoso, porque não?

–Pode ser, e eu ligo para ele, e te mando uma mensagem como resposta, ok? – pergunto e ela confirma. Nos despedimos rapidamente e desligo a chamada indo ao banheiro enquanto ligo para o Andrew. Ele aceita o meu convite alegre, e depois mando uma mensagem para a Alicia.

Deixo o celular em cima da pia enquanto tomo banho, logo em seguida, ainda de toalha, escolho a minha roupa ás pressas pois a Alicia havia me mandado uma mensagem com o horário e o lugar, e pedindo para repassar para o Andrew. Acabei escolhendo algo bem quente, e se caso o lugar fosse quente e aconchegante, eu pudesse retirar e não sentir calor. Uma calça branca, uma blusa de manga curta laranja, uma toca cinza de crochê que ganhei da minha tia, um cachecol branco, casaco grande e rosa e botas com um pequeno salto. No cabelo fiz cachos.

Saí de casa sem bolsa dessa vez, deixei celular, chaves e carteira no bolso. Saí de casa e andei até o ponto de ônibus, pois aonde iriamos era perto, mas teria que ir de ônibus. Cerca de vinte minutos depois, desci e andei até uma pequena lanchonete de esquina, que serviam diversos tipos de chocolates quentes, eu já havia ido ali, poucas vezes, pois era longe para ir a pé, eu tinha ido de carro com a Alicia.

Olhei em volta do estabelecimento e só encontrei o Andrew olhando para frente tomando alguma coisa. Caminho até ele enquanto retiro o casaco e o penduro na cadeira, ele me vê e me cumprimenta sorrindo, contente em me ver.

–Oi – digo lhe dando um abraço e me sento na cadeira.

–Oi. É um pouco estranho te ver num domingo – ele comenta e rio.

–Sério? Mas porque? – pergunto curiosa enquanto vejo o cardápio.

–Sei lá, a gente só se vê durante o trabalho, cinco vezes por semana, seis horas e meia por dia – explica e rio dele mais uma vez.

–Mas teve aquela vez do café depois do trabalho – lembro.

–Uma vez, Laura, só foi uma vez – finge reclamar.

–Tudo bem, tudo bem, a gente pode sair mais vezes, que tal? – pergunto e ele sorri.

–Por mim tudo bem – aceita numa boa e sorrio. A porta se abre e Alicia vem andando até a gente, com passos firmes e rápidos.

–Oi! – digo lhe cumprimentando com beijos nas bochechas, ela sorri rapidamente e se senta colocando a bolsa em cima da mesa.

–Oi – responde meio seca. Ela não parece estar de bom humor hoje, pois dá para ver pelas suas roupas. Uma camiseta branca sem mangas, uma calça preta com furos nos joelhos, um casaco preto, all star preto, cachecol preto, e até a mochila e capinha de celular também eram pretas

– Alicia, esse é o Andrew – apresento aos dois. Ele oferece a mão para apertá-la, ela aceita num cumprimento rápido.

–É um prazer conhece-la – ele diz sorridente, ela sorri de volta.

–O prazer é meu – retribui.

–Vem cá, você saiu de um velório, foi? – pergunto risonha, e Andrew ri baixinho.

–Não, porque eu não estou de muito bom humor – explica mexendo com o saleiro.

–O que houve? – pergunto já até tendo na cabeça o tipo do problema, o pai.

–Meu pai que não me deixou sair o fim de semana inteiro – reclamou cabisbaixa. Eu sabia que era o pai, quase sempre é – Eu havia combinado tudo com o pessoal, mas aí ele pega as chaves e não me deixa sair, sendo que eu não fiz nada – reclama injuriada e pego na sua mão.

–Pode ser porque você chega bêbada toda vez – sugiro e ela revira os olhos.

–Qual é, nem sempre é assim – justifica e aceito, ou tento aceitar. É mentira dela, ela chega em casa bêbada toda vez que vai para a balada.

–Bom, vocês vão pedir? Porque eu adorei esse chocolate quente com limão – pergunta Andrew já chamando o garçom que vem até nós.

Chocolate a Flores.

“Como posso te querer?”
“Se o mundo todo te deseja”
“Por que eu teria este privilégio menina mulher?”
“Logo você! Que nas mulheres causa inveja”

“Por que eu no meu mundinho?”
“Penso em ficar contigo”
“Se todos querem o teu carinho”
“Por que justo eu que tu chamas de amigo?”

“Por que eu fui te amar?”
“Se todos querem o teu calor”
“Logo eu que nem sei falar”
“Reprimo meus sonhos e não te falo do meu amor”

“Por que logo eu que sou tão romântico, morena desejada?”
“Mandei-te flores, depois descobri que tu preferes chocolate”
“Eu gosto de musica de barzinho você de regue e balada”
“Embora muitos te desejem. Eu realmente te amo.”

– Ricarlosmelo.