The Legend of Anorle escrita por Guskey


Capítulo 2
• The Choice •


Notas iniciais do capítulo

♦ Boa leitura! ♦



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O zunindo de flechas e o silvo de espadas se chocando fora ouvido por Anorle durante horas, seu incansável desejo que trabalhar e preocupar-se por conta própria fazia com que o elfo não se cansasse. Mesmo que gotas e mais gotas escoassem pelo rosto branco dele, mesmo que suas juntas articulares começassem a doer (principalmente o braço), mesmo que enfrente chuva, neve, sol escaldante, não faria Anorle sair dali, refugiando-se. Ele sabia que para conseguir algo é necessário ir o mais longe possível, e noutro dia alcançar a meta adquirida.

A sessão de treinamento acabaria em pouco tempo, ele ainda não conseguia tirar aquele silvo da trombeta de sua cabeça, e seus olhos acomodaram-se ao ver o dourado sendo reluzido na torre mais alta de Drohat. Ele lembrara dos contos de sua mãe, seu pai foi um ótimo elfo e ajudou no que preciso para tornar a cidade segura, enquanto manuseava fé em uma mão, a outra carregava o esforço e em sua mente reinava a sabedoria de batalha. Quem dera Anorle fosse como o pai, mas não falta muito para chegar lá, era corajoso, pensava antes de agir e matutava a respeito de suas observações.

— Estais dispensado elfo, espero-lhe aqui amanhã, ao amanhecer. - Disse o espírito reinante de um corpo élfico. Seu cabelo escarlate comprida voava como pássaro devido o vento gélido.

Anorle juntou suas flechas e infiltrou-as em sua aljava que ficava nas costas. O elfo estava totalmente cansado, zonzo e fraco, estava esfomeado e tentava apenas ouvir as palavras fortes de sua preceptora. Olhou para o céu, viu falcões voando e preparando para atacar sua presa, o sol não estava longe de esconder entre o horizonte, e sua mente não parava de pensar no que haveria naquela noite.

Voltou para casa, passou pelas mesmas ruas, olhou para dentro de algumas casas enquanto passava, via anões, fadas, ogros harmoniosos e outras espécies. Chegou em casa e viu sua mãe preparando o jantar, sentiu aquele cheiro inconfundível de carne e olhou para a panela como um gato, que não come há dias, olha para uma deliciosa sardinha. Deixou a aljava no chão mesmo, e seu arco pendurou na entrada da casa. Sentou-se na poltrona e então notou que sua mãe tinha o visto.

— Fome? - Perguntou Shanza com o mesmo olhar. Viu o rosto de seu filho, parecia ter levado uma bofetada no rosto de tanto avermelhado estava.

— Mais que o normal. Ouviste a trombeta hoje? - O elfo fechou os olhos, respirava fundo e soltava, fazia uma melodia com sua inspiração.

— Assustei-me. - Shanza abriu a panela e o cheiro de carne de javali inundou a sala, deixando Anorle inquieto de fome.

— Idem mãe, idem. - Disse Anorle, levantando-se da poltrona e sentando-se na mesa da cozinha.

Shanza colocou na mesa uma tigela de barro, cheia de carne, um pote do mesmo material, contendo uma especial salada de tomate fresco e agrião. Ambos sentaram, um na frente do outro. O elfo serviu-se de tudo disponível, já sentia dores em seu estômago, que pedia comida desde a saída de Anorle da área de treinamento.

— Sabes de uma coisa? - Disse o elfo para sua mãe, que saboreava a carne de javali e bebia uma bela dose de suco de limão.

— Você não queres ir ao palácio. - Disse Shanza. - Sabes que es obrigado a ir. - Determinou a mãe antes mesmo de Anorle tomar sua decisão.

Era noite, as estrelas brilhavam e a lua prateada iluminava as belas correntes marítimas da cidade. As árvores farfalhavam e alguns pássaros assobiavam pelas casas. Se não fosse o fato de escolherem alguém para a missão naquela noite, ela estaria perfeita. Shanza estava em seu quarto, em seu rosto notava-se preocupação, seu olhar deixava determinar uma personalidade preocupante da elfa. Lembrara de seu marido, trazia lírios para ela todas as noites, quando voltava de sua caça, ou então da vigília. Vestiu uma roupa de malha de tom lilás e roxo, bateu na porta do quarto de Anorle e o elfo estava parado, fitou-a. Usava uma roupa diferente da que vestiu naquele dia, havia partes pretas e outras verdes, na cabeça tinha uma fita verde, fechando seus cabelos amarelados, no pé utilizava a mesma bota de antes, e na cintura tinha um lindo cinto de seda amarelo, que dava um tom luxuoso.

Ambos saíram pela porta do hall, Shanza trancou a casa com uma mágica de segurança (ela não confiava em nenhum ser que não seja elfos). Anorle partiu na frente, estava preocupado como a mãe, que a mesma estava passos atrás do filho.

— Se você for o e... - Shanza começou a pronunciar quando seu filho interrompera.

— Não serei o tal escolhido. - Finalizou o elfo cortando a rua Dosildi.

Ambos chegaram ao palácio, era a torre mais alta e onde seria de morada para os quatro espíritos de Drohat. Havia vários na entrada, onde estavam todos bem vestidos e entravam pelas maravilhosas portas ilustradas com água e árvores. Anorle abriu uma delas e entrou, espantou-se por tanta beleza.

O teto era totalmente ilustrado com água, era como se todos ali presente estivessem de cabeça para baixo. Havia uma enorme fonte de concreto no meio, onde possui vários peixes coloridos, azuis, vermelhos, verdes e rosas. Havia várias colunas douradas, porém não feitas de ouro, reluziam com a ajuda de um grande lustre feito de cristal e tinha um tom azulado. O chão era coberto por mármore, pouco escorregadia. No fim do salão tinham-se quatro tronos esbeltos, um para cada espírito. E frente aos tronos tinha um carpete avermelhado onde os cinco guardiões, assim denominados os escolhidos para a missão.

Anorle caminhou pelo mármore, sentiu algo áspero nos pés, eram pequenas bolinhas pregados às pedras. Vislumbrou a bela fonte e para lá caminhou em segundos, visualizou os peixes dourados (os seus preferidos), e então sentou-se na borda observando a multidão. Anões, ogros, humanos, fadas, elfos, e outras espécies, todos reunidos. Shanza apareceu para seu filho, consolou-o e retirou-se onde uma multidão formava-se frente aos tronos. Anorle aproximou-se e diante dele viu os quatro espíritos.

Dos'mak, o espírito de cor azulado, usava-se um corpo élfico (espíritos são como neblina, mas podem dominar um corpo), era então o espírito que apreciava os bons corajosos. Ne'Zolsy, o espírito de cor esverdeada, havia dominado um corpo de fada, e então era o espírito da sabedoria, prezava os conhecimentos a capacidade de pensar. Pro'thrad, usava-se um corpo de humano e era da cor alaranjada representando o sol, preza aqueles astutos e sangue-frio, que não tinha medo da morte. Por fim, Con'nee que utilizava o corpo de um anão, prezava aquelas que tinham esforços e conseguia facilmente se comunicar com muitos. Os quatro, todos posicionados em seus tronos, seus olhos eram negros e então o silvo da trombeta dourada fora tocado no alto da torre.

— Aproximais todos vocês. - Pediu Con'nee, o anão. Tinha uma barba marrom pendurada, seu corpo era fino, sua cabeça arrendonda e seus cabelos esbranquiçados.

— O mal se aproxima e com ele a destruição veremos. Vossa pessoa estas em risco, exceto se os cinco corajosos forem escolhidos. - Disse Ne'Zolsy, a fada. Tinha asas esbeltas de cor lilás e usava uma coroa dourada na cabeça, vestia uma roupa de seda confortável.

— Os cinco serão escolhidos a partir de suas habilidades, suas personalidades e também a capacidade de lidar com o perigo ameaçador. Estarás livre quando os portões você cruzar, e eis que trará paz à Drohat. - Disse Pro'thrad, o humano. Tinha sempre uma espada empunhada. Seus olhos negros combinavam com os cabelos pretos.

Todos ouviam, alguns deliravam se fossem escolhidos, não estariam preparados. Outros torciam, para então ganhar fama no mundo.

— Os escolhidos são... - Disse Dos'mak, o elfo. Tinha cabelos brancos e seus olhos negros, usava uma túnica de batalha. - Laak, sua coragem impressionou até mesmo os mares da região.

Uma elfa deu um passo à frente, era linda com seus olhos azuis e cabelo rosa, usava uma tiara azulada e tinha uma roupa de seda formidável. Anorle sentiu uma dor de cabeça, logo uma preocupação em ouvir seu nome saindo da boca do espírito.

— Pofotta... a sabedoria encantou-nos. - Disse o espírito.

Um anão seguiu à frente, sentia medo, tinha um óculos arredondado e também uma roupa avermelhada.

— Valuge... sua astúcia comoveu até mesmo a natureza. - Avisou o espírito.

Um ogro, não daqueles com a barriga enorme e que carregam consigo um tronco em mãos. Ele tinha chifres e um corpo completamente duro, era forte.

— Vanetac... sua valentia é extrema. - E então o espírito disse.

Vanetac era um garoto humano, tinha uma faca de bronze em mãos e tinha o cabelo espetado (como a de um rockeiro). Deu um passo á frente.

Anorle preocupou-se, seus olhos transmitiam medo e o suor saia pelos poro de sua pele.

— Anorle... sua habilidade de rastreamento, que é uma maldição, ajudará-nos. - Disse o espírito.

Anorle deu um passo à frente, Shanza o olhou tão atento que desapareceu pela multidão. Anorle parou entre os outros quatro e então sentiu um leve odor de orquídeas. Lembrou-se das matas da cidade, das flores, da preceptora (que estava no fundo da multidão), dos seus treinamentos, do pai e da mãe, de seus amigos. Enfureceu-se e então pronunciou.

— Eis que está enganado, espírito. Minha habilidade não é maldição, es um dom magnífico que o prezo com sabedoria. - Disse Anorle, enraivecido.

Todos assustaram, alguém desafiar um espírito? Isso era crime em Drohat. O espírito que dominava o corpo de fada aproximou-se de Anorle, sussurrou em seu ouvido um simples lembrete:

Be iest lîn!


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Notas finais do capítulo

♦ Tive o prazer de apresentar-lhes mais alguns personagens interessantes. Não pensem que eles apenas deram uma breve passada pela história, eles poderão retornar de uma forma que você não imagina.

♦ Glossário da Língua Primordial:

— Be iest lîn! = Como você quiser!

♦ Os Cinco Expedidores:

Laak: Elfa ♀
Pofotta: Anão ♂
Valuge: Ogro ♂
Vanetac: Humano ♂
Anorle: Elfo ♂

♦ Espero que já possam ir se apegando a um personagem (^^).