The Legend of Anorle escrita por Guskey


Capítulo 1
• Training Day •


Notas iniciais do capítulo

♦ Este é o capítulo que mais detalha a cidade de Drohat, para que possam ter uma visão mais ampla e realista dela. Espero que possam entender todo o enredo.

♦ Nos próximos capítulos os "buracos" da trama serão fechados com explicações/situações, então é crucial que leia os próximos para ter um bom entendimento.

♦ Lições de vida, polêmicas e preconceitos sempre estarão por entre as linhas e espero que elas sejam lidas adequadamente, com um bom entendimento.

♦ Boa leitura!



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   Drohat, a bela cidade habitada por todo tipo de criatura, desde que não demonstre ferocidade ou qualquer tipo de ação que procrie medo nos demais seres. Uma magnífica área constituída basicamente de água e natureza, onde a água pode caminhar pelos becos estreitos que rodeiam a cidade e também a cruza. A natureza, com suas tão delicadas árvores que deixam suas folhas esvoaçar para a cidade devido ao vento vindo do oeste. Uma harmonia facilmente reconhecida dos elementos de Drohat, um ajudando o outro, um mantendo uma perfeição vista da outra.

Drohat é constituída basicamente por altas torres que possui suas pontas forçadamente arredondas, como as igrejas e catedrais em pleno século XX, porém o mundo de Drohat existia séculos anteriores. As ruas são formadas por pedras, paralelepípedos que permitem o caminhar até mesmo das longas carroças de madeira, das belas carruagens e também dos mais pesados ogros harmoniosos. Cada rua possui mais ou menos cinco casas, todas elas enfileiradas e semelhantes, exceto pelo fato de algumas serem constituídas de madeira, outras pela própria natureza, e as demais por pedra ou então gelo. O inverno era rigoroso, a neve caía tão forte que as ruas congelavam-se tão rapidamente quanto arremessar uma flecha a vinte metros de distância.

As torres arredondas serviam basicamente para conselhos, reuniões ou então para a moradia dos cidadãos com boa situação. Eram lindas por fora e magníficas por dentro, haviam abóbodas pintadas de verniz, haviam mesas luxuosamente colocadas nos centros e também arranjos das mais belas flores da região, incluindo orquídeas, lírios e outras que nem os próprios elfos conhecem. Afinal, eu digo elfos pois a maioria dos habitantes são um, a maior parte da população.

   Sim, elfos, orelhas pontudas, totalmente harmoniosos com a natureza, utilizam magia e sabem cantigas que podem adormecer qualquer dragão feroz. Em minha opinião são as criaturas mais geniais que existem. Muitos pensam que elfos são anões com nariz enorme e orelhas rigorosamente compridas, possui os olhos abominavelmente grandes e arredondados, possuem a pele enrugada, pior que a de um idoso. Quem pensa assim está enganado. Os elfos usam as roupas de sedas maravilhosamente lindas, seus olhos não são castanhos, alguns são azuis, anis, violetas, verdes e até brancos (esses mais apavorantes do que ogros). Vale lembrar-se de suas habilidades: esgrima, arquearia, falcoaria, equitação, flautistas (bardos com entram em harmonia com a natureza apenas tocando cantigas com o auxílio de uma flauta).

   Na quarta casa da Rua Jerima, assim denominado devido uma elfa toda machucada chegar à Drohat, a mesma havia sido torturada pelas forças do mal, instalou-se na cidade e a casa dela foi a primeira da rua. Enfim, na quarta casa da rua, morava Anorle, um elfo mestiço que tinha mãe elfa e pai humano, porém esse último morreu quando o jovem tinha apenas um ano de vida. Sua mãe, que mora com ele, sempre conta que o pai tinha sido escolhido pelos espíritos para uma missão e nunca retornou à Drohat.

   Anorle era um elfo que tinha dezenove anos, tinha o cabelo loiro e orelhas pontudas (como todos os outros, é claro), seus olhos eram puramente esverdeados e sua pele branca. Era do tipo quieto, usava roupas corretamente postas no corpo, muitas das vezes usava malha devido ao inverno, entretanto no verão usava seda fina.

   O elfo acabara de se levantar, seu cabelo esvoaçou com o vento que adentrara pela janela, sentiu um calafrio, sabia que o inverno chegaria em poucos dias. Pisoteou o chão de madeira, olhou para o espelho como um cão raivoso olha outro. Anorle estava passando por tempos difíceis, não conseguia uma profissão digna em Drohat, sua mãe o sustentava e o elfo detestava esse tipo de compaixão. Tentou na vigília da cidade, mas foi um fracasso quando deixou um bando de javalis selvagens ultrapassarem os portões. Tentou caçador, mas não conseguia ao menos matar um pobre coelho saltitante. Por fim tentou treinar falcões, mas deixou três escaparem.

   Anorle trocou de roupa, vestiu uma malha bege com algumas partes desbotadas, ficou descalço e penteou seus cabelos levemente amarelados. Desceu a escada de madeira onde levava até o hall da casa, e então encontrou sua mãe que gentilmente lhe ofereceu um chá de ervas.

— Chá? Uma pena que não gosto, mãe. Seria melhor dá-l ao nosso vizinho bisbilhoteiro. - Disse Anorle indo até a cozinha onde encontrara um belo prato cheio de biscoitos. Sentou-se e lentamente saboreou-os.

Anorle tinha uma habilidade de geração, o fato de perceber os movimentos de outra pessoa que esteja logo adiante, talvez num raio de dez metros. Talvez fosse o olfato ou então uma simples sensação, a habilidade jamais fora estudada, pois pensava ser uma maldição.

— Já te pedi para não usar isso, Anorle. Não que eu considere uma maldição, mas fico amedrontada. - A mãe de Anorle disse enfurecida, despejando o chá em um recipiente de vidro e guardando numa pequena pia onde lavava as louças.

   Anorle ignorou a mãe, sabia que aquilo não era maldição nenhuma, sabia que era um dom que poucos de sua geração tiveram e que jamais ignoraria tão prezado dom. Anorle retirou-se da cozinha, subiu até o quarto onde vestiu outra roupa, desta vez de couro preto e marrom, uma calça da mesma cor e por fim uma bota do mesmo tecido, de cor marrom e filetes negros. Apanhou seu arco e flecha e então desceu para o hall de entrada.

— Vou para meu treino e volto ao entardecer. - Avisou o elfo para sua mãe.

   Shanza era seu nome, uma elfa com cabelos também loiros, tinha os olhos azuis devido sua mãe, que também tinha a mesma cor. A elfa era do tipo que só tinha personalidades boas, tinha compaixão pelos outros (exceto pelo vizinho que ficava bisbilhotando-a), tinha harmonia com todos, tinha felicidade dentro de si e acima de tudo, respeito.

   Anorle colocou-se a caminhar pelos paralelepípedos da cidade, cruzou as ruas Jarake e Virtoneli, a seguir caminhou pela rua Gimak. Por fim, Anorle chegou a uma área totalmente gramada e que ficava cheio de feno, o clima era bastante sutil e as árvores rodeavam o lugar, formando uma clareira. Haviam variados tipos de alvos pintados com a tinta de frutas, vermelho e branco, alguns tinha preto que era extraído de excrementos de alguns animais, principalmente lobos e cervos.

O elfo notou poucos ali, já que a maioria das vezes o local ficava cheio. Encontrou Chein'l, a preceptora. Não era elfa, não era humana, era um espírito da natureza que dominava legalmente um corpo élfico. Tinha os olhos brancos, o cabelo escarlate e usava uma bela roupa de couro negra e verde.

— Finalmente, garoto. Depois de tantos dias, ande logo - Disse o espírito chegando perto do elfo. – Temos que repor tudo que perdeu.

   Anorle ficou sério, sabia que a pior coisa de fazer num treinamento era repor o que foi perdido. Afinal, seu treinamento era uma base convincente para a profissão de vigília e caçador, tentaria futuramente retomar em ambas as profissões, mesmo que tivesse falhado anteriormente.

   Anorle apanhou uma flecha na aljava que estava em suas costas. As flechas de Anorle eram facilmente identificadas, tinham uma penugem de cisne tingido de vermelho, preto, amarelo e verde. Colocou a flecha no arco, trouxe a mesma para perto do rosto, injetou um impulso e a flecha passou cortando o ar e atingindo o ponto vermelho do alvo.

— Olhe só! Está realmente bom. - Disse o espírito natural que estava ao lado do elfo. - Continue... - O corpo de elfo saiu do caminho indo até um pequeno anão que tentava tirar uma flecha da aljava.

   Anorle pegou outra, apontou para o ponto vermelho em outro alvo, deu um impulso para frente e então acertou o alvo corretamente e esplendido. O elfo sorriu, tinha confiança de que poderia ser ao menos um mero vigília das fronteiras da cidade.

   Tudo ia calmo, até que uma trombeta de ouro reluziu na torre mais alta da cidade, fez um silvo forte para que todos os cidadãos pudessem ouvir. Anorle ficou quieto, deparou-se com o espanto de muitos e felicidade de poucos.

— Eles estão anunciando uma nova missão - Disse com a voz grossa, um ogro que jogava seu arco e flecha sob um feno. - Talvez seja minha chance. - Finalizou e então retomou sua atividade.

   Anorle assustou-se com o toque em seu ombro, o espírito da natureza o chamou para terminar o então treinamento. Anorle sabia que tudo estava marcado, escolheriam alguém para uma missão, naquela noite. Isso significava que um perigo se aproximava.


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Notas finais do capítulo

♦ Espero que tenham gostado deste primeiro capítulo.

♦ Agradeço a leitura de todos e se possível favoritem minha história. Se quiserem criticar construtivamente comentem também, são essas as formas de mover minha mente à criar mais capítulos. *_*