Gota D'Água escrita por KuroroLucifer


Capítulo 6
Indefeso




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A sensação de isolamento também não durou muito tempo. Na verdade, durou apenas até os olhos do homem que estava estirado no chão ao meu lado se abrir. Foi uma das cenas mais relaxantes que eu tive a oportunidade de ter. Naquele momento eu comecei a pensar que as coisas podiam mudar.

Ele levantou-se do chão sujo, limpou as costas e acordou sem qualquer ímpeto. Levou um tempo até que se tocasse de que estava completamente nu e abandonado. Parecia que cada movimento que ele fazia era automático.

Eu pensei bastante antes de falar qualquer coisa. Eu tinha uma impressão de que ele colocaria a culpa daquilo tudo em mim. E esse era um risco que eu não podia correr, não naquela situação. Eu já tinha um inimigo, não podia criar mais um.

Por conta desse receio, eu não disse uma palavra enquanto ele me encarava tentando procurar uma resposta para o inexplicável.

***

O nome dele era André. A única pergunta que ele fez foi se eu sabia onde nós estávamos. Eu não sei, respondi. Ele se deu por satisfeito - pelo menos comigo.

Gabriel não surgiria novamente tão cedo, eu tinha certeza. Por isso me mantive no meu canto, protegendo minha genitália do chão frio enquanto André fazia o mesmo. Nós não nos entreolhamos ou fizemos qualquer menção à presença de um ou de outro enquanto isso.

Nessa espera, dormimos novamente.

***

Quando eu acordei novamente, acordei num susto. Gabriel tinha uma mangueira e joga a água em cada um de nós dois. Deixei escapar um grito grave, no susto e porque a água tinha uma pressão forte que realmente me doía.

Acorda, acorda Gabriel disse, olhando para nós dois. — Levantem do chão, suas putas, rápido!

Ao ver que não obedecíamos automaticamente, ele jogou um jato forte em cima da gente de novo ao que respondemos prontamente, ficando de pé.

— Acho que vocês não entenderam as regras aqui — ele disse, exortando. — Vocês estão sob meu controle, vocês fazem exatamente o que eu mando.

Ele desembainhou a arma e apontou para nós com uma mão. Com a outra, pegou uma chave e abriu a cela. Mirando em mim, ele mandou eu sair.

— Se tentar revidar, filho-da-puta, eu mato você.

Eu saí da sala, sem dizer uma palavra. Ele, mantendo sempre a arma em mim, fechou a cela. André ficou lá dentro, com a sua imutável expressão de nada me abala.

Gabriel mandou-me virar o corredor de onde ele sempre vinha. Uma surpresa veio assim que entrei no cômodo: era uma sala de sadomasoquismo. Haviam dois homens enormes tanto de gordo quanto de altos na sala, com máscaras negras, ao lado de uma maca.

Gabriel indicou a maca pra mim, com a arma. Eu entrei em pânico quando pude entender o que iria acontecer comigo dentro de instantes. Olhei para os lados e tentei correr; Gabriel atirou no chão, perto de mim.

— Vai, sua puta, vai pra lá — ele comandou. — Cala a boca e vai.

Os homens, vendo que eu não iria senão à força, aproximaram de mim - que era pequeno e fraco, se comparado - me pegaram pelo braço e me deitaram na maca já me prendendo pelo braço com algemas que estavam presas a ela.

Eu comecei a me debater tentando, em vão, me soltar. Eu estava indefeso.


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Notas finais do capítulo

Após uns dias sem publicar, trago esse capítulo especialmente por conta do Natal. Enfim, espero que vocês gostem. Volto a publicar normalmente - diariamente - depois do ano-novo. Feliz Natal, gente!



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