Gota D'Água escrita por KuroroLucifer


Capítulo 5
Assustado




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Eu não tive escolha nenhuma quando ele me mandou entrar em seu carro escuro. As janelas eram negras e as portas se trancaram assim que eu entrei. Havia um vidro fumê que impedia qualquer contato do motorista com os passageiros ou caronas, como em um táxi. A única iluminação dava-se por uma luz-de-teto.

Ouvi a porta do motorista abrir e fechar e só então o carro deu partida. Eu estava em pânico e fui pegar o celular do bolso, para ligar para alguém. Mas não estava lá. Eu havia esquecido em casa, uma coisa extremamente rara, mas que acontecera. Uma falha que poderia custar minha vida.

O carro corria bastante. Eu podia me sentir sendo pressionado contra o banco, por conta da inércia. Eu estava com bastante medo de toda essa situação, mas não podia entrar em pânico. Na verdade, a única coisa que eu queria mais do que estar livre era poder fumar um cigarro.

Cigarro. Um vício que eu largara há tanto tempo que só vinha à tona quando a situação estava realmente ruim — e acredito que esse sequestro era uma das piores situações da minha vida.

O carro parou forte e inesperadamente, me jogando contra o banco da frente. A minha porta se destrancou e eu abri, sem esperar nenhuma gentileza. A porta dava para um breu extremo, aonde eu não conseguia ver nada, nem um palmo à minha frente. Eu desci e Gabriel desceu junto. Ele fechou a porta do carro e eu me afastei da presença dele dando passos para trás até bater minha cabeça em uma parede que surgiu atrás de mim.

— Aonde eu estou? — eu perguntei, com a voz trêmula.

— Não é hora para perguntas, meu querido. — ele disse, com a voz se aproximando.

Ele chegou bem perto de mim e eu senti seu hálito próximo do meu. Ele colocou o braço por trás da minha cabeça empurrou em meu rosto para um pano embebido em clorofórmio.

Eu dormi profundamente.

***

Quando acordei, eu estava preso. Estava dentro de uma cela, jogado no chão e completamente nu. Ao meu lado, havia um homem negro e alto que estava deitado de bruços e igualmente nu. O meu olho estava coçando bastante por conta do clorofórmio, mas este era com certeza o menor dos meus problemas.

***

Não demorou muito até que Gabriel aparecesse atrás das barras da cela. Ele saiu de trás de uma parede, que escondia um corredor. O homem ainda estava dormindo quando isso aconteceu e Gabriel pareceu não se importar.

— Ah, você já acordou. — ele disse e deu uma risadinha.

— Cara, que porra é essa? — eu disse, me levantando do chão frio. Me apoiei nas barras da cela.

Ele deu um sorrisinho, virou-se e foi embora pelo mesmo corredor que veio, me deixando sem respostas e completamente assustado.


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Notas finais do capítulo

Acho que esse capítulo ficou meio confuso, mas é necessária essa falta de informação. Juro que vou completar todas as lacunas mais pra frente, mas esse é só o início das desventuras.

Eu vou ter que postar alguns interlúdios na história e todos eles serão em terceira pessoa. Os interlúdios vão ser pra mostrar coisas foras do cativeiro do Bruno, já que ele mesmo não pode dizer o que acontece do lado de fora.

Enfim, mais uma vez, desculpa pela confusão, mas tudo vai se ajeitar mais pra frente.

Beijos do Kuroro