Gota D'Água escrita por KuroroLucifer
Júlia não falou nada, só ficou observando o namorado enquanto ele contava toda aquela história. Ela não sabia de nada daquilo, segundo o que parecia e dava para ver nos seus olhos o quanto ela se sentia traída por causa dos segredos de Marcos. Mas ela não disse nada, simplesmente ficou nos observando.
Eu queria entender o que Marcos queria de mim; eu também não sabia de nada. As únicas pessoas que eu tinha visto, dessa história toda, eram Gabriel e André; o primeiro, tinha sumido completamente da minha vida e o segundo morrera tentando se salvar.
Ele ficou me olhando, tentando encontrar alguma esperança comigo. O que ele, um espírito altruísta, queria era só uma oportunidade de tentar ajudar a alguém, trazer um alívio para quem precisava. O que eu queria era simplesmente esquecer o passado e ser feliz.
E foi por isso que eu disse que não podia ajudar em nada, nada mesmo, desfazendo, com isso, toda a expectativa de meu irmão. Mas ele tentou, forçou um pouco.
— Como era esse Gabriel, como era ele, Bruno?
— Marcos... — eu disse, suspirando — eu só quero esquecer esse assunto, quero esquecer essa história. Eu fui estuprado, perdi uma amiga, perdi meu namorado, estou quase em depressão e você está me pedindo pra tentar relembrar das minhas dores?
— Você é uma pessoa só, Bruno. Você é o único que pode ajudar outras pessoas a não passarem pela mesma situação.
— E você acha que, desse plano gigantesco, a única pessoa que está envolvida é Gabriel?
— Você quer saber o que eu acho? Que você veio para o lugar errado.
— Que porra você quer dizer com isso, Marcos? — eu disse, quase chorando — Você vai me expulsar da sua casa também?
Ele pareceu desesperado.
— Não, não é nada disso.
— Eu entendi exatamente o que você quis dizer. Eu vou embora.
E fui pegando minhas coisas.
— Não, Bruno, espera, não vai! — ele gritou e se colocou na frente da porta. — Eu quis dizer que você pode estar em perigo!
— Como assim?
— Você acha que Gabriel está trabalhando sozinho?
— Claro que não, não depois do que você me disse.
— Pois é. Aqui no Rio, já temos mais de dez casos da mesma coisa...
E eu entendi exatamente o que ele quis dizer.
Simplesmente que, se eu não ajudasse a descobrir quem estava fazendo aquela merda do Rio de Janeiro, isso iria se voltar contra mim. Então, em nome da minha segurança, eu embarcaria naquela caçada com toda a minha força de vontade.
E eu fiz o melhor que eu pude.
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