Gota D'Água escrita por KuroroLucifer


Capítulo 16
2º Interlúdio - Encontro Especial


Notas iniciais do capítulo

3ª Pessoa de novo



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1

Gabriel simplesmente não conseguia acreditar que não conseguia se aproximar de Bruno. Simplesmente não conseguia acreditar que não tivera a coragem de se aproximar quando o viu saindo da livraria até o cinema. Ele chegou até a comprar uma poltrona perto de Bruno, mas ele sabia que, se tentasse raptar Bruno dentro do cinema, ele iria se foder. Se aquele viado gritasse, o plano iria por água abaixo.

Mas ele não iria sair do encalço de Bruno por causa disso e, por isso, ele viu a traição de Paulo de camarote, com um sorriso no rosto. Quem diria que aquele rapaz tão distinto seria capaz de uma dessas, não é mesmo?

Mas isso era bom. Quanto mais Bruno sofresse, melhor seria para a sua dissociação. O chefe queria um robô bem maltratado para se divertir. E robôs só são feitos com bastante sofrimento.

No final das contas, talvez aquela falta de iniciativa dele tinha ajudado um pouquinho. Matias ia reclamar um pouco, mas foda-se o Matias. O que realmente importava era o trabalho bem-feito, sem alarde, sem escândalo.

***

Gabriel seguiu Bruno até em casa e pôde assistir à saída dele para o aeroporto. Gabriel decidiu que não seguiria Bruno até lá, porque ele poderia notar alguma coisa estranha. E porque ele queria ver Paulo chegar, queria saber como iria acabar essa história.

Enquanto Paulo não chegava, Gabriel ficou pensando no que iria fazer. Refletiu que deveria ter seguido Bruno para saber aonde ele ia e essa pergunta ficou em sua cabeça: que porra aquele garoto ia fazer agora que se separara de Paulo?

Ele começou a planejar uma forma de conseguir essa resposta de forma pouco agressiva e só uma coisa veio à mente. E seria exatamente essa a forma com que ele iria agir daquele momento em diante.

***

Quando o carro de Paulo estacionou na frente da casa dele, Gabriel abriu um sorriso. Observou enquanto Paulo descia do carro e entrava em casa, abalado. Não demorou muito até que ele saísse, sentasse na porta de casa com uma garrafa de conhaque, bebendo e pensando na vida.

2

Paulo não aceitava que tinha colocado tudo a perder daquela forma. Tudo bem que era errado continuar enganando Bruno, mas ele realmente o amava. O que sentia por Victor era um tesão absurdo, uma vontade de fazer sexo, sexo, sexo, mas nada que fizesse frente ao amor único que sentia por Bruno. Não conseguia aceitar que Bruno o deixara, que voltara para a casa dos pais e, principalmente, que a culpa era toda dele.

Ao terminar de ler aquele bilhete de despedida, ele simplesmente desabou sobre si mesmo. Sentiu enquanto perdia completamente o chão debaixo de seus pés. Foi acometido de uma culpa tão grande que simplesmente não conseguia aceitar a si mesmo.

Bruno não merecia isso, ele pensava. Ele sabia que não. Sabia que Bruno já tinha sofrido o bastante naquela merda de vida que vinha vivendo, sabia das coisas. Sabia que o baque de ser traído por quem amava podia ser demais para ele.

Podia ser a gota d’água.

Não, não queria pensar nisso. Bruno era um cara forte. Ele não voltaria ao estágio anterior; veja, até ir embora ele tinha ido. Alguma coisa dentro dele sabia que Bruno ia conseguir vencer àquilo. Quem não iria conseguir viver sem Bruno era o próprio Paulo. E ele tinha consciência disso também.

Foi pensando nessa realidade que Paulo pegou a garrafa de conhaque e o copo e foi para a varanda da casa deles e sentou-se ali, com as pernas dobradas, bebendo um pouco.

Ele precisava refletir na vida que iria levar agora que perdera o amor da sua vida. Precisava pensar em tudo.

***

Foi enquanto pensava na vida que um homem se aproximou do portão da casa e tocou a campainha. Ele levantou-se do chão — já um pouco alterado, é verdade — para atender o sujeito rapidamente, achando que fosse Bruno.

— Ô de casa! — gritaram de novo.

Ele abriu o portão e deu de cara com um homem quase da mesma altura que a sua. Parecia que tinham a mesma idade e ele suspirou por não ser Bruno atrás da porta.

— Boa noite. — disse o outro.

— Boa noite — respondeu Paulo. — Quem é você?

— Meu nome é Gabriel e estou atrás de um cara chamado Bruno. Ele disse que morava aqui.

Morava. O cara estava certo.

— Ele realmente morava. Acontece que ele foi embora daqui para não voltar mais.

— Mas eu precisava de verdade falar com ele.

— O que é?

— Uma coisa pessoal. Muito pessoal. Você tem algum contato com ele?

— Tenho, o número de celular. Mas ele deve estar em um avião a essa hora, não vai atender.

— Como assim avião? — Gabriel perguntou, com preocupação.

— Ele disse que vai embora para o Rio de Janeiro.

— Puta merda, como assim Rio de Janeiro? Mas isso é muito longe daqui.

— A família dele toda é de lá... Enfim, meu senhor, ele não está aqui.

— Então eu tenho uma proposta a te fazer.

— E qual seria?

— Encontrar Bruno aonde quer que ele esteja. Eu sei que vocês são namorados, sei que ele te ama. Se você me ajudar a encontrá-lo, eu te ajudo a reconquistá-lo.

— Como você vai fazer isso?

— Me deixe entrar que eu te conto.

E Paulo deixou.


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Notas finais do capítulo

Segundo Interlúdio... As coisas estão complicando IOSJAIHSO



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