Gota D'Água escrita por KuroroLucifer


Capítulo 14
Feliz




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Por mais que estivesse preocupado com Paulo, não levantei da cama. Não levantei da cama porque me sentia fraco, me sentia incapaz de fazer qualquer coisa. Uma angústia me atingiu quando eu pensei na possibilidade de Gabriel tê-lo levado.

Gabriel de novo. Sempre ele me infernizando a vida.

Eu fiquei ali, chorando, entregue àquela angústia quando ouvi a porta da frente abrir. Senti um alívio imediato com aquele barulho e sorri como jamais sorri em toda a minha vida. Um riso forte, escancarado e realmente feliz.

Saí de debaixo dos cobertores e abri a porta. Atravessei o corredor que dava para a sala da porta da frente. Paulo acabava de entrar e tinha consigo um pacote pardo de padaria, engordurado no fundo.

— Trouxe pra você — ele disse.

— Aonde você estava?

— Eu tive que sair mais cedo pro trabalho hoje, resolver uma merda que um dos assistentes fizeram enquanto eu estive fora...

— Eu quase morri de preocupação! — exclamei, tentando, em vão, conter um choro.

— Amor... Me desculpa.

Mas eu continuei chorando, não conseguia parar. Ele me abraçou e eu chorei em seu ombro. Paulo tentava me consolar, me fazendo carinhos, me beijando... Tudo em vão.

Quando eu cansei de chorar, eu aninhei no sofá e deitei nas pernas de Paulo e dormi mais uma vez, como já era de costume.

***

Quando eu acordei, já era noite. Paulo já tinha ido dormir. O pacote pardo estava no braço do sofá e estava cheirando bem ainda. Eu levantei dali, peguei o pacote e abri. Tinha um croissant de queijo e presunto. Dei um sorriso. Ele ainda sabia me agradar.

***

Na manhã seguinte, eu já me sentia bem melhor. Estava realmente revigorado, parecia bem. Já tinha começado a entender a morte de Luiza, as coisas já estavam começando a se ajeitar na minha cabeça. O cativeiro já me parecia longínquo e, de certa forma, a morte de Luiza me fizera esquecer dele.

Já não fazia mais sentido me preocupar com Gabriel naquela altura do campeonato. Ele era passado, alguém que me fizera mal, mas já tinha acabado. Eu tinha que voltar a viver a vida: era o que realmente importava.

Paulo já estava acordado quando eu levantei. Estava lendo algum documento que colocou sobre a mesa quando ouviu a porta do meu quarto bater.

— Bom dia, Paulo. — eu disse, com uma felicidade irradiante. Ele abriu um sorriso quando me viu assim e me abraçou.

— Ah, que saudade que eu tinha de te ver assim de novo, Bruno! — ele disse, igualmente feliz.

Ele me soltou e sentou-se à mesa. Me convidou para o café e ali conversamos sobre as coisas que vinham acontecendo. Ele me perguntou os motivos de meu sumiço, coisa que respondi superficialmente. (Ele ficou chocado ao saber do meu sequestro, mesmo que de forma superficial.) Contei sobre como Luiza me ajudara a voltar ao normal, como o suporte dela fora tudo para mim naquele momento... Desabafei bastante com ele.

Ele me contou sobre as coisas do trabalho dele, sobre como ele quase arrumou um namorado novo — um tal de Victor. Eu fiquei apenas observando a forma com que ele falava sobre esse novo garoto e não resisti a sentir uma pontadinha de ciúmes. Claro que não havia sentido para isso — estávamos solteiros — mas eu simplesmente não resisti.

Ele pareceu perceber, então cortou o assunto rapidamente. Disse que não aceitou a proposta do outro menino porque me amava demais para isso. E, nesse ponto, ele me pediu em namoro de novo.

— Uau. — eu disse, em resposta ao pedido.

— O que foi? — ele perguntou, preocupado.

— Você me pegou de surpresa, não é?

— Eu sou surpreendente — ele disse e fez que ia me beijar. Eu correspondi e nos beijamos ardentemente como quando éramos namorados felizes, bem antes de tudo isso me acontecer.

E assim eu comecei a pensar que poderia ser feliz de novo.

Mas só pensar.


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Notas finais do capítulo

Desculpa o atraso, de novo. Eu estou voltando a estudar por causa da volta às aulas e ando bastante ocupado com essas coisas. Desculpa gente. Eu estou tentando evitar que isso aconteça de novo, ok? Espero que tenham gostado do capítulo



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