O sorriso de Gabriel apagou-se imediatamente quando ele voltou à cela de Bruno e não encontrou ninguém. Não bastava que André tentasse fugir da Sala de Programação, agora ele perdera mais um ratinho. Assim, a pesquisa jamais iria prosseguir. Matias se aproximou do amigo dizendo que ele se acalmasse, que as coisas iam melhorar.

— Não é a primeira vez que isso acontece, mas que merda! Será que eu não dou sorte na vida mesmo?

Matias suspirou, pegou um cigarro de um maço que estava em cima da mesa e acendeu com o isqueiro que andava sempre com ele.

— Isso quer dizer que voltamos à estaca zero, meu querido?

— Sim, cara.

— Mas a gente já tinha começado a brincar com aquele sujeito, o advogado.

— O Bruno?

— Esse mesmo.

— E você realmente acha que vale a pena gastar tempo e dinheiro pra resgatar um projeto?

— Um deles está morto, não é?

— Sim.

— Pois então, Gabriel. Se eu fosse você, eu iria atrás dele. Afinal, ele deve estar abalado de alguma forma com o que aconteceu aqui. Mais um pouco e ele dissocia.

— Mas você acha que ele é tão fraco assim?

— Com certeza. Eu te garanto que se ele voltar para isso aqui, só o fato de estar de volta, vai ser o bastante para que ele durma.

— Eu não sei não viu Matias? Não sei não.

— Vai por mim, Gabriel, eu tenho certeza do que eu estou falando. Reconheço esses tipinhos fraquinhos de longe.

O cigarro acabou e Matias jogou fora. Instalou-se um silêncio pesado entre os dois ali naquele quarto. Gabriel pensava e como iria atender ao pedido de Matias e este último pensava em algum plano para ajudar Gabriel.

— Olha, eu vou atrás daquele filho-da-puta. E você vai atrás de um projeto novo. Não se esqueça dos prazos, pelo amor de Deus. O chefe já está puto comigo.

— Tá bom, seu exu. Resgate o menino. Eu te garanto que vai valer a pena.

E ele foi.