The Darkness Princess escrita por Nikki, Henry Petrov


Capítulo 3
Magic is Might


Notas iniciais do capítulo

Lumus
Juro solenemente não fazer nada de bom.
Mais um capítulo quentinho, espero que gostem.
Boa Leitura



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Quando você sentir o meu calor

Olhe nos meu olhos

É onde meus demônios se escondem - Demons (Imagine Dragons)

P.O.V - Katerina

Arrumei minhas coisas sorrindo. Só seria completamente perfeito se Clarie estivesse aqui, do meu lado, me ajudando. “Você é muito sortuda.” Ela diria. “Ser adotada por alguém que conheceu seu pai verdadeiro... Estou muito feliz por você, Kath!”. Até hoje, sinto falto de sua risada, seu sorriso, seus olhos esbugalhados. Enquanto eu arrumava minha mala, eu cantava uma música que inventamos. Não lembro como era, mas era algo a ver com morangos e cupcakes.

–Riddle, seu novo pai já está lhe esperando no pátio. – Sra. Flowers avisou. – Fique bem, Katherine.

Pela primeira vez, ela me chamou pelo nome. Acho que no fim, ela gostava de mim. Sabe aquela história de que os que menos demonstram são os que mais amam? Acho que isso se aplica a ela. Ela deu um sorriso espremido e saiu. Com tudo arrumado eu senti que só faltava uma coisa. Sentei na minha cama, de frente para a velha cama de Clarie.

–Durante três meses. – comecei. – Eu sofri pela sua morte. Culpada pelo fato de que nosso último momento juntas foi uma discussão sobre algo totalmente superficial. Mas isso acabou. Não posso sentir sua falta pelo resto de minha vida. Eu te amei, Clarie. Nunca vou te esquecer. Você é minha irmã, minha amiga. Quem eu devo cuidar. Você sempre estará comigo, mas não vai ser uma lembrança de meus erros e sim, uma lembrança das coisas boas que tive na minha vida. Obrigado, Clarie. Eu te deixo ir.

Respirei fundo. Para uma pessoa normal, eu estava falando com uma cama. Para mim, eu estava acertando minhas contas com Clarie. Aonde quer que ela estivesse, eu sei que ela ouviu e compreendeu cada palavra que pronunciei. Pronta, peguei minha mala pela alça e parei na porta para uma última olhada no meu quarto. Por fim, segui corredor adiante, desci as escadas e encontrei Snape na porta.

A cada passo que eu dava, eu ouvia alguém dizer um tchau ou um seja feliz. Tenho certeza que alguém agradeceu ao destino por eu estar saindo, e eu tinha que concordar. Era bom ir embora. Me livrar daquele lugarzinho monótono e ir viver uma boa vida com meu novo pai, Snape. Ou não. Em minha opinião, ele sabia aonde meu pai estava e iria me levar para ele. Porém, eu gostava de Snape. Já o via como o mais novo membro da minha nova vida, não como Riddle, A Monstra, mas como Katherine, A Menina. Ia dar tudo certo, eu tinha certeza.

–Vamos? – Snape perguntou pela última vez, quando eu o encontrei perto dos portões de ferro do orfanato.

–Só se for agora. – respondi, rindo.

Passamos pela porta e Snape fechou-a. Olhei a calçada de ponta a ponta, esperando adivinhar o carro de Snape. Não havia carro para eu adivinhar, pois ele simplesmente seguiu pela calçada. Eu o segui, levando a mala pelo puxador, apreensiva. Íamos de quê? De táxi? Ele não foi para nenhuma parada de ônibus ou coisa do gênero. Com seus passos apressados e sua capa balançando ao vento, Snape dobrou a esquina em um beco cheio de caçambas de lixo.

–O que estamos fazendo aqui? – perguntei, tampando o nariz.

–Indo para casa. – ele respondeu.

Ele pegou na minha mão e algo inexplicável aconteceu. Fui puxada como se um aspirador de pó gigante tivesse me sugado. Eu vi diferentes formas. Vi pessoas, lojas, vitrines, placas, carros, todos desfigurados, como se tivesse alguém brincado de esticar e apertar as imagens. Doer não doeu, mas me deu enjoo. Quando acabou, estavamos em um corredor de plantas. Muros de plantas de cada lado. Eu senti a metade do cereal subir até minha garganta, mas fiz o favor de segurar.

–É normal. – Snape explicou.

–Como... – comecei, gaguejando.

–Depois eu lhe explico.

A nossa frente, havia um portão de ferro, bem parecido com o do orfanato. Snape tirou um graveto de dentro de sua capa e agitou-o, apontando para o portão. Ele o atravessou como se fosse fumaça.

–Venha, menina. – ele se virou para mim, com a mão estendida.

Com receio, me aproximei do portão. Passei a mão na grade, mas não havia nada. Parecia ser apenas uma ilusão. Fechei os olhos e corri para Snape. Esperei o impacto da minha cabeça com o portão, mas não veio. Quando abri os olhos, eu estava do outro lado da entrada.

–Hã... – tentei de novo.

–Depois. – ele se virou e seguiu caminho. – Vamos, estamos atrasados.

Depois que passei pelo portão, uma casa enorme se tornou visível. Era de mármore e tinha uma porta duas folhas de bronze tão grande, que caberia a altura do orfanato Wool’s e ainda sobraria espaço.

Haviam várias janelinhas espalhadas pela fachada da mansão e haviam degraus antes da porta. Snape abriu-as e eu passei logo atrás dele.

Dentro era ainda mais emocionante. Havia um largo saguão com uma lareira a direita, quadros espalhados pelas paredes e escadas ao fundo. Eram escadas largas, uma descia e outra subia. Snape me levou pela escada que subia. Nossos passos ecoavam a media que subíamos as escadas. Alguns quadros se mexiam, conversavam uns com os outros. Eu sabia que qualquer coisa que eu dissesse seria respondida com “Depois.”. Escada deu em um hall relativamente pequeno que, seguindo pela esquerda, dava para um salão com uma longa mesa cheia de cadeiras, com metade delas preenchidas. Snape colocou a mão em meu ombro e me levou até a sala.

Pude ver claramente quem comia. Havia um homem de longos cabelos loiros na cabeceira. Ao seu lado repousava uma bela bengala com uma ponta de prata. Seu olhar para mim era instigador. A sua direita, estava uma mulher de cabelos negros, porém mesclados de branco. Ao me ver, ela sorriu, como se me conhecesse. Ao seu lado, comia um menino de cabelos loiros e rosto pálido, muito parecido com o homem da cabeceira. A esquerda da mesa, havia um homem de cabelos bem aparados e castanho-claros. Todos vestiam roupas pretas, os homens de capa. O menino parecia sair de um filme dos anos 50 e nenhum deles, exceto a mulher, se sentia confortável com minha presença.

–Bienvenue, Katerina. – a mulher falou.

–Merci. –respondi.

Não sei como aconteceu, mas foi automático. Falei francês fluentemente. Percebendo meu desconforto, Snape tratou de falar.

–Esta é Katherine Riddle. – ele falou em voz alta e clara.

O homem da cabeceira fechou o punho. A mulher sorriu. O menino olhou pra mim por um instante e então voltou a comer. O homem de cabelos castanhos me cumprimentou acenando com a cabeça. A mulher se levantou e veio até mim.

–Meu nome é Narcisa. – ela falou. – Este é meu marido, Lúcio.

Ela apontou para o homem na cabeceira. Ele balançou a cabeça como o outro fez e voltou a comer. O menino que comia se levantou e veio até mim. Seu cabelo com certeza tinha sido lambido por alguma coisa com a língua do tamanho de sua cabeça.

–Meu nome é Draco. – ele falou, estendendo a mão. – Draco Malfoy.

–Meu nome é Katherine. – respondi, apertando sua mão. – Katherine Riddle.

–Vem, vou te mostrar seu quarto -ele falou, puxando meu braço.

Seguimos de volta para o hall, onde ele tomou a escada que subia, ao lado da que Snape e eu viemos. Ele continuou me puxando pelo braço. Então, eu vi uma mancha preta no meu pulso.

–Ai. Meu. Deus. – entrei em pânico.

Não era uma mancha: era uma marca. Era uma tatuagem de uma caveira com uma cobra saindo de sua boca e se entrelaçando. Esfreguei a mão no braço, mas não largou.

–Onde fica o banheiro? – perguntei, com medo de onde aquilo tinha vindo.

–Nem tente. – ele falou, calmo. – Ela não sai. Nem se preocupe, a maioria aqui dentro tem uma. É a marca negra. A marca do seu pai.

Fiquei paralisada. Cada vez mais eu tinha medo de conhecer meu pai. Marca Negra. Que tipo de pessoa bem intencionada cria um “autográfo” com o nome Marca Negra? Isso com certeza não era boa coisa. Draco continuou a me levar escadas acima. Ela deu em um corredor enorme que com certeza ia de ponta a ponta da casa. Draco seguiu pela esquerda e eu fui com ele. Observei cada porta fechada e cada quarto aberto. Todos tinham janelas. Ali estavam aquelas milhares de janelas. Porém, eu não esperava o que havia no fim. Era uma porta que parecia mais um portão principal. Era um portão de ferro com a letra R majestosamente estampada em prata. Era folha dupla. Ele empurrou as duas portas e eu entrei.

Era um quarto enorme. Tinha dois janelões, um de cada lado do quarto. Em um deles havia um berço rosa e o outro havia uma cama de casal, feita de madeira com detalhes caprichosos. Havia uma penteadeira ao lado da cama, uma porta no fundo da sala e uma mesa do lado do berço, cheia de cacarecos. No apoio da lareira, havia um retrato circular. Nele, havia um homem de olhos pretos e cabelos castanhos ao lado de uma mulher morena de cabelos pretos e olhos elegantes. Ele usava um terno e ela um vestido azul, muito bonito.

–Nossa. – falei.

–É. – Draco concordou. – É o quarto mais sofisticado da casa. É melhor até do que o meu e o dos meus pais. Seu pai é como um mestre pra eles.

Peguei a foto que havia no lareira. Observei-os melhor.

–São eles. – Draco falou. – Seus pais.

Sorri. Era muito bom saber que me procuravam. Estava feliz, não importa quão estranha a situação era.

–Aonde eles estão? – perguntei, segurando a foto e deixando minha mala ao lado da penteadeira.

–Sua mãe? Só deus sabe. – ele falou revirando os olhos. – Provavelmente morta. Seu pai está por aí, fraco, precisando de nós. Ninguém sabe aonde, mas vamos encontrá-lo. Ele é nosso mestre.

–O que ele faz, exatamente? – perguntei. Era isso que me atormentava desde que Snape falou que o conhecia e eu precisava de uma resposta para me certificar que aquele momento era feliz.

–Ele procura poder. – ele falou, balançando a cabeça positivamente. – Ele também mata aqueles que entram em seu caminho. Mas com os trouxas e os nascidos-trouxas, ele mata por diversão.

Eu não acreditei no que meus ouvidos escutavam. Trouxas? Não tinha ideia de quem eram, o que importava era que meu pai era um canalha, salafrário que matava pessoas em busca de poder. Enquanto por aí, muita gente fazia menos e se saía melhor do que ele. No exato momento que processei a informação, coloquei a foto de volta onde estava e peguei minha mala.

–Não estou mais tão sentimental. – falei.

Desci apressada as escadas. A mala fazia um estrondo toda vez que descia um degrau. Fui até o hall e deixei ela lá. Ainda apressada e estressada, adentrei a sala de jantar, onde riam com alguma piada.

–Isso é alguma brincadeira de muito mal gosto? – vociferei, com os braços cruzados sobre meu vestido. – Meu pai é uma assassino? Um tirano? É isso que querem que eu chame de pai?

Fui até Narcisa e falei bem próxima a ela.

–É isso que querem que eu ame?

Narcisa parecia triste. Sua expressão é de “Eu sabia que isso ia acontecer.”

–Sim, Katherine. Ele é seu pai. –ela falou me encarando. – Snape a buscou porque você pode ser a chave para encontrarmos nosso mestre.

–Eu vou embora. – falei, andando até o hall. – Não vou fazer parte desta carnificina.

–Não, você não vai. – Lúcio segurou meu braço com muita força.

–Me solta. – falei, com meus olhos ardendo de raiva.

Uma lampâda papocou e o lustre piscou. Lúcio me soltou e eu segui meu caminho.

–Mas a sua mãe! – Narcisa falou, antes de eu chegar ao hall.

Lentamente, me virei. Meus olhos já estavam cheios d’agua. Não era isso que eu esperava. Não era isso que eu queria. Meu maior sonho se tornara meu maior pesadelo. Para quê a morte de Clarie se eu teria um pai como aquele?

–Minha mãe... – falei coma voz trêmula.

–Ela fugiu antes que isso piorasse. – Narcisa falou, sua voz estava no mesmo tom da minha. – Ela fugiu antes que achassem que ela fazia parte disso. Ninguém tem notícias dela.

–Eu não sei se posso viver isso. – falei, com meu lábio tremendo para não chorar.

Narcisa veio até mim e me abraçou. Chorei em seu colo. Ela me abraçou e alisou minha cabeça, me passando uma sensação de calma inexplicável. Ela estava fazendo o papel da mãe que eu deveria ter.

–Vai ficar tudo bem. – ela murmurava no meu ouvido.

Ela me levou até meu quarto, onde arrumou a cama de casal para eu dormir guardou as roupas que haviam dentro da mala no closet, que ficava atrás da porta que ficava ao lado da penteadeira. Ainda não tinha anoitecido, mas eu estava cansada demais para continuar acordada. Eu ainda tinha milhares de perguntas sobre todas as coisas estranhas que eu vira no caminho, mas eu as guardei para o dia seguinte.

–Boa noite, Katherine. – Narcisa falou.

–Boa noite, Narcisa. – respondi.

Ela fechou a porta e eu observei o teto da cama. Escrito com uma letra caprichosa, havia escrito:

Magia É Poder


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem!
Malfeito Feito
Nox.



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