The Darkness Princess escrita por Nikki, Henry Petrov


Capítulo 4
Katherine's Anne Frank Day


Notas iniciais do capítulo

Lumus
Juro solenemente não fazer nada de bom
Muito obrigada EGranger pelo comentário.



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Todas as coisas loucas que fizemos

Não pensamos sobre elas, só fomos na onda

Você está sempre lá, você está em todo lugar

Mas agora eu gostaria que você estivesse aqui - Wish U Were Here (Avril Lavigne)

P.O.V. - Katerina

Sonhei com Clarie. Apenas com seu rosto. Ela me olhava com aqueles seus olhos azuis tão doces e bondosos... Eles me mandavam uma mensagem. Ou minha mente inventou isso: “Eu te perdoo”. Ela não parava de repetir. Acordei com algo resmungando do meu lado. Me sentei na cama e me espreguiçei. Definitivamente, aquela foi a melhor noite de sono que tive em nove anos.

–Bom dia, minha senhora. – uma voz rouca e sinistra me cumprimentou.

Olhei para a penteadeira e descobri o que me acordou: um duende. Sua pele era toda enrugada. Ele vestia um pedaço de pano branco e seus olhos pareciam duas bolas de gude. Suas orelhas eram horizontais e longas. Era mais baixo que a penteadeira, mas seu braço era alto o bastante para passar o espanador por cima dela.

–O que... O que... – gaguejei.

–Me disseram que a senhora foi criada por trouxas. – ele falou. – Não sabe de nada do nosso mundo. Meu mestre, o nobre Snape a espera para responder todas suas perguntas.

Engraçado... Naquele dia, eu jurei para mim mesma que na primeira oportunidade que tivesse voltaria para o orfanato. Eu preferia viver com Gought me jogando pedaços de seu sanduíche de amendoim em mim do que encontrar um bicho desconhecido do lado da minha cama na hora que eu acordo.

Tentando ficar o mais longe do bicho possível, fui até o banheiro, lavei o rosto, arrumei meu cabelo e escovei os dentes. Eu olhei para meu reflexo. Meu cabelo estava uma bagunça. Meus olhos estavam com olheiras, porque né? De qualquer jeito, eu desci as escadas em direção a sala de jantar dos Malfoy.

Narcisa estava na cabeceira. Draco a sua direita e Severo a sua esquerda. Só haviam os quatro comendo frutas, tomando sucos como uma família de propaganda de margarina.

–Bom dia, Katherine. – Narcisa me cumprimentou, enquanto passava manteiga em um pão francês.

–Bom dia. – falei.

–‘Dia. – Draco respondeu.

Sentei ao lado de Snape. Ele comia um pedaço de bolo com suco de uva. De vez em quando, dava uma espiada na melancia.

–Bom dia, Snape. – cumprimentei-o.

–Bom dia. – ele murmurou.

Um silêncio invadiu a sala. Narcisa parecia sentir o clima pesado na mesa. Draco comia como se não houvesse amanhã. O único barulho vinha de suas mastigadas. Snape parecia pouco se importar com minha presença.

–Então, dormiu bem, Kath? – Narcisa tratou de quebrar a monotonia.

–Sim, senhora. – respondi, pegando uma maçã e me dirigindo para fora da sala.

–Está tudo bem? – ela perguntou. – Aonde você vai?

–Jardim. – falei, alto demais para ela ouvir

Saí da casa dos Malfoy pela mesma porta que entrei. O ar puro entrando em meu pulmão era bom. Bem melhor do que aquela casa dos horrores que era aquela mansão. Entrei na entrada a minha direita ainda comendo a maçã. Era um lugar bonito. Era uma espécie de pátio, só que florido. No centro havia uma fonte, onde um cupido segurava uma bacia e água caía dela. Ao redor da fonte, havia lírios. Havia quatro bancos, um em cada lado do jardim. Em cada canto, havia um vaso ou uma muda plantada no solo mesmo.

Sentei no banco para comer minha maçã observando as nuvens passarem. Se Clarie estivesse comigo, estaríamos brincando de adivinhar que forma cada nuvem tem. Quando saí do orfanato, tinha prometido para mim mesma que deixaria Clarie, que não ficaria sofrendo por ela. Só podia lembrar dos bons momentos e ficar feliz por ter tido eles, não por não ter mais nenhum novo. De qualquer jeito, ela continuava a vir e vir, me lembrando de tudo... Estava realmente magoada.

Respirei fundo, terminei minha maçã e voltei para a casa. Não havia mais ninguém na sala de jantar. Subi para meu quarto, mas no caminho, encontrei Snape sentado na cama de um dos quartos do corredor.

–Sr. Snape? – cumprimentei.

–Sabe que pode me chamar de Snape. – ele falou.

Sentei ao seu lado. Ele lia uma carta. Ele me entregou sem me olhar. Em uma letra bonita, estava escrito:

Caro Almofadinhas,

Muito, muito obrigada pelo presente de aniversário que mandou para Harry! Foi o que ele mais gostou até agora. Um aninho de idade e já dispara pela casa montado em uma vassoura de brinquedo, tão vaidoso que estou enviando uma foto para você ver. Sabe, a vassoura só levanta uns 60 centímetros do chão, mas ele quase matou o gato e quebrou um vaso horrível que a Petúnia mandou no Natal (nada contra). É claro que Tiago achou muito engraçado, diz que ele vai ser um grande jogador de quadribol, mas tivemos que guardar todos os enfeites da casa e dar um jeito de ficar sempre de olho nele quando brinca.

Tivemos um chá de aniversário muito tranquilo, só nós e a velha Batilda que sempre nos tratou com carinho e vive mimando o Harry. Ficamos com pena que você não tenha podido vir, mas a Ordem vem em primeiro lugar e Harry não tem idade para saber que está fazendo anos! Tiago está se sentindo um pouco frustrado trancado em casa, ele procura não demonstrar, mas eu percebo - além disso, Dumbledore ficou com a Capa de Invisibilidade dele, então não há possibilidade de pequenos passeios. Se você pudesse lhe fazer uma visita, isso o animaria muito. Rabicho esteve aqui no fim de semana passado, achei-o meio deprimido, mas provavelmente foram as notícias sobre McKinnon, chorei a noite inteira quando soube.

Batilda passa por aqui quase todo o dia, é uma velhota fascinante que conta as histórias mais surpreendentes sobre Dumbledore, não tenho muita certeza se ele gostaria disso caso soubesse! Fico em dúvida se devo realmente acreditar, por que me parece inacreditável que Dumbledore pudesse ter sido amigo de Geraldo Grindelwald. Pessoalmente, acho que ele está começando a caducar!

Afetuosamente,
Lílian.

–Quem é Lílian? – perguntei.

–Quem era, você quis dizer. – ele falou, se levantando e saindo do quarto. – Quero você no salão às cinco.

Observei a carta atentamente. Lílian. De onde eu conhecia aquele nome? Era importante e eu sabia que me traria grandes pistas sobre o passado de Snape, mas... Como? Como aquilo era relacionado à ele?

Guardei a carta no bolso da minha calça e fui para o meu quarto. Pela primeira vez, me passou pela cabeça observar o berço, encostado do outro lado do quarto. Era feito de madeira, não era pintado e o colchão estava esfarrapado. Presa por uma corda, havia uma daquelas bugigangas que rodam com coisas penduradas. As minhas eram simplesmente pedaços de nada colado com nada. Dei um peteleco e eles giraram tão rápido, que quase voavam do brinquedo. Pensativa, voltei para minha cama. Porém, algo me impediu.

Senti que meu pé tinha pisado em algo fofo, algo que estivesse falso. Olhei para trás e descobri o que era: um alçapão. Havia um alçapão embaixo do berço. Era pesado, mas eu empurei o berço longe o bastante para que eu abrisse-o. Fez um barulho enorme. Passos apressados vinham das escadas, pude ouvir. Arrastei o berço de volta e, quase que instantaneamente, Draco apareceu na porta.

–O que foi isso? – ele perguntou – Por quê você arrastou o berço?

–Berço? Que berço? – perguntei, me fazendo de desentendida.

–Você não entrou aí, entrou? – ele falou, apontando para o alçapão.

Olhei para a alça que ficara de fora.

–Olha isso! – falei, com ambas mãos na boca. – Tem um alçapão embaixo do berço! Nossa, meu deus!

Ele fez uma cara de “Conta outra!”. Se aproximou do berço e o colocou de volta no lugar.

–Não entre aí. Nunca! – ele falou com o dedo na minha cara.

–O que há lá dentro? – perguntei, antes que ele saísse do quarto.

–É uma sala. – ele falou, como se não gostasse de lembrar disso. – Seu pai não gosta que entrem aí, então não entre.

–Por isso vou entrar. – falei, voltando a empurrar o berço.

–Não! – Draco tentou me impedir.

Ficamos numa disputa infinita, de empurra-empurra. Por um momento ele conseguiu colocar o berço de volta no lugar, mas eu tratei de empurrá-lo com todas as minhas forças. Ele ficou tão longe que demoraria dez minutos para Draco colocá-lo de volta. Me abaixei e abri a porta doa alçapão.

–Não, Katherine! – ele falava. – Papai vai esganá-la!

Soltei um palavrão.

Ele ficou chocado, paralisado com que eu disse.

–Que foi? Nunca ouviu um palavrão? – falei, encarando sua expressão. – Vamos, não deve ser tão ruim...

–Não, Kath, não... – ele falava, enquanto eu descia pelo alçapão.

Tinha uma escadinha de apoio, por onde desci. Não demorei muito para chegar no fundo. Fedia a mofo e eu podia sentir a poeira entrar dentro de minhas narinas. Algo fino passou pela minha cabeça. Gritei, claro, mas não era nada. Era só a cordinha da lampâda. Puxei-a e o quarto foi iluminado. Depois do que vi, chamei:

–Draco, desce aqui agora! – falei. – Vem ver!

Ele não me ouviu. Fui até a porta o alçapão e subi as escadas. Ele ainda estava lá, sentado, com medo do que fazer.

–Você não me ouviu gritar? – perguntei.

–Você grit... – um pensamento o interrompeu. – Deve ser enfeitiçado para que nada seja escutado.

–Vamos. – falei, ignorando o que ele disse e puxando seu braço.

Descemos e o mostrei o lugar. Em um canto, havia uma estante cheia de livros. Do outro lado da parede, havia uma caixa de vidro com belos objetos: uma tiara de prata com uma jóia azul, uma taça com um lobo esculpido, um anel dourado com a pedra preta e um caderno. O resto do lugar era decorado com especiarias e joias. Havia uma mesa negra com muitos papéis em cima dela. Havia uma cama que não parecia ser usada por muito tempo e uma poltrona vermelha. O caderno foi o que mais me atraiu, pois no canto da capa, estava escrito:

Tom Marvolo Riddle

Aquele barulho recomeçou. Algo empurrava o berço de volta para seu lugar, nos trancando dentro do alçapão por um bom tempo.

–Droga! – exclamei.

Draco se sentou na poltrona e começou a choramingar.


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Notas finais do capítulo

Malfeito Feito.
Nox.



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