Rachel governa o lado obscuro escrita por Rafa


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Capítulo narrado pela Mindy, espero que gostem.



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— Claro, cada mulher deve ser financeiramente independente, mas não há nada de errado em amar um cara que tem alguns dólares no banco ou uma Mercedes na garagem, só para constar.

— Sim, totalmente, — eu disse muito alto.

Meio envergonhada, eu deslizei para baixo no meu lugar e olhei em volta para ver se alguém na sala de aula me ouviu falando para eu mesma sobre o muito interessante artigo da Cosmo — Homem Rico, Homem Pobre: Porque não amo um cara com dinheiro? — Mas para minha sorte, todo mundo estava ocupado ouvindo Dr. Wayne Prentiss falando e falando sobre os chatos slides de arte italiana que ele estava passando enquanto ele vagava pela parte de trás da sala escura, como fazia a cada semana.

Eu deslizei ainda mais, até que eu estava praticamente deitada no chão. Estúpida sociedade da faculdade (Stupid community college) "exigências curriculares fundamentais." Eu percebi que Fundamentos da Arte Renascentista seriam mais fáceis que "humanidade", mas eu odiava a aula, que acabou por ser tudo sobre... Itália! E todas as pinturas italianas e caras nus de mármore me fizeram pensar em... Italianos. E eu não queria pensar sobre os italianos. Nem mesmo nos sapatos italianos. Eu nem sequer como macarrão mais.

Eu tentei duramente calar a voz do Dr. Prentiss, mas ele manteve o blá-blá-blá atrás de mim, dizendo a todos nós, "artistas contemporâneos ainda tentam — e fracassam inevitavelmente — imitar a maneira na qual Michelangelo imbuí à forma masculina um sentido de grandeza.”

Houve um flash de luz, e eu olhei para cima para ver outro slide de um cara italiano pelado. Um cara com um corpo perfeito. Eu conhecia um corpo como aquele...

Pare de se lembrar dele!

Eu segurei o caderno em branco que eu estava usando para esconder a minha revista, um pouco mais para cima, para bloquear a tela, mas quando eu virei a página para terminar "Homem Rico, Homem Pobre”, que eu concordava totalmente, depois de ver minha melhor amiga muito feliz casada e em um castelo, fiquei face a face com um anúncio para Versace. E grande surpresa! Outro cara italiano muito, muito pelado.

Ele estava, tipo, em todos os lugares, com seus peitorais duros e seus abdominais com 6 quadradinhos.

Eu não quero fazer isso, mas eu continuei olhando para esse anúncio, e era como se eu tivesse hipnotizada e caísse de volta no tempo, no fim do verão e na Romênia e no fantástico casamento onde Rachel Berry se transformou na princesa Dragomir Anastácia Fabray após transformar-se em uma vampira, é claro. O casamento onde eu meio que mudei, também, e não em um bom sentido.

Eu ainda podia ver como tudo começou de uma maneira muito clara no meu cérebro. Percebi que eu não me lembrava de nada que estudei nos livros, então eu estava matando todas as minhas aulas no Líbano Valley, mas eu não poderia esquecer uma única palavra da conversa, não importa o quão duro eu tentasse.

— Você gostaria de dar um passeio, Mindy? Ver o luar comigo?

Eu estou, tipo, balançando e balançando a cabeça ao mesmo tempo, assim meu cérebro está andando em círculos, porque eu não entendo a maneira louca de Sam Evans de fazer perguntas e dizer-lhe o que fazer ao mesmo tempo. É a resposta certa, sim? Ou não? Eu mesma sei como eu quero responder? Eu quero "ver a luz da lua" com um sugador de sangue, tatuado que está incrivelmente quente em seu smoking, com seus compridos cabelos castanhos claro puxados para trás em um rabo de cavalo para que você possa realmente ver seus muito diferentes, olhos cinzento-verdes?

Sam não espera por uma resposta de qualquer maneira. Ele sorri, — ele está, tipo, sempre sorrindo— e pega a minha mão, e sua pele é muito fria, como da Rach é agora. Mas a pele de Sam é um pouco bronzeada de passar tanto tempo na praia, que também lhe deu este corpo incrível de surfista.

Começamos a andar, deixando a recepção, e eu olho por cima do meu ombro e vejo Rach dançando com Quinnie na grande clareira que ela pagou, tipo, um milhão de dólares para decorar apenas para fazê-la feliz por uma noite, e eu tenho muita certeza de que estou cometendo um GRANDE erro, mas eu vou com Sam, porque há apenas algo sobre ele, nessa noite ...

Meu coração começou bater mais rápido bem ali na sala de aula, e eu realmente não tinha certeza se eu estava ficando doente pela memória ou animada, como eu tinha ficado naquela noite, quando eu tive meu primeiro beijo real naquelas montanhas onde Rach me disse que era Carpathi algo. Um beijo que começou logo após eu e Sam colocarmos os pés nesse caminho escuro e assustador pela floresta e continuamos indo todo o caminho de volta para o castelo gigante que ainda estava aceso com algumas velas para o casamento. Tudo tinha sido, como, se pegando fogo naquela noite. E Samuel parecia melhor do que o modelo Versace em seu smoking e fora de sua camisa. Esses músculos... Que grande erro... Aquela manhã seguinte... Aquele verão inteiro!

— Oh, Deus!

Eu gritei para fora porque eu mal podia suportar essas memórias, mas também porque a minha revista foi, de repente, arrancada de meus dedos, e eu pulei para cima na minha cadeira bem a tempo de ouvir o Dr. Prentiss contar toda a história para toda classe.

— Parece que Melinda descobriu uma forma masculina que lhe interessa mais do que o David de Michelangelo!

Então, meu rosto ficou vermelho beterraba quando meu professor levantou minha Cosmo e girou devagar para ter certeza de que cada pessoa pudesse ver o modelo quase nu, e é claro, rir como uns loucos para mim. Foi uma maravilha que alguns deles não fizeram xixi nas calças, eles riam tanto.

E antes que eu pudesse dizer a todos que eu não estava babando em cima daquele cara, — eu realmente não estava — Dr. Prentiss bateu a revista na minha mesa e disse apenas para mim.

— Encontre-me depois da aula, Melinda.

— Sim, eu sei o que fazer, — eu resmunguei, deslizando de volta na minha cadeira de novo.

Todos os meus professores daquela estúpida faculdade estavam sempre pedindo para me ver depois da aula. E isso nunca foi para dizer: — Bom trabalho, Mindy! — Eles só não conseguiam perceber que eu nunca tinha sido tão feliz em estudar para começar e agora eu não conseguia pensar em nada.

Fiquei tão perto do chão quanto possível até que meu rosto começou a arrefecer, então eu me sentei novamente, cruzei os braços sobre a minha mesa, e enterrei meu rosto, não me importando que todo mundo soubesse que eu totalmente tinha desistido, até mesmo fingido prestar atenção na arte renascentista e suas "fundações".

ITALIANOS ESTÚPIDOS!

E quando eu pensava que eu tinha sido humilhada, tanto quanto possível, o meu telefone que eu esqueci de desligar começou a fazer um barulho, e pelo tempo que eu consegui fazê-lo calar, toda a turma riu de novo do meu tema de toque, Olá Kitty e Dr. Prentiss soou como se fosse a última gota, quando disse:

— Melinda, por favor! — eu vi que tinha duas mensagens. Uma de um vampiro italiano, que dizia: — Buongiorno, Mindy!

E uma de uma princesa romena que devia estar tendo um dia ruim, também, porque tudo o que ela dizia era :(.

—Desembuça Rach, — eu disse a ela. — Parece que você está em uma caverna ou algo assim!

Um milhão de milhas de distância, na Romênia, Rach continuava a sussurrar.

— Eu não estou em uma caverna. Eu estou no banheiro. E eu não posso falar mais alto.

Eu segurei meu Motorola rosa longe da minha orelha e dei-lhe um aperto, porque não havia nenhuma maneira de eu ter ouvido direito.

— Você está, tipo, no vaso sanitário? Porque isso é apenas nojento.

—Eu não estou no banheiro, — a princesa Rach disse, um pouco mais alto. — Estou no banheiro para que a minha guarda-costas não possa ouvir tudo que eu digo.

Eu me sentei em um banco fora do escritório do Dr. Prentiss, que estava em um prédio feio cheio de mobília barata.

—Você é uma princesa em um maldito castelo, — eu a lembrei. — Se você quer privacidade, vá para uma torre... Ou algo assim. Não se esconda no banheiro!

Houve um grande e longo silêncio, então eu pensei que a ligação tinha sido cortada, como fazia metade do tempo que eu falava com Rach. Esse era o único problema de Rach por toda a vida. Sua parte da Romênia estava mais presa no passado do país Amish. Eles nem sequer têm shoppings onde ela morava. Eu balancei meu telefone novamente.

— Rach, você está aí?

— Yeah. — Ela parecia super chateada. — Quero dizer, sim.

— Então o que há de errado? — Eu perguntei. — O que há com a mensagem de careta?

Como é que a minha melhor, — vamos enfrenta-lo, minha única, — amiga parecia apenas ser a única coisa que eu sempre quis ser na minha vida inteira, que era realeza?

Bem, isso e uma cabeleireira das estrelas.

— Estou apenas tendo um dia difícil, — ela disse. —Houve este julgamento, e Quinn voltou agindo de forma estranha, me beijando como uma louca, mesmo sem falar como tudo tinha dado errado e que toda a coisa vai estragar a nossa chance de ser rainhas...

Eu não queria rir dela, mas sério, esse foi um dia difícil? Ela estava se escondendo de seus servos para que ela pudesse reclamar como a incrivelmente e quente princesa rica, que estava casada queria dar uns amassos em seu castelo? E caramba, ela poderia não ser rainha e apenas ficar presa em princesa pelo o resto de sua vida!

Sim, eu queria, tipo, chorar.

Para mim:

Eu tinha um cara que podia ter sido praticamente um príncipe — e realmente rico, — mas desistiu de tudo para... Surfar!

— Ei, Rach, — eu meio que a cortei. — Isso vai fazer você se sentir melhor. Eu tenho um D no meu trabalho de Pensamento Crítico sobre a reciclagem, porque meu professor disse que eu não poderia citar Elle como uma fonte acadêmica. Então toda minha aula de arte riu de mim, porque eu fui pega olhando para um cara italiano seminu, e agora...

Eu tenho esse louco sentimento que alguém estava me observando, e eu olhei para cima e vi o Dr. Prentiss em pé na porta de seu escritório. Ele estava com os braços cruzados, e eu não poderia dizer se ele estava rindo de mim ou pronto para me matar. Provavelmente ambos. Isso parecia ser como todo mundo da faculdade olhava para mim.

Ele descruzou os braços e estralou seus dedos, e eu disse:

— Ei, Rach, me desculpe, mas eu tenho que ir.

Ela deu um grande suspiro, eu podia ouvi-la da Romênia e disse:

— Eu acho que tenho que ir também. Minha amiga Sugar supostamente virá a qualquer minuto.

Eu me levantei e comecei a seguir o hediondo blazer de tweed do Dr. Prentiss em seu escritório.

— Ok, vamos nos falar mais tarde.

— Min! — Ouvi Rach tentar me impedir de desligar. — Você não gostaria de vir aqui por um tempo, não? Eu vou pagar por tudo...

Eu não tive uma chance de responder, porque eu já estava clicando no desligar do telefone. Era tarde demais para parar a minha mão. E o que eu poderia ter dito, afinal?

— Sim, Rach, eu vou largar a faculdade e ir para a Romênia?

Mas poucos minutos depois, quando o Dr. Prentiss girou sua tela de computador ao redor para que eu pudesse ver todas as minhas notas em todas as minhas aulas, — o maior grupo de 60 e 65 anos, provavelmente na história da comunidade das faculdades, — eu comecei a pensar que a Romênia não poderia ser uma ideia tão ruim.

— Você tem que se concentrar, — ele repetia, mais e mais.

— Sim, — eu meio que concordei, olhando através dele para um grande cartaz emoldurado da estátua David de Michelangelo e pensando, eu poderia ficar longe dos italianos nus na Romênia?

Porque eu conhecia um italiano seminu, que pelo menos, odiava aquele lugar.

E quando o meu professor disse:

— Você entende que está falhando, não, Melinda? — Eu só balancei a cabeça, mal ouvindo, porque a ultima coisa que Rach disse finalmente afundou no meu cérebro, e eu me senti ainda mais como uma solitária perdedora.

Eu poderia lidar com Rach ter uma esposa que a levou para longe de mim. Ela era uma garota que a amava como mulher, e ela nunca tomaria o meu lugar.

Mas será que ela realmente tem uma nova amiga?


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Notas finais do capítulo

Feliz Natal a todos vocês que comentam, acompanham e até aqueles que leem escondidinho rs.



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