A Minha Seleção escrita por LeitoraApaixonada


Capítulo 8
Capítulo 8 - Eu Não te Amo Mais


Notas iniciais do capítulo

Oie!! :) :)

Desculpe não postar ontem... O site estava dando problemas e eu não tive muita criatividade... AVISO: Sugestões são sempre bem vindas!

Beijocas!



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– May Campbell, seis. – Hazel falou com sua voz profissional. Comecei a prestar mais atenção nela e, por incrível que pareça, percebi uma certa beleza por trás de tanto trabalho. Seus cabelos castanhos claros iam até o final da orelha e seus olhos não estavam tão cansados como o da maioria das mulheres que tinham 40 anos. Tenho a impressão de que se ela tirasse uma folga ficaria bem melhor, tanto de aparência quanto de personalidade.

Levantei-me tomando o maior cuidado com o vestido. Segundo as meninas (minhas criadas) deveria ser delicada ao me sentar e levantar para que o tecido do vestido não amasse. Frescura delas, é claro. Na verdade eu não estava nem ai para o vestido, para a comida ou para a droga do menino que está me esperando do outro lado da parede.

Olhei novamente para a porta que dava na sala da entrevista da Princesa Angeline. Zack ainda não tinha saído de lá. Raphael batia o pé impaciente e todos os Selecionados se olhavam, perguntando por que tanta demora. Zack entrou na pequena sala improvisada já fazia mais de meia hora e até agora não tinha dado sinal de vida.

Suspirei pesadamente e segui para a porta. A maioria das meninas já haviam sido liberadas e agora estavam dormindo em seus quartos. O Salão já estava quase vazio a não ser por mim, três meninos e duas meninas que conversavam animadamente. Serio, eu daria tudo para não ter que ver a cara do Príncipe Peter hoje.

Peguei na maçaneta dourada com receio. As lagrimas estavam acumuladas nos meus olhos e as minhas mãos estavam geladas. Mais não era o frio que eu tanto gostava de sentir. Eu estava com medo, receio, preocupada e... Com uma dor mais do que insuportável no coração.

– Alteza. – falei olhando para baixo. Fiz a reverencia tão exigida e caminhei até a cadeira em frente ao Príncipe. Depois que me sentei olhei nos seus olhos azuis. Nossa! De perto ele era bem mais bonito. Seu cabelo castanho claro estava arrumado para cima e seu corpo tinha músculos que estavam muito bem escondidos por tanta roupa. Ele estava com um terno azul escuro que parecia exatamente da sua medida e, sentado do jeito que estava, parecia um rei.

– May não é? – me perguntou Peter com um sorriso acolhedor no rosto. Naquele momento ele deixou de se parecer com um rei. Por um pequeno segundo vi aquele que ele realmente queria ser.

– Sim senhor.

– Oh! Não me chame de senhor. Pode me chamar de Peter. – falou me olhando nos olhos. Paramos de respirar por um momento e o silencio na sala ficou constrangedor. Será que eu deveria responder? Puxar assunto com ele?

– Então, Peter... – falei tentando puxar assunto com um completo desconhecido. Tinha certeza que ele não gostou de mim. Sempre fui muito tímida e nunca fazia amigos, principalmente homens. Mais ele não quer ser seu amigo May! – pensei.

– Você é da Carolina certo querida?

Querida. Ele usou o nome que eu tanto abomino. Isso fez com que eu imaginasse aquele homem desprezível que me fez entrar aqui. Isso fez eu imaginar o meu próprio pai fazendo eu perder o homem que eu mais amei na minha vida. Zack.

– Sim. – respirei fundo e consegui responder. Eu não vou conseguir ganhar. Eu não vou conseguir ficar a tempo de ganhar o dinheiro que eu necessito. – Você já foi até a Carolina Peter?

– Na verdade sim. Mais eu não me lembro muito bem. – falou dando os ombros. Peter parecia ter uma lembrança muito boa, pois sorria de forma amigável. – Foi quando houve aquela nevasca terrível.

– Eu me lembro dessa nevasca. – disse juntando as mãos em meu colo. Eu não parecia nada segura do que dizia e isso me fez pensar em Zack. Da forma em que ele me protegia e percebia qualquer mudança de comportamento minha. Ahm... Eu ainda o amo. – Foi terrível. A pior que eu já presenciei.

– Tivemos que ir até lá para cuidar dos pobres. – senti uma ponta de nojo em sua voz e isso me fez ter arrepios. Ele poderia não ter falado isso. Poderia apenas ter concordado e mudado de assunto. Mais não! Ele teve que jogar na minha cara que eu não tenho nem 1/20 do que ele tem.

– É... – falei certamente constrangida e um pouco brava com o que ele acabara de falar. Achei melhor mudar de assunto. – Sua casa é muito bonita.

– Minha casa? – ele franziu o cenho confuso. Com toda a certeza eu falei algo de errado. Imagina se ele iria considerar o Palácio como sua casa?

– O Palácio. – corrigi-me rapidamente. – O Palácio é muito bonito. É bem... Diferente da minha casa.

– Imagino. Você é um seis, afinal. – Ai! Aquilo doeu. Logo depois que falou isso pareceu querer colocar as palavras de volta na boca, o que me deixou com mais raiva ainda. – Me desculpe querida.

Querida. Querida. Querida. Meu pai. 30 Mil Dólares. Eu preciso de dinheiro. Aguente.

– Eu tenho orgulho de ser uma seis Peter. – falei olhando diretamente naqueles olhos azuis mesquinhos. Minha voz saiu do jeito que eu queria, com nojo e asquerosidade. Agora eu tinha certeza que ele era um Um. Agora eu tinha certeza que o Príncipe Peter, o grande Príncipe de Illéa, era quem eu sempre desconfiei. Um cara sem coração, que não pensava em mais ninguém além de si mesmo.

– Eu não quis... – ele começou, mas eu o interrompi, quebrando todas as regras de conduta que eu tinha. Uma das regras principais de se ser uma empregada era não cortar a fala de alguém com a casta mais alta.

– Não, você quis sim Alteza. – disse sentindo o meu sangue fervilhar dentro das minhas veias. Esperei um tempo até ele mudar de assunto mas como ele não o fez, continuei. – Você não só quis como fez. Eu posso não ser uma Um mas eu tenho educação Alteza. Minha mãe sempre trabalhou muito para que eu crescesse saudável e tivesse educação o suficiente para não desprezar uma pessoa pelo o seu numero.

Ele parecia surpreso com o que eu falei.

– Minha querida, eu sinto...

– Não me chame de querida! – cortei-o com lagrimas nos olhos. Meu pai. Querida. Querida. 30 Mil Dólares. Minha mãe. Zack.

Então tudo veio a tona. As lagrimas que eu tinha segurado todos esses dias começaram a descer e minhas bochechasficaram molhadas. O vestido que eu tomei tanto cuidado para não amassar agora estava todo desgrenhado por conta da minha mão, que apertava o tecido sem parar.

Droga! Agora eu estava me fazendo de fraca na frente de um garoto mimado que iria rir de mim por eu ter chorado na primeira vez que ele falou comigo. Agora sim eu parecia uma menina histérica e sem caráter.

Me levantei não ouvindo nada que o Príncipe falava e sai da sala correndo.

***

Eu corria pelos corredores com as lagrimas que ainda desciam pelas minhas bochechas. Na verdade, elas eram as minhas maiores companheiras dês do acidente com o meu pai. Elas eram as únicas que me entendiam.

O salto alto que eu usava já estava começando a me machucar e meu cabelo estava começando a se desmanchar. O pior de tudo era ter que chegar no quarto e arrumar as malas, sabendo que meu destino no castelo era quase impossível. Sabendo que eu teria que voltar para o mundo real, que ficaria sem Zack e que teria que aguentar o meu próprio pai arruinando a minha vida.

– May! – gritou uma voz conhecida. A voz que eu tanto amava e que me reconfortava em qualquer uma das situações. Zack. – Espera ai May!

Parei na hora que ouvi ele dizer meu nome. Eu respirava com dificuldade em quanto ouvia seus passos se aproximando de mim. O meu quarto estava a menos de 3 metros de onde eu estava e eu ainda pensava na possibilidade de fugir, em vez de encarar aqueles olhos castanhos que me deixavam tonta.

– O que aconteceu com você? – perguntou quando chegou perto de mim. Olhei em seus olhos e tive a impressão de ver o mesmo amor que via antes. Queria abraçar ele, o beijar, chegar perto dele e falar as três palavras mais lindas do mundo. Eu te amo!

– Nada. – falei com a voz fraca. Ele me conhecera bem o suficiente para não acreditar no que acabei de dizer.

– Você ainda tem a coragem de falar para mim que não tem nada? Eu não sou o Príncipe May. – falou seguro. Ele estava chegando perto de mim quando me lembrei do real motivo de nos dois estarmos aqui. E ele já tinha deixado bem claro queria ficar aqui, com a Princesa.

– E eu não sou a Princesa Zack. Porque você está aqui? Porque você está correndo atrás de uma menina pobre e não da menina rica e bonita que ficou com você mais de meia hora conversando? Porque ainda não me humilhou como todos aqui fizeram?

– Eu posso explicar. Eu me escrevi para a Seleção...

– Pelo mesmo motivo que eu me escrevi. Eu não te amo mais Zack. – menti a ponto de cair novamente em lagrimas. Me virei de costas e segui para o meu quarto, ignorando tudo o que Zack falava.


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Notas finais do capítulo

Vishhhh...
Agora a coisa ficou seria...

Próximo capítulo vai ter bombas!!

Beijocas!!



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