Meu Trabalho É Um Parto escrita por B Mar, B Mar


Capítulo 4
Capítulo 4 - Grávida, gorda e... Torta.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/449328/chapter/4

Capítulo 4 - Grávida, gorda e... Torta.

Annabeth PVD:

A reunião foi uma droga. A única coisa que Zeus disse de interessante foi que iria passar alguns meses longe da empresa, por causa da cachorra – que eu nem me lembrava mais o nome - que tinha sofrido um acidente.

Ah, e tinha o enterro do Ares. O homem teve um infarto fulminante, mas isso não é de tanta importância.

– Olha lá. – Clarice apontou com a cabeça. – Nosso novo chefe.

Revirei os olhos.

– Ele pode ser competente, sabia? Zeus nunca o deixou fazer ou dizer nada, ele pode nos provar algo.

Ela me olhou como se eu fosse louca.

– A comida estragada afetou sua cabeça também?

– Ah, cale a boca. – Rosnei, indo de volta para minha mesa.

Suspirei e me sentei, encarando o computador.

(...)

– Você está gorda. – Clarice avisou, sentando-se ao meu lado.

Por uma semana, as coisas estavam extremamente calmas, e aquilo não me parecia nada bom.

Eu havia encarnado uma verdadeira grávida, e a comida estragada havia me ajudado muito na interpretação. Contudo, os enjoos não haviam passado e eu estava começando a me preocupar com uma infecção estomacal.

– Não é a primeira vez que eu ouço isso. – Ironizei.

Clarice, Athena, e até mesmo Dionísio haviam comentado sobre minha “gordurinha” nova.

– Eu sou sua amiga. – Lembrou. – Não minto pra você.

Ela mexeu um pouco nas mãos.

– O que foi?

– Eu trouxe algo pra você.

Franzi as sobrancelhas.

– Annabeth, você tem menstruado ultimamente? – Perguntou em um sussurro.

– Claro que não, Clarice. – Revirei os olhos. – Eu tomo injeção de quatro em quatro meses. Tomei há quase 4 meses, tenho que agendar a próxima.

Ela coçou o pescoço.

– Annie, você sabe que não tomou a última, não sabe? Você e Athena estavam quase sem grana e você achou melhor usar o dinheiro para a comida.

Meu rosto se desfranziu e tenho certeza que fiquei pálida.

– Clarice...

Minha melhor amiga me passou uma caixa.

– Tem três testes aí dentro. Faz xixi, olha e depois se livra deles.

Obedeci, mesmo que ainda assustada, e fui até o banheiro vazio.

Tranquei a porta e segui todas as instruções, esperando o tempo necessário.

O Primeiro? Positivo.

O segundo? Positivo.

E o terceiro? Positivo.

– Clarice.

(...)

– Você tem que contar ao Luke.

– Você é louca? Claro que não.

Ela me olhou cética.

– Bom, a sua barriga vai crescer, sua coluna vai se encurvar e, em alguns meses, uma coisinha vai sair de dentro da sua linda vagina.

Devo ter feito a pior cara do mundo, pois logo ela veio em meu favor.

– Vai ser o bebê mais lindo do mundo. De olhos azuis, cabelos loiros e narizinho fino, cheio de dobrinhas...

– Não tenta melhorar. – Avisei num grunhido.

– Que bom, porque eu não sei fazer isso.

Respirei fundo e ela acariciou minhas costas com uma das mãos.

– Eu estou ferrada, Clarice. Eu não tenho dinheiro para mim e para a Athena, muito menos para um bebê.

Ela deu de ombros.

– Eu posso te ajudar.

Confirmei levemente e encostei a cabeça na parede.

Completamente ferrada.

– Annabeth. – Ouvi a voz de Percy e levantei a cabeça. – Você pode vir aqui, por favor?

– Claro.

Me recompus e segui até sua sala.

– Annabeth, será que você pode vir a um lugar comigo?

– Tudo bem.

Ele sorriu e, involuntariamente, sorri de volta. Percy era encantador.

– Venha.

Ele abriu a porta do carro e pus o cinto de segurança após entrar.

Os enjoos, o peso extra, os gases, as variações de humor... Grávida.

– A minha prima estava grávida. – Ele comentou enquanto dirigia. – Eu sempre achei que a gravidez era a coisa mais linda do mundo até ela aparecer na minha casa dizendo que iria passar uma semana porque o marido estava viajando.

Ri pelo nariz.

– Pelos céus, Annabeth, eu nunca imaginei que uma grávida daria tanto trabalho. Ela roncava, comeu toda a comida da minha geladeira, brigava comigo todos os dias. E a barriga dela ficava torta, como uma barriga de grávida pode ficar torta?

Arregalei os olhos.

– Espera. – Levei minhas mãos ao ventre. – Ninguém me disse que minha barriga ficaria torta.

Ele arregalou os olhos comigo.

– Eu... Annabeth... Desculpe. Eu não... Desculpe. Olha, cada caso é um caso, a sua barriga não vai entortar, ela deve ter sido uma exceção.

– Ai, meu céu, a minha barriga vai entortar. – Choraminguei. – Além de gorda eu vou ficar torta.

– Você não está gorda. – Ele se desesperou. – A sua barriga... A sua barriga vai ficar linda, redondinha e... Ai, eu vou parar de melhorar, isso. – Choramingou comigo.

Confirmei com a cabeça lentamente.

Grávida, gorda e torta.

Ótimo.

Continua.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu Trabalho É Um Parto" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.