Meu Trabalho É Um Parto escrita por B Mar, B Mar
Cap 5
Annabeth PDV:
– Hum. Annabeth. – Percy abriu a porta para mim. – Eu meio que disse para a Afrodite que você é a editora-chefe.
– Quem é Afrodite?
– Se os céus quiserem, nossa nova escritora.
Arregalei os olhos e ele me empurrou para dentro.
– Olá. – Uma loira grávida sorriu para nós.
– Oi.
– Afrodite, está é Annabeth Chase. Annabeth, esta é Afrodite Lovegood.
– É um prazer. – Apertei sua mão.
– Annabeth, Afrodite é a escritora de quem falei. Sobre o livro das grávidas.
Fiz cara de compreensão, mesmo que fosse a primeira vez que ouvia sobre tal assunto.
– Annabeth já leu o livro?
Olhei Percy por alguns instantes.
– Eu ainda não li, estava desatolando a mesa e a agenda, mas pretendo começar amanhã.
Ela sorriu.
– Bom, o livro é um relato de histórias de grávidas que conheci. Sobre a gravidez ser um período bonito, radiante... – Percy tentou se intrometer.
– Com enjoos, prisão de ventre. – Interrompi.
– Gases e dificuldades de urinar. – Afrodite listou.
– E nem e fale do tamanho os meus quadris, eu tenho medo de não conseguir passar pela porta. Eu ainda não consigo acreditar que a minha barriga vai ficar torta em algum momento.
– É disso que eu estou falando. Imagina só como eu fiquei quando me entalei na banheira. – Ela me olhou. – Não foi legal, eu precisei do meu marido para sair.
– Eu não tenho uma banheira. – Dispensei o comentário. – Prefiro nem imaginar como seria.
– Foi difícil.
– Imagino.
Percy intercalou o olhar entre nós duas até abrir a boca, mas se interrompido novamente.
– Bom, Afrodite, o que nós queremos dizer é...
– A maioria dos livros sobre gravidez te faz se sentir deslocada. – Afrodite continuou como se ele não existesse. – Porque eu preciso estar linda e fofa o tempo todo? Os meus enjoos não são pela manhã, obrigada por perguntar, e não: eu não me cansei de sexo.
Não consegui segurar o riso.
– Eu ainda estou me acostumando com a sensação. – Confessei.
“Claro, eu descobri a gravidez há menos de uma hora”
– Quer dizer. – Continuei. – As coisas vão mudar ainda mais daqui pra frente. Eu não vou nem ao menos poder usar salto alto.
– Ai, que saudade dos meus saltos. – Ela choramingou. – Os meus pés doem apenas de imaginar que estou usando um deles.
– Isso é porque você não viu os meus pés ontem, eles estavam do tamanho do universo. – Resmunguei. – Eu já li uns 3 livros que diziam que a questão do salto era autocontrole. Autocontrole só se for da cara deles.
“Sim, eu já havia lido livros sobre gravidez. Na falta do que fazer, invente algo.”
– O seu bebê é quietinho?
– Bastante.
“Tanto que, até pouco tempo, eu nem sabia da existência dele”
– Bom, o meu também é assim. Durante o dia. Mas é só eu me deitar... Pronto. Não durmo a noite inteira. Parece competição, eu reclamo aqui fora, ele me pirraça lá dentro. – Gesticulou. – E eu estou no segundo trimestre, estou apavorada com o terceiro.
– Dizem que o terceiro é calmo. Ele só está ganhando peso. – Lembrei.
– É quando ele para de se movimentar tanto. Aposto que vou ficar louca. – Riu.
– Afrodite. – Chamei depois de alguns segundos de silêncio. – É por isso que precisamos de você.
Ela franziu as sobrancelhas.
– Nós, grávidas, precisamos de um livro que diga “Ei. Nós estamos aqui. Gravidez não é a época mais bonita da vida, nós também sofremos”. E nós – Apontei para mim e Percy. – Queremos ser a casa desse livro.
– Você nem o leu ainda. – Lembrou.
– Bom, eu conheço você. E, se o seu livro for tão bom quanto você, nós venderemos milhões. Além do mais, Percy já leu. E ele adorou.
– É sério? – Ela olhou meu chefe.
– Claro.
A loira sorriu.
– Eu vou pensar.
Terminamos de lanchar e, na saída, ela me passou um papel.
– Eu tenho aula de parto na próxima sexta. Estou te esperando lá. Leve o seu companheiro.
Ela se foi e olhei Percy.
– Nós conseguimos. – Ele comemorou e me abraçou por impulso, girando-me em seus braços.
– Percy. – Reclamei.
– Desculpe.
Ele me colocou no chão e seu rosto se avermelhou.
– Obrigada, Annabeth. Eu tenho uma surpresa pra você.
– Surpresa?
– Sim. Vamos à empresa, aposto que você vai adorar.
(...)
Ele abriu a porta de uma sala pra mim.
– Minha nossa. – Exclamei.
– Annabeth Chase. Seja bem vinda à sua sala.
Olhei em volta.
Certo, não estava tudo pronto, mas uma sala só pra mim?
– Percy, isso é... Minha nossa... Como... Como você... Espera. – Me interrompi. – O que quer em troca?
Ele coçou a cabeça.
– Está tão óbvio?
– Você é um péssimo mentiroso.
– Eu quero publicar o livro da Afrodite. – Explicou. – E eu quero sua ajuda... Então...
– Você quer que eu minta. – Corrigi.
– Não é tão pesado assim. – Enrolou. – O Zeus não vai me deixar fazer isso, então... E eu quero te colocar numa nova posição.
Arqueei uma sobrecelha.
– Quero você como a nova editora-chefe do seguimento familiar.
– Seguimento familiar?
– Quem melhor que uma grávida para comandar algo sobre uma família.
Respirei fundo.
– Percy, eu não sei...
– Annabeth, meu pai sempre disse que, para ser um bom editor, você precisa ter paixão. Eu vejo isso em você.
Tentei argumentar, mas ele levantou a mão.
– E, sabe... Editores ganham muito mais que secretárias.
Lhe olhei por alguns segundos.
– Muito mais?
– Muito mais.
Ele sorriu e pegou o livro na cabeceira.
– Aqui está. Precisar ler antes de encontrar a Afrodite novamente.
Confirmei e encarei a brochura.
Eu tinha muito trabalho pela frente.
Continua...
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