Meu Trabalho É Um Parto escrita por B Mar, B Mar


Capítulo 3
Capítulo 3 - Droga de comida estragada




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Cap 3

Annabeth PDV:

– Será que ninguém vai me atender nesse inferno? – Ouvi e me virei.

Brutus, o “escritor promissor” de Zeus.

– Posso ajudá-lo, Senhor? – Me ofereci.

– Onde está Zeus? – Ele me ignorou.

– Zeus não está aqui, mas você pode tratar com a secretária dele, a Annabeth. – Percy veio em meu favor.

– Quem é Annabeth?

– Eu sou a Annabeth. – Levantei a mão. – O senhor fala comigo todos os dias

– Ah, claro.

– Não se esqueça de dar os parabéns. – Percy lembrou. – Ela está grávida.

Ah sim, claro Percy. Grávida.

O ex-militar me analisou dos pés à cabeça.

– Bom, ela parece ser de uma linhagem forte. Pode ter um futuro fuzileiro naval.

Ele se afastou e dei de ombros.

“Completamente pirado”.

– Ei, Annabeth. – Chris me chamou. – Como você está?

– Bem, obrigada, e você?

– Oh, bem, muito obrigado. Mas eu não tenho um pedacinho de alegria crescendo dentro de mim. – Fez piada. – Como está o bebê?

– Muito bem, obrigada.

Ele se virou para sair, mas se interrompeu.

– Annabeth, só mais uma coisa, onde está a sua aliança?

Engoli a seco e Clarice interveio.

– Luke está juntando dinheiro para comprar. Sabe, não é legal tentar envergonhar as pessoas. – Ela alfinetou o estagiário. – Porque não volta ao trabalho?

– Desculpe.

Ele saiu e ela me olhou.

– Esse não incomoda mais. Venha, vamos trabalhar.

(...)

– Vai Annabeth. – Clarice me incentivou.

Baseball, uma das poucas coisas que eu sabia que ninguém nunca tiraria de mim. Eu sempre amei baseball, meu pai sempre me levava aos jogos nos estádios.

O lançador lançou a bola e rebati com a maior força que pude, correndo bases e me batendo com Percy na última, fazendo com que parte dele caísse em cima de mim.

– Annabeth. – Ele se levantou com pressa, ajudando-me a me por de pé. – Você está bem?

– Estou sim, obrigada.

– Tem certeza?

– Absoluta. – Confirmei com um sorriso, mas meu estômago se revirou. – Espera, não tenho não.

– O que está sentindo? – Se preocupou.

– Com todo o respeito, sai da minha frente, Percy. – Ordenei.

Ele se distanciou, mas percebeu que eu havia desestabilizada, então me segurou.

– Você precisa se sentar.

– É sério, Percy, sai da minha frente. – Mandei novamente, mas ele não obedeceu.

“Azar o seu, amigo.”

Contraí a barriga e meu corpo se curvou quando meu estômago despejou minha última refeição diretamente em suas calças.

Todos me olharam surpresos e olhei sem graça para o contador.

– Er... Acho melhor você realmente se sentar. – Disfarçou e me guiou até o banco.

– Você está bem? – Silena se preocupou. – O primeiro trimestre é a maior barra.

– Annabeth, você não pode correr e cair desse jeito. Se Percy tivesse caído em cima de você eu nem sei o que poderia acontecer. – Zeus se preocupou. – Você não pode mais jogar enquanto estiver grávida, nós sentimos muito. Você está fora da temporada.

Suspirei e voltei para o banco.

– Aqui. – Percy me passou um pacote de pastilhas. – Fica pra você, ajuda a tirar o gosto ruim.

– Obrigada. – Peguei duas de vez e joguei na boca.

– Foi um belo lance. – Elogiou.

– O último. – Dei de ombros. – É arriscado, eu não posso mais jogar.

– Muito arriscado. – Enfatizou. – Você já deveria ter parado.

Confirmei levemente e acariciei o estômago.

Droga de comida estragada.

O jogo terminou e fui trocar de roupa.

– Caramba. – Clarice parou ao meu lado enquanto eu me vestia, já estávamos sozinhas. – Você andou engordando?

– Eu? Não, porque?Eu pareço gorda? – Apalpei meu corpo.

– Bom, você definitivamente está com o quadril maior. Suas calças não estão mais apertadas?

– Estão um pouco mais difíceis de fechar. – Percebi. – Acho melhor começar a controlar o queijo.

– Não, deixa do jeito que está. – Ela interrompeu. – Está legal, está mais bonita. Aproveita...

Dei de ombros e Silena entrou.

– Annabeth, era você mesma quem eu queria encontrar. Eu estava programando de ir a uma loja para bebês na semana que vem, você não quer vir comigo?

– Er... Claro. – Confirmei. – Claro. Eu adoraria.

– Só uma coisa, de quantos meses está?

– Três. – Chutei um número pequeno. – Quase quatro.

– Eu estou de cinco. Não é uma competição, mas se fôssemos apostas sobre quem nasceria antes, o meu bebê ganharia.

“Claro que sim, competidora compulsiva...”

– Eu posso? – Perguntou já levantando minha camisa.

– Eu ainda não tenho barriga. – Justifiquei, mas ela me interrompeu.

– Como não tem se eu estou sentindo ela agora? – Me olhou irônica. – E não é gordura, está crescendo para frente e não para os lados. Você parece ter um biótipo pequeno, isso é normal...

Tentei processar o que ela disse, mas consegui apenas abrir a boca e pronunciar um:

– Eu tenho.

– Então é isso. – Concluiu. – Não se preocupe, logo ela vai sair, e quando sair... Não vai parar de crescer.

– É. – Ri sem graça.

– Bom, eu já vou indo, meu marido está esperando. Você quer uma carona? Acho que não seria muito saudável te deixar nesse sol.

– Claro, obrigada, eu adoraria. Clarice, nós nos vemos no trabalho?

– Até amanhã. – Pegou sua bolsa. – E não se esqueça de se alimentar, esse pequeno milagre deve crescer bonito e saudável.

(...)

– Sai da frente, sai da frente. – Empurrei os funcionários enquanto corria em direção ao banheiro.

– Ei... – Clarice ralhou quando me tranquei em um dos boxes. – Não se livrou da comida estragada ainda?

– Acho que tenho que mudar a geladeira inteira. – Resmunguei enquanto lavava a boca. – Tem pasta de dentes aí?

– Tenho pastilha, serve?

– Qualquer coisa serve.

Joguei três de vez na boca, sentindo o gosto mais ameno.

– Bom, eu tenho que ir trabalhar. – Respirei fundo. – Zeus tem uma “reunião para um anúncio importante”.

Ela riu.

– Deve ser sobre a cachorra. Ela foi esmagada, sabia disso?

Ri e ela retribuiu, apagando o cigarro e seguindo atrás de mim.

– Seu perfume sempre foi tão forte? – Resmunguei.

– Você nunca reclamou.

Continua...


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