Meu Trabalho É Um Parto escrita por B Mar, B Mar


Capítulo 2
Capítulo 2 – É. Grávida.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/449328/chapter/2

Capítulo 2 – É. Grávida.

Entrei em desespero. O que está no código penal, o que pode me salvar?

Eu não sou minoria: Não sou negra, deficiente, asiática, ruiva ou judia...

Então eu disse.

A mentira mais deslavada a da minha vida. A pior coisa que poderia ter passado pela minha mente, mas a minha única salvação.

– Eu estou grávida.

(...)

Annabeth PDV:

– Você está o que?

– Grávida. – Repeti. – Grávida. E o médico disse que nada que eu disser pode ser levado completamente a sério, porque os hormônios estão bagunçando completamente a minha mente e o meu juízo.

Zeus me olhou por alguns segundos e se levantou.

– Me espere aqui. – Avisou.

Espiei pela porta enquanto ele conversava com o departamento jurídico e respirei fundo, sentando na cadeira antes que ele voltasse.

Cebola, acidente, Athena desaparecida. Cebola, acidente, Athena desaparecida

As lágrimas vieram em poucos segundos.

Obrigada mamãe pelas aulas de teatro.”

– Annabeth Chase. – Zeus pareceu na porta. – Você está bem, você está... Chorando?

– Eu sinto muito. – Solucei. – Eu não queria magoar você, eu não queria chatear você. Eu não sei o que eu estava pensando quando falei aquilo. Eu estou com medo, estou assustada. Eu cuido da minha irmã mais nova, eu nem contei pra ela ainda.

Ele estava se reação.

– Eu sinto muito!

Zeus olhou para os lados, como se temesse que alguém visse a cena, e tirou um lenço do bolso.

– Por favor, não chore. Eu não vou mais te demitir, você vai continuar trabalhando, mas, por favor, não chore.

Respirei fundo e diminui gradativamente.

– É sério? – Olhei para cima.

– Sim, sim. Eu não posso demitir nenhuma grávida. Por favor, se controle e volte ao trabalho.

“Monstro insensível”.

– Obrigada. – Sorri.

– Quando o bebê nasce?

– No fim do ano, provavelmente.

São 6 meses para acabar com essa história.

Ele me olhou por alguns segundos.

– Está grávida de quase 4 meses? – Estranhou.

– Sim. São 3 meses e algumas semanas.

– Tudo bem. Volte ao trabalho.

Saí de dentro da sala lentamente.

Caramba. O que eu acabei de fazer?

– Annabeth. – Silena me alcançou. – Meus parabéns. O departamento jurídico está muito feliz. Porque não nos disse que estava grávida antes?

– Eu... Não sei.

– Deve ser pelos riscos do primeiro trimestre, não? Bom, o meu bebê chega antes, mas isso não é uma competição.

“Claro que não, anã de jardim.”

– Minha nossa, Annabeth, meu parabéns. – Hera me abraçou. – Parabéns.

“Calem a boca, calem a boca, essa história não pode se espalhar.”

– Pessoal. Atenção. – Ela chamou. – Annabeth Chase está grávida.

“Filha de uma...”

Clarisse me encarou com surpresa.

Em poucos segundos, metade da empresa estava à minha volta.

– Annabeth. – Clarisse exclamou.

– Eu não pude guardar segredo. – Inventei. – Tive de contar.

– Bom, isso não é algo que se esconde por tanto tempo. – Concordou.

“Clarisse DeLaRue, você é um anjo.”

– Mas e então, quem é o pai? – Poseidon indagou.

– Não estão sabendo da outra novidade? – Minha amiga interrompeu. – Luke pediu Annabeth em casamento quando descobriram o bebê.

Silena me abraçou.

– Muito obrigada, pessoal. Obrigada mesmo. – Sorri.

(...)

– Grávida. Eu já te disse que você é um gênio. – Clarisse tirou um trago de seu cigarro. – Como pensou nisso?

– Lei e Ordem. – Expliquei. – É proibido demitir uma grávida, mesmo que ela seja a pior funcionária do mundo. Discriminação, processo...

– Genial.

– Obrigada pela ajuda. Grávida e noiva...

– Agradeça. – Deu de ombros.

Respirei fundo.

– E como eu vou sair dessa? – Indaguei.

– Podemos dizer que foi um aborto espontâneo. Você ainda pega folga.

– Com quase 4 meses? Isso não acontece.

– Vamos entrar no jogo. – Avisou. – Depois a gente inventa uma desculpa.

Segui para a escola de Athena e pegamos o ônibus de volta pra casa.

– Eu vou remarcar com a coordenadora. – Avisou. – Ela sugeriu que eu fizesse escola de culinária depois da aula.

– Você tem aula de tênis.

– Mas eu cansei do tênis. – Se justificou. – Eu estava pensando em estudar numa escola de culinária.

– Continue pensando. – Avisei. – O tênis vai ajudar a pagar a sua faculdade, enquanto eu me viro com o resto.

– Eu sei. – Repetiu. – Sem opções desde a morte com os nossos pais...

– Isso mesmo. Agora trate de se conformar. Quem sabe quando você estiver formada, poderá fazer o tal curso de culinária, mas não agora.

– É isso que você faz? Se conformar?

– Sim.

– Bom, então não está dando muito certo. – Abriu a porta. – Porque, ao invés de estar com a minha coordenadora, discutindo a minha vida, você estava num bar fazendo só os céus sabem o que.

Respirei fundo e ela foi para o quarto.

“Ah Athena, se você soubesse...”

Nós havíamos perdido tudo quando nossos pais morreram. Hoje, só tínhamos um apartamento pequeno, alugado, e as roupas do corpo, mas Athena não entendia.

Ela poderia até trabalhar, mas eu não quero isso pra ela. Aos 17 anos, ela precisa estudar e ir para uma boa faculdade. Depois, arranjar um emprego numa grande área e se sustentar, e então eu poderia finalmente largar aquela porcaria de editora e ir para algum lugar que combinasse comigo.

Fechei minha porta e segui para o banho, saindo apenas de toalha.

“Grávida...”

Encarei o espelho e medi minha barriga.

Fala sério, quem acreditaria por tanto tempo?

Clarisse é louca.

Na verdade, eu sou louca, a ideia foi minha.

E se Athena e Luke descobrissem, eu não sabia o que faria.

Falando em Luke...

– Alô. – Atendi ao telefone.

– Annabeth. Oi, onde está?

– Em casa. – Dei de ombros.

– Tá a fim de sair? Você sabe, ir a algum lugar, beber um pouco.

– Eu não posso, estou sem grana. Além do mais, já cheguei atrasada no trabalho hoje, se chegar de novo eles vão arrancar o meu coro. – Me joguei na cama. – E você, onde está?

– Eu estava pronto para ir à sua casa, mas tudo bem. Podemos marcar outro dia, eu mal posso esperar pela segunda-feira.

– Claro que sim. – Forjei um tom feliz.

– Nos vemos depois?

– Claro.

Desliguei e deitei na cama.

Como eu já disse e repeti: Annabeth Chase. Muito, muito ferrada.

Agora em dose dupla.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu Trabalho É Um Parto" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.