Shy Violet escrita por Letys


Capítulo 3
Euforia - Part I


Notas iniciais do capítulo

*Desvia de pedradas* Demorei pra postar mas continuo amando vocês, ok? T^T Explicações da minha demora nas notas finais e espero que gostem do capítulo
Boa leitura :3



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[Alexy]

Como você deve se sentir quando está prestes a ver a pessoa que você ama? Você se sente ansioso, óbvio, mas de uma maneira boa. Você não sabe exatamente o que vai acontecer, mas sabe que vai se sentir estupidamente feliz só por ver aquela pessoa, ainda que de longe. Talvez vocês conversem e você provavelmente vai fazer a cara mais idiota possível enquanto conversa com a pessoa, mas por dentro, está exageradamente e perdidamente feliz, apenas por estar ali.

Mas não dessa vez.

Eu me sentia como um criminoso indo em direção a sua execução, por esse motivo, escolhi ir a pé. Não, a casa do Kentin não era nem um pouco perto da minha, eu teria que andar por mais de uma hora até chegar lá, o que era bom, assim eu até teria a chance de mudar de ideia, dar meia volta e voltar pra minha casa, mas eu nunca conseguiria fazer isso, nunca conseguiria deixar de ver ele se eu tivesse a chance.

– Droga, se acalma Alex, se acalma - Eu pensava

Não teria como eu me acalmar a menos que eu voltasse com uma pilha de sacolas pra casa. Sim, fazer compras não é apenas algo que eu goste de fazer por puro lazer, é relaxante também, mas eu não estava com tanto dinheiro assim pra ir até o shopping comprar roupas. Tirei minha carteira do bolso e comecei a contar as poucas notas que haviam ali

– 5,00... 5,70... 6,00... 7,00 euros. É, dá pra tomar um café.

Andei um pouco e entrei no Winterz, de manhã, é uma cafeteria e restaurante com ambiente bem agradável, a noite, as pequenas luzes LED que haviam nas paredes eram ligadas, e o único som que se ouvia era o das bandas que tocavam. Alguns dias eram bandas e em alguns dias eram DJ's, eu nunca cheguei a ir no Winterz a noite, mas parecia ser bem legal.

Sentei em uma das poltronas e relaxei, era o momento de eu relaxar e esquecer que estava nervoso, era o meu momento. Pedi um café e um cheesecake, porém, a garçonete que entregou o meu pedido era outra, era Violette, com os cabelos presos em um rabo lateral e usando um vestido azul claro com um avental.

– Aqui o seu café e o seu cheesecake, se precisar, o meu nome é Violette - Ela colocava a xícara e o prato na mesinha a minha frente, ela não parecia ter reparado que era eu, portanto, caminhou normalmente até a cozinha

– Obrigado! - Eu dizia acenando com uma das mãos, foi quando ela reconheceu a minha voz e tropeçou, se levantando no mesmo segundo e chegando na cozinha

Antes de eu fazer qualquer outra coisa, abri o WhatsApp e fui na conversa da Ally

"ally

ally

ally

ally mas que saco, abre logo essa buceta de whatsapp e me responde"

"ahn? que?"

"é só falar em buceta que você aparece na hora, sabia!!"

"parabens cara, você é engraçadão :')))) o que vc quer, desgraça?"

"me chama de desgraça até saber que estou no mesmo lugar que a violette"

"QUE?

AHN?

OI?

AS0´DPOASD´0ADPL

SD´K

ADPO

tá mesmo?"

"se eu to falando..."

"me manda uma foto"

Deixei minha câmera no zoom máximo e tirei uma foto da Violette enquanto ela não olhava, ela estava desenhando algo no seu bloco de notas, já que ninguém estava pedindo nada. Mandei a foto pra Ally.

"AI MEU DEUS QUE COISA MAIS PEQUENA E FOFA OAIDM~ÇLA,ASPODKADSPÁK AAAAaAAaaaaaHHHHHHHHH ONDE VOCÊ TÁ?"

"na winters, winterz SEI LÁ, MAS VEM PRA CÁ"

"INDO!!!"

Agora era só esperar a Ally e comer meu cheesecake antes que ela chegasse e comesse ele inteiro. Peguei a primeira garfada, é meio suspeito dizer que o cheesecake estava incrivelmente bom, já que eu não havia comido nada desde a hora que acordei, mas esse em especial, estava melhor do que os outros que eu já havia comido. Tomei um gole do café, estava perfeito, nem tão doce, nem tão amargo, e nem tão quente. Pra melhorar, começou a chover, agora sim eu estava me sentindo bem, o barulho da chuva se misturou com a musica ambiente que estava sendo tocada (que por sinal, era John Mayer, bom pra relaxar). Eu, que sempre gostei de agito e euforia, agora estava adorando a sensação de estar calmo, eu que sempre tive a euforia como parte de mim, agora estava me sentindo um velho por estar tão calmo

Euforia...

Talvez fosse isso que estivesse fazendo eu gostar tanto de estar calmo, minha euforia só aumentava toda vez que eu ouvia falar no Kentin, e era a primeira vez que eu estava esquecendo de tudo aquilo, de tudo aquilo que fazia eu ficar nervoso, tudo aquilo que bagunçava minha mente, mas que ao mesmo tempo, era tudo o que mantinha os meus pés no chão

Euforia era o que mantinha os meus pés no chão, e o Sr. Euforia acabava de entrar pela porta da Winterz, encharcado por causa da chuva, agora ele caminhava em minha direção, um pouco envergonhado

– Droga, droga - Eu pensava enquanto me ajeitava do melhor jeito possível, porém, acabei derrubando café na minha camisa

– Tá tudo bem aí? - Kentin perguntava, deve ter percebido meu nervosismo

– Tá sim, só derrubei um pouco de café - Eu sorria e coçava a cabeça pra disfarçar, e deu certo

Continuamos conversando, Kentin disse que estava indo comprar ingredientes para o almoço pois seu pai havia pedido, e sua casa estava repleta de batatinhas, balas e outras coisas que segundo ele, não serviam pra almoçar (pra mim, funcionam perfeitamente)

Fomos ao mercado, Kentin ia preparar um prato com nome difícil que na hora eu fingi que sabia o que era, mas a unica coisa que eu conseguia prestar atenção era em como meu coração estava realmente acelerado, mais do que nos outros dias, e eu estava com uma sensação horrível, eu estava suado demais perdi a conta de quantas vezes eu pensei que fosse desmaiar.

– Todo esse suor vai manchar minhas roupas, droga - Eu pensava alto

– Disse alguma coisa? - Kentin perguntou enquanto estávamos no caixa

– N-Não - Eu olhava pro lado e colocava as coisas em uma sacola para disfarçar o nervosismo, mas não adiantava, minhas mãos tremiam demais

– Você está bem? Você está tremendo demais, quer que eu chame um médico quando chegarmos em casa? - Ele colocava a mão na minha testa, a mesma coisa que a Ally faz pra ver se eu estou com febre - Está quente demais, vem, vamos pra casa

Não demorou mais do que vinte minutos até chegarmos na casa dele, e foram os piores vinte minutos. Em todos os 1200 segundos eu sentia que ia morrer, mas agora era sério, minha pressão estava realmente baixa. Por que isso acontecia justo nessas horas?

Paramos em frente a porta dele, havia um bilhete colado a porta

"Filho, eu e seu pai fomos ao hospital ver o seu avô. Não se preocupe, não aconteceu nada, mas você sabe como o seu pai é um manteiga derretida quando se trata do seu avô, não sabe? Espero que tenha comprado ingredientes pro almoço, e não bilhões de pacotes de biscoitos de chocolate. Beijos, mamãe"

– Bom, parece que o almoço é por minha conta hoje, já que meus pais não estão em casa - Ele sorria passando a chave na porta para entrarmos

– O que... Estamos sozinhos? - Eu perguntava, tremendo mais ainda. Eu nunca havia ficado sozinho por mais de cinco minutos com ele, e se alguma vez eu fiquei, era em um lugar público.

– Aham, qual o problema? Tem 16 anos e nunca ficou sozinho? - Ele ria, deixando eu entrar em sua casa logo seguido dele, que fechava a porta

– Eu estou... sozinho... com ele– Pensei - Ally, espero que você esteja se saindo bem com a Violette, porque eu não estou nada bem. Eu vou morrer, socorro.

Ouvi o barulho da porta sendo trancada e não tive nem tempo de observar como era a casa dele, minha visão ficou turva e foi como se minhas pernas não aguentassem mais o peso do meu corpo.

[Alyssa]

– Por que não vejo o Alexy e nem o Kentin? - Eu e Armin espiávamos escondidos embaixo de uma mesa da Winterz com binóculos

– Admita, você está mais preocupada em achar a Violette do que com o Alexy - Armin dizia olhando pra cozinha com os binóculos

– Não é verdade... Quer dizer, não totalmente - Eu fiz um bico e Armin riu de mim enquanto puxava as minhas bochechas - Ai! Isso dói

– Apaixonadinha, apaixonadinha - Ele puxava minhas bochechas e minha cabeça balançava de um lado pro outro, até que eu dei um soquinho na sua cabeça

– Ha ha - Eu ria ironicamente colocando os binóculos de volta

– Ally, menos barulho, alguém vai acabar ouvindo a gente

– Que nada, olha só, não tem ninguém perto - Eu observava tudo a minha volta

– Acho que você está com os binóculos do lado errado

– Lado errado?

– Sim, se você coloca do lado certo, você vê as coisas de perto, caso o contrário, você vê as coisas de longe

– S-SÉRIO? Droga

Armin tirou os meus binóculos e eu levei um susto com o que vi, Violette estava abaixada nos olhando com uma cara de ponto de interrogação

– Está tudo bem aí? - Ela perguntou inclinando a cabeça pro lado, ai meu deus, que bonitinha

– Está sim, claro que está! - Eu me levantei e acabei batendo a cabeça na mesa - Ai!

– Você esqueceu que estamos embaixo de uma mesa? - Armin perguntou saindo debaixo da mesa

– Dur, claro que não, quem esquece uma coisa dessas? - Ele percebeu minha ironia, já Violette parecia não dar tanta atenção a minha resposta

Ela estendeu a mão e me ajudou a levantar, eu e Armin nos sentamos (nas cadeiras, dessa vez) e ela me disse pra esperar um pouco enquanto preparava um café e dois cookies pra gente. Quando voltou, ela voltou com o café, os cookies, e um cara com moletom dos Beatles e jeans um pouco folgados na perna, ele também tinha um pouco de barba e os cabelos eram na altura do pescoço, um pouco bagunçados.

– O que é isso? Um novo brinde na promoção talvez? - Armin sussurrava

– Contanto que esse brinde não se chame "possível namorado", pra mim está ótimo - Eu sussurrava de volta

– Gente? - Ela nos chamou, vendo que a gente não estava prestando muita atenção

– O-Oi - Coçávamos a cabeça um pouco constrangidos

– Esse aqui é...

– Não seja um possível namorado - Pensava - Não seja alguém que goste dela, não seja um primo tarado

– Meu pai - Ela completava

– O QUE? - Eu e Armin alteramos a voz, parecendo assustar um pouco a Violette e o pai dela

Eu pensava que ia morrer, afinal, não é sempre assim quando a gente conhece o pai da namorada? Não que ela fosse minha namorada, quer dizer, ela era, nos meus pensamentos pelo menos, então eu já sabia que esse dia ia chegar, mas não esperava que fosse tão cedo.

Pai dela...

O fucking pai dela

Eu olhava assustada pro Armin e ele tentava segurar a risada enquanto ria da provável cara de pamonha cagada que eu estava fazendo. Que merda, o pai dela

Alexy, espero que esteja se saindo bem com o Kentin, porque aqui não está tão bem assim. Droga, eu quero morrer.


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Notas finais do capítulo

Ok, eu pretendia deixar esse capítulo enorme, ele só não está enorme porque eu não queria mais deixar vocês esperando. Eu travei na parte em que eles estão no mercado, demorei pra postar porque fiquei pensando como continuar, e não conseguia, então eu só adicionei uma partezinha deles e uma que é a Ally que narra (não era nem pra ter resquícios da Ally nesse capítulo) e vou postar a continuação do outro capítulo uma outra hora.
Tia Letys, não entendi, explica melhor? Claro! Apenas dividi o capítulo enorme em duas partes (ou até três) e adicionei um "extra" nessa primeira parte. Portanto, o próximo capítulo é um Euforia - Part II e talvez tenha até um Euforia - Part III o_O
Obrigada por terem paciência, e espero que tenham gostado ^-^