– Lia você viu a Pietra?

Natan perguntou chegando perto de mim e do Vitor.

– Não, só vi ela quando cheguei.

– Ok.

Ele saiu atrás dela. Leo continuava me observando desde a hora que me viu a primeira vez e Vitor continuava encarando ele com raiva, mas sem demonstrar.

– Quer dançar?

Perguntei para distrai-lo um pouco.

– Não, quero continuar observando o inimigo.

Ele estreitou os olhos para o Leo.

– Como você é idiota! Vamos logo. - Ri e o puxei para dançar. - Você vai continuar olhando para um homem ao inves de olhar para a gostosa da sua namorada?

Vitor me olhou rindo.

– Desculpa. - Ele me abraçou e me deu um selinho. - Faz tempo que não dançamos juntos.

– Verdade.

Ele sorriu e me puxou mais contra ele, começamos a dançar da nossa forma, nos provocando, do jeito que gostamos. Vitor me segurava firme no quadril enquanto eu rebolava colada com ele.

– Eu amo quando você dança comigo.

Vitor disse e eu sorri e rebolei ainda mais.

– Eu poderia ter a honra de uma dança?

Miguel chegou sorrindo e o Vitor parou de dançar.

– O que você acha?

– É claro que sim.

Respondi e o Vitor me encarou.

– Cala boca idiota, ele ta pedindo minha permissão.

Vitor me deu um tapa na testa.

– Cala a boca você, vai dar uma volta que eu vou dançar com o Miguel.

Ri, empurrei o Vitor e puxei o Miguel.

– Acho que seu namorado não gosta mais de mim.

Miguel disse rindo enquanto olhava por onde o Vitor tinha saído.

– Relaxa, ele já não gostava agora só gosta menos.

– Nossa obrigada!

Estava dançando com o Miguel quando senti alguém me puxar, pensei ser o Vitor com as encrencas dele de novo, mas era o Leo.

– Me solta!

Recuei para perto do Miguel novamente que já estava segurando na minha cintura.

– Pensei que pudesse querer matar a saudade, Lia.

Leo disse em seu tom de voz que eu sempre odiei, um tom de deboche.

– Não quero.

– Vai curtir a festa Leo, deixa a gente aqui.

– Calma Miguel, só queria relembrar os velhos tempos.

Leo levantou os braços como quem se rende, mas o sorrisinho debochado continuava em seu rosto.

– Olá!

Vitor chegou perto de nós olhando para mim e depois para o Leo.

– Oi, Vitor. Vamos pegar uma bebida.

O levei de lá antes que começasse uma discussão, mas ele foi o caminho todo olhando para trás ainda encarando o Leo que também o encarava.

– Não sei o que ele tava falando, mas sei que não era coisa boa. Quem é ele, Lia?

Dessa vez ele me encarou, peguei um pouco de vodka em um copo e tomei fingindo que não tinha ouvido o que ele falou.

– Tá gostando da festa?

– Lia deixa de ser otária, você ouviu minha pergunta.

Revirei os olhos, eu não ia mentir.

– Ele é meu ex namorado.

– E quando você pretendia me dizer isso?

Ele me olhou indignado.

– Na verdade nunca, mas...

Deixei a frase rolar e sua cara de indignação só aumentou.

– Lia!

– Quê? Você ia ficar estressado assim como está agora e eu não queria arrumar confusão.

– Você acabou de arrumar.

– Por quê?

– Porque você é uma abestada, agora eu vou meter a porrada no muleque lá e daqui a pouco eu volto para brigar com você.

Ele se virou para sair, mas o puxei pela camisa na mesma hora.

– Você vai bater nele por quê? Por que eu já beijei ele? Bata na metade da festa então meu amor.

Quando terminei de falar ele se virou de volta para mim chocado, deu até a vontade de rir da cara de assustado dele.

– Lia você era tão rodada assim?

– Eu to mentindo Justin, só quero dizer que não tem motivo para você bater nele, pelo menos não ainda.

– Mas eu não gostei dele.

– De quem você gostou dos meninos que conheceu aqui?

O encarei com uma sobrancelha arqueada.

– Nenhum, mas não vem ao caso.

– Por favor não arrume briga com ninguém, Vitor.

Ele respirou fundo e ficou olhando para mim.

– Ok, hoje não.

– E aí, galera?

Dinho chegou tão bêbado que acho que nem acertava mais a boca para beber, ele nos abraçou.

– Dinho, você já está bêbado cara?

– Quem tá bêbado? Você né? Eu estou sóbrio como um cavalo.

E ele começou a rir sozinho.

– O que o cavalo tem a ver com isso?

Perguntei para o Dinho que balançou a cabeça como se dissesse que o Dinho era idiota, o que no caso era a mais pura verdade.

– Eu já peguei 3 gatas.

Dinho disse fazendo um cinco com a mão que ele havia tirado dos ombros do Justin.

– E quantas bebidas?

Perguntei rindo.

– Só 2.

– 2 o quê?

– 2.

– 2 copos, litros, garrafas? 2 o quê?

– 2.

– 2 o quê Dinho?

– Deixa de ser abestada Lia, 2 é 2.

– Eu vou bater no Dinho.

Olhei para o Vitor que estava rindo de mim.

– Você pegou quantas Vitor?

– Nenhuma, ele tem namorada.

Dei um tapa na cabeça do Dinho.

– E daí? Isso nunca o impediu e você por um acaso colocou um chip no pau dele? Ele pode dizer que vai no banheiro e vai agarrar uma loira bem mais bonita que você, baranga.

– Dinho acho bom você ir dar uma volta, você não está em condições para apanhar da Lia.

Vitor ria da situação.

– Essa baranga nem sabe bater.

– Dinho ou você sai daqui, ou eu arrumo uma faca e vou te dissecar.

– Não sabia que galinhas sabiam usar facas.

O Vitor gargalhou, Dinho olhou para ele e depois gargalhou também, eu vou matar esse garoto.

– Filho da puta!

– Você já andou tendo filhos Lia?

E o Vitor riu ainda mais.

– Dinho some da minha frente.

– Fala sério, você ta amando minha presença, sei que você sempre teve uma queda por mim.

– Dinho agora para de zoeira e vai embora.

Vitor tentou tirar ele de perto de nós.

– Ta com ciumes, brother? Relaxa que sou que não quero a baranga da Lia.

– Idiota.

Dei uns tapas nele.

– Ei Lia calma, isso tudo só porque eu te rejeitei? Um dia quando eu acordar solidário eu faço a boa ação de te deixar me dar uns beijos.

– Dinho quando você estiver sóbrio vou quebrar a sua cara.

Vitor depois de parar de rir conseguiu o segurar e levar ele pra longe.

– O que foi?

– Seu amigo retardado e bebado enchendo minha paciencia, quase matei ele, faltou apenas um pouquinho.

Gui riu da minha cara.

– Eu sabia que com 2 copos o Dinho já estava assim.

– Ele é um idiota!

– Não fica assim, Lia. Lembre-se que ele estava bebado.

– Deixa só ele ficar sóbrio.

Disse rindo com o Gui.

– Vocês não viram a Pietra? Não consigo achar ela em canto nenhum, to ficando nervoso já.

Natan ainda estava atrás da irmã dele. Pietra sempre foi meio maluquinha, tenho até medo do que pode estar aprontando.

– Eu tinha visto ela indo pra lá com a Sophia.

Gui apontou para a área da piscina e comecei a rir.

– Pietra já é meio louca, com a Sophia então.

– Só o que me faltava era minha irmã se agarrando com as meninas por aí.

– Se eu fosse você ia atrás dela, a Soph não é confiavel.

Natan seguiu o conselho do Gui e foi embora.

– E o Lucca?

– Da última vez que vi ele tava com uma garota por aí e o Biel estava bebendo e conversando com a Carine. Eu vou indo dar uma volta também.

E o Gui saiu, logo depois o Vitor voltou ainda rindo de mim.

– E aí baranga?

– Retardado.

– Não fica com raiva.

Ele me abraçou, mas não parava de rir.

– Você nem me defende.

– O Dinho estava bebado, não dava para te defender.

– E porque você estava rindo sem parar também né?

– É.

Fechei a cara e ele veio me beijar.

– Sai daqui.

– Vamos lá no banheiro?

– Pra quê?

– Pra conversar sobre o preço do boi, Lia. O que você acha?

– Eu não vou para o banheiro me agarrar com você, Vitor.

– Você já fez isso em um beco.

– Mas eu não quero agora.

– Mas eu quero vou te agarrar a força.

Ele me pegou no colo e saiu me levando pelas escadas e eu estava batendo nele durante o caminho. Ele lutou para que entrássemos juntos pela porta e me venceu, entramos, mas não foi no banheiro, encontramos a Pietra e a Sophia se agarrando dentro do quarto da Pietra. Olhei para o Vitor com a cara chocada e ele riu da minha reação, sua risada interrompeu o clima e as duas se viraram nos olhando.

– Podem continuar isso estava bom demais.

Dei um tapa no Vitor que ainda ria.

– Pietra sabia que o Natan estava louco atrás de você? E Sophia sua safada, como você agarra a Pie?

– Hey hey, foi ela quem deu em cima de mim primeiro.

– E o que vocês estão fazendo aqui?

Pietra pediu explicações.

– Estávamos procurando o banheiro para nos agarrar, mas eu mudo de opção podem continuar e eu assisto.

– Filho da mãe!

Peguei um guarda chuva que tinha atrás da porta e bati nele.

– Vamos descer, Vitor e Lia acabaram com o clima e seu irmão está te procurando.

A Soph saiu de cima da Pietra e as duas se levantaram.

– Eu não acredito que você estava se agarrando com a Sophia, Pietra, seu irmão pensando que já tinha sido sequestrada ou qualquer coisa.

– Não briga com ela, amor.

Vitor tinha achado tudo muito divertido.

– Eu estava sendo feliz Lia.

– Se você não quer, tem quem queira, Lia, mas se você quiser agora eu ainda quero e podemos fazer uma festa á três.

A Soph disse comemorando enquanto saíamos do quarto.

– Eu posso assistir?

Vitor disse feliz.

– Deixa de ser pervertido, menino.

Ri dele e da Soph. Voltamos para a festa, enquanto procurávamos o pessoal, achamos o Lucca, o Dinho e o Biel sentados em um sofá mais no canto.

– O que tá acontecendo?

Perguntei já que o Lucca não parava de rir.

– O Dinho.

Ele respondeu ainda gargalhando. Dinho estava sentado ao lado do Biel e estava falando um monte de coisa enquanto o Biel se aproveitava e alisava ele.

– Biel eu sei que sempre teve uma queda por mim como a Lia, talvez um dia quando eu acordar solidário também deixo você me dar uns beijos.

E ninguém se aguentou, todos começamos a rir sem parar.

– Claro, Dinho. Você poderia ser solidário agora né?

Biel nada besta se aproveitava da situação.

– Não, porque agora eu ainda quero saber de xotas, mas um dia quem sabe?

– Eu tenho a vingança perfeita.

Peguei meu celular e comecei a gravar e tirar fotos. As vezes o Dinho encarava o Biel que tentava beijar ele, eu não conseguia nem respirar de tanto rir.

– Eu vou ao banheiro, não to me aguentando.

Disse para o Vitor que continuava lá dando corda e zoando o Dinho . Fui a caminho do banheiro, quando ia fechar a porta alguém me interrompeu empurrando forte e entrou. Leo trancou a porta atrás dele.

– Pronta para recordar os velhos tempos, Lia?

– Leo faz o favor de ir embora, meu namorado sabe que eu to aqui e se eu demorar não vai sair nada bem para você.

– Então tenho que ser rápido.

E ele se aproximou.