Autora.

Hermione acordou naquela manha ás oito horas triste, chateada e com muita raiva. Ela não queria sair da cama, mas tinha que ir ao funeral, decidiu ficar deitada esperando dar nove e vinte para começar a se arrumar e dar a noticia a sua mãe, que ainda não sabia de nada. E ao que parecia, ela queria que seus pais fossem ao enterro com ela. Quando ela olhou o relógio pela ultima vez eram nove e dez, o tempo parecia não passar enquanto ela ficava olhando as pessoas passando felizes com seus cachorros e maridos do lado de fora de sua janela. Saiu da cama e se olhou no espelho, seu rosto estava todo sujo de rímel e lápis devido ela ter chorado a noite, depois tomou um banho bastante demorado, água caindo pela sua cabeça ajuda muito. Vestiu uma camiseta preta, uma jaqueta preta e um short preto pouco curto e desfiado. Calçou suas botinhas e desceu. Sua mãe lhe recebeu com um sorriso, a mesa estava cheia de guloseimas que ela amava, mas estava sem apetite.

– Mãe, acho melhor a senhora ir se vestir e melhor ser preto – disse Hermione hesitando olhar nos olhos da mãe dela.

– O que aconteceu? – perguntou a Sra. Granger.

– Claire... a Claire morreu – falou sem rodeios, as lágrimas já cravavam uma batalha em seus olhos lutando para sair.

Sra. Granger de antemão havia pensado ser brincadeira, mas depois das vestes da menina e de sua expressão abalada, acabou acreditando. Ela se aproximou de Hermione, a abraçou fortemente, a filha fez o mesmo, a anos elas não se abraçavam.

– Eu sinto muito – disse a mãe de Hermione.

Hermione assentiu, sabia que a mãe dela gostava de Claire e ela realmente sentia muito. Hermione sentou-se no sofá os esperando. O pai e a mãe de Hermione desceram e eles foram direto para o carro, Hermione passou o tempo todo sem dizer uma palavra.

Harry acordou com seu despertador tocando, dez horas em ponto, ele deu um pulo que caiu da cama, estava totalmente atrasado, mas sua casa era mais perto do cemitério e ele não pegaria carro, apenas aparataria. Tomou um rápido banho, vestiu uma roupa preta que encontrou em seu guarda-roupa que ele nem sabia que existia. Não comeu nada, mas sua barriga roncava. Ele aparatou no cemitério. Logo quando chegou viu um carro chegar, ele olhou de relance e viu Hermione descer. Eles se entreolharam, mas o olhar dela rapidamente seguiu para o túmulo. Ela tinha uma flor vermelha nas mãos, vermelho era a cor preferida de Claire, e então colocou em cima da lápide que estava escrita “Filha e Amiga”. Esme abraçou Hermione e caiu no choro, aquilo era tão inacreditável. Começou a chover, mas como todos estavam esperando por aquilo abriram seus guarda-chuvas. Depois Esme fora conversar com os pais de Hermione enquanto ela caminhava até Harry que estava encharcado olhando para frente, como se existisse algo além daquilo.

– Você vai ficar doente – disse Harry ainda olhando para frente enquanto Hermione se posicionava ao seu lado.

– Você também vai.

Harry sorriu.

– Foi você quem escreveu isso na lápide dela? – indagou Hermione.

– Bom, eu não, mas o cara que faz essas coisas em pedras.

Hermione o fuzilou.

– Não me culpe, a frase foi à tia dela quem escolheu – retrucou Harry.

– Tudo bem.

– Mesmo? É... quero dizer, você está bem? – perguntou Harry.

– Desde quando somos amigos?

“Desde que você tinha onze anos” pensou Harry.

– Só estou perguntando se você está bem, precisa ser amigo para fazer a seguinte pergunta?

Hermione balançou a cabeça, ela não queria dar o braço a torcer e desabafar tudo o que estava sentindo, mas só em olhar para ela dava para saber que ela estava mal, então apenas assentiu.

Os pais de Hermione faziam movimento com as mãos a chamando.

– Você me deve um obrigado sabia? – murmurou Harry.

– Tchau – disse ela friamente. Hermione odiava pedir obrigado, ainda mais para... ele.

– Até algum dia – nessa hora Harry desviou o olhar e encarou-a.

– Eu não disse que...

– Eu já sei que você não quer me ver – Harry a interrompeu. – Mas o mundo é tão pequeno – Hermione sorriu e então saiu dali.

Harry chegou em casa e rapidamente trocou de roupa, se não ficaria resfriado, estava chovendo, mas ele estava com muita fome, então resolveu ir a lanchonete que eles comeram no dia anterior, não traria boas lembranças, mas a comida de lá era boa.

Hermione fez o mesmo quando chegou em casa, mas ela não sairia para lugar nenhum, vestiu uma roupa frouxa, mas confortável e deitou. Com apenas um minuto o telefone ao lado da sua cama toca. Ela se assustou, ninguém além de Claire ligava para ela. Atendeu, era uma voz que ela relembrava, claramente. O policial.

– Hermione Granger? – chamou ele do outro lado da linha.

– Sim?

– A senhorita pode vir aqui? Temos noticias.

– Estou indo.

Hermione levantou rapidamente e foi ao encontro do policial. Quando chegou a delegacia fora logo atendida.

– Senhorita Hermione, nós pegamos as gravações de segurança, tudo o que encontramos fora isto.

Hermione olhou para o monitor, lá estava Claire esperando do lado de fora, quando de repente, a câmera fica toda preta.

– Ele provavelmente usou algum tipo de pano, não sei, mas a câmera estava tampada, e logo em seguida a mesma mão aparece e tira o pano. Infelizmente não da para saber quem foi, não tem como saber nada com essas gravações. É melhor considerar o caso perdido.

Hermione meneou a cabeça triste, mas assentiu saindo dali, sem dar quaisquer resposta ao policial. Talvez tivesse sido melhor daquele jeito, pensou Hermione consigo mesma. A raiva dentro de si só aumentava e ela sabia que se estivesse cara a cara, frente a frente com o cafajeste ela o mataria em apenas um segundo. Mataria não, torturaria e depois de muito tempo o mataria. Não era justo com ela, não era justo com Esme, não era justo com a própria Claire, que queria ter mais anos de vida, que não queria que tudo acabasse daquela forma. Hermione chutou o cesto de lixo que tinha em sua frente e foi para casa.