Lembranças escrita por Le Sterwinche


Capítulo 8
Inacreditável


Notas iniciais do capítulo

AVISO IMPORTANTE:
meus amores, amanhã eu infelizmente não irei ter tempo para escrever e postar. Então, nos encontramos na segunda?
Caprichei nesse capitulo para vocês, eu espero que gostem. Quero reviews, beijos ♥



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Hermione

Eu rapidamente tiro a varinha da bota e olho para o lado. Nada. Mas Claire continuava com medo e me cutucou.

– Está tudo bem – disse ela, nós duas rimos. Como poderíamos sermos tão ridículas ao ponto de ficar morrendo de medo por um simples ruído?

– Ah não – eu disse olhando para a bolsa.

– O que houve? – perguntou ela.

– Esqueci as chaves de casa em cima da mesa, espera, já volto – eu disse entrando novamente e pegando as chaves, sem nem se quer olhar para Harry.

Na mesma hora em que pego as chaves da mesa escuto um barulho... na verdade um barulho muito parecido com um tiro. Saio correndo e quando chego Claire está caída no chão com a blusa sangrando. Eu corro até ela colocando a mão na boca surpresa com aquilo. Eu não consegui tocá-la, não consegui chegar perto, só fiquei parada com as lágrimas lutando para sair dos meus olhos. Harry chegou correndo até mim e pareceu ficar atônito também.

– O que eu posso fazer? – perguntou ele, sem jeito.

– Foi um assalto – admiti tentando me aproximar.

– Como você sabe? – ele continuava parado no mesmo lugar.

– A bolsa dela não está aqui, aposto que a pessoa tentou levar e ela puxou.

– Então ele não deve estar longe – disse Harry correndo dali, dobrando a esquina a procura do homem.

Eu chego perto dela, pela primeira vez criando coragem para tocá-la, ponho a mão no pulso dela, não batia. As lágrimas que lutavam para não sair começaram a rolar de uma maneira inexplicável, eu já não conseguia mais conter os soluços, quando menos espero vejo uma sombra atrás de mim, era Harry. Ele me abraçou sem jeito, eu o teria empurrado, quer dizer ele nem teria me abraçado em circunstancias normais, mas naquele momento, diante da minha melhor amiga... morta. Eu não podia fazer bico, não podia implicar com ele naquela hora, e odeio admitir, mas o que eu mais precisava no momento era de um abraço. Quando os braços dele me envolveram, chorei mais ainda, ele afagava meus cabelos e eu apertava os braços dele, como se aquilo fosse estancar a minha dor. Aquela dor horrível que eu estava sentindo.

– Ei, ei, calma – Harry disse ainda afagando minha cabeça.

– Calma? Eu acabei de... Harry se eu não tivesse saído de perto dela eu tinha feito... nada disso teria acontecido. A culpa é toda minha.

– Hermione a culpa não é sua, não se culpe por algo que você não fez, você só foi buscar uma coisa que aconteceu. As coisas acontecem assim mesmo, sem menos esperarmos, sem ter explicações.

– Mas com Claire não Harry – eu o empurrei.

– Você já vai começar?

– Você não sabe nada do que eu estou passando, NADA – gritei.

– Hermione para de falar as coisas sem pensar, eu perdi meus pais, eles foram assassinados, o meu padrinho a única pessoa da minha família que ainda me restara fora assassinada, o meu diretor que era bem mais que um amigo, era um tutor para mim, que me ajudava em tudo, era como se fosse um tio, foi assassinado. Entre outras várias pessoas próximas a mim, que eu amava foram assassinadas, e eu perdi absolutamente tudo o que eu tinha, então, por favor, não venha dizer que eu não sei ou gritar comigo por que eu só quero ajudar você. Só isso – ele disparou, eu me encolhi.

Com poucos minutos a policia chega. E uma roda de pessoas que estavam na lanchonete está em volta ao corpo de Claire.

– Alguém aqui é parente ou próximo a essa moça? – perguntou o policial.

Eu me pus para frente.

– O que aconteceu aqui? – indagou ele olhando para mim.

– Assassinato, quero dizer... um roubo. Levaram a bolsa dela, ela com certeza não queria entregar e então atiraram – eu disse, sem rodeios.

– Você viu quem foi a pessoa culpada?

– Não vi, não senhor.

– Bom, vemos que aqui temos câmeras de segurança – o policial apontou para os muros da lanchonete. – Vamos conseguir filmagens e ver como tudo isso aconteceu. Você tem telefone para contato? – perguntou o policial.

– Tenho sim. – então anotei o numero em um pequeno papel e o entreguei.

O policial fez uma ligação e chamou uma ambulância que chegou com poucos minutos. Harry me puxa pelo braço.

– Precisamos sair daqui – disse ele.

– Mas por quê? – indaguei confusa.

– Você não merece ver isso – explicou Harry – Temos que ir... quer dizer, você tem que ir avisar a família de Claire e preparar as coisas do funeral.

– Você pode ir comigo? Quero dizer, você é bem melhor em funerais do que eu. Então... eu não sei como dar essa noticia a tia de Claire. – pedi, tentando segurar as lágrimas novamente.

– Tudo bem.

Naquela hora, os policiais batiam fotos do lugar, verificavam cada detalhe e uma fita estava estendida para que ninguém além deles se aproximassem do corpo. Pedi ao policial que eu havia falado antes que a visse novamente, ele assentiu. Eu ultrapassei as fitas de afastamento. Os olhos de Claire ainda estavam abertos, passei a mão fechando os olhos dela e algumas lágrimas caíram em meu rosto. Limpei-as e sai dali.

– Pronto, vamos? – perguntei. Harry apenas assentiu, então segurou em meu braço e aparatamos.

Suspirei antes de bater na porta. Como era tarde da noite, quase de madrugada a tia de Claire estava em casa, ela saiu e abriu a porta.

– Oi querida. Se veio atrás de Claire, ela não está aqui – disse Esme com um sorriso. Como eu daria a noticia de que a sua sobrinha, sua única família morreu?

– E é sobre isso que eu quero falar. Podemos entrar? – perguntei.

– Claro querida. Entre.

Nos sentamos no sofá. Ela fechou o sorriso quando viu minha expressão.

– Então... Claire se meteu em alguma briga novamente ou teve uma overdose? – perguntou ela preocupada, mas acostumada com aquilo.

– Não Esme, é muito além disso. – eu não sabia como começar, não sabia se as palavras sairiam da minha boca sem que os soluços viessem atrás. – Claire não está mais entre nós. Ela foi vitima de um assalto, levou um tiro... – as lágrimas já desciam.

Esme desmaiou. Eu e Harry nos entreolhamos, e fomos à procura de álcool para acorda-la novamente. Quando ela acordou. Tivemos aquela velha conversa novamente.

– Não. Não, não foi a minha menina, você deve ter se enganado... – Esme levantou do sofá e andou de um lugar para o outro.

– Eu não me enganei Esme, eu queria tanto ter me enganado, mas não foi engano.

Esme começou a chorar desesperadamente eu sem jeito a abracei.

– O que eu vou fazer agora? – perguntou Esme soluçando. – Ela era tudo o que eu tinha.

Eu afaguei o cabelo dela.

– Nós temos que ajeitar o funeral e...

– Deixa que essa parte faço eu – interrompeu Harry – Se quiserem é claro.

Nós assentimos.

– Então, funeral da Claire, amanhã ás dez horas da manhã. Avisem aos amigos, não sei – anunciou ele.

Esme apenas assentiu e então nos despedimos saindo dali.

– Quer que eu a vá deixar em casa? – indagou Harry, sendo gentil.

– Não precisa. – eu consegui dizer sem gritar ou berrar com ele.

– Bom, eu sei que você me odeia, mas como eu vou ajeitar o funeral dela e tudo mais, vou estar lá, mesmo que você não queira. Porém, eu posso me esconder, se você quiser – murmurou Harry, aquilo me fez dar um leve sorriso.

– Ok – respondi. Então ele aparatou e eu logo em seguida.

Cheguei em casa exausta, eram duas horas da manhã. Eu subi para o quarto, tomei um banho rápido e cai na cama, comecei a chorar novamente, fazia três anos que eu não chorava, três anos que eu não ficava triste daquela maneira, minha cabeça doía, as lembranças invadiam minha mente e eu só conseguia ser uma garotinha fraca em cima da sua cama, precisando de consolo. Eu só conseguia ser tudo aquilo que eu mais odiava, uma pessoa fraca. Sem perceber, depois de algumas horas peguei no sono.

No dia seguinte acordei com uma luz entrando no quarto, virei de um lado para o outro pensando estar tudo bem, mas dai lembrei-me da noite passada, olhei no relógio, eram oito da manhã, duas horas para o funeral de Claire, eu pensei que tudo não tinha passado de um sonho, mas quando olhei as roupas espalhadas no chão a lembrança de seu corpo caído no chão era tão clara em minha mente que não poderia ter sido um sonho. Minha cabeça doía de eu ter chorado tanto e meu coração não aceitava o fato de que Claire estava morta.


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