Kurt realmente não conseguiu prevenir aquele enorme resfriado. Já era o seu terceiro dia sem ir ao trabalho, e ele estava totalmente preocupado. E se Isabelle achasse alguém para o substituir? E se o salário fosse menor por conta das faltas? Isso estava o dando ainda mais dor de cabeça.

– Blaine... – Murmura, e o moreno corre ao encontro do namorado, que está deitado no sofá e tapado até o pescoço.

– O que foi?

– Eu estou com dor... – Kurt fecha os olhos dramaticamente.

– Eu sei, querido. Mas não posso fazer nada para te ajudar. – O castanho faz beicinho.

– Então fica aqui comigo.

– Vamos para o quarto, a cama é bem mais confortável que o sofá. – Blaine ajuda Kurt a se levantar.

Eles vão para o quarto, e o mais velho se atira na cama. Blaine se deita junto dele, e fica acariciando o cabelo dele.

– Isso é muito gostoso. – Kurt fecha os olhos, e aproveita o toque.

Repentinamente, o telefone de Blaine toca, assustando os dois garotos. O moreno ri e atende a ligação.

Blaine: Alô?

Carine: Filho!

Blaine: Oi, mãe!

Carine: Como está, indo? Eu sinto tanta saudade!

Blaine: Estou indo bem. É mãe, eu também sinto. Quando virá para New York?

Carine: Porque acha que estou te ligando?

Blaine: Não, mãe... Não acredito!

Blaine começou a sorrir feito um psicopata, o que estava deixando Kurt curioso.

Carine: Sim! Eu vou estar aí amanhã. Então... Você sabe que eu não gosto muito de pedir favores, mas pode me buscar no aeroporto amanhã? Às 8 horas da manhã? Talvez eu posso conhecer sua casa, e vamos passear juntos, e...

Blaine: Claro, mamãe. Eu apenas preciso falar com meu namorado. Eu estou-

Carine: Morando com seu namorado? Oh meu Deus, Blaine! Isso é tão fofo! Mal posso esperar para conhecê-lo!

Carine começou a gritar do outro lado da linha, e Blaine apenas afastou o celular do ouvido. Talvez a mãe estivesse um pouco animada demais.

Blaine: Sim, mãe. Estou morando com meu namorado. E o papai?

Carine: Ah, meu filho... O seu pai... Bem, o seu pai está na Inglaterra.

Blaine: O quê?! Como assim? Porque não me contaram?

Carine: Ele está trabalhando lá. Tivemos alguns problemas financeiros um tempo atrás e ele teve que aceitar este emprego, e consequentemente, se mudar para lá. Mas é temporário. E eu sinto muito, apenas consegui o número do seu celular agora!

Blaine: Tudo bem, mamãe. Você já conseguiu um hotel para ficar?

Carine: Sim, espero que não seja tão longe de sua casa...

Blaine: Bom, eu preciso ir agora. Te amo.

Carine: Também te amo! Beijos, filho.

O moreno desligou o celular, e o colocou na cabeceira da cama. Percebeu que Kurt estava o olhando curiosamente, e se sentiu na obrigação de contar o que estava acontecendo.

– Minha mãe está vindo pra cá amanhã. Ela pode passar o dia aqui?

– Uhm... Claro.

Blaine percebe que o namorado não gostou muito da ideia de conhecer a sogra.

– Não se preocupe. Ela não morde. – O mais novo abraça Kurt, que apenas ri.

– Eu sei. Mas é não é todo dia que eu conheço minha sogra. Eu tenho o direito de ficar nervoso!

– E eu tenho direito de receber um beijo do meu namorado lindo, não tenho?

Kurt sorri e beija o namorado fervorosamente, até que algo os interrompe:

– Eca, beijos!

Eles ouvem uma voz de criança, então logo param de se beijar. Ambos olham para a porta e encontram uma menininha loira tapando os olhos. E logo ao lado dela, Quinn.

– Beth, esses aqui são o tio Kurt e o tio Blaine. Dá oi para eles.

A menina caminha até a cama corando.

– Oi. – Sussurra, e então estende os pequenos bracinhos pedindo um abraço para Kurt, porém o garoto a puxa para o colo dele.

– Oi, princesa. Quinn vai te levar para passear?

– Sim! Sabia que ela é minha outra mãe? – Kurt olha para a loira, que apenas sorri.

– Sério? Que legal! – Beth olha para Blaine um pouco assustada, e Kurt percebe. – Ele é o tio Blaine. – O moreno sorri para a garotinha.

– Eu sei. Porque vocês estavam se beijando? – Ela pergunta, e logo acrescenta: - Só gente grande pode se beijar. – Diz, repreendendo o casal.

Quinn começa a rir, e então tira Beth do colo de Kurt e a coloca no chão.

– Eles já são grandes, Beth. Nós temos que ir, temos um longo dia pela frente.

– Nós vamos ao parque! – A pequena diz animadamente, segurando a mão da “outra mãe”. – E depois eu vou dormir aqui na casa de vocês, sabia?

– Isso é ótimo! Podemos assistir um filme antes de dormir, o que acha? Você pode escolher.

– Sim! Podemos, né? – Ela olha para Quinn, que afirma com a cabeça.

– Vamos lá, Beth. Não queremos nos atrasar, certo?

Sendo assim, as duas deixaram o apartamento. Kurt e Blaine ficaram encantados com a delicadeza da menina, e como ela era parecida com Quinn, não apenas fisicamente, mas o jeito que ela falava – com uma voz suave, assim como a da mãe – e agia. Ela era linda.

_________________________________________________________________

– Voltamos! – Quinn abre a porta do apartamento.

– Oi. – Kurt, que estava junto com Blaine no sofá, acena para as loiras.

– Eu vou tomar banho agora, tudo bem, Beth? – A garota assente. – Vá conversar com eles.

A garota corre para o colo de Kurt e Blaine, e dá um beijo na bochecha de cada um.

Depois de alguns minutos, Quinn volta para a sala, e encontra Kurt e Beth dormindo em um lado do sofá, enquanto Blaine lia um livro no outro lado.

– O quê? – A mulher sussurra. – Como vocês conseguiram fazer ela dormir?

– Eu não faço a mínima ideia. – Os dois riem. – Vamos fazer a janta e deixar os dois dormirem.

– Tudo bem.

Blaine se levantou cuidadosamente para não acordar os outros dois. Ele foi para a cozinha com Quinn, e os dois começaram a preparar o jantar.

...

Quando Kurt acordou, ele pôde sentir um cheiro muito forte – e bom – de batatas fritas e hambúrgueres. O menino tirou Beth de seu colo e a deixou no sofá, então foi para a cozinha.

– O que estão aprontando? – Diz, fazendo Blaine e Quinn o olharem.

– Comida. – Blaine fala, e a loira revira os olhos.

– Tudo bem. – Kurt sorri, caminha até o namorado e o abraça. – Eu estou com muita fome.

– Está quase pronto. – Quinn diz, sorrindo.

– Ok. Eu vou lá ficar com Beth enquanto vocês não terminam. – O castanho beija a bochecha do namorado e volta para a sala.

Beth estava sentada no sofá, esfregando os olhos sonolentos com as pequenas mãozinhas. Logo que tirou as mãos de frente do rosto, Kurt viu que ela estava quase chorando.

– O que aconteceu? – Ele senta ao lado da menina.

– Vocês... Vocês m-me deixaram sozinha. – Diz entre soluços, e Kurt a abraça.

– Eu já ia voltar. – Kurt continua a abraçar Beth, até ela se acalmar. – Quer assistir um filme? – Ela afirma com a cabeça.

– A Bela e a Fera.

– Tá legal. – O castanho sorri e coloca o filme para rodar.

...