Linha tênue escrita por Jane Timothy Freeman


Capítulo 11
Capítulo XI


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos!

Em primeiro lugar, gostaria de pedir mil desculpas pela demora! Meu bloqueio criativo foi além do que eu imaginava, hehe.

Em segundo lugar, como disse anteriormente, a linha de acontecimentos é a mesma de Orgulho & Preconceito, embora eles não ocorram necessariamente da mesma maneira que o original.

Muito obrigada pela paciência! Nos vemos em breve!

Jane.



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– Char, mal posso acreditar que o tormento finalmente acabou!

– Você é muito dramática. Não pode ter sido tão ruim assim. - As duas estavam sentadas na cama de Elizabeth, que suspirava a cada cinco segundos.

– Eu aposto que não aguentaria um dia se acontecesse com você.

Charlotte tinha uma expressão de desafio, mas esta foi desaparecendo à medida em que Lizzie lhe descrevia os acontecimentos daquele final de semana.

– Você e Jane são santas! Caroline e Darcy conseguem subir na minha escala de babaquice a cada dia. Como isso é possível?

Lizzie sorriu.

– Agora você me entende, não é? E o mais interessante foi quando Jane e eu finalmente fomos embora. A reação de alívio dos dois era tão palpável que me dava náuseas! - Risos. - Somente Charles parecia chateado por nossa partida. - Franziu o cenho. - Hei, por que essa cara?

Charlotte levantou as sobrancelhas e sorriu.

– É a única que eu tenho, amiga.

– Eu te conheço há mais de 15 anos! Quando faz essa cara, é porque está escondendo alguma coisa de mim! Desembucha!

– Está bem, está bem! Mas foi você quem pediu.- Levantou as mãos em sinal de rendição. - Já passou por essa sua cabecinha que esses sentimentos de repulsa só são recíprocos entre você e Caroline?

– O que quer dizer?

– Darcy não parece ter raiva ou vontade de vê-la pelas costas, Lizzie. A meu ver, ele parece mais perturbado pelo fato de gostar de você, já que possui uma personalidade que não aprovaria.

Elizabeth deu de ombros.

– Bobagem, Char. Os sentimentos de alguém não mudam de uma hora para outra. Além disso, mesmo se ele gostar de mim, não me importo. O que me preocupa apenas é o perigo que minha irmã corre de se machucar… O que outras pessoas pensam de mim não poderia ser mais insignificante.

Charlotte a abraçou apertado.

– Essa é uma característica que admiro em você, Lizzie, mas tome cuidado para não colocá-la à frente de qualquer situação e ficar cega.

Elizabeth estava pronta para retrucar quando um rapaz baixinho entrou no quarto.

– Hei! Bata na porta antes de… Primo Collins? - A moça ficou boquiaberta. - O que está fazendo aqui?

O rapaz deu um beijinho amigável no rosto das duas moças.

– Olá, Charlotte. Olá, prima. - Franziu o cenho. - Não ficou sabendo de minha chegada? Liguei há alguns dias para o tio e avisei que ficaria algumas semanas por aqui, minha pesquisa demanda trabalho de campo.

Elizabeth deu um tapa na própria testa.

– Mas é claro! Mamãe e papai… - Estava prestes a dizer “tiveram uma discussão terrível por causa disso”, já que a Sra. Bennet não suportava os pais de James, mas refreou-se a tempo. O primo não precisava saber das desavenças mais profundas da família.

– Prazer em revê-lo, James. - Disse Charlotte com um sorriso.

– Por favor - replicou ele, franzindo ainda mais o cenho, - poderia me chamar de Collins?

Era uma briga antiga. O primo achava que deveria ser chamado de Collins, pois o nome da família era o que mais importava, era a história de várias e várias gerações de “conquistas e glórias”, como ele mesmo gostava de dizer. Charlotte e Lizzie adoravam irritá-lo, chamando-o pelo primeiro nome. Elizabeth, em tempos de mau humor, chegava até mesmo a chamá-lo de Eustáquio, uma referência ao personagem Eustáquio Mísero, pertencente a As Crônicas de Nárnia, por sua semelhança com o primo.

Charlotte fingiu uma expressão de arrependimento.

– Minha nossa, que bobagem a minha! Desculpe-me, Collins, não repetirei meu erro. - Mas Lizzie teve de segurar sua risada pelo resto do dia, já que Charlotte não deixou o primo em paz nem por um segundo.

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– Elizabeth, poderia me dar um pouco de vinho?

As irmãs, o pai e o primo já haviam se deitado, deixando apenas a moça e a mãe na sala de estar. Um único olhar seria suficiente para mostrar o quanto aquela visita deixava os nervos da mãe despedaçados.

– Claro, mamãe. - Serviu-lhe uma taça. - Por que fica tão tensa quando primo Collins vêm nos visitar?

A mãe deu um suspiro e não respondeu antes de tomar um longo gole.

– Seu pai e o irmão são filhos de uma família muito tradicional da capital. Quando nos conhecemos e nos apaixonamos, o irmão dele foi terminantemente contra, já que havia planos de que seu pai se casasse com uma moça de família tão tradicional quanto a deles. No fim das contas, para cobrir o “erro”, seu tio é que se casou com a tal moça. Deste relacionamento, nasceu seu primo. - Esfregou o cenho e fechou os olhos. - O que mais me incomoda é que seu pai perdeu direito a qualquer herança, mesmo sendo parte daquela família. Tudo será propriedade única e exclusiva de James, quando este tiver idade para assumir.

– Ah, mamãe… Se eles não a aceitaram…

A Sra. Bennet suspirou de novo.

– Não me importo com o dinheiro para mim. Seu pai e eu passamos por diversas dificuldades nos primeiros anos de casamento, já que tivemos de começar do zero, mas conseguimos criar as três filhas com muita dedicação e acredito que as educamos muito bem. O problema é que seu pai não demonstra, mas toda essa situação ainda o deixa muito chateado. - A mão apertou-se ao redor da taça. - E não acho justo que seu primo receba tudo e possa viver uma vida de magnata, enquanto vocês três têm de suar a camisa, sendo que o sangue é o mesmo.

Elizabeth beijou as mãos da mãe.

– Mamãe, não se preocupe. Entendo suas razões, mas acredito que é melhor assim. - Deu-lhe uma piscadela. - Jane e eu somos muito ajuizadas e persistentes, não teremos dificuldade para construir uma boa carreira. - Revirou os olhos. - E consegue imaginar o que seria de Lydia se ela possuísse mais dinheiro?

A Sra. Bennet olhou para a filha com censura.

– Não fale assim. Você pode não concordar com tudo o que ela faz, mas Lydia é sua irmã e merece seu respeito como tal.

Elizabeth suspirou.

– Sim, mamãe. - Levantou-se e deu-lhe um beijo no rosto. - Boa noite.


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