Bloody Lessons - Interativa escrita por Queeny


Capítulo 23
Lesson 21 - "Clound-Land"


Notas iniciais do capítulo

Hey Gente,
Bloody is back de novo com um SUPER CAP de presente pra vocês! Usei todas as leitoras que estão atualmente comentando, sempre, sem falta, e principalmente as que estão comigo desde o começo e continuam aqui, eu agradeço vocês, vocês são com toda certeza as melhores leitoras do mundo, todas vocês!
Espero realmente que gostem, dessas 28 páginas de boas descobertas.
Ai estão algumas respostinhas pra certas perguntas, várias dúvidas que ainda vão ser solucionadas e um pouco mais de mistério pra vocês!
Espero que gostem! E prestem atenção em tudo ok?
Beijo Beijoo
Queeny.

PS. GENTE, CRIEI UMA NOVA FIC INTERATIVA:
SEVEN SEAS > http://fanfiction.com.br/historia/511344/Seven_Seas_Interativa/
TRAILER > https://www.youtube.com/watch?v=inQURnkjoxk
PARTICIPEM, EU IRIA AMAR TER VOCÊS NELA TAMBÉM!

PS. BEAU PRA VOCÊS: http://data2.whicdn.com/images/51642427/large.jpg

— http://douglasboothpix.files.wordpress.com/2013/12/img-douglas-booth-_120403544065.jpg?w=667



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– Acorda, vamos, acorda!

Ethan se sentiu completamente incomodado pela voz de Cassie tão próxima, o impedindo de continuar com seu descanso. Não queria levantar. Estava muito bem sozinho, naquela cama, deitado, dormindo. Estava bem demais pra ter que sair dali.

– O que foi? Por que está fazendo isso? - perguntou se sentando na cama, apertando os olhos.

– Levante-se, vá até o guarda-roupa e se troque rápido, ok? Temos um compromisso – disse caminhando até a porta, observando o garoto, que se levantava cambaleante.

– O que? Compromisso? Que compromisso? – ele perguntava confuso, abrindo as portas de seu armário de madeira, procurando por alguma roupa.

– E desde quando eu conto alguma coisa pra você? – comento levantando as sobrancelhas e logo o deixando sozinho no quarto.

“Compromisso?” se perguntava ele, enquanto passava a blusa azul por sua cabeça, ajeitando-a no corpo.

No quarto ao lado, Taylor se mantinha imóvel, não reclamava, nem ao menos se mexia com os gritos de Cassie para que o mesmo se levantasse.

– Até parece que morreu – a loira comentou irritada, tentando a todo custo faze-lo responder a suas palavras ou a seus empurrões. – Garoto idiota... Alex. – chamou baixo, mas não mais que isso foi preciso para que a garota surgisse ao seu lado, quieta.

– Sim? – perguntou levantando seus olhos azuis a loira.

– Pegue um copo de água e traga pra mim, não precisa necessariamente ser um copo, se tiver algo maior, pode trazer – disse seria, observando a garota a obedecer e logo desaparecer de sua visão.

Cassie queria chuta-lo, queria morde-lo, quebra-lo ali mesmo. Mas não podia. Segurou sua irritação dentro de si. Odiava insistir, odiada não ser atendida.

– Aqui, dona – disse Alex assim que voltou com uma jarra redonda, cheia de água. A loira sorriu, segurando o objeto.

– Gelada? – perguntou simplesmente, mexendo um pouco e vendo o movimento do liquido.

– Gelada. – confirmou deixando um sorriso cumplice se alargar por seu rosto, seguindo o de Cassie, que sem mais delongas e nenhuma piedade, despejou o conteúdo todo em cima da cabeça do moreno, que pulou no susto, se colocando de pé.

– Mas que-

– Cuidado com a língua, já me irritou o suficiente por hoje – a loira alertou, entregando a jarra para Alex, que com um olhar divertido e cruel, piscou para Taylor logo antes de sair do quarto.

– Porque fez isso? Que porra foi essa agora? – ele perguntou irritado. Cassie o encarou com uma sobrancelha erguida.

– Não reclame comigo, da próxima vez tente acordar da primeira vez que mando, caso contrário vou ser obrigada por prazer a escolher meios divertidos de te acordar – comentou caminhando até a porta, vendo o moreno se levantar em seguida e andar até seu banheiro. – Se troque e vá para o saguão, rápido, logo vamos sair.

– Sair? Pra onde? – perguntou confuso, enquanto secava seu rosto e cabelos com uma toalha vinho.

– Blá, Blá, Blá – Cassie zombou saindo do quarto, fechando a porta num baque surdo. - Bash, saguão em cinco minutos – A loira gritou na porta do último garoto. Ele não precisou responder, somente continuou o que fazia, colocando a camisa xadrez pelos braços e começando a fechar o primeiro botão da mesma, mas antes sendo interrompido por duas mãos macias e uma voz feminina.

– Quer ajuda? – Santanna perguntou sorrindo, abraçando-o por trás. O loiro então se virou, exibindo seu tórax nu a vampira, que sorriu ainda mais com a visão. – Bash, Bash, já disse que você tem um corpo maravilhoso? – comentou divertida, vendo-o rir.

– Cuidado Saint, não quero ser castrado pelo Tay – disse sincero, observando a loira soltar uma longa gargalhada, logo o apertando mais para si.

– Não queremos que isso aconteça não é mesmo? – comentou, fechando um botão da camisa, lentamente. – Mas não precisa temer Taylor não manda no que eu faço, ele não tem direito sobre o que eu quero ou deixo de querer, sobre o que eu digo ou deixo de disser.

– Ah, ele acha que tem – confirmou mais baixo, recebendo um olhar amargo da loira, que o puxou.

– Está errado.

– Eu não acho – falou fazendo a vampira pigarrear, dando um passo para trás.

– Como é? – perguntou irritada.

– Perceba, Saint. Você mudou, não minta. Com quantos caras tem saído ultimamente? Quantos caras você deu em cima? Quantos você levou pra cama, quantos você mordeu desde que chegamos aqui? – ele perguntou, encarando-a seriamente.

– Quentin, eu...

– O ruivo armário não conta. – riu negando com a cabeça. – Ele é louco por você, mas todo mundo sabe que você não sente nada por ele, e quando digo nada, é nada mesmo.

– Então porque eu o beijaria? Porque o deixaria me tocar se não tenho interesse nele? – perguntou exaltada, encarando-o irritada.

– Porque você precisa de alguém que lhe distraia da verdade. Alguém que te cegue por alguns minutos pro que está escrito por todos os lados.

– Escuta aqui... – se revoltou, segurando seus ombros e o girando, fazendo se sentar na cama. Santanna logo por cima, se aproximava vagarosamente, com o indicador na frente do rosto. – Se você acha que vou ficar ouvindo você me dizer essas coisas eu-

– Por quê?– ele perguntou, fazendo-a se encolher quase imperceptivelmente. – Ele não é o único na sua mente de uns tempos pra cá? Sei Santanna, sei que ele é único que você quer por perto, e ele pensa o mesmo de você, sei disso. Sei que você o quer, e só a ele, estou errado, Santanna?

– Está. – respondeu firme, se aproximando um pouco mais.

– Estou? – perguntou novamente, levantando uma das sobrancelhas.

– Sim está – confirmou, abrindo um ligeiro sorriso no canto dos lábios, levantando uma de suas mãos e alcançando o rosto do loiro, segurando-o. – Também sempre tive uma queda por você. – comentou de forma simples, logo antes de beija-lo.

Ela então se sentou no colo do loiro, com uma perna de cada lado de seu corpo. As mãos de Sebastian acariciando suas coxas expostas enquanto aprofundava o beijo cada vez mais.

– Pareço estar mentindo? – ela perguntou entre o beijo, enquanto o loiro levava seus lábios para o pescoço da vampira, chupando e deixando uma trilha longa de beijos por ali, fazendo-a se arrepiar.

– Não duvido que esteja dizendo a verdade. – ele comentou com um suspiro longo na pele de seu pescoço. – Mas ainda sim, é com ele que você se importa, não comigo, é ele que imagina beijar, não é Santanna? – perguntou desafiando-a, mordendo o lóbulo de sua orelha, sussurrando suavemente. – Era ele que você queria que fizesse isso com você Saint? – ele falava com uma voz rouca enquanto beijava a mandíbula da loira. – Queria que fossem suas mãos que a estivessem apertando – subiu sua mão direita pelas costas da menina, arranhando-as levemente. – Queria que fossem seus lábios saboreando-a dessa forma – sugou a pele da curvatura de seu pescoço, arrancando um suspiro da menina logo em seguida. – Por quanto tempo vai fugir Santanna? – perguntou sorrindo, tendo seu rosto brutalmente puxado para cima pela vampira, seus olhos estavam completamente vermelhos, sua expressão beirada luxuria, desejo e irritação.

– Cala a boca – exigiu antes de colar a boca na dele mais uma vez, numa urgência quase selvagem, deixando que o corpo do garoto despencasse na cama. Ele apertou suas coxas com força, puxando a nuca da garota para perto com a outra, e num movimento rápido, ela levou seus lábios até o pescoço de Bash e sem demora o mordeu, adquirindo todo o prazer que aquilo podia lhe proporcionar. Queria esquecer tudo, queria esquecer cada palavra.

Principalmente por saber que eram verdades.

✥ ✥ ✥

Finalmente, quando disse cinco minutos, eu quis dizer cinco minutos, vou arrumar um relógio pra vocês – Cassie reclamava nervosa, encarando tanto Bash, quando Santanna que desciam as escadas juntos. Bash calmo e com um semblante ao mesmo tempo serio e vitorioso, Santanna um tanto quanto irritada.

Taylor levantou uma das sobrancelhas com a visão, principalmente ao perceber o shorts de Santanna um tanto quanto virado, assim que chegaram ao mesmo andar que todos, a loira o lançou um olhar, parecendo que sabia ser observada, mas logo desviou seus olhos, levando-os para o loiro, que a encarou de volta, sorrindo levemente, abaixando o olhar azul para a shorts da garota, levando suas mãos até o mesmo sem pudor e o puxando para baixo levemente, até ele se ajeitar. Santanna não reclamou, somente revirou os olhos, Taylor pigarrou, se movendo desconfortável na cadeira.

Mas que porra é essa? Permitiu que sua mente se perguntasse, enquanto sua atenção era desviada até Cassie, que chamava a todos.

– Muito bem, agora que estamos todos aqui, gostaria de dizer o motivo de todo esse alvoroço. Temos uma surpresa pra vocês essa noite. – a loira explicou sorrindo, um sorriso cruel e divertido, como se algo muito bom ou muito ruim estivesse prestes a acontecer.

– Temos? – Hayley perguntou, deixando uma sobrancelha se levantar, interrogativa.

– Temos! Eu junto – a voz de Mery se fez ser ouvida logo que a mulher surgiu de uma das portas da casa, exibindo seu cabelo e roupas, seu estilo, completamente mudado, mais uma vez.

Seu cabelo estava preto como a noite, com diversas mechas vermelhas vivas por ele, usava uma saia xadrez e uma bota alta com algumas correntes. Uma jaqueta de couro fechada preta e apertada.

– E eu, diga-se de passagem – Thomas veio logo atrás, em uma roupa simples, calça jeans rasgadas, uma regata preta que deixava seus braços completamente a mostra.

– E porque a surpresa? – Ethan perguntou, cruzando os braços, ainda irritado por ter sido acordado.

– Só contaremos no fim da noite, calminha ai, B – Mery o repreendeu sorrindo.

– B? – perguntou confuso, encarando a morena.

– B. Seu sangue é tipo B, neh? – ela disse como pergunta, mas sabia que estava certa, Ethan simplesmente fechou a cara, irritado.

– Vai me chamar pelo meu tipo sanguíneo? – ele perguntou incomodado pelo novo apelido.

– Te chamo como quiser doador de sangue pra mortos, lembra-se quem é a mais forte entre nós. – comentou piscando e Ethan se calou, engolindo a seco.

– Preparamos algo especial, mas obviamente, nada que queríamos conseguiríamos tão fácil, então, chamamos um antigo amigo nosso pra ajudar com nossa pequena... Festinha. – Cassie dizia mantendo seu sorriso bem aberto.

– Afinal, uma festa não é uma festa sem mim – uma voz masculina se fez ouvir das escadarias.

Seu cabelo era castanho, bagunçado de modo elegante. Seus olhos num azul fascinante. A barba por fazer lhe dava um ar mais serio mais adulto, mesmo que seu modo de andar lhe denunciasse a juventude que guardava no peito.

– Meninas, Meninos... – Cassie começou, estendendo a mão para que o moreno a segurasse, e assim ele fez, se aproximando – Este é Beau, Beau Krinson.

– E será um prazer fazer da festa de vocês a minha festa esta noite – se apresentou com uma reverência antiga. – Cassie me livrou de muita coisa, e quando ela e Mery me procuraram pedindo por um favor, bom, eu não tive como negar. – explicou encarando cada uma das meninas nos olhos, demorando um pouco mais ao analisar Hayley, a morena levantou uma das sobrancelhas, fazendo-o sorrir ainda mais. – Espero que gostem do que preparamos a vocês.

– Só vamos saber se vocês nós levarem logo – Alex comentou baixo, sentada num canto da sala, mexendo nas mãos de modo inquieto.

– Então vamos, não gostaríamos de perder nenhum segundo a mais, certo? – Thomas sorriu, abrindo os portões da mansão e ameaçando sair, mas antes sendo impedido por uma garota.

– Ei, aonde pensam que vão? – uma garota de longos cabelos castanhos disse, impedindo que eles passassem, tocando o tórax de Thomas com as duas mãos – Não iam nem pensar em convidar a gente? – ela perguntou sorridente.

– Quem é você? – Hayley perguntou confusa, ela era nova.

– Arabella, é um prazer pra vocês me conhecerem, acreditem – ela disse sorrindo de modo confiante.

– Ninguém precisa do seu egocentrismo justo agora Bella, obrigada já deu – Tessália comentou encostada numa árvore, mantendo seu olhar diretamente ligado a Santana, que a evitava ao máximo.

– Cala a boca, como se eu me importasse com o que você acha – retribuiu sem tirar o sorriso de vitória do rosto.

– Chega as duas, ok? – Ivy mandou, dando um passo à frente, com medo de encontrar os olhos de seu irmão, ela os procurou, mas percebeu que eles estavam mirados no ambiente, longe dela. Suspirou logo em seguida. – Já chega de brigas.

– Se nos dão licença, nós queremos ir se não perceberam – Hayley tentou ser educada e controlada, travando a mandíbula.

– Se nos dão licença porra nenhuma, saiam da frente ou passamos por cima, simples assim vamos. – Santanna se enfezou, bufando e caminhando com pressa, logo sendo seguida pelo resto do grupo, que sorria pela atitude da garota.

– Seria ruim se acompanhássemos? – Irina comentou, deixando um sorriso perverso tomar conta de seu rosto.

– Disseram que iriam nos ignoram, lembram disso? – Electra se intrometeu, cruzando os braços. Não eram como se estivessem ali por acaso, elas eram boas, boas ouvintes, boas observadoras, sabiam cada palavra que era dita naquela mansão.

– Então, não vão se incomodar – Irina finalizou, fazendo um carinho no cabelo loiro de Electra, que piscou rápido algumas vezes, repelindo o contato.

– Concordo com Irina, elas nem vão reparar que estamos juntos – Nyx comentou sorridente, puxando Irina pelas mãos, caminhando em direção ao grupo.

– Como se fosse possível Nyx estar em um lugar e as pessoas não repararem nela – Ivy disse seguindo o grupo, percebendo que Nicole a encarava, levando um dedo aos lábios em sinal de silêncio, e então piscou divertida.

– Não conte meu segredo – disse na brincadeira.

– Você não tem segredos, é um livro aberto Nicole – Electra se impôs, negando com a cabeça.

– Deixa de ser chata – reclamou.

– Sou realista, é diferente. – a loira se defendeu.

– Ela tem razão.

– Irina, até você? – Nyx chiou, cruzando os braços, mas logo sendo aparada por Ivy, que a abraçou e continuou andando.

– Vamos logo, antes que os percamos de vista. – alertou, voltando a andar juntamente com as outras.

✥ ✥ ✥

As grandes estruturas de ferro podiam ser vistas a quilômetros de distancia. Depois de uma longa caminhada pelas florestas, finalmente podiam avistar as grandes construções logo à frente, impossíveis de serem ignoradas. Voltas e mais voltas, giros e mais giros, reto, circular e varias outras tentas e casas menores.

Uma placa imensa demarcava o lugar:

Bem-vindos ao Clound-Land

O melhor parque de diversões da região.

Viaje nas nuvens da diversão, entre e se divirta.

– Nos trouxeram para um parque de diversões? – perguntou Alex confusa.

– Sim, trouxemos. – Cassie foi a primeira a dizer. – Admitindo ou não, os parques de diversões são a coisa mais divertida que alguém pode imaginar, pode ser infantil, eu sei, acreditem, mas quando se está morto por tantos anos, um pouco de infantilidade não pode fazer mal pode? – explicou, fazendo as meninas da mansão alargarem seus sorrisos, encarando cada pedaço do parque. – Sei que muitas de vocês não tiveram uma infância feliz, ou tiveram-nas arrancadas de vocês, tenho certeza de que muitas nem mesmo vieram a um parque de diversão, e isso vale pra vocês, ai do fundo também, Halwer’s – a loira chamou, encarando-as, que ficaram eretas rapidamente. - Hoje é a noite dos sonhos, sonhos que perdemos sonhos que podemos ainda realizar, se tornem crianças por um dia, mas façam direito, porque essa é a única vez que vão me ver fazendo algo tão bom assim.

– Obrigada Cassie – Hayley foi a primeira a agradecer, caminhando para mais perto. – Mas como vamos entrar?

– É nessa parte que eu entro. – Beau foi ouvido no meio de todos, passando na frente e caminhando diretamente na direção de um guarda. – Ei, amigo.

– O que você faz aqui? – ele perguntou alarmado, se levantando.

– Quero entrar no parque, o libere pra mim, sim? – disse simplesmente, o guarda se alterou, levantando-lhe um revolver.

– Saia daqui garoto – ordenou nervoso.

– Não. Sabe, não gosto que me desobedeçam, Er... Paul – comentou tranquilo enquanto lia o nome escrito no metal brilhante grudado em sua blusa branca. – Agora, me faça um favor e abra essa porta, sim? – seus olhos se tornaram vermelhos, o guarda parou, deixando a arma cair no chão, seus olhos nublados, sua mente perdida, voada, hipnotizada.

– Sim – respondeu.

– Sim o que? – perguntou novamente.

– Sim, senhor – corrigiu-se, assim se aproximando da porta e girando as chaves, liberando a passagem.

– Se mantenha aqui e de manha, você não se lembrava de nada, ouviu bem? – Beau insistia, olhando-o nos diretamente.

– Sim, senhor – obedeceu de prontidão.

– Ótimo, vamos! – chamou o moreno, assim entrando com todo o grupo.

– Beau é um ótimo manipulador, mantenham isso em mente. – Cassie comentou, passando a mão pelos ombros do garoto, que riu.

Mery correu para uma parede escura próxima dali, batendo com força numa porta de metal, que se abriu logo em seguida, revelando um painel de forças. Ela abaixou cada uma das alavancas, gradativamente acendendo o parque todo que pareceu cintilar.

– Podem ir aonde quiserem, consegui alguns dos funcionários a ficarem mantendo os brinquedos em funcionamento, eles vão obedecer vocês, fiquem tranquilos, é só dizerem o que querem e pronto – explicou apontando para o parque.

– Nem te conheço, mas saiba que eu te amo ok? – Santanna comentou, puxando o pela blusa e lhe dando um selinho rápido, logo correndo dali.

Taylor a encarava sem entender, o que ela estava fazendo?

Seus pés não se conteram ao seguirem a garota logo em seguida.

– As coisas vão ficar interessantes – Bash comentou, sorrindo.

– Vem – Alex o chamou, simplesmente, começando a caminhar em direção à roda gigante. Ele a seguiu, prontamente. Nunca foi de desobedecer mesmo.

– Obrigado pela companhia! – Ethan ironizou ainda mais irritado, cruzando os braços e seguindo reto, sem rumo. Mas uma das garotas logo atrás se interessou por seus movimentos, seguindo-o sem que o moreno percebesse.

Hayley simplesmente pisou para frente, admirando ao redor.

– Vai deixa-la ficar sozinha mesmo? – Cassie disse no ouvido de Beau, enquanto o mesmo a encarava andar para longe.

– Onde fica seu lado cavalheiro Beau? Foi esquecido em nossas noites em Vegas – Mery comentou no outro ouvido do garoto.

– Ou nas festas de Dubai... – Cassie completou, sorrindo.

– Acho que foram esquecidas em Veneza – brincou o garoto junto, fazendo as vampiras sorrirem.

– Veneza, hm, realmente, foi maravilhoso – a loira sibilou rindo, enquanto o empurrava levemente pra frente – Recupere o romantismo enquanto procura por ela.

– Já disse, se perdeu em Veneza! – disse alto, já um tanto distante.

– De um jeito – gritou Mery em resposta – Você é bom nisso – abaixou o tom, mas sabia que ele podia ouvi-la.

– Quero ir ao carrossel – Nyx comentou sorridente.

– Que bebê – Irina provocou puxando sua orelha.

– Não me chame de bebê – reclamou.

– Quero andar, simplesmente, não me envolva com os brinquedos – Electra comentou, dando um passo para frente.

– Estou com Electra dessa vez, se divirtam vocês meninas – Irina afirmou, avançando o passo ao lado da loira.

– Eu vou ao carrossel – comentou Arabella, se aproximando de Nyx, que a encarou confusa.

– Vai? – perguntou sorrindo meio desconfiada.

– Vou! – confirmou sorrindo – Se o loiro bonito ali for junto. – sussurrou maliciosa, apontando para Thomas, que as encarou no mesmo instante.

Nicole permitiu que seu rosto se iluminasse, assim encarando o loiro também, chamando-o para perto.

– Meio a meio? – sugeriu Nyx, fazendo Arabella soltar uma sonora risada.

– Meio a meio – combinaram silenciosamente, enquanto Thomas se aproximava.

– Precisando de companhia? – ele perguntou sorrindo tão cheio de segundas intenções quanto elas.

– Pode acreditar que sim – Arabella concordou sorrindo, puxando-o para longe junto de Nyx.

✥ ✥ ✥

– Oi, nós vamos naquele vagão ali ok? – Bash disse ao homem magro e careca que permanecia parado em frente à roda gigante, nulo e compenetrado.

– Sim, senhor - ele concordou. Sebastian levou seu olhar até o vagão azul claro logo à frente, onde Alex já estava sentada, o esperando. O loiro andou até a garota, entrando e sentando-se, fechando a porta logo em seguida.

Era uma cabine completamente fechada, com duas janelas atrás dos bancos, um de cada lado. Alex estava sentada no banco direito, Bash no esquerdo.

– Por que me chamou pra ir aqui? – perguntou indeciso, mantendo sua boca curvada num sorriso gentil.

– Porque eu quis – respondeu simplesmente, encarando-o nos olhos.

– Só isso? – deixou seus lábios sibilarem, recebendo um aceno da garota em resposta.

– Só isso – confirmou a morena, agora encarando a paisagem.

A cabine então passou a se mover, saindo do chão. Bash voltou-se para a paisagem, percebendo como tudo ficava cada vez menor e menor.

– É bom não é? – ela disse, fazendo com que o loiro a encarasse atento.

– O que? – ele perguntou sorrindo.

– Se sentir maior, se sentir crescendo – ela continuou enquanto a roda subia cada vez mais.

– Tem razão, é uma sensação boa – confirmou sincero.

– As pessoas te vem como pequeno, te vem como fraco, nunca conseguem perceber o que você realmente é por dentro. – Alex falava, num tom sereno e terno.

– Só você pode saber quem você realmente é.

– Muitas pessoas fingir ser pessoas que não são.

– Ou simplesmente ocultam seus melhores lados.

– Ou piores – acrescentou ela, encarando-o de volta. Bash deixou que um sorriso tomasse conta de seu rosto.

– Ou piores – concordou, fazendo a abrir um leve sorriso malicioso no canto dos lábios. – Me diz, porque só fala comigo?

– Você é interessante Bash, tem algo em você que me parece familiar, que me faz querer estar perto de você. – confessou a garota, fazendo-o soltar uma risada baixa, sem humor, enquanto ele coçava a nuca, assim voltando a encara-la fixamente.

– E você me intriga Alex. – soltou, deixando seu corpo relaxar levemente na cadeira, vendo a vampira engatinhar até ele, tocando seus joelhos.

– Eu te intrigo? – perguntou novamente, mantendo-se naquela posição.

– Mais do que você imagina – Sebastian se esticou para frente, apoiando os braços nas pernas, a cabeça a poucos centímetros da dela.

– Por quê? – perguntou divertida, abrindo um sorriso mais largo dessa vez, ele sorriu.

– Seu silêncio às vezes é muito convidativo, acredite. Você se faz de inocente quando na verdade não é. Se faz de fraca quando todos sabemos o quão forte você pode ser. – comentou, levando a mão até o rosto da garota, acariciando-a.

– Sabe bastante sobre as pessoas Bash – comentou fitando-o diretamente nos olhos.

– Eu observo bem – concluiu dando de ombros.

– A questão é alguém aqui conhece você? - ela perguntou, sem desviar o olhar, e foi o bastante para que Sebastian a beijasse, desesperadamente procurando seus lábios com os dele. Ela não recuou, pelo contrário, aceitou de bom grado o beijo e se aproveitou dele.

Bash se esticava em cima da garota, ambos no chão de metal da cabine, apertados um no outro, sem se importar realmente com isso. As mãos do garoto seguravam com força a barra da regata escura que Alex usava, enquanto a garota deixava seus dedos presos nos passadores das jeans do loiro. As pernas da morena logo se prenderam em volta dele, puxando-o para mais perto, roçando seus corpos de modo intimo. Ambos desesperados, urgentes por um toque, queimando por contato.

– Bash – Alex soltou seu nome num sussurro, arrancando sua camisa logo em seguida, passando a beija-lo delicadamente por toda área de seu peito e ombros.

As mãos do garoto foram rápidas ao levantarem a blusa da garota logo em seguida, o sutiã preto tomara que caia sendo exibido completamente, o garoto levantou o rosto da morena, fazendo-a olhar para o teto, enquanto distribuía insistentes beijos por toda extensão de seu pescoço até seu colo, chegando a seus seios, beijando deliciosamente somente as partes que o pedaço de roupa lhe permitia alcançar, sem avançar. A mão que não segurava-lhe o rosto agora apertava com força sua cintura, enquanto a menina apertava seus cabelos, puxando-os em alguns momentos.

Num movimento rápido, ela se colocou em cima do garoto, puxando-o pelo pescoço para cima, beijando-o de modo feroz novamente, passando suas mãos por todo o colo do menino, acariciando-o. Ela parou de beija-lo, olhando para cima, soltando um sonoro suspiro, e então quando voltou a encara-lo, seus olhos estavam cobertos de vermelho, seus caninos crescerem e num único segundo, já estavam cravados na curvatura de seus ombros.

Ele fechou os olhos, a sensação não machucava mais, pelo contrário, era proveitosa. Segurou a menina com força para si, puxando-a cada vez mais para perto, sentindo-a mexer os quadris levemente, sorriu com aquilo, encostando-se nela ainda mais.

Ela o sugou com mais força, fazendo-o soltar um resmungo, mas a morena não se importou muito. O loiro se voltou para a calça jeans da vampira, abrindo seu botão e logo abaixando a calça, com um pouco de dificuldade, mas logo jogando-a de lado. Alex parou de mordê-lo, soltando suas presas da pele de Bash, que logo a puxou para um beijo urgente, ele podia sentir o gosto de seu próprio sangue. Limpou completamente ambos os lábios da vampira, a encarando profundamente antes de voltar a beija-la, escorregando as mãos pelas pernas agora nuas da mesma.

Jogou-a novamente no chão, se apoiando por cima dela, puxando uma de suas pernas junto, fazendo-a se cruzar a seu quadril. Encararam-se por alguns segundos, antes de finalmente voltarem a se beijar, e a porta se abrir.

A atenção dos dois se voltou para a porta agora completamente aberta, os olhos nulos e apagados do careca a sua frente.

– Desejam sair ou mais uma rodada, senhor? – perguntou com um tom de voz inabalável, como um robô programado.

– Fecha a porta e coloque essa porra pra girar, agora – disse irritado, vendo o careca concordar e fazer o que ele pedia.

– Sim, senhor. – disse assim fechando a porta.

– Gosto quando fala desse jeito – ela confessou, murmurando em seu ouvido. Bash a encarou nos olhos, aproximando seus lábios, mordendo-a.

– Gosto quando posso te beijar seminua numa roda-gigante. – confessou fazendo a garota soltar uma gargalhada alta.

– Devemos fazer mais isso – disse ela, beijando sua mandíbula com delicadeza, enquanto ele a puxava com força pra perto.

– Definitivamente. – concordou logo antes de selar seus lábios mais uma vez.

✥ ✥ ✥

– Santanna – Ele gritava, tentando chamar a atenção da garota para si, mas não adiantava, ela não olhava. – Saint! Ei!

A loira andava apressada, caminhando entre as atrações.

– Santanna! – ele gritou novamente, tentando atrair sua atenção, mas ela parecia ignora-lo.

Porque ela está fazendo isso? Porque está me ignorando? Pensava consigo mesmo.

Finalmente a vampira pareceu encontrar um lugar que era de seu agrado, encontrando com pressa. Taylor a seguiu, parando em frente à casa e sentindo seu corpo parar.

Casa de Espelhos”

Era o que a placa dizia. Sempre tivera medo desses lugares, nunca fora uma de suas maiores opções de diversão. Mas ela estava lá dentro, e ele queria respostas.

Entrou sem demora, ficando de frente com diversos tipos de espelhos, em tamanhos, moldes, reflexos completamente distintos um do outro. Pra onde ir? Por onde procurar? Ele se perguntava inquieto, caminhando pelos corredores, encarando as diversas maneiras que ele era refletido. Mais gordo, mais magro, mais alto, mais baixo, torto, corcunda, ele não gostava daquilo, de quantas maneiras ele podia ser distorcido por uma imagem, não se sentia bem.

– Santanna? – ele chamou, novamente tentando atrair a atenção da garota, que se mantinha escondida.

Uma risada. Foi tudo que conseguiu.

– Por que está se escondendo? – ele gritava, queria encontra-la, queria vê-la, estava cansado daquele esconde-esconde que em nenhum momento ele havia aceitado jogar. – Eu quero falar com você, apareça! – ele pedia.

– Falar o que? – ela perguntou distante, mas sua presença se fazia próxima, ele podia senti-la.

– Venha e eu falo – desafiou, encontrando uma sala completamente cheia de espelhos até o teto, redonda, um cômodo completamente refletido em todos os cantos.

– Se eu achar interessante eu apareço, se não eu vou ficar aqui, obrigada. –sua voz foi ouvida, um pouco mais distante que antes, fazendo-o bufar, e revirar os olhos.

– Ótimo, fique ai então, vou procurar aquela garota, qual o nome dela mesmo? Ah é, Tessália, vou ver se ela quer companhia. – avisou, se afastando, mas logo sendo empurrado com força na direção de um dos espelhos, sentindo seu corpo bater e doer um pouco – Delicadeza sempre o seu forte.

– Diga isso mais uma vez e eu juro, jamais serei delicada com você novamente Taylor, não provoque, não desse jeito.

– Não com o nome dela? – perguntou deixando um sorriso divertido dominar seus lábios.

– Não. – respondeu simplesmente, o encarando com fúria.

Taylor nunca a havia visto daquele modo, realmente irritada, nem um pingo de malicia em seus olhos. Aquilo o assustou.

– O que aconteceu com Bash? – ele perguntou de repente, fazendo a menina soltar um pouco o aperto, encarando-o confusa.

– Hã? – deixou sua boca sibilar.

– Você e Bash, atrasados quase vinte minutos pra descer, ele nunca se atrasa, ele é todo certinho, e o que você estava fazendo lá com ele? – perguntou quase num sussurro, ouvindo-a soltar uma risada alta.

– Qual o problema? – ela se aproximou, passando seus braços pelos ombros do garoto. – Não gosta que eu converse com seu amigo?

– Conversar não é o problema, o problema o que você faz depois da conversa – ele murmurou irritado, levando seus dedos à cintura da loira.

– O que eu faço depois da conversa? – insistiu, puxando para mais perto.

– Se for à mesma coisa que geralmente faz comigo, eu realmente não queria que tivesse feito com Sebastian – reclamou apertando-a levemente.

Ela sorriu, mas logo seus lábios se colocaram juntos novamente, numa linha fina.

“– Mas não precisa temer Taylor não manda no que eu faço, ele não tem direito sobre o que eu quero ou deixo de querer, sobre o que eu digo ou deixo de disser.

– “Ah, ele acha que tem.”

As palavras de Sebastian voltaram em sua mente, fazendo-a empurrar o moreno de leve.

– O que é isso? – ela perguntou com o rosto serio.

– Isso o que? – ele perguntou confuso.

– Isso! – Disse apontando pra si mesma e logo em seguida para o moreno, repetidas vezes. – Isso, o que é isso?

– Eu e você? – ele perguntou. A loira simplesmente assentiu com a cabeça, mordendo o lábio inferior.

– O que é isso, que acontece entre nós? – ela parecia um tanto quanto atordoada.

– Eu não sei... – ele respondeu sincero, tentando puxa-la para perto novamente.

– Eu quero uma resposta Tay – disse incisiva, afastando-o.

– Eu não sei o que responder Santanna... Não sei – ele disse um tanto quanto irritado, passando a mão pelos cabelos.

– Não sabe?

– Não, não sei – confirmou, balançando a cabeça afirmamente.

– E ainda assim diz que não me quer com outros caras, não entendo – disse com as mãos na cintura, incrédula.

– Eu não gosto de te ver com eles, simplesmente te digo isso – se defendeu direto, não querendo observa-la nos olhos.

– Eu nunca lhe mandei se afastar das garotas – comentou, baixo demais.

– Porque eu nunca estivesse com nenhuma outra.

– Como não Taylor? As garotas da mansão também contam – justificou, encarando-o raivosa.

– Sou obrigado a obedecer se não eu morro Santanna, prefere me ver morto? – ele praticamente gritou, fazendo-a se aproximar, tocando seus ombros.

– Não diga isso, ok? – ela suspirou, acariciando-o.

– Você não se importa, não é? De me ver com outras meninas? Isso não parece te afetar...

– Afeta mais do que eu queria – confessou, fechando os olhos logo em seguida, respirando fundo.

– Isso é verdade? – ele perguntou puxando sua cabeça para cima, querendo observa-la.

– Infelizmente sim – encostou sua testa na dele, num contado simples, mas significativo.

– O que houve com a Santanna, quem é você? – perguntou rindo, fazendo-a soltar uma risada baixa.

– Não me provoque, volto a ser a mesma vadia de sempre em menos de um segundo se você ficar falando essas coisas.

– Gosto da de antes, gosto da de agora. – admitiu, recebendo um sorriso largo da menina.

– Então, você gosta de mim? – perguntou baixo, ouvindo o respirar como uma risada abafada.

– Talvez – disse simplesmente, roçando seus lábios nos dela.

– Talvez? – perguntou novamente, insistindo na resposta.

– Talvez – confirmou. – E você? Gosta de mim Santanna? – perguntou vendo-a reclamar.

– Talvez. – comentou, fazendo-o rir.

– Agora serio o que estava fazendo com Sebastian hoje mais cedo? – perguntou novamente, recebendo um selinho rápido da loira.

– Não vou contar, não é da sua conta.

– Não é da minha conta?

– Não... Eu não pertenço a você Taylor – disse, enquanto o garoto a puxava ainda mais, grudando seus corpos e virando-a, ficando em frente a ela.

– Você não pertence a mim? – disse num tom de pergunta, como se quisesse confirmar a informação, ou simplesmente ironiza-la.

– Não.

– Você não pertence a mim - disse levando seus lábios aos dela, beijando com fúria, puxando suas pernas para cima, prendendo as pernas da garota em volta de seu quadril.

– Eu não pertenço a você – insistiu mais uma vez, duvidando de sua própria voz, que saiu mais como uma pergunta para si mesma do que como uma afirmação.

– Eu não pertenço a você, Santanna – ele respondeu então, levantando seus olhos e fitando-a furtivamente.

– Eu não pertenço a você, Taylor. – disse firme, voltando a beija-lo logo em seguida.

Beijavam-se tentando esquecer os problemas, beijavam-se tentando deixar tudo de lado, beijavam-se querendo convencer a eles mesmos do que haviam acabado de dizer, mesmo que soubessem que cada única palavra dita, era uma completa e gigantesca mentira.

✥ ✥ ✥

– Vamos fazer o que? Deixar o Ethan sozinho no parque de diversões, por quê? Porque somos idiotas! – Ethan fingia as vozes de Bash e Taylor enquanto falava, tentando jogar sua irritação pra longe. – Sou sempre eu que acabo sobrando.

Ele caminhava por entre as estruturas de uma montanha russa parada, enquanto observava uma mulher ruiva completamente petrificada em frente às máquinas, ele se aproximou dela, ficando frente a frente à garota.

– Sua vida é normal, não é mesmo? – perguntava, mesmo sabendo que não teria resposta. – Você provavelmente sai nos finais de semanas com as amigas, ou vai a festas de faculdade, é claro, não é hipnotizada por um vampiro pra ficar trabalhando num parque de diversões... – deu de ombros, ainda conversando com a moça. – Você deve ter pais que brigam com você porque ficou fora muito tempo, ou que se atrasou pra um compromisso ou os desobedeceu. Não sabe como tem sorte.

– Você sabe que ela não vai lhe responder neh? - uma voz feminina ecoou por perto, fazendo Ethan se virar rapidamente, encarando-a confuso.

– Quem é você? – perguntou encarando a sombra, de onde segundos após, a garota saia, exibindo suas belas pernas completamente expostas pela saia que usava os cabelos castanhos longos caídos pelos ombros e os olhos acinzentados cintilando na escura noite.

– Faça um esforço, sei que se lembra de meu nome – ela pediu, pendendo a cabeça para o lado.

– É... – ele pensou, coçando a nuca, pensando no nome de cada uma das garotas que lhe haviam sido apresentadas na noite anterior, logo se recordando do olhar de reprovação que Santanna havia a lançado, do modo como as duas se encaravam, como ela havia se apresentado, o nome dela... O nome dela era – Tessália... Neh?

– Tess – corrigiu, sorrindo.

Ethan a encarou, confuso, logo ignorando a presença da garota ali e voltando-se para a ruiva.

– Você tem medo de mim, Ethan? – perguntou à morena, aproximando-se do garoto.

– Não. – mentiu, sentindo seu corpo fraquejar ao mesmo tempo em que as mãos da vampira seguravam seus ombros delicadamente.

– Mentiroso... – comentou, acariciando-o carinhosamente, logo passando a ronda-lo. – Por que tem medo de mim?

– Você quer me matar, por que eu não teria? – rebateu, encarando-a em cada movimento.

– Eu não quero matar você, Ethan – se defendeu, se aproximando novamente.

– Então o que você quer? – perguntou simplesmente, cansado da confusão, cansado do desconhecido.

– Quero cumprir o que o governo pede, quero cumprir com as leis, quero realizar o que deve ser realizado. – dizia tomando cuidado com cada palavra que era proferida, Ethan riu, negando com a cabeça.

– O que deve ser realizado? – ele perguntou, sentia-se pequeno, sentia-se péssimo. Não compreendia, mas queria como queria.

– Você saberá, um dia. – explicou, sem poder dizer mais que aquilo, recebendo um olhar reprovador do moreno, que logo se desviou dela, voltando a encarar a ruiva parada.

– O nome dela é Bella, trabalha aqui há uns três meses, tem sérios problemas com os pais, não se dão nada bem, sabia? Tem poucos amigos também, não sai muito. – Tessália comentou de repente, fazendo Ethan a encarar surpreso.

– Como sabe tanto assim sobre ela? – questionou.

– Sei muito sobre muitas coisas. - respondeu simples, sorrindo divertida. – Eu costumo observar as pessoas.

– Observar as pessoas? – ela simplesmente acenou com a cabeça positivamente. – Bom, de qualquer maneira, parece uma vida legal, uma vida normal.

– Não gosta da sua por acaso?

– Não é isso... Eu só queria, só queria saber como era minha vida antigamente, sabe? Como eram meus pais, como era minha casa, como eu era. Eu não me lembro de nada, eu só queria lembrar. – ele falava mais consigo mesmo do que com a morena, mas mesmo assim, como num pedido mudo, ela se aproximou novamente.

– Posso te ajudar com isso. - disse simplesmente.

– O que? Com o que? – ele levantou o olhar, encontrando o azul dos dela.

– Você deseja lembrar, Ethan? – ela perguntou os olhos nos olhos, mas nenhum toque.

– Sim – confirmou, num sussurro quase baixo demais.

As mãos de Tessália foram rápidas até o rosto do garoto, o segurando com cuidado e delicadeza. Ela fechou seus olhos, assim como Ethan fez com os dele.

– Então eu posso te ajudar. – confessou, numa voz baixa e calma. – Quero que se lembre Ethan, se lembre de uma tarde de dezembro, era natal, você tinha apenas 12 anos, estava jogando com seus primos na rua, quando a bola acabou sendo chutada longe demais...

As palavras então acabaram fazendo efeito na mente do moreno, que antes, tinha a mente em preto, agora, o cenário da rua deserta dominava sua mente, as casas tomando cor, as três crianças ganhando vida e chutando a bola com agilidade.

– Droga! – Ethan exclamou cansado, vendo a bola ir em direção à casa a frente, entrando para o jardim interno da mesma, através das grossas aberturas da cerca.

– Vai pegar Ethan! – um dos garotos mandou seus cabelos bagunçados e pontas molhadas.

– Não posso invadir a casa da mulher assim! – se defendeu, tentando evitar ao máximo ir até lá.

– Que mulherzinha, tá com medinho tá? – o outro brincou seu rosto cheio de sardas, seus olhos azuis brilhando pela adrenalina do jogo.

– Não to com medo, Theodore – disse nervoso, encarando o primo.

– Deixa ele, Theo, se ele não tem coragem, tudo bem, eu vou. – o outro disse mais uma vez, caminhando até a casa.

– Não, Noah, não precisa, eu vou. – Ethan engoliu a seco, passando o segundo primo e andando lentamente até a cerca de madeira, pulando por cima da mesma.

– Não demora hem – Theodore insistiu, recebendo um soco no braço do irmão, Noah, que ria.

Ethan simplesmente os ignorou, avançando pelo jardim procurando pela bola branca, mas não encontrando nenhum único sinal da mesma.

– Procurando por ela? – uma voz feminina perguntou do outro lado da casa. Ethan se virou, percebendo a garota de longos cabelos castanhos o encarando com um sorriso divertido no rosto, e com a bola na mão.

A garota era linda, beirando seus 17 anos de idade. “uau” ele pensava consigo mesmo, enquanto caminhava até a mesma, pegando a bola de suas mãos.

– Obrigada – ele agradeceu.

– Disponha – ela respondeu descruzando as pernas e se levantando, era um tanto mais velha que ele.

– Ethan! – uma voz masculina grossa chamou do outro lado da rua, uma voz que ele conhecia bem.

– Pai... – murmurou baixo, enquanto preparava-se para correr e explicar a situação a seu pai, que nessas horas já deveria estar furioso pelo garoto ter invadido uma casa.

– Relaxa garoto, é só uma briga, você não vai morrer – a mais velha comentou, dando-lhe um leve tapa nas costas.

– E quem é você? – ele perguntou antes de ir embora, fitando-a em seus profundos olhos acinzentados.

– Você ainda vai saber. – respondeu firme, acenando, enquanto o garoto sem entender, corria para fora dali devido a mais um grito de seu pai.

Ele abriu os olhos, faltava-lhe completamente o ar. Ele então a encarou firme, reconhecendo os olhos a sua frente.

– Era você? – ele perguntou exaltado. Ela sorriu simplesmente. – Por que estava ali?

– Já disse, eu gosto de observar as pessoas – respondeu simplesmente, ainda sem tirar as mãos do rosto do rapaz. – Agora presta atenção, tem mais uma última coisa que quero te mostrar, ok? – ela o chamou, trazendo-o de volta rapidamente. Olhos fechados, ela rapidamente se pôs a falar – Era uma manha, em maio, um ano atrás Ethan, você estava usando um terno, completamente preto, estava sentando numa cadeira de ferro...

Num cemitério, era o enterro de sua mãe e de seu pai. As pessoas estavam sentadas por todo o espaço em volta dos caixões pretos onde os corpos sem vida de seus velhos descansavam. Ethan mantinha as mãos cobrindo seu rosto, num choro baixo. Não havia padre, seus pais nunca foram muito religiosos, somente parentes e pessoas prestando suas homenagens em uma despedida quase totalmente familiar.

Ethan se levantou, caminhando até o túmulo quando os caixões já estavam em baixo da terra, encarando os nomes dos pais escritos nas pedras. Marian Grand e Jonathan Grand.

Ethan havia perdido sua família, seu consolo, o que faria a partir dali? As pessoas se despediam, mando-lhe melhoras, ele não ouvia, não ouvia nada que não fosse sua própria respiração.

– Ethan... – uma voz o chamou, baixa, tão baixa.

Ele olhou para cima, tentando encontrar o dono da mesma, assim, longe de todos, num canto escondido, ela o encarava, parada. A roupa preta, os cabelos escuros, os olhos cinza, ela o fitava seria, com leves traços de tristeza no rosto, ele já a havia visto antes, no jogo de futebol na casa dos primos, anos atrás.

A morena então desviou o olhar, levando-o para outro canto do cemitério, caminhando vagarosamente até lá. Ethan seguiu seu olhar, encontrando a pessoa na qual a garota se aproximava.

A mulher usava um vestido negro que ia até acima de seus joelhos, justo. Em cima, era tomara que caia, mas um tecido de renda subia-lhe até o pescoço e então lhe cobria os braços. Usava um salto alto preto. Suas mãos, levemente entrelaçadas pousadas em seu colo. Seu rosto era triste, preocupado e ao mesmo tempo pensativo, como se tentasse resolver um grande problema. A morena logo se encontrou com a outra, que não a encarou, permaneceu fitando a Ethan, que permanecia a analisava.

Seus cabelos eram longos e loiros, ela tinha olhos azuis penetrantes, que transmitiam seu lamento, ao mesmo tempo eram perturbadores, frios, assustadores. Foi então que seus lábios se abriram, e ele pode ler cada um de seus movimentos.

“Eu não tenho escolha”

Foi o que a mulher sibilou, enquanto ele balançava a cabeça sem entender.

“Sinto muito”

Seus lábios sibilaram novamente, logo antes dela desaparecer, junto da morena, num único segundo.

Seus olhos se abriram com calma dessa vez, não estava tão extasiado, já havia se acostumado com aquela sensação, mas sua perturbação interna foi maior. Aquela mulher, aquela mulher no enterro. No dia, ele não sabia quem ela era não tinha ideia, mas agora, agora olhando ao passado, a mulher lhe era completamente familiar, ela era

– Cassie. – ele completou seus próprios pensamentos, fechando os olhos e se afastando. – O que você e Cassie estavam fazendo no enterro dos meus pais? O QUE? - ele perguntava nervoso.

– Eu já lhe mostrei demais, Ethan – comentou a morena, encarando-o de modo serio.

– O que ela quis dizer com aquilo? Eu não tenho escolha? Que escolha? – ele perguntava confuso, assustado, quase louco. A morena suspirou, derrotada.

– Você saberá de tudo Ethan, quando for a hora certa.

– E quando a hora certa vai chegar? – ele perguntou, cansado.

– Logo – confirmou, se reaproximando. – Me desculpe.

– Pelo que? – ele perguntou, encarando-a.

– Eu disse que te ajudaria a lembrar, e eu fiz. Mas agora preciso que esqueça tudo que viu. Cada detalhe. – ela confessou, tomando o rosto do garoto nas mãos, enquanto o mesmo tentava se afastar.

– Não, não, por favor – ele pedia insistente. – Eu não vou contar, eu juro Tessália, por favor!

– Me desculpe, mas se eu não fizer isso, nada poderá se realizar – ela disse o puxando novamente.

– O que Tessália? O que não poderá se realizar? – ele insistia desesperado. Não me deixe esquecer, por favor, não me deixe esquecer...

–Me desculpe – e então o beijou. Um selar de lábios rápido e leve, e no outro segundo, suas mãos apertavam sua cabeça, num ponto certo, fazendo-o gritar, ele segurava as mãos da garota, tentando afasta-la, mas então seu corpo perdeu a força e sua mente apagou completamente, enquanto seu corpo sem consciência caia no chão.

✥ ✥ ✥

– Qual é Ivy, vai ficar ai em depressão, pra sempre? – Electra se permitiu perguntar, vendo a morena lhe encarar em reprovação.

– Não fala do que não sabe Electra – ela retrucou, nervosa.

– Ei, não vamos brigar ok? Chega de confusões por hoje – pediu Irina, tentando acalma-las. – Não acham que já temos muita confusão já pra termos que brigar entre nós mesmas? Não obrigada. Se forem ficar de draminha me avisem que eu vou embora. – avisou, sentando-se ereta em cima do prédio.

As três se encontravam na cobertura de um edifício, o prédio da administração do parque, estavam na ponta do local, pernas penduradas, olhares perdidos pela extensão do lugar, podiam ver todos, ver tudo.

– Já acabamos – Electra disse emburrada, cruzando os braços.

– Se depender de mim, com certeza acabamos – confirmou Ivy, procurando com os olhos os brinquedos que funcionavam, deixando-se observar a roda gigante, que girava e girava incansáveis vezes.

– Mas afinal, desculpa a pergunta mas é inevitável, o que aconteceu entre você e o moreninho? – Irina perguntou, recebendo um olhar reprovador de Electra em resposta. – Que?

– Não me deixa perguntar, mas você pode? – a loira perguntou, negando com a cabeça.

– É diferente, você provocou, eu só perguntei algo justo de se saber... – se defendeu, encarando Ivy, que suspirou cansada.

– A mesma história de sempre, nada de diferente. Eu fui transformada, precisei fugir de casa por causa disso, não podia permanecer lá, com o passar dos anos eu não cresceria e... Todos me descobririam, vizinhança, família, seria tudo pior. Então eu fingi minha própria morte, encontrei um cadáver no cemitério, um novo, a garota mais parecida comigo que encontrei, eu simplesmente a destrocei, deixando-a quase que irreconhecível, com alguma ajuda do governo, eu tinha contato com um legista que contribuía e o paguei para que dissesse a polícia que era sim, eu. E bom, o resto vocês já sabem...

– Ele ficou tão revoltadinho por causa disso? – Electra perguntou, encarando-a.

– Não começa de novo Electra, por favor – Irina disse, antes que Ivy pudesse responder.

– Começo sim, ele está bravo porque ela o deixou, ta e dai? Ele vive com vampiras! Devia ter entendido!

– Eu não sou só mais uma vampira, Electra – a morena insistiu, encarando-a finalmente, com certa angustia no olhar. – Eu sou a irmã dele, a irmã que ele pensou ter morrido, a irmã que ele foi ao velório, que o fez sofrer com sua morte, sendo que basicamente continuava “viva”. – deu um tom estranho a palavra viva, confusa se podia usa-la ou não.

– Ivy, tenho que dizer que mesmo assim, isso não é motivo para ele ficar assim tão magoado – a loira explicou, negando com a cabeça em desaprovação.

– Dessa vez eu concordo com a loira, ele devia entender isso Ivy – Irina dizia, perdendo seu olhar pelo ambiente, balançando os pés para frente e para trás.

– Vocês não entendem, ele sabe disso, ele entende o que eu fiz, mas Taylor é orgulhoso, e principalmente acha que aguenta tudo. Ele acha que aguentaria a noticia, aguentaria a verdade.

– Você acha que ela aguentaria? Sinceramente falando? – Electra perguntou, enrolando a ponta de seu cabelo, pensando no que prestaria atenção, na conversa, ou nos fios loiros.

– Acho. Mas eu não podia. – Ivy respondeu simplesmente, assim fechando seus olhos, deixando que uma memória tão vivida lhe viesse a mente.

– Não podia por que? – Foi a vez de Irina perguntar.

– Simplesmente não podia. – Ela abriu os olhos rapidamente, não querendo mais se lembrar daquele dia, dele, dela, do grande segredo que cercava tudo, do motivo que a fez partir, o que ela tanto esperava que a fizesse voltar.

– Não pense que é a única com um passado problemático, ok? – Electra resmungou, olhando para frente.

– Ah é, valentona? Qual seu passado então? – Irina questionou, empurrando-a levemente pelo ombro.

– Minha mãe e minha irmã morreram num incêndio quando eu ainda era humana – comentou dando de ombros, mesmo que sentisse a dor ainda viva em seu peito – E quando finalmente eu não estava sozinha, essa pessoa foi morta.

– Eu sinto muito Electra – Irina deixou a brincadeira de lado, procurando consolar a vampira a seu lado.

– Corta essa, ok? Vamos, e você moreninha, o que tem de interessante? – perguntou retomando sua postura, fazendo Irina rir.

– Minha vida era boa, não tenho do que reclamar – disse simplesmente – A única coisa que me aconteceu foi que eu fui atropelada, mas isso não me incomoda, afinal foi o motivo pela minha transformação.

– Você gostou de ser transformada? – Ivy perguntou, perplexa.

– Não me olhe assim – pediu Irina, incomodada – Eu pedia por isso, e quando ela me viu na beira da morte, realizou meu pedido.

– Ela? – Electra sibilou, encarando a morena.

– Hayley – concordou simplesmente.

– Gamova? – Ivy exclamou quase assustada.

– Nem você, nem Tess, são as únicas a terem uma relação com alguém da mansão. – Ela disse rindo – Hayley e eu éramos boas amigas, até que ela me transformou e se foi... Mas tudo bem, acabamos nós encontrando novamente, não é mesmo?

– E vocês continuam se dando bem? – perguntou Ivy, curiosa.

– Ainda não tivemos tempo de conversar, mas eu espero que sim – comentou sorrindo.

Seus olhares então se perderam no ambiente, sem mais palavras a serem ditas, cada uma em seu próprio mundo, em suas próprias lembranças. Até algo finalmente lhes chamarem atenção, a roda gigante que antes brilhava em seu movimento longo e constante, parou bruscamente.

– O que está acontecendo? – Ivy perguntou para si mesma, enquanto tentava enxergar o que acontecia. As três então puderem ver a porta se abrindo e Alex saindo correndo dali, numa velocidade impressionante.

– Não sei, mas nada de bom, eu garanto. – Irina comentou, deixando seu olhar vagar para o que havia dentro do vagão, mas não conseguia enxergar nada.

Algo havia acontecido, e algo de muito estranho.

✥ ✥ ✥

– Meninas, isso foi ótimo, realmente. – Thomas dizia, abotoando sua blusa novamente, enquanto ambas brincavam ainda com os cavalos do carrossel.

– Foi um prazer lhe dar prazer meu querido – Arabella foi a primeira a se impor, sentada de pernas cruzadas em cima de um dos cavalos de madeira, um pintado de branco, usava somente suas calças, e acariciava seu braço, observando as pequenas marcas vermelhas desaparecendo gradativamente, até não estarem mais ali. As habilidades de curas de vampiros eram sempre mais ágeis que as de humanos comuns.

– Poderíamos fazer isso com mais frequência. – Nyx comentou. A morena girava em volta de uma das barras do carrossel, somente vestido sua lingerie preta. – Não me importaria – ela ria de suas próprias palavras.

– Eu aceitaria sua proposta – o loiro dizia com um sorriso divertido no rosto, caminhando até a mesma, segurando-a pela cintura e trazendo-a para perto.

– Mas... – perguntou ela novamente, dançando para ele.

– Mas as coisas vão ficar um tanto complicadas agora, e vocês sabem disso, não sabem? – ele perguntou retoricamente, fazendo uma trilha de beijos pelo pescoço da mais nova.

– Como se pudéssemos esquecer, o governo gosta de nos lembrar disso a cada segundo que estamos aqui – Arabella disse, se aproximando dos dois, puxando o rosto de Thomas para ela, beijando-o levemente. – Porque eles são assim, hem? Tão desesperados.

– Eles tem motivos, vocês sabem disso garotas, as coisas estão casa vez mais apressadas, não temos muito tempo, alias o tempo esta passando rápido demais, eu diria. – ele encarava a lua logo acima, brilhando de modo quase apaixonante.

– Ele sempre passa rápido quando algo interessante acontece por aqui, uma pena coisas interessantes acontecerem pouco – Nyx reclamou, soltando um resmungo baixo. O loiro riu, acariciando seu queixo.

– Você é nova demais Nyx, ainda tem muito que viver. – Thomas dizia, acariciando lhe o rosto.

– Mas vamos ser completamente sinceros, o que anda acontecendo vem valido a pena. – Arabella comentou, sorrindo. – Esta sendo completamente compensável.

– E a tendência é melhorar... – o loiro comentou.

– Eu só não queria ser questionada sobre a situação a cada segundo do meu dia, toda hora, elas entram na nossa mente pra ser como vão as coisas, elas podiam se acalmar um pouco neh? – Nyx disse novamente, emburrada.

– Hilly e Holly não são as pessoas mais calmas do mundo – o loiro lembrou, rindo logo em seguida.

– Calmas definitivamente não define aquelas duas – Nyx confirmou, se virando. – Mas também, como donas do governo, não pediria menos.

– Elas não param, nunca, sempre estão fazendo alguma coisa, seja útil, o que é raro, ou algo completamente absurdo, o que acontece com frequência. – Bella disse, fazendo Nicole soltar uma gargalhada alta.

– Lembro quando elas resolveram montar um campo de golfe dentro da mansão, porque estavam entediadas. – a mais nova contou, pendendo sua cabeça no ombro do loiro.

– Isso porque vocês não as conheceram quando eu as conheci, acreditem as brincadeiras delas não eram nenhum pouco bobas desse jeito. – Thomas disse, fechando a expressão.

– Como elas eram? – Arabella tomou coragem de perguntar, enquanto encarava o belo rosto do vampiro a sua frente.

– Cruéis. Assassinas... Elas continuam assim, mas em seus primeiros meses de vida, elas, elas eram incontroláveis. Piores até que Cassie e Mery. – ele dizia, fechando os olhos enquanto diversas memorias passavam por sua mente. – Elas não tinham misericórdia alguma.

– Mas elas melhoraram... – Nyx disse, dando de ombros.

– Sim, digamos que com o tempo elas foram aprendendo a controlarem-se, agora ao invés de matar descontroladamente, o melhor passatempo pras duas é manipular as pessoas, é jogar com elas.

– Os jogos pararam? – perguntou Nyx, confusa.

– Pelo contrário minha bela – ele disse, puxando ambas as garotas para perto, sussurrando – Ele ainda está pra começar de verdade.

– E ele será um jogo bom de assistir? – perguntou Arabella, divertindo-se com a situação.

– Um dos melhores – ele comentou, deixando seu olhar vagar entre as duas morenas.

– Acha que desconfiam? – Nyx deixou seus lábios perguntarem.

– Não. – respondeu firme.

– com certeza estragaria toda a surpresa, seria uma pena, a pesar de que, seria divertido! – Bella disse, mordendo o lábio inferior.

– Divertido será o fim de tudo, o ato final, isso sim será divertido. – Thomas disse, encarando o lábio preso que a morena mantinha nos dentes.

– E nós não vamos perder, não é mesmo? – Nyx passou então a dançar próxima ao corpo do loiro, que a segurou firmemente pela cintura.

– Não Nyx. Nós vamos jogar, e vamos estar lá, observando de camarote todo o espetáculo. – ele se permitiu dizer, encarando-a nos olhos.

– Então que tal se agora, enquanto ainda temos tempo, porque não aproveitamos mais um pouco, hem? – Bella dizia, levando seus lábios até o maxilar do loiro, beijando-o. Nyx levou sua mão por todo o abdômen do vampiro, desabotoando-o novamente, enquanto o homem ria brevemente.

– É uma ideia excelente, Bella – confirmou, puxando o rosto de Nyx, beijando-a.

– E o que seria aquilo? – a voz da morena mais velha se fez ecoar pelo local, atraindo a atenção dos dois.

– O que? – Nyx perguntou um pouco irritada pela interrupção.

– Aquela não é a Hayley? – perguntou quase retoricamente apontando até o outro canto, onde a morena caminhava, calmamente, encarando o local a sua volta.

– Qual o problema com ela, Arabella? – perguntou puxando o loiro de volta para si, mas sendo impedida novamente.

– Olha mais pra trás. – insistiu a mais velha, rindo logo em seguida.

– É o Beau? – deixou seu interesse aumentar, vendo o moreno caminhando na direção da mulher, que mantinha seus passos firmes em linha reta.

– É. – confirmou.

– Vocês sabem? – Thomas perguntou, colocando as mãos nos bolsos da calça, encarando tanto o homem, quando a mulher que caminhavam em direção a uma tenda vazia.

– Quem não sabe da famosa história de Hayley e Beau, loirinho? – Nyx comentou, encarando a garota que agora entrava na tenda do circo.

– Não pensei que tanta gente assim – ele comentou, mais para si mesmo do que pra elas.

– Digamos que é uma história bem conhecida lá no governo. – Arabella disse então percebendo o homem parar em frente à fresta de tecido, parecia se decidir se entrava ou não. – Vamos Beau, entra, entra! – ela insistia baixo, numa torcida quase muda. Mas ele o fez.

– Isso! Finalmente – Nyx comemorou, sorrindo.

– Acham que vai dar certo? – Thomas perguntou, puxando Arabella para si.

– Ah meu querido, se dessa vez eles não se resolverem... – a morena começou.

– Então acho que nunca vão – Nyx completou, ainda encarando as listras coloridas.

✥ ✥ ✥

Hayley vagava seu olhar por todo o ambiente, nunca estivera em um parque de diversões antes, nunca teve a chance. Sempre ouviu falar, por aonde ia, da alegria dos parques, da diversão, das risadas, do clima bom e aconchegante, mas nunca teve a oportunidade de ir a um, nunca pode algo sempre acontecia e a garota não conseguia concretizar seu desejo.

Mas naquele dia, naquela noite em especial seu desejo finalmente havia se realizado, estava li, naquele lugar mágico, naquele lugar que a fazia sentir-se mais viva, mais humana.

– Finalmente então, você veio – uma voz masculina disse no fundo da tenda, fazendo-a se virar, fincando de frente com aqueles olhos azuis maravilhosos, iluminados por somente uma fresta de luz vinda de fora.

– Beau, o que faz aqui? – ela perguntou seria, perdendo o sorriso do rosto.

– Não me olhe assim, por favor – ele pediu, rindo nervoso, passando a mão nos cabelos.

– Te olho do jeito que eu quiser – disse sem pena, voltando a andar.

– Não fala assim, Hayley – ele insistia parado no mesmo lugar desde que havia entrado na tenda.

– Como quer que eu fale Beau? Como quer que eu te trate? Quer que eu te trate bem, é isso? – ela perguntava irônica, irritada.

– Quero conversar com você Hayley, quero falar com você, só isso. – ele pedia com calma, ponderando se aproximar ou não.

– Conversar sobre o que? Sobre nós?

– Sim Hayley, sobre nós. – ele confirmou, dando um passo para frente.

– Ótimo, vamos contar sobre como você me deixou. Vamos lá, se justifique, quero ouvir! – pediu cruzando os braços de modo nervoso.

– Hayley, eu já lhe disse isso mil vezes...

– Não foi você que me contou, na primeira e isso que importa. Você simplesmente foi embora, me deixou lá! – ela julgava, atacava, vendo-o se encolher levemente.

– Eu estava desesperado! Já disse isso, era minha irmã Hayley! Minha irmã havia sido transformada, ela precisava de mim!

– Eu também precisava, e eu teria te ajudado, ido com você, mas você simplesmente foi, sem nem me dizer por que, sabendo que eu já tinha sofrido com uma perda antes, e então me fez sofrer mais uma? Eu soube seus motivos por outra pessoa Beau, não por você. – ela já estava mais calma, e ele se aproximava vagarosamente.

– Eu sei Hayley, eu sinto tanto. Mas eu me desesperei, ver minha irmã, pequena, frágil, nessa situação, eu simplesmente não pude esperar, e ela crescia e precisava de mim, eu não podia deixa-la para procurar você.

– Eu até entendo Beau, certo, mas você não me abandonou somente uma vez, lembra-se disso? Fez isso duas vezes, duas! – ela voltou a ataca-lo.

Ele então fechou os olhos, forçando sua mente a lembrar daquela situação.

60 anos atrás, era uma noite fria de agosto, Beau caminhava pela floresta tentando encontrar um animal para que sua irmã pudesse se alimentar, mas o que encontrou foi outra coisa. Hayley estava caminhando por ali, com um sorriso no rosto, vestindo simplesmente um leve vestido azul.

Seus olhares se encontraram, e nada mais foi necessário. A garota queria impedi-lo, queria empurra-lo, mas não tinha forças. Seus lábios selados, numa paixão e urgente gigantescas. Ele a queria tanto, ela o queria demais.

Uma pequena cabana ao lado foi perfeita para a ocasião, uma noite de amor e de caricias intermináveis, onde o amor e a saudade eram os únicos sentimentos que teimavam em reinar.

– Porque fez isso? – ela insistia a perguntar, sentindo os beijos do homem seu pescoço. – Por fez isso, Beau? – ela o perguntava, apertando sua nuca com força. Ela o queria tanto, ela sentia tanto sua falta. Assim como ele sentia a dela.

– Eu sinto muito – ele dizia, entre os beijos - Eu te amo. Eu sinto muito.

– Eu te amo – ela disse, buscando seus lábios, beijando-o com força.

Na manha seguinte, enquanto Hayley fora a floresta, buscar algumas flores para enfeitar a pacata cabana, ele já não estava mais lá.

– Não tem ideia de como foi entrar por aquela porta e não te ver ali – ela comentava, sentindo seu corpo se reprimir em dor.

– Hayley, não sabe como foi difícil sair dali, não sabe o quanto eu quis ficar. – ele dizia cada vez mais próximo.

– Descobri seus motivos um pouco depois daquilo. – ela disse, ignorando.

– Mas então você já não me amava mais – ele confessou, mais para si mesmo, como um jeito de consolo, a mulher riu.

– Não é como se isso fosse muito possível... – murmurou, sentindo o olhar do moreno pesar sobre sua pele. – O que faz aqui Beau?

– Cassie me procurou, disse que precisava de ajuda para uma ocasião especial.

– Não Beau, você não viria, ou no máximo, traria sua irmã junto, então porque veio? – ela refez a pergunta, encarando seriamente.

– Ela morreu – confessou, deixando seu olhar se perder no ambiente. – Foi assassinada alguns dias atrás, por caçadores humanos – ele continuou cerando os punhos.

– Sinto muito – disse simplesmente.

– Eu também – ele levantou seu olhar, encontrando o dela – Mas isso me fez pensar no quão rápido eu posso perder quem amo isso me fez pensar o quão desesperado eu ficaria se soubesse que você não existisse mais, assim como minha querida Hannah.

– Você me deixou por tantos anos, já devia estar acostumado a viver sem mim – ela comentou.

– Eu jamais parei de pensar em você, em um único segundo se quer. Sempre queria poder estar a seu lado, lhe beijando, lhe abraçando, tocando sua pele. Nunca me acostumei com sua ausência, mas sabia que estava vivendo, que estava fazendo algo de bom pra esse mundo, quem sabe sendo feliz, mesmo que com outra pessoa, e só de saber disso eu me sentia um pouco melhor, mas saber que alguém a matou, ah Hayley, isso seria o fim, eu iria atrás dessa pessoa até o inferno se fosse preciso, a mataria dolorosamente e no fim, eu acabaria tirando minha própria imortalidade também.

– Não diga isso – ela insistiu se aproximando, tocando seus lábios com os dedos. – Não precisa.

– Você acredita em mim agora Hayley? Acredite que eu nunca quis te deixar? Acredita que é com você que eu quero estar? Por toda a eternidade? Acredita em mim? – ele perguntava quase em desespero.

A morena não disse mais nada, simplesmente aproximou seus lábios dos dele, num selinho tão singelo, mas tão cheio de emoções. Beau quase perdeu o equilíbrio, segurando-a firmemente pela cintura.

– Ah, Eu te amo tanto. – ele murmurou entre seus lábios.

– Eu nunca deixei de te amar – ela sussurrou, beijando-o mais uma vez.

– Finalmente – ele acrescentou, acariciando-a e apertando-a contra si de um como tão brutal, como se nunca mais fosse deixar que ninguém a tira-se dali.

– Finalmente – repetiu, fitando-o nos olhos, naquele mar azul que tanto sentia falta.

– BEAU – a voz de Cassie ecoou por todo o local. – HAYLEY – ela ainda estava distante, mas ouvi-la os chamando foi o bastante para que ambos se separassem, segundos antes da loira entrar pela tenta, com um semblante nada tranquilo, sengo seguida por Mery, no mesmo estado que ela.

– O que houve? – ele perguntou primeiro.

– Nós estávamos na torre de eletricidade quando Alex veio até nós. – Mery começou a explicar, ainda com os olhos um tanto arregalados – Ela parecia atormentada, parecia transtornada – ela continuava.

– O que? – Hayley perguntou – Alex? Assustada? Transtornada? Aquela garota não mostra emoção pra nada!

– Esse é o problema, Hayley – Mery completou – Ela estava.

– Eu não to entendendo, o que aconteceu afinal? – a morena perguntou novamente, sentindo o desespero antecipado dentro de si.

– Eu preciso que vocês venham comigo, Beau, ajuda Mery a achar a todos, vamos embora daqui, Hayley, preciso que venha comigo. – Cassie começou, puxando-a consigo.

– Sim, mas, que aconteceu, Dona? – perguntou novamente, fazendo a loira parar logo a sua frente, encarando a morena numa suplica muda.

– Preciso que vocês me ajudem – disse simplesmente. – Sebastian não está nada bem.


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Notas finais do capítulo

E ai? Merecendo comentários?
Desculpa a qualquer leitora que tenha comentado e eu acabei deixando de fora, prometo que se deus permitir, vão ter mais caps assim, e eu te compenso ok?
Só queria dizer que a partir de agora vai ser assim, comentou no cap passado? Então você vai aparecer no próximo, não comentou? Então me desculpe, mas sua personagem vai ficar de fora daquele próximo. Já tivemos muitas mortes, esperem e elas serão divulgadas, mas por enquanto, é isso ai.