As Aventuras dos Marotos escrita por Aki Nara


Capítulo 61
Capítulo 61 - O Caminho de Peter


Notas iniciais do capítulo

E agora faltam apenas 10 capítulos.



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Cena 1 – A Escola sem Marlene

Na Torre Norte se estendia um clima pesado entre os amigos, a perda de Marlene havia sido um golpe duro não só para Sirius, mas para todos de certa forma exceto um.

Por isso, eles tentavam não tocar no nome dela, pois as lembranças invadiam suas mentes a cada lugar compartilhado. No entanto, a vida continuava e eles precisavam segui-la sem Marlene.

_ A formatura está chegando... Você já decidiu como será seu vestido Andy? – Lílian tentou tabular uma conversa aleatória.

_ Ah! Estou entre dois de cores diferentes? Qual será a cor do seu? – Andrômeda tentou demonstrar interesse pelo assunto.

_ Garotas! Falta mais de dois meses e elas já discutem o que irão usar... Entende isso? – James admoestou virando-se para conseguir apoio de Remo, que se manteve calado.

_ Para quê se preocupar? As duas estariam lindas até mesmo sem roupa.

_ Sirius! – James, Lílian e Andrômeda fizeram côro.

Sirius beijou a prima no rosto e depois com um floreio na mão de Lílian. As duas se olharam mutuamente num silêncio mudo onde palavras não precisavam ser ditas: “o cachorrão voltava à cena”.

_ Se estiverem interessadas numa companhia mais interessante, eu estou ao inteiro dispor.

Sirius se despediu com galanteio deixando-os para trás na companhia de Rabicho que foi ao seu encalço, mas sendo rechaçado.

_ Dá um tempo! Eu quero ir ao banheiro sem ter você como sombra, amigo.

Peter voltou amuado encostando-se na amurada.

_ Precisamos nos preocupar? – James franziu a testa olhando para os amigos.

_ Acho que ele está perdido para sempre – Andrômeda se aconchegou nos abraços de Remo.

_ Será? – Lílian acabava de por em palavras quando o sino soou. – Por Merlim! Precisamos usar nosso vira-tempo. Vamos Andy.

A amiga se levantou e se juntou a Lílian sumindo diante dos marotos.

_ Essa é a deixa. Você vem Rabicho?

_ Tô com preguiça Pontas. Acho que vou pra cozinha.

_ Cuidado pra não ser pego – Remo aconselhou fechando o livro e colocando debaixo do braço.

_ Falou.

Cena 2 – A Carta

Peter esperou os amigos saírem da Torre para tirar da manga o pergaminho que trazia desde o dia que a professora McGonagal lhe entregara.

A princípio pensou em entregá-lo para Sirius, mas ultimamente ele o ignorava tratando-o com tanto descaso, que nesse ínterim, a curiosidade foi maior e ele acabou abrindo e lendo.

Tantas vezes ele releu que havia decorado as palavras escritas por Marlene sem necessitar abri-lo. Ele apenas olhou para o pergaminho que queimava em suas mãos como se feito de carvão em brasa.  

“Sirius... Tentei fugir da professora McGonagal para ver você, mas não consegui. Estou sendo levada contra minha vontade até a Sala do Diretor.

Ela me deu um pergaminho e uma caneta mágica movida por pensamento para que eu pudesse me despedir, mas quero aproveitar esse momento para lhe contar algo.

Lembra que eu disse esta manhã que precisávamos conversar? Bem... As regras não chegaram... Isso quer dizer que... Ah! Ainda não é de certeza.

Ainda tenho esperança de convencer meus pais, mas se estiver lendo esta carta é por que não consegui convencê-los do contrário e tive que partir.

Não se preocupe! Mesmo que eu não saiba para onde, quando puder mando notícias. Por ora, comporte-se. Nem pense em dar atenção para outra garota. Amo você, Marlene”.

De certo modo Peter era ingênuo no que se referia ao funcionamento de um corpo feminino e não tinha idéia do que Marlene queria dizer com “Regras”. Ele guardou o pergaminho novamente na manga e seguiu para a cozinha.

Cena 3 – O Fim de uma Amizade

Peter sempre viveu nas ruas junto com um bando de crianças órfãs. A maioria era formada por garotos que fugiam de suas casas ou eram abandonados.

Por ser franzino ele sempre se acostumou a procurar um grupo mais forte para protegê-lo, muitas vezes pagando com obediência cega e até fazendo coisas de que tinha nojo.

Quando recebeu a visita da professora Sprout pensou que sua vida mudaria, mas a não ser pelo fato de que agora comia bem, as regras não haviam mudado. A sobrevivência dependia de estar do lado certo.

E ele havia escolhido os marotos pensando que eles seriam a solução para impedir a valentia de alguns garotos. No entanto, eles preferiram correr atrás de um rabo de saia do que mantê-lo a salvo.

Era estranho, pois ele teria sido capaz de mover céus e montanhas por seus amigos. E agora, via-se capaz de tudo para destruí-los. A vingança era um prato que se comia frio e ele pretendia fazê-los pagarem pela traição.

_ Amigos... Hunf! – ele grunhiu por entre os dentes.

A fornalha a lenha queimava o caldeirão fervente. Peter não pensou duas vezes, era com prazer que via o pergaminho desaparecer. Ele sorriu de modo débil ao pensar que a dívida começava a ser paga.


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