The Strange Girl - Franklin escrita por Chibi Midori


Capítulo 9
Salvando o Gato




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Eu estou confusa. Confusa. Ok, essa é uma boa palavra. Mas não descreve exatamente, eu... Cara. Vamos recapitular. Sou Ludmille Williams, de Boston. Eu não me encaixo em lugar nenhum em Franklin. Ou não encaixava.


Este ano Gretchen Gardiner – a linda e popular Gretchen Gardiner – resolveu ser minha amiga. Sem mais nem menos. Eu me sento ao lado da garota em toda aula de literatura a ANOS e, do nada, ela resolve que foi com a minha cara e... PUFF! Sou a melhor amiga da Gretchen.


No mesmo dia chega a Franklin o filho do meu chefe. Um gato MUITO estranho que tem uma história bem complicada que envolve uma ex-namorada drogada e um lance de família pessoal pra cacete. E esse é o Josh.


E de repente eu tenho amigos em Tenessee. Um dia eu estou no banheiro consolando Heather Sunshine, uma garota que eu jurava que me odiava. No mesmo dia meu pai morre. Tudo o que eu queria antes era voltar pra Boston, pro Ryan e pra Tiara. Mas o sofrimento de perder meu pai colocou tudo isso em perspectiva pra mim. Que importância tem meu ex e a minha melhor amiga? Sou uma meio órfã agora.


E Adam Carrow – o gostoso, lindo, perfeito – chuta a Heather – a garota mais linda do mundo depois da Gretchen – e vem com um papinho de que chutou a Heather – A HEATHER! – por que está apaixonado por mim. Eu já não sou normal. Mas agora eu preciso urgentemente de uma longa terapia. De preferência com um psicólogo gostoso e que me faça esquecer o Adam, o Josh, a Gretchen, a Heather e da Ludmille.


Ah, especialmente da Ludmille. Façam-me esquecer essa maldita garota! Estou implorando.


Respirei fundo e empurrei o chão com o pé. Andar de skate por Franklin numa tarde de domingo não é o melhor programa se você quer parar de pensar. Por que Franklin é completamente deserta no domingo. Eu estou agora na frente de uma casa em ruínas. Essa casa está condenada há uns meses, mas ninguém se deu ao trabalho de demoli-la realmente por que ninguém comprou o terreno.


Eu não sei que força estranha – A mesma força que me fez ir até o banheiro onde a Heather estava chorando – me fez parar na frente daquela casa e olhar pra lá naquele instante. Mas quando eu parei, ouvi um longo “miau” agoniado. Eu podia ser como uma pessoa normal. Podia ter gritado “FANTASMA!” e disparado pra casa no skate.


Mas eu não sou normal. E essa casa estava condenada por causa de uma praga de cupins, não por aparições de espíritos de outro mundo. Não era uma casa de filme de terror, por que eu não sou como os personagens de filmes de filme de terror. Se eu ouvisse um barulho suspeito no meio da noite, eu não iria olhar pra ver se era um assassino. Eu não morreria num filme de terror. Nunca fui curiosa mesmo.


Mas o que eu ouvi na casa condenada não foi o ruído de um espírito maligno ou de um psicopata fantasiado. Ela um miado. Agudo e longo, como os miados que Mouche emitia quando estava com dor de barriga. Como eu ia dizendo, eu não sou normal. Então eu apanhei o skate e andei até a varanda da casa. Não parece uma casa abandonada de filme de terror. Parece apenas uma casa cujos donos viajaram e que precisa urgentemente de uma faxina.


E havia um gato. Um gatinho cinza escuro ainda filhote. Havia uma mancha vermelha escura em sua patinha esquerda. Ele estava miando agoniado preso entre as grades da janela e sangrando. Ah, NÃO!


Larguei meu skate e a mochila junto da soleira e subi pela trepadeira que dominava o lado esquerdo da casa. O gatinho estava muito longe. Merda. Subi com cuidado no telhado. A casa tem dois andares e um telhado mais baixo só pra varanda. Subindo no telhado da varanda, eu podia facilmente chegar à janela onde o gatinho estava preso.


- Tudo bem, amiguinho. – falei quando me aproximei e ele me olhou agoniado – Vou ajudar você já, já.


- LUDMILLE WILLIAMS! O que diabos você está fazendo?


- Ah! – arfei e vacilei, derrubando uma telha e quase caindo. Me segurei com dificuldade na grade da janela. Cacete. Era só o Josh. Ele estava me olhando lá do chão, incrédulo. Filho da puta! Quase me fez cair e morrer. – Ai, Josh! Qual é o seu problema? Você quase me mata do coração!


- O que você está fazendo aí em cima, sua retardada? – ele gritou.


- Espera aí! – pedi.


E avancei um passo. O gatinho miou agoniado e eu senti vontade de chorar pela dor dele. Não que eu vá chorar. Eu sou lesada o bastante pra cair sem estar cega por lágrimas, é claro. Peguei o gatinho com cuidado para não machucar sua patinha. Ele me arranhou um pouco, mas eu ignorei. Mouche vive me arranhando por acidente, estou acostumada.


- Luh, você vai ca...


- AAH!


Maldição! Porcaria de moleque com língua de praga! Ele nem acabou de falar a palavra “cair” e eu pisei numa telha em falso que deslizou e... Já viu, né?


- LUDMILLE!!!


E lá vai a Luh caindo de cima de um telhado com um gato machucado. Mas em cima do Josh. Por que se não fosse a PIOR coisa que poderia acontecer, não seria Luh Williams, a maior JINX de todo a Via Láctea. Eu não caí LITERALMENTE em cima do Josh. Eu cairia na grama. Mas o Josh por algum motivo obscuro resolveu dar uma de Superman e resolveu que podia me segurar.


Bem, ele segurou. Mas nós caímos, é claro. Ah, DANE-SE! Imagine a cena como você quiser, seu abutre carniceiro. Eu sei que independente de como eu descrever ou você imaginar, você vai rir como uma hiena da minha desgraçada iminente.


- Se jogar do telhado, Luh! Se quer se matar, por que não corta os pulsos como as pessoas normais? – Josh resmungou embaixo de mim.


- Eu não estava tentando me matar, seu mentecapto. – rebati.


Eu sei o que você está pensando. Cena de filme. A garota cai em cima do garoto – que por acaso é seu melhor amigo – e os dois ficam se olhando, muito próximos. Bom, a cena é MESMO essa. Mas Josh e eu não estamos prestes a nos beijar. Estamos nos olhando, ele meio com raiva e eu envergonhada.


Sentei com cuidado e examinei o gatinho. Ele parecia assustado, mas o corte na patinha não era tão grave quanto eu achei.


- Está tudo bem? – Josh perguntou


- Está sangrando bastante. – respondi examinando.


- Sangrando? – Josh repetiu sentando tão rápido que eu acho que ficou tonto – Onde? Me deixa ver...


Estendi o gatinho pra ele usando apenas a mão esquerda por que meu pulso direito doía pra cacete.  Josh olhou pro gato e depois pra mim. A expressão dele era a de quem estava prestes a pular no meu pescoço e me estrangular.


- Não perguntei se estava tudo bem com O GATO, Ludmille! Perguntei se estava tudo bem com VOCÊ!


- Ah. – respondi – Acho que machuquei o pulso, nada demais. Ah, obrigada por salvar minha vida. Foi idiotice da sua parte, só fez se machucar comigo, mas obrigada.


- Você... Subiu no telhado... De uma casa prestes a cair... Pra salvar...  UM GATO? – ele sibilou – É um gato!


- Ele está machucado! – defendi, aconchegando o gatinho junto a meu peito. – Vou levar ele ao Sr. Forgety.


Levantei. Josh ficou me olhando de boca aberta. Coloquei a mochila no ombro e chutei o skate. Meu pulso está doendo pra caramba. O que será que eu fiz com ele?


- Luh! Espera! – Josh estava me seguindo – Eu vou com você!


Não discuti. Apenas atravessei o quarteirão necessário pra chegar ao único veterinário da cidade, o Sr. Forgety. O sino anunciou nossa chegada e o velho veterinário sorriu pra mim.


- Olá, Ludmille. Algo errado com Mouche?


- Na verdade não, Sr. Forgety. Eu acabei de achar esse gatinho machucado ali e...


Sem completar a frase, pus o gato no balcão. Ele miou fraquinho. Gemi de pena. Sr. Forgety examinou o gatinho e em seguida seus olhos aumentados por óculos de grau grossos lampejaram para minha mão esquerda que eu mantinha junto ao corpo com medo de doer mais. Ele estendeu a mão e pegou meu pulso ao invés da pata do gatinho e eu estremeci ao toque. Ele suspirou.


- Acho que você tem uma fratura, Ludmille. Subiu em outra árvore? – ele sorriu pra mim.


- Num telhado. – suspirei


- Espere um minuto. Você já fez uma idiotice dessas antes? – Josh sibilou


- Quando eu achei Mouche. – falei – Ele estava numa árvore... Eu caí e torci o tornozelo, nada demais, eu só... Ei! Onde está me levando?


Josh tirara a minha mochila dos ombros e me arrastava pra fora da loja.


- Josh! O gatinho...


- Vou levar você ao pronto-socorro. E depois o mentecapto sou eu! – ele grunhiu – Depois você volta e olha esse maldito gato, garota.


Deixei-me levar por que o pronto-socorro era ali pertinho mesmo e minha mão estava doendo. AAARGH! Já no hospital, nos mandaram pra Dra. Carrow, mãe do Adam.


- É, você tem uma fratura, Ludmille. – Ah, não. Bom, isso explica a dor que me faz ter vontade de chorar como um bebê.


- Unf. Você não tem um pingo de juízo, não é, Luh? – Josh rosnou – Sério, o que você tem na cabeça, Mulher-Gato? Podia ter se machucado seriamente. Não quero nem pensar no que aconteceria se eu não estivesse lá e...


- Eu teria caído do mesmo jeito e não teria machucado você. – Indiquei seu cotovelo ralado – Desculpe se estou fazendo você perder seu tempo ou se caí em você. Mas você já pode ir agora.


- Esquece, Luh. Você vai engessar o braço. Vou ficar aqui com você. – Não faz sentido. Mas é o Josh, ele é sempre desconexo.


Uma batida leve na porta me fez olhar. Adam estava ali, no consultório da sua mãe.


- Ei, mãe, papai pediu pra... Luh? O que está fazendo aqui? – ele me olhou surpreso.


- Caí. – respondi indicando o braço.


- Caiu? – Adam se aproximou e olhou meu pulso - Está tudo bem? Quer que eu fique com você ou...


- Ela está bem, Adam. – respondeu Josh com frieza. Adam o olhou pela primeira vez – Vou levá-la pra casa eu mesmo. Pro caso dela resolver salvar outro gato de um prédio em chamas ou coisa parecida. – Na ultima frase, a frieza virou exasperação.


- Para com isso, Josh! Que droga! Eu não podia deixar o gatinho lá! – Rosnei.


- Não fique brava, querida. – a Dra. Carrow sorriu de modo cúmplice pra mim – Seu namorado está sendo um pouco rude, mas é a maneira dele de demonstrar preocupação e...


- Josh não é o namorado da Luh, mãe. – Adam cortou mordazmente. Ah, ta brincando.


- Adam, já ouviu falar de privacidade? Você não devia entrar aqui enquanto eu estou atendendo um paciente. – a Dra. Carrow ralhou em voz baixa.


- Não, está tudo bem, Dra. Carrow. Adam é o meu amigo. Tudo bem.


Adam sorriu pra mim. Era um sorriso tão... Tão... Sincero que eu não pude não sorrir de volta. Adam estava totalmente feliz por me ver. Que esquisito. Depois de alguns minutos de um silencio nada leve, o meu braço estava enclausurado dentro de um gesso. Minha mãe vai me matar. Droga.


- Tem certeza de que não precisa de nada, Luh? – Adam perguntou outra vez.


- Não, obrigada, Adam. Estou bem. Agora eu tenho que ir ao pet shop ver o gatinho. – respondi.


- Se sentir dor, tome um analgésico. – aconselhou Dra. Carrow. – E acho que pode dormir quando quiser, já que não bateu a cabeça.


Josh revirou os olhos pra mim e pegou a minha mochila antes que eu pudesse fazê-lo. Agradeci a Dra. Carrow e acenei pro Adam antes de sair. Meu pulso ainda dói, mas não tanto. Dra. Carrow havia me dado um analgésico antes de engessar. Pra você ver como eu sou sortuda. Eu caio com um gato de cima de um telhado em cima do Josh. Nada acontece ao gato, o Josh rala o cotovelo... E eu fraturo o pulso.


Fala sério!



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Notas finais do capítulo

Oiii! Aqui está mais um capitulo bonitinho pra vcs Espero que gostem e... Recado pra vcs ó:
Espero que tenham gostado '
Momento Propaganda: Gente, sabe o que tem de novo na intenet? UM WEBSHOW! E quem apresenta? A querida autora aqui =D Então por favor acessem: http://www.cosmical.webs.com/ E assistam os vídeos que estão na galeria de vídeos. Vale a pena, eu juro! Vocês vão rir. Eu mesma ri e fui eu quem fez! Bjs =*