A Garota Gelo escrita por Lis Bloom


Capítulo 33
Capítulo 34




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Eu ainda estava atônita com a decisão que eu tinha tomado, aquilo tudo era uma loucura, mas quem se importava?

Naquele mesmo dia a minha mãe tinha ligado para a agência, que na mesma hora tinha marcado um dia para irmos lá e conversarmos sobre tudo, é claro que teríamos que viajar para São Paulo que era onde a agência ficava, a minha vida estava tomando um rumo completamente diferente.

A proposta da agência era deu gravar um cd com músicas de outros cantores e algumas autorais, é claro que nessa última parte eu já tinha resolvido, o meu caderno estava repleto de versos.

O meu pai não tinha ficado muito contente com a minha decisão, com medo deu deixar os estudos de lado e acabar perdendo o real foco de minha vida, é claro que isso atrapalharia um pouco nos estudos, mas não ao ponto de largá-lo completamente, aquilo era só um teste, se desse certo ótimo, caso contrário, pelo menos eu tentei, e com certeza eu continuaria postando os vídeos na internet, os comentários do primeiro vídeo pedia mais e mais.

Todos na escola estavam me tratando bem, menos as pessoas que eram especiais para mim, o real motivo eu tentava decifrar, mas não saía nada, eu tinha a plena certeza que Lucas estava por trás daquilo tudo, pior seria para ele já que a minha vida estava andando para frente.

Alguns dias se passaram até a data marcada para a viagem a São Paulo, a minha barriga tinha sido invadida por milhares de borboletas, como aquela vez que Andrei tinha cantado para mim.

_ Filha, já está pronta? O seu pai está esperando impacientemente lá na frente. – Diz minha mãe entrando em meu quarto e me ajudando a fechar a mala que estava emperrada, mas não era pela quantidade de roupa e sim por estar muito velha, uma vergonha, eu sei.

_ Você vai voltar? – Pergunta a minha irmã me abraçando pela cintura.

_ É claro que eu vou, quem diz que irei te deixar em paz tão cedo assim. – Brinco lhe fazendo cócegas.

_ Temos que ir. – Apressa a minha mãe dando as mãos para a minha irmã e descendo as escadas, fui logo atrás.

Apenas a minha mãe iria me acompanhar, o meu pai iria ficar cuidando da minha irmã, o que a minha mãe não estava confiando muito.

_ O que foi? – Pergunta o meu pai enquanto todos estão dentro do carro e ele dá a partida. – Acha que eu não sou um pai responsável? Vou te mostrar o contrário quando voltar ouviu?

_ Só acredito vendo. – Responde a minha mãe sem esconder o humor em sua voz.

Conversamos bastante durante todo o percurso, eu tinha certeza do que estava fazendo e nada iria mudar isso.

Chegamos ao aeroporto bem a tempo de fazer check-in, meu pai deu-me um beijo no topo da cabeça.

_ Espero que dê tudo certo com você viu?

_ Pode deixar! – Respondo.

_ Não demora tá? – Fala a minha irmã me dando um abraço e logo em seguida segurando na mão de meu pai.

_ Vou voltar daqui dois dias.

Iria perder alguns dias de aula, mas os meus pais já tinham avisado a diretoria da escola, nessa hora todo mundo deveria estar sabendo.

Eu já tinha me despedido de Sofia e de Daniel na noite passada, tínhamos passado à tarde no shopping e nos divertido bastante. Tentei tomar coragem para ligar para os meus antigos amigos, mas não deu muito certo.

Meu pai me deu um último abraço antes de entrarmos no avião, eu sei que não era a primeira vez que andava em um, mas ainda sim aquele frio na barriga sempre persistia em ficar, e um nó em minha garganta se formava.

_ Ainda com medo de aviões? Lembro-me da primeira vez que você andou. - Disse minha mãe rindo ao meu lado e alisando o seu blazer preto, parecendo uma advogada.

_ Nem me fale. – Respondo recostando a cabeça no assento e respirando fundo para controlar os batimentos cardíacos.

Pego o fone de ouvido que a comissário de bordo distribuiu e coloco no braço do banco, para ouvir o rádio, aquilo talvez pudesse me relaxar.

Fecho os olhos por um segundo e acordo com a minha mãe me cutucando dizendo que já tínhamos chegado, que segundo comprido foi esse em?

Quando chegamos ao aeroporto de São Paulo vemos uma mulher que aparentava ter uns 25 anos, segurando uma placa com o meu nome, logo fomos a sua direção, eu estava um pouco constrangida com aquilo, imagina para a mulher ter que segurar aquilo.

_ Boa Tarde, me chamo Sandra, tiveram uma boa viagem? – Pergunta ela abaixando a placa e dando um singelo sorriso, dando saliência para as suas adoráveis covinhas.

_ Tirando que essa aqui dormiu a viagem inteira. – Fala a minha mãe apontando para mim. – Foi ótimo, um pouco cansativo, é claro.

_ É claro. – Afirma Sandra. – Podem me acompanhar até o carro, chegaremos ao hotel em alguns minutos para tomarem um banho e descansar e dentro de algumas horas iremos chamá-las para irem ao estúdio, estamos todos ansiosos, a sua voz é linda Melissa, tenho certeza que fará um tremendo sucesso.

_ Obrigada. – Respondo sentindo minhas bochechas esquentarem.

O percurso até o hotel foi divertido, São Paulo realmente era imenso, com milhares de prédios, por sorte o trânsito estava tranqüilo.

O hotel que iríamos hospedar era enorme, com vários andares, todos nos recepcionaram muito bem, mas eu não via a hora de chegar logo no meu quarto e tomar um longo banho, o que não demorou a acontecer.

A primeira coisa que fiz quando entrei no quarto foi me jogar na cama e dar um imenso grito de felicidade.

_ Ei, assim vai espantar os vizinhos do lado. – Repreende minha mãe colocando as malas em cima da cama e escolhendo um par de roupas que iria colocar após o banho.

_ Desculpe, irei tomar um banho e já volto. – Falo correndo para o banheiro e passando a chave, ouço a minha mãe protestar dizendo que queria primeiro, mas agora era tarde demais.

Não sei quantos minutos fiquei debaixo do chuveiro apenas deixando a água correr, mas logo tomei um banho de verdade depois que ouvi minha mãe gritando do outro lado que também precisava banhar.

Para ir ao estúdio escolho uma saia de pregas azul marinho (que combinava com a minha tala, graças a Deus a minha recuperação estava sendo rápida e eu pude tirar o gesso), uma blusa branca e um all star xadrez que há tanto tempo eu não usava.

Passo um batom pêssego nos lábios e arrumo os meus cachos que até que fim estava caindo sobre a minha cintura, dou uma última olhada no espelho e chamo a minha mãe dizendo que já estava pronta.

Ela sai do banheiro com o seu terninho vermelho, o cabelo todo preso apenas de um lado e um sapato preto alto.

_ Está linda filha, agora precisamos ir, eles ligaram duas vezes enquanto você enrolava no banho. – Fala ela dando um leve aceno de cabeça discordando de minha atitude.

_ Desculpe, então vamos. – Respondo abrindo a porta do quarto e dando passagem para ela sair.

Dou um passo à frente, o meu eu gritava de felicidade, algo de bom estava acontecendo em minha vida, mais um sonho se realizando, então porque eu ainda me sentia incompleta?

“Você pode dizer
Que sou um sonhador
Mas não sou o único
Tenho a esperança de que um dia
Você se juntará a nós
E o mundo viverá como um só”

Imagine- John Lennon


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Notas finais do capítulo

Roupa de Melissa: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=125751068&.locale=pt-br



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