Mystic Falls escrita por Larissa Armstrong


Capítulo 8
A festa


Notas iniciais do capítulo

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V

Assim que ela abre a porta eu vejo que quando ela disse que conseguia arranjar qualquer coisa ela estava totalmente certa.

Lá fora tinha um campo plano, verde perene, e estava cheio de pessoas. Dançando, bebendo, comendo, beijando. Os alunos estenderam um toldo com pedaços de madeira e um tecido branco por cima. Logo embaixo dele tinhas as comidas e as bebidas. Nos pedaços de madeiras que erguiam o toldo puseram pisca-piscas, deixando tudo iluminado de uma forma agradável. De um lado tinha umas seis, sete pessoas sentadas, em troncos de arvores caídos. Eles riam, bebiam e cantavam, do outro lado tinha umas pessoas dançando música eletrônica. Em baixo do toldo pessoas comendo.

–Ficou legal né? – a Hayley disse, toda orgulhosa.

–Cara, ficou perfeito! Sério, todas essas luzes, essas comidas... Foi você que fez?

–Eu não decorei nada, arranjei quase tudo com ajuda da galera, eu providenciei e eles arrumaram. – ela falava comigo enquanto me encaminhava ao lugar onde ficava a comida, chegando lá ela se serve de uvas e uma taça de champanhe.

Eu ainda estava maravilhada. Cara, como eles conseguem fazer tudo isso? Enquanto eu olhava em volta pairei meu olhar em um rosto. O garoto do meu primeiro dia de aula, ao qual em um ato de estupidez apertei a mão. Ele estava rindo numa volta de meninas. Blusa quadriculada verde, calça jeans escura, all star preto e touca cinza. Enquanto eu o olhava eu senti algo nas minhas costelas.

–OLÁAAAAA LOIRINHA!- o IDIOTA do Stefan gritou, apertando a minha cintura e me dando um abraço por trás. O grito dele fez com que todo mundo olhasse pra gente. Dei uma cotovelada em sua barriga, fazendo com que eu me soltasse dele. A Hayley assistia a tudo de camarote, mas ao invés de pipocas agora ela comia morango.

Era exatamente com ele que eu queria conversar.

–Eu te dou abertura pra você vim me abraçando? Acorda idiota. Eu já disse que é pra você desistir. Por que você não ficar com a Taylor hein? Ela fez um escândalo no refeitório por sua causa hoje. Eu não quero você, eu não quero que você me chame de loirinha ou que toque em mim, e pelo o amor de Deus, o que eu posso fazer para você me esquecer? Você não tem nada que me atrai. Me deixa em paz Stefan. Insistir não vai mudar a minha opinião por você. Entendeu? Me esquece. – eu falei, esperando uma resposta. Ele ficou tentando fazer com que eu ficasse com pena dele, e eu (ainda bem), continuei relutante. Até que ele quebra o silêncio.

–Quem o Blaine pensa que é, pra ficar olhando pra minha garota? – como se não tivesse ouvido nada do que eu disse. Quem é Blaine? Que garota?

–O quê? – eu perguntei sem entender nada.

–Não se faça de desentendida. – ele revirou os olhos. – Blaine, aquele cara. – ele apontou pro garoto que eu estava olhando antes dele me dar um susto.

–Que é que tem esse tal Blaine? – eu perguntei, olhando pra minhas unhas, tentando aparentar descaso, mas por dentro eu estava: ISSO! ELE ESTÁ OLHANDO PARA MIM, ISSO AÍ VADIAS!

–Você acha que eu não o vi olhando pra minha garota? Eu esperava mais de você. Sinceramente. – ele disse num tom de decepção.

–Então quando você diz minha garota que dizer... Eu? – eu perguntei confusa.

–Claro ué! - Revirei os olhos. Desde quando sou ‘’a garota’’ dele?

–Cara. Se manca. Mesmo que ele estivesse me olhando isso não seria da sua conta. Aliás, ele é bonitinho né? – eu falei, provocando-o. – Até mais! – eu disse, acenando. Puxei Hayley que ainda estava comendo, pra longe do Stefan. Eu quero que ela me apresente esse tal de Blaine. Antes eu queria, mas agora eu quero mais ainda. Quando se trata de irritar o Stefan nunca é demais.

–Ei, Hayley, - eu disse, cochichando. – você conhece esse tal Blaine?

–O Blaine?- ela disse, alto demais. Stefan não parava de olhar pra mim. Os olhares deles se alternavam entre raiva e desejo. E me pergunto a mim mesma se ele não é psicótico que resolveu me fazer de musa. Ou de vítima.

–SHHHH! – eu a repreendi, colocando a mão em sua boca. Ela lambeu minha mão logo em seguida. –ECA! Hey! Fala baixo. Você conhece ou não?

–Hum, não, não conheço. Quer dizer... Eu já o vi umas mil vezes aqui, falo bom dia e tal, mas não o conheço como conheço você, o Stefan... Cara, isso é uma delícia - ela falou mastigando alguma coisa laranja. – Você queria que eu te apresentasse?

–É... Mas deixa pra lá, - eu disse, com um ar de derrota.

–Ah, qual é, vai lá falar com ele!

–De jeito nenhum. Ele vai pensar que eu sou só mais uma das suas infinitas baba-ovos. Não.

Hayley revirou os olhos.

–Vamos dançar? – Hayley disse, animada.

–Ah, não sei...

–Deixa de ser preguiçosa! Você tem que curtira festa, você sabe que você é adolescente só uma vez e...

–Tá! Vamos nessa. – eu disse, em parte por que queria que ela calasse a boca, e também por queria me distrair.

Enquanto eu e ela andávamos para a pista de dança, percebia os olhares voltados para mim. Talvez por eu seja novata nessa ‘’sociedade secreta das festas’’, ou por causa do episódio da Taylor, ou pelo meu barraco com o Stefan. Quando estávamos a 5 metros da pista, Hayley para de andar de repente e me pergunta:

–Pronta?

–Pra qu... – ela me empurra e eu caio como uma jaca no colo do Blaine. Hayley riu e acenou como se dissesse ‘’aproveita agora!’’. Mas ela me paga por isso.

–M... Me desculpa. – eu disse, tentando me recompor. Merda.

–Tudo bem, eu já to acostumado com as garotas caindo aos meus pés. – ele confirmou com a cabeça. Nós dois rimos. Por mais que tenha sido um comentário se achando, qualquer coisa vinda dele parecia ser mais legal.

–Sério, eu tropecei numa pedra e você já sabe o resto – eu disse, envergonhadíssima.

–Relaxa. Eu sempre tropeço nas coisas. Às vezes essas coisas nem existem e eu tropeço nelas sabe?- nós dois rimos novamente.

E foi assim o resto da noite. Eu me sentei ao seu lado e conversamos. Conversamos a noite inteira sobre tudo o que você pudesse imaginar. De vez em quando ele levantava e trazia para mim uma bebida (refrigerante na maioria das vezes) ou um petisco. Ele me contou piadas e eu (tentei) também. Falamos sobre os nossos pais, sobre praia, sobre videogames e como eu era ruim naquilo, sobre filmes, música, pôquer, dança de salão, e discutimos calorosamente sobre bob esponja e as teorias que rodeavam o desenho.

A noite inteira se baseou em eu e Blaine rindo como retardados, Hayley comendo feito porca, Taylor ora me fuzilando com os olhos ora bajulando Stefan, e ele por sua vez tentando me seduzir.

Passada às uma da manhã aos poucos o espaço foi esvaziando, as pessoas indo embora, a Hayley deitada, esgotada de tanto comer, a Taylor se esfregando no Stefan ao som da música Toxic de Britney Spears e ele irritado.

As pessoas que sobraram se reuniram ao redor da fogueira. Blaine se levanta e me puxa pela mão para me levar até lá. Até chegarmos na roda, andar de mãos dadas com ele fez com que meu pés e minhas mão suassem, e meu coração bater descompensado. O que é que está acontecendo comigo?

–Hayley! Levanta daí e vem pra cá. – eu gritei com ela, que estava do outro lado.

–NHAAAAAA. – ela gritou de volta. Eu tenho uma leve impressão de que aquilo foi um não...

–VEM LOGO!

Ela levantou contrariada. Ela tava descabelada e inchada de comer. Eu ri da aparência dela.

–Ótima amiga você é. – ela disse, ainda um pouco sonolenta.

Assim que ela se senta, observo que não tinha nenhum lugar pra mim, a não ser num pequeno espaço entre o Blaine e o Stefan. Stefan levantou a sobrancelha e deu um sorriso malicioso. O Blaine deu um tapa no lugar ao lado dele, me chamando.

–Eu sabia que você iria sentar perto de mim – Stefan disse, no meu ouvido.

–Eu to sentando perto do Blaine. Que, aliás, é sem dúvidas melhor que você. Mais bonito, mais inteligente, mais engraçado...- Eu sussurrei também. Ele riu.

–Você pode até tentar mentir pra si mesma que não sente algo por mim. Mas eu sei que você sente. Pode confessar.

–Tudo bem. –respirei fundo. – Stefan eu sempre senti algo por você e... - Fingir estar vomitando dramaticamente. – Ah, é isso. Eu sinto enjoo. – eu ri, enquanto ele deu um sorriso amarelo.

–Que tal histórias de terror? – Blaine disse, animado.

–Eu amo histórias de terror! – Hayley disse, empolgadíssima.

–Eu conheço uma sobre essa escola. – um dos amigos de Stefan disse.

–Que... Que história Carlos? – ela diz, aparentando nervosismo.

–Sobre uma maldição. - Hayley fica pálida por um momento, e depois põe-se a falar.

–Cara, melhor não. Sei lá, eu até gosto de histórias de terror sabe? Mas sobre a escola? E sei lá... – ela pareceu frustrada.

–É! Nossa, eu tenho muito medo dessas histórias! – eu não tinha o menor medo dessas histórias, mas decidi que devia apoia-la.

–Não importa, se você tiver medo você aperta minha mão. – Stefan me disse, todo mundo riu. Até o Blaine. Menos a Taylor, é claro.

– O engraçado é que se acha o fortão, o que não tem medo de nada, o comedor de todas. Se duvidar até eu tenho um pênis maior que o seu. E olha que eu nem tenho. – eu disse dando de ombros e todo mundo riu. Se você quiser ofender um homem, faça comentários pejorativos sobre o pênis dele. O Blaine gargalhou com o meu comentário. A risada dele é tão engraçada...

–Quer ver pra crer loirinha? – ele perguntou, levantando e abrindo o zíper. Revirei os olhos.

–Stefan, meu querido. Se eu quisesse mesmo ver um amendoim ia diretamente à feira. Agradecida.

Agora que todo mundo riu mesmo. O Stefan ficou com uma cara sem graça e se sentou, dando dedo para os amigos que estavam rindo dele.

Depois de nos acalmarmos das risadas, continuamos a conversar. Quando o relógio marcava quatro da manhã resolvemos ir embora.

Despedi-me de todo mundo menos Stefan e a Taylor. Deixei pra me despedir do Blaine por último.

–Então, érm. Tchau. - Eu acenei. Mesmo estando em sua frente. Santo deus. Qual é meu problema hein? Ele sorriu e me puxou para um abraço. Eu aproveitei ao máximo, claro. Respirei bem fundo para sentir o seu perfume, e fico maravilhada com aquele aroma. Hayley esperava ao meu lado, fingiu uma tosse para que nós dois nos separássemos. Eu até entendendo. Ninguém gosta de segurar vela.

–Eu te vejo amanhã então. A gente pode sentar junto no almoço – ele me disse num sorriso.

–É, é claro - eu ri sem graça, saí acenando com um sorriso bobo no rosto enquanto a Hayley me arrastava pra fora.

Nós fomos direto para o quarto. Dormimos de cansaço. Amanhã teríamos um longo dia...


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