Tão diferentes... Tão parecidas escrita por IsabelleBah


Capítulo 5
Vamos pensar um pouco


Notas iniciais do capítulo

Até agora esse é o meu capítulo favorito, espero que gostem dele
Boa leitura e deixem suas opiniões



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–-- Karoline on ---
Sempre quis ser advogada sabe? Mas... Não daquele tipo que só fica sentado atrás da mesa obedecendo e afirmando cegamente o que seu cliente pede. Quero ouvir o que quem me contratou tem a dizer e depois investigar até descobrir a verdade para defender a pessoa certa. Não sou boa com os estudos, todos sabem disso, pois não gosto nem um pouco de estudar. Porém sou esperta. Muito esperta. Gosto de resolver enigmas, desafios, bolar estratégias e tenho uma capacidade de dedução incrível. Sempre que posso testo minhas habilidades, e hoje surgiu uma bela oportunidade. Quando me chamaram pra depor sobre o que aconteceu com a Garibalda fui logo me oferecendo a ajudar na investigação. De inicio eles não aceitaram, disseram que já tinham chamado o detetive e duvidaram quando eu disse que seria útil, mas mudaram de ideia à medida que eu ia narrando os casos que eu havia ajudado a resolver, que não eram poucos, e depois também de fazer alguns testes. O detetive já estava quase chegando... Estava quase amanhecendo e eu ainda não tinha ido dormir. Pensava em varias hipóteses sobre o que estava acontecendo. Então fui ver como estava a Fernanda. Ela tinha passado por uma cirurgia, coitada. O guarda chuva rasgou sua perna todinha, obviamente não tinha mais jeito e os médicos tiveram que amputa-la... Podia ser pior não podia? Bom... A cirurgia não demorou muito, ela já fez uma transfusão de sangue, só precisava dormir um pouco... Já deve estar acordado, não gosto muito dela, mas mesmo assim me sinto na obrigação de ir lá vê-la.
Como imaginei lá estava ela, já acordada.
– acordou garota?
– huumm... Oi Karoline, onde é que eu to?
– em um hospital perto do acampamento. A enfermeira ainda não veio aqui?
– aiii meu corpo ta todo dolorido.
– é eu imagino... Você despencou bonito lá de cima da escada.
– eu quero levantar pra esticar o corpo
– errr... Sobre isso Fernanda... Acho que não vai dar... Tenho certeza que você não ta sentindo uma das pernas...
– é mesmo não to sentin... EPAAAAAA. EPA EPA EPAAAAA PARO A PALHAÇADA... NAO ME DIGA QUE EU PERDI O MOVIMENTO DA MINHA PERNA
– não... Não é isso.
– ufaaaaaaaa ai que alivio.
– sim... Você não perdeu o movimento da perna... Perdeu foi à perna mesmo
–...
–... Fernanda?
–...
– Garibalda?
–...
–vadia?
–...
– morreu?
–...
– da sinal de vida, qualquer coisa
–...
– SOLTA AO MENOS UM LATIDO AÍ
–...
– essa menina ainda ta viva? Não ouço nem a respiração dela...
–...
– A FILHA DUMA P***
– NÃO CHINGA MINHA MÃEZINHA, mesmo ela estando morta eu não admito que falem mal dela.
– Ressuscitou?
– minha mãe?
– céus... Obvio que não... Você ficou ai olhando para um ponto qualquer com a mente em outra dimensão
– queria o que? Você disse de uma vez que eu perdi minha perna, eu fiquei em estado de choque. E agora?
– iiiiii não vem chorar agora não... Temos coisas piores pra resolver... E já mandamos fazer uma prótese pra você, logo já estará andando novamente, então não faz drama.
– é fácil falar... não foi você que perdeu... mas acho que de um certo modo você tem razão...
– com licença senhoritas_disseram alguns homens que entravam na sala junto da diretora da minha escola, o diretor do acampamento com quem eu conversei mais cedo e uma enfermeira.
– Detetive Eddy, essa é Karoline a estudante que se ofereceu para ajudar no caso.
– sim... E então garota, você relatou ter ajudado em varias investigações, e passou nos testes que os policiais passaram. Você é nova, mas tem talento.
– obrigada senhor, espero ser útil.
– também espero! _ aff arrogante nem um pouco
– então você entrou nessa Karoline... Não sabia que era boa com deduções
– pois é... Então quando vamos começar?
– agora!
–vocês podem fazer isso aqui? Quero dar minhas opiniões_disse Fernanda
– podemos detetive Eddy?
– tanto faz... Vamos começar logo, esses homens são meus ajudantes. Serão muito uteis. Já pedi alguns que interroguem pessoas e investiguem os locais. E então? Alguém tem algo a dizer?
– detetive, quem matou a Sandra e empurrou Karoline em cima de mim foi a Melissa.
Lá vem ela de novo
–para com isso Garibalda
– mas eu tenho certeza que foi ela. Que provas você tem que não foi ela?
– você está acusando, então você que tem que responder a essa pergunta. Que provas você tem que foi ela?
– antes de morrer Sandra me disse sobre a Melissa, ela tinha dois motivos para mata-la. Primeiro: porque ela se aproximou de Victor. Segundo: porque Victor contou pra ela tudo o que Melissa fez e faz, e Sandra contou pra mim e me pediu pra ficar de olho... E o acidente comigo na escada? Aconteceu logo depois de eu acusa-la claramente.
– ah! Obvio e ela seria burra o suficiente pra deixar bem claro tudo isso.
– a não ser que ela imaginasse que alguém acharia isso e a inocentaria_ disse o detetive. Logo em seguida um silencio se fez no quarto, e um policial entrou com Luke, Nico, alguns outros guias, Patrícia, Victor, Annabela, Hanna e alguns garotos que eu não conhecia... Acho que amigos de Victor.
– Senhor, achei uma coisa interessante...
– o que soldado?
– estavam interrogando os garotos e revistando os quartos... Quando achei um gravador na casa desse jovem chamado Victor.
– mostre-me
“Melissa? O que ta fazendo aqui?
Vim só conversar... Você parecia tão intimo da Sandra hoje!
Não é da sua conta, sai daqui. Tenho que me arrumar.
Saia de perto dela!
O que?
Saia de perto daquela garota!
E porque eu sairia de perto dela? Ela é minha amiga!
Eu to avisando. Se até a hora da caminhada você não ir até ela e dizer que nunca mais irão se falar, quem irá sofrer é ela”
O silencio predominou no final da gravação. Depois de um tempo resolvi quebra-lo
–Victor... Foi você quem gravou isso?
– não... Também assustei quando ouvi essa conversa gravada.
– tem alguma ideia de quem foi?
– Não!
– Eu disse que foi a Melissa. Agora ta provado_disse Fernanda
– Não tire conclusões tão cedo menina_rebateu o detetive_ isso é muito estranho... Se a Melissa apareceu de surpresa, como alguém já estava preparado para gravar essa conversa?
Silencio novamente. Nessa hora minha mente fez um click e eu avancei um pouco. Mas deixei o detetive continuar para depois falar
–bom pessoal não acha que essa tal de Melissa tenha alguma coisa a ver. Isso foi muito calculado, alguém sabia certinho a hora que essa garota iria conversar com Victor e foi lá e gravou a conversa tentando culpa-la. Essa é a única hipótese que se encaixa. Afinal, quem por um acaso estaria com um gravador no bolso e gravaria essa conversa imaginando que isso tudo ia acontecer? Mas tem um problema. Não podemos nunca descartar a ideia de que a Melissa pode ser o assassino misterioso e ter gravado essa conversa pensando justamente em tudo isso. Que ia ficar obvio demais.
Exato! Exceto por uma coisa...
–Não detetive! Não tem nenhuma possibilidade da Melissa ser a assassina.
– e porque não Karoline? Perguntou Fernanda
– Vocês estão concentrando demais na gravação e esquecendo as outras pistas. É isso que o assassino quer. Desviar vocês do caminho... Vamos pensar um pouco: Não tem apenas uma pessoa envolvida no crime, são mais.
– como você chegou nessa conclusão? Perguntou o detetive
– é como eu disse detetive, você concentra de mais em uma coisa só e esquece-se das outras. Porque as estratégias são diferentes. Temos aqui um assassino e um cúmplice: o assassino, não se esqueceu de nenhum detalhe. Ele é esperto, muito esperto. Ninguém o viu entrando na floresta com Sandra. E Sandra não estava lá antes porque ninguém a viu na caminhada, e ela não entrou antes porque ela foi vista perto do dormitório quando todos já estavam indo caminhar, ela disse que não iria porque estava passando mal, sendo que estava ótima segundos antes. Ou seja, alguém tinha que ter visto-a e outra pessoa entrando depois. Ninguém o viu saindo da floresta. E o assassinato foi esparramado, impossível ele não ter se sujado de sangue. E não havia indícios de uma troca de roupas, e nem pegadas. E se ele não trocou de roupa então como que ninguém reparou em uma pessoa saindo toda ensanguentada de dentro da floresta... Levando em conta que não tem nenhum jeito de sair de lá sem passar pelo acampamento. E então? Respondam-me! Como essa pessoa conseguiu tudo isso? Parece um crime perfeito não? Ninguém viu nada, não ouviram nada, não suspeitam nada e não há pistas ou rastros... E o acidente? Será possível que ninguém viu alguém me empurrar com toda força lá de cima? Mas... Aí vem a parte da gravação. Foi tudo muito obvio como o detetive disse. Esse foi o erro! Está muito claro que não foi o assassino quem gravou aquela conversa. Ele pediu para que uma pessoa disfarçasse e botasse a culpa em outra pessoa. E no inicio esse cumplice foi esperto. Escolheu uma pessoa que teria motivos para eliminar Sandra. Mas ele não era tão esperto assim... Escolheu o modo mais idiota de botar a culpa nela. Uma gravação? Assim do nada? E deixada na casa de Victor sem mais nem menos? Depois daquele crime aparentemente perfeito? São pessoas completamente diferentes... Uma muito inteligente e a outra um tanto burra. E a Melissa não se encaixa em nenhuma dessas. Ela nunca aposta no duvidoso... Não iria gravar isso torcendo pra que alguém acreditasse na inocência dela. E mesmo que ela não saiba dessa gravação, ela nunca iria conseguir realizar um crime desse nível. Isso foi coisa de profissional.
– E eu namorei com a Melissa algum tempo. Conheço-a, e matar ela não mata! Disse Victor
– Exatamente! Confirmei
Todos ficaram calados do inicio ao fim. E depois disso ouve um pouco de silencio novamente. Até o detetive quebra-lo.
–faz sentido...
Obvio que faz, eu sempre estou certa! Esse detetive não é tão bom quanto eu pensei. Ele só tem pose.
–gente... Não é melhor irmos dormir? Já está amanhecendo e precisamos descansar_disse Hamilton o diretor do acampamento.
– tem razão, todos já devem estar morrendo de sono_disse à diretora.
– é melhor mesmo_se manifestou Patricia_faz tempos que não durmo
Nisso fomos todos dormir... É, acho que vai ser um longo dia.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim...
Resumo: chega de ficar só conversando, hora de entrar em ação... Vamos juntar o máximo de pistas que pudermos analisar cada detalhe e pensar em todas as possibilidades... Esse assassinato parece perfeito, mas todo crime sempre tem uma falha. E... Todo detetive volta na sena do crime correto? Assim como todo criminoso...
Próximo capitulo: Se sentindo o Sherlock Holmes



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