Tão diferentes... Tão parecidas escrita por IsabelleBah


Capítulo 6
Se sentindo o Sherlock Holmes


Notas iniciais do capítulo

Nada a declarar sou inocente, juro |o|
Novo capítulo (juuuuuraaaa? ninguém tinha percebido --')
Boa leitura
morangoooooooooos o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/446833/chapter/6

–-- Karoline on ---

Assim que a nossa reunião terminou me senti um tanto satisfeita, avançamos muito na investigação apenas com uma conversa em um quarto de hospital. Imagina então quando entrarmos em ação, saindo procurando pistas, interrogando e juntando as peças? Hahaha estou me sentindo o Sherlock Holmes agora. E boa parte dos nossos avanços foram graças a mim. O que permitiu somente que meu ego aumentasse mais e mais. Quem sabe no final disso tudo eu não fique famosa? Bom... Mas alegrias assim duram pouco... Logo me lembrei de Sandra e a tristeza tomou conta de mim novamente. Meu orgulho jamais me deixaria admitir isso quando ela estava viva, mas eu realmente gostava muito dela. E talvez, se eu tivesse falado com Sandra a tempo pode ser que ela não estaria morta agora. Sim! Eu tenho um bom palpite sobre o assassino. Mas não sou igual a idiota da Garibalda que sai acusando sem provas. É melhor eu dormir agora, tenho um longo dia de investigação quando acordar... Eu ia dormir... Mas sinto braços rodeando minha cintura e minha boca, impedindo-me de falar e mexer. Sou puxada sem nenhum aviso para o escuro do corredor.

“não... de novo não... nem em uma situação dessas posso ficar em paz”.

–-- Karoline off ---

–-- Patrícia on ---

Estava saindo do quarto do hospital, me despedi de todos que foram dormir, e voltei para o dormitório junto de Hanna e Annabela... Pode parecer estranho... Nunca havia conversado com Sandra antes, mas as únicas horas que conversei com ela antes da caminhada foi o bastante pra considera-la uma amiga. Na verdade sempre quis ser amiga dela. Eu a via todo dia com aquelas garotas irritantes. Mas... Ela e a Karoline me pareceram diferentes. Tive a impressão de que as duas só andavam com aquela turminha por falta de opção... A Karoline nem tanto porque ela também aprontava... Mas a Sandra era diferente. Um dia as garotas chamaram à ganguezinha delas e tiraram o dia pra me perturbarem dizendo coisas ofensivas. Mas a Sandra ficou quieta, não disse uma palavra, apenas observava. E quando finalmente consigo falar com ela, acho-a legal, vejo que temos varias coisas em comum e seriamos ótimas amigas... Ela morre daquele jeito trágico. É por isso Sandra... É por isso que eu entrei nessa investigação, estou arriscando minha vida para descobrir quem fez isso com você, eu irei lhe vingar minha amiga!

–-- Algumas horas depois ---

O sol já estava lá em cima. Levantei-me, fiz minha higiene e tomei um café bastante reforçado para acordar. Não consegui dormir nadinha, mas saio do dormitório firme e forte, pronta para dar o máximo nessa investigação! Chego ao centro do acampamento é lá que fica uma enorme fogueira, que é onde as pessoas se reúnem de noite para contar historias conversar, comer e cantar a vontade. Lá estavam o detetive, alguns policiais, os diretores da escola e do acampamento, alguns professores, Luke, Nico, Hanna, Annabela, e meu querido Victor... Mas... Que estranho...

–Hum? Cadê a Karoline? _ perguntei um tanto surpresa. Pensei que ela iria ser a primeira a chegar.

– Não sabemos. Já tem um tempinho que estamos esperando e nada dela aparecer... Será que ela ainda ta dormindo? _perguntou Luke pensativo

– Provavelmente não, acho bem difícil ela ter conseguido dormir. Eu só falei com Sandra uma vez e não consegui... Ela que era a melhor amiga então... _ disse Victor

E não é que ele tinha razão? Minutos depois eis que Karoline aparece toda acabada. Olheiras fundas, cabelos bagunçados, pele pálida, e UMA BLUSA DE LÃ, COMPRIDA NESSE CALORÃO?

–Meu deus Karoline, você ta passando mal mesmo, vou chamar um medico_disse Victor preocupado.

–Não precisa obrigada eu estou bem... Só um pouco cansada

Puxei-a para longe de todos para conversar

–Karoline o que ta acontecendo?

– eu não consegui dormir... Por causa do que aconteceu com Sandra... Sinto saudades dela.

– Karoline... Posso te chamar de Karol?

–...

“acho que isso foi um não... mas preciso ganhar a confiança dela”.

–Bom Karol... É só isso mesmo? Porque nem os parentes de Sandra ficaram assim com a notícia da morte dela.

–...

“É! Não é mesmo só isso...”.

–Pode falar Karol... Eu sei que nunca fui muito sua amiga, mas quero te ajudar... Vamos fazer assim... Eu pergunto o porquê de uma coisa em particular, você responde e no final eu tiro minhas próprias conclusões... Pode ser?

–...

– pode?

– ta... Pode

– você é tão vaidosa... Porque não passou ao menos uma maquiagem pra cobrir essas olheiras?

–...

– responde rápido, não pare pra pensar.

– não achei meu estojo de maquiagem.

– porque esta com essa blusa enorme nesse calor todo?

– acordei com um pouco de febre

–... Que ser humano normal consegue a proeza de acordar já com febre?

– eu já estava com febre antes de dormir.

– você parecia bem ontem

– mas não estava... Cheguei ao dormitório e vi que estava com febre

– isso foi logo depois da reunião? Já era pra ter passado...

– MAS NÃO PASSOU TA LEGAL? PROXIMA PERGUNTA!

– ok, ok... Porque esta com o cabelo todo bagunçado assim?

– gosto dele assim... Bem rebelde...

– vou fingir que acreditei

– vamos logo nos juntar ao grupo? Eles já estão esperando a um tempão

– tem certeza que quer ir? A sua febre ainda nem passou

– Patriciiiiiiaaaa _disse ela me lançando um olhar demoníaco... Ok! Agora to com medo.

– to bom, vamos indo.

–-- Muitas horas depois ---

Me sinto desesperada em meio a essa escuridão... Como vim mesmo parar aqui?

Flashback on:

Antes eu tivesse ficado em casa... Ta bom, eu confesso que não falei serio quando disse que arriscaria minha vida pra vingar a morte de Sandra. Foi só pra dar aquele chan sabe? Na verdade... Eu sou muito jovem pra morrer... Principalmente pra vingar alguém que já ta morta... Concordam comigo? Não é muito idiota eu arriscar a minha vida pra honrar a memoria de uma defunta que eu nem conhecia direito? Aahh qual é ninguém vira melhor amiga de outra pessoa em duas horas e meia. Pois é... Mas aqui estou EU sendo OBRIGADA arriscar a MINHA VIDA por uma DEFUNTA que eu nem conhecia direito... Quem mandou narrar exageradamente o quanto que aquela garota que eu mal conhecia era importante pra mim? Ta vendo Patrícia? Aguenta essa... Foi dar uma de amiga super fiel e se meteu nessa furada. Bom relaxando um pouco deixe explicar o que ta acontecendo... Esse detetive teve a brilhante ideia de voltar para a floresta onde Sandra foi morta, quando ninguém estivesse olhando... Alegando que um criminoso sempre volta à cena do crime... EXATAMENTE! O ASSASSINO QUE COMETEU AQUELE CRIME PERFEITO VAI VOLTAR E NÓS ESTAREMOS LÁ PARA OFERECÊ-LO UMA XÍCARA DE CAFÉ, OLHA QUE BELEZA. O manheeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee vem cá me buscar... Você me trouxe pro acampamento errado... A gente combinou que eu iria ao acampamento da escola, mas parece que a senhora errou o caminho e me mandou pra um acampamento para pessoas especiais com problemas psicológicos.

No final já viu né? Fui obrigada a ir... O primeiro turno foi o Detetive, Karoline, Victor, Annabela e outros policiais. O segundo turno foi eu, Nico, Luke, Hanna, a diretora e alguns policiais também.

O primeiro turno disseram-me que foi tranquilo, sem sinal de ninguém por perto, dentro, ou próximo da floresta. Então eu ergui a cabeça, olhei para aquele lugar e entrei, morrendo de medo, mas entrei. As outras pessoas do meu grupo também não pareciam estar muito confiantes. Mas também, a ideia de ficar cara a cara com uma pessoa que cometeu um crime aparentemente perfeito não agradava ninguém.

O tempo ia passando... Longas e demoradas horas nos desconforto da floresta escura e fria de semblante aterrorizante. Ate os segundos demoravam uma eternidade para passar. Todos gritando e se assustando com simples barulhos que o vento fazia ao balançar as folhas das altas arvores, que tampavam totalmente a visão do céu. Estávamos bem no meio da trilha, afinal as arvores eram igualmente estreitas. Era possível se perder ali até mesmo com uma bussola se você saísse da trilha. Dentro do turno nós combinamos de que um iria vigiar, enquanto todos dormiam, e de tempo em tempo trocávamos o vigia para o outro descansar. E se algo suspeito fosse localizado não poderíamos agir por conta própria, deveríamos acordar imediatamente nossos companheiros. Volta e meia o vigia acordava a todos por uma simples sombra no mato.

Havia chegado minha vez de ser a vigia... Todos foram dormir e eu fiquei ali... Me sentava e dai a poço levantava. Preciso disser que estava inquieta? Foi ai... Foi ai que eu senti alguém me agarrando e me arrastando pela floresta.

–-- flashback off---

Claro! Agora eu me lembro... Mas onde eu estou? Finalmente consegui abrir os olhos, mas não vejo nada. Nem se quer um filete de luz. Mas... O ar aqui não está abafado... Ao contrario, parece que estou em um lugar aberto. A floresta? Não... Estou entre quatro paredes, pois não sinto o vento correndo livremente... Estou em um quarto com janelas e portas abertas... Mas ta tão escuro... Mesmo estando de noite era pra ter pelo menos um pouco de luz... Não sinto meus olhos vendados... O que esta acontecendo? Me mecho um pouco percebendo mãos e pernas amarrados por correntes. Ouço passos. Estão vindo em minha direção. Quero gritar. Quero me mexer. Mas estou travada, tomada pelo medo somente. Agora não consigo mais pensar. O que é Fasso. Minha ideia de gritar por socorro foi descartada ao sentir minha boca ser amarrada fortemente impedindo-me de produzir qualquer som. Sinto correntes envolverem meus pulsos, meus tornozelos, minha cintura e meu pescoço. Viro-me olhando para traz e percebo a claridade. A sala não estava escura. As paredes, teto e piso é que eram negros. Objetos estranhos estavam pendurados nas paredes. Coisas como facas de todos os tamanhos, correntes, chicotes, armas, remédios, algemas, e outra coisa que me pareceu uma corrente com espinhos.

Meus olhos foram vendados, e uma pessoa entrou na minha frente. Logo em seguida senti meu corpo se levantando no ar, cada corrente foi para um lado diferente, mantendo minhas pernas e braços bem abertos e esticados. A corrente presa ao meu pescoço estava começando a me enforcar... Mas ela parou de ser puxada. Porem as outras não. Elas continuavam a puxar meu membros e eu só queria gritar. Sentia que a qualquer momento meus membros seriam arramados de meu corpo. Só depois de vários minutos agoniando de dor sem as correntes pararem de serem puxadas eu ouvi um grito:

–Parem! Não será assim a morte dela

Não pera. Essa voz... Eu conheço essa voz... Não pode ser... Essa pessoa é a mesma que nós procuramos? O tempo todo era ela?

As correntes afrouxaram um pouco, mas não sinto alivio. Meu corpo esta mais pesado do que chumbo, acho que cresci uns 10 cm aqui. Mas... O que eles farão agora? Ouço passos de um lado para o outro... Esta abrindo caixas... Mas não ouço nada sendo pego. Fecha a caixa e começa a andar novamente. Dessa vez fiquei aterrorizada, o som de uma lamina raspando na parede ecoou pelo cômodo. Um dos instrumentos na parede foi pego? Não deu tempo de pensar o que ele ia fazer. De longe uma faca foi jogada na minha coxa. Alguém vem a toda velocidade e termina de cravar ela. Ah! Como eu queria gritar naquela hora. Como se já não bastasse, essa pessoa se dependura na faca rasgando minha perna da parte de cima da minha coxa até a ponta do meu pé. A faca passa para a minha outra perna, dessa vez concentrando apenas na minha pele. E com bastante “cuidado” minha pele vai sendo arrancada deixando os músculos à mostra. Esse alguém retirava minha pele com a mesma facilidade de quem limpa um peixe ou depena uma galinha (eu tinha que escrever isso kkkk). A corda que estava na minha boca é finalmente tirada, mas nada consigo dizer. Apenas pensei

“será que agora eu posso morrer? Eu imploro meu Deus, eu quero morrer. Apenas me mate agora, por favor,”.

Minhas vendas também foram tiradas, mas não conseguia ver nada além de um borrão na minha frente... Tentei me concentrar na imagem do assassino, e vejo alguma coisas pegando um objeto na parede. Logo em seguida esse objeto estava sendo enrolado cuidadosamente em meu corpo.

A corrente de espinhos

Tentei concentrar no rosto mais uma vez. Precisava saber pelas mãos de quem eu fui morta.

“É, foi mesmo você então? É como se dizem... nessa vida não se pode confiar em ninguém”.

Minha ultima dor. Minha ultima lagrima. Meu ultimo pensamento.

A morte é... Boa! Pra algumas pessoas pode ser terrível. E em outras circunstancias eu também acharia isso. Mas ninguém consegue imaginar o alivio que me percorreu quando finalmente ele puxou aquela corrente e a morte me alcançou. O alivio que senti quando a dor aguda de ter meu corpo todo perfurado seguido por uma cura completa. De um segundo pro outro eu não sentia mais nada. Não há melhor sensação no mundo: o alivio de que tudo acabou. E que você não tornará a sofrer jamais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

eu amo esse capítulo... e eu espero que vocês também tenham gostado!
Resumo: o corpo de Patrícia é encontrado... Mas não só o dela. Como assim tem gente se suicidando? Será possível que estão todos desesperados a esses ponto? Ou será que alguém só quis com que parecesse que fosse um suicídio? Afinal, o que esta acontecendo? Esse assassino... Será possível que os crimes deles são literalmente perfeitos? NÃO! Não pode ser! Todo crime tem que ter pelo menos uma falha não é?
Próximo capitulo: Covardes! É isso que vocês são. Apenas um monte de covardes...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tão diferentes... Tão parecidas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.