Life Isnt a Word, Is a Felling escrita por JulietCraig
Isto sem sucesso. Passado um minuto, Zacky já se encontrava ao meu lado, agarrando-me entre as coisas que tinha caído no chão, e provocado o estrondo que tinha alarmado Zacky.
Envolvi os meus braços no seu pescoço, esperando que ele tentar-se mover-me, mas ele não fez. Agarrou o meu corpo, mas manteve-me junto ao solo.
- Juliet estás bem?
A sua respiração estava alterada, e o seu rosto tenso de preocupação desnecessária.
- Acho que só magoei o joelho. – Respondi, tentando levantar-me.
- Espera. – Parou-me. – Deixa-me ver.
- Au!
O seu dedo pressionava contra o hematoma que se estava a formar na superfície. A dor não era insuportável, quando sabia que eram os seus dedos a tocarem-me na pele.
- Só está negro. – Sorriu. – A Jo depois que te passe ai pomada. E agora vamos embora, se não o Syn ainda se passa.
Agarrei-me a ele, como se fosse uma bola, e os seus braços elevaram o meu corpo enrolado numa toalha. Levou-me até a sua cama, e sentou-me na ponta desta, tocando suavemente nos meus lábios, obrigando-me a puxá-lo para junto de mim, e a beijá-lo.
- Veste-te. – Largou-me calmamente, e deu-me as roupas.
Obedeci em hesitar, e vesti-me rapidamente. Tinha frio de estar de t-shirt, mas tentei não o demonstrar, afinal muito já ele tinha feito por mim.
- Vamos? – Pedi, sem o olhar.
A sua cabeça assentiu, e os seus braços enrolaram-se em mim.
Descemos, deixando Johnny a observar Catarina que ainda dormia profundamente. Eu coxeava, apoiada em Zacky.
Entramos no carro, e a musica dos Led Zeplin invadiu aquele espaço, sem dar liberdade para falar.
Não queria falar de qualquer forma. Tinha de me concentrar no que diria quando chegasse a casa, e pela expressão de Zacky, ele tinha se concentrado no mesmo.
O meu telemóvel vibrara duas vezes, pelo que olhei para ele, não fosse ser Syn.
Tive sorte, ou não. Era Anne, e Paul.
“Anne: Juliet como estás?”
“Paul: Juliet! Ontem aquilo não correu muito bem :S Bem, podemos sempre combinar alguma coisa para outro dia, sem o Zacky, claro!”
Queria vomitar ao ler aquilo. Como é que ele podia pensar que eu queria alguma coisa?
- É o Paul? – As mãos de Zacky contorceram-se a volta do volante.
- Como sabes?
Estava baralhada. Ele não podia ler assim tão bem ao longe.
- Pelo teu rosto, ficaste tensa e parece que queres vomitar. – Riu-se.
Não havia motivos para rir, pelo menos para mim. Não era cómico o rapaz que se queria aproveitar do meu estado alcoólico, que ele provocara, continuar a insistir para eu me envolver com ele. Não era bom alguém me quer usar e deitar fora, apenas para ter o prazer de ter comido a filhinha do Synyster Gates. Muito menos era lógico da parte da pessoa, ainda tentar alguma coisa, após ficar a sangrar do lábio através de um murro de alguém que me queria defender.
- Ele ainda quer alguma coisa comigo, mas é claro, quando tu não tiveres presente. – Disse, cheia de vómitos e medo.
- Oh, quer levar mais?
O sarcasmo era nítido na voz de Zacky, e o meu pânico era grande. Via as ruas a passar, e a minha casa aproximava-se. Não sabia o que dizer ao meu pai, e à minha mãe, e nem sabia se ia ser preciso explicar alguma coisa. Tudo podia estar a esta hora a circular à velocidade da luz pelo Youtube e sites musicais.
O silêncio voltou a reinar ali, mas desta vez a expressão de Baker era bastante feliz. Cantarolava por dentro, como se tivesse ganho uma vitória, que nunca perderia. Era irritante vê-lo assim, sabendo ele, o que nos esperava.
Tinha as mãos a tremer por cima das minhas pernas, e nem a paisagem do lado de fora me distraia. A neve começava a desaparecer e o frio deixava de ser constrangedor dentro do carro, com ar condicionado.
Quando dei por mim, o carro tinha deixado de fazer barulho e a mão de Zacky agarrava minha. Eu apertava este com força, cravando novamente as unhas nela. Subi o olhar, e a minha casa estava ali, sólida e clara. A janela estava aberta, e podia ver a minha mãe a andar por ali, e Syn sentado em frente a televisão, estático. Não era bom sinal.
Zacky estava parado, olhando-me calmamente. Respirei fundo várias vezes, sem conseguir soltar a voz em nenhuma delas.
- Juliet. – Começou calmamente. – Calma. Estou aqui contigo, vamos lá enfrentar as feras.
As feras? Não tinha medo da minha mãe, não havia razão para plural.
- Também não tenho medo dela, Juliet. – Continuou, como se me lesse os pensamentos. – Mas Matt está ali também, desse eu tenho medo. Ele pediu que eu viesse até casa do Syn, disse que tínhamos de falar. Quando Matt começa assim não é bom.
- Oh…
Foi a única coisa que consegui expressar. Zacky, largou-me a mão, e voltou a agarrá-la quando sai do carro.
Com o braço por cima do meu ombro, subimos, e entramos na jaula das feras.
O meu coração batia rapidamente, e a minha respiração era completamente descontrolada. Queria fugir dali, agora.
Jo aproximou-se da porta, e a sua expressão não era das melhores.
- Zacky, larga-a. – Pediu-lhe. – Isto não está nada bom.
- O Matt contou-lhe?
- Não, a televisão tratou disso.
Engoli em seco, libertando-me de Zacky e entrado dentro daquela sala, apesar do pânico que me queria mover até a porta por onde tinha entrado.
- Ainda bem que chegam. Precisamos de falar. – A voz de Brian era rouca, e firme.
Tremi ao sentar-me no sofá, e Zacky ficou de pé, olhando com firmeza para Syn. O meu pai olhou-o simpaticamente, e percebi que o problema era mesmo comigo.
Tinha as veias a tremer a mesma velocidade que o meu coração batia, e isso não ajudava. Não tinha a certeza do que tinha medo. De ter ficado bêbada, da confusão que armei, ou de Zacky me ter defendido.
- Juliet. – Tremi perante a sua voz firme. – Tu sabes que o que aconteceu ontem foi muito grave.
Nunca tinha visto o meu pai assim. Era como se ele fosse uma pessoa diferente, adulta.
- Tu não és uma rapariga qualquer. – Continuou. – Eu e tua mãe somos conhecidos internacionalmente. Qualquer coisa que tu faças corres um grande risco. Ficares bêbada como ficaste é um risco enorme, e pode ter consequências como as que teve.
Juliet, sabes que vão nos apontar o dedo? Vão nos chamar de bêbados irresponsáveis, que não sabem cuidar de uma criança de quinze anos. Eu posso não ser o melhor pai do mundo, nem sequer sou um bom exemplo para ti, mas nunca te ensinei a beber. Pelo menos nunca pensei que fosses ficar naquele estado triste.
Depois para além de ficares bêbada e falares mal para um segurança, o que é grave mas nada que um adolescente de quinze anos não faça, tu meteste em risco a credibilidade da banda. Não atendeste o telemóvel, e eles ficaram preocupados, e com razão pelo que vejo. Tu obrigaste o Zacky e Johnny a envolverem-se numa briga. O Zacky agrediu um menor que o provocou, mas agrediu. Sabes que o Paul pode apresentar uma queixa, que é claro sem efeito, mas é uma queixa. Uma mancha no nosso nome, no nome de toda a banda. Porque tu és minha filha, e estamos todos na obrigação de te proteger, assim como eu estou na obrigação de proteger a Olívia, a Camille ou qualquer outro dos filhos da banda da tua mãe.
Tu foste extremamente irresponsável Juliet Haner, e espero bem que penses nos teus erros. Por isso, falei com os teus avós. Vais passar o resto das férias com eles, e pensar muito bem no que fazes. Não há saídas com a Anne, com a Catarina, nem com o Thomas. Também não podes estar com o Robert. E não há passagem de ano, a não ser uma festa com os amigos dos teus avós.
Podes começar a arrumar as tuas coisas, porque vou-te levar mal elas estejam prontas.
Os olhos de Synyster fitavam com uma expressão assustadora.
Acabou de falar. Matt olhou-me pensativo, e magoado. A banda tinha sofrido consequências, e eu tinha originado aquilo tudo, sem razão.
Saí dali, caminhando devagar, e de cabeça baixa. Ouvi Matt a falar com Zacky sobre se Paul apresentasse queixa, e como lidar com a notícia que tinha caído no mundo.
Todas bandas faziam disparates, mas agredir um menor não era propriamente o melhor que a banda podia fazer, além do mais Syn e Jo tinham o nome manchado como pais.
Bati com a porta do quarto, descarregando toda a minha energia sobre ela. Sentia-me horrível, e não conseguia raciocinar, algo que ainda não tinha conseguido fazer durante todo o dia.
Tinha perdido toda a minha força, e as lágrimas caiam-me, magoada comigo própria. Horrível o que eles tinha obrigado a fazer, e o meu castigo era merecido. Porém, era igualmente difícil, e não o queria. Não queria passar a passagem de ano com os meus avós, mais que tudo não queria passar o resto da semana sem ver Zacky. Ele era como um vício para mim, e quanto mais o tinha, mais o desejava.
Atirei a roupa para cima da cama, encharcando-as com lágrimas. Enchi a mala, sem olhar para o que tinha para vestir dentro daquela mala, apenas tive o cuidado de por o meu caderno de desenho e o meu mp3. Estava pronta para morrer, mas não para morrer de tédio.
Suspirei longamente, quando estava tudo arrumado naquele quarto. Dei passos pesados até a casa de banho, sem olhar para a sala enquanto passava por ela. Arrumei a escola de dentes, a pasta e os shampoos dentro de um saco, e voltei para o meu quarto. Desta vez trocei um breve olhar com a minha mãe. Percebi também que Johnny já estava ali presente, assim como The Rev.
Tinha demorado mais do que pensara a arrumar as roupas, e a minha fúria tinha abafado o barulho da sua chegada.
Sentei no chão, sem me mover. Tinha dores, e a pior delas era a culpa. Apenas queria que Synyster me levasse rápido dali para fora.
O meu olhar levantou-se quando a porta se abriu, e voltou a cair quando percebi que era Zacky. Não era ele que me ia levar dai para fora, infelizmente.
O seu corpo aninhou-se, no chão, junto do meu. Descontrai sobre ele, deixando as lágrimas escorregarem para o seu colo.
- Isto era obvio que ia acontecer… - Respirou, sobre o meu cabelo. – Com sorte, Paul não apresenta queixa. Mas do que percebi, esse miúdo quer mais fama do que proveito.
Continuei a chorar, sem volume controlável, e as mãos de Zacky passavam pelas minhas costas e o meu rosto, tentando que eu parasse. Estava a fazê-lo sofrer, mas não tanto como eu estava a sofrer.
- Ele não te odeia Juliet. – Disse por fim. – E o Matt também não está chateado, está preocupado comigo, e também contigo. Eles também tinham medo que o Paul te fizesse mal.
- O que é que um miúdo de 16 anos podia fazer pior do que toda a credibilidade da banda que eu pus em jogo? – Choraminguei. – Tu e o Johnny agrediram um menor! Os meus pais estam mal vistos.
Riu-se.
- Achas mesmo que estamos preocupados com isso? Juliet, nós defendemos-te, e o Syn não está minimamente preocupado com o dizem dele. Mas ele é teu pai, e por muito estranho que seja, ele tem de agir como tal. Ele está a fazer o melhor que sabe, e o que qualquer pai de uma adolescente de 15 anos faria se ela ficasse bêbada e armasse um escândalo num bar.
Parei de chorar. Não tinha a certeza no que estava a pensar naquele momento, mas sentia-me mais aliviada por Syn não me odiar. Ou pelo menos não ter o nojo, que eu lhe tive.
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Eu sei que sou uma autora desnaturada e me esqueço de postar -.- deixem reviews, e eu prometo ser rápida :3