Life Isnt a Word, Is a Felling escrita por JulietCraig


Capítulo 48
Capítulo 40. It's a Pretty Big Liar




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As mãos de Zacky passavam suavemente no meu cabelo, e Syn sorria-me. Protecção era o que ele julgava que estava apenas ali a acontecer. Estremecia por dentro, só de pensar que ele pudesse descobrir a verdade. Isso afectaria tudo, incluído a banda e o coração de milhares de fans, espalhados nos quatros cantos do mundo.

Estremecia também, enquanto Baker desenhava entre as formas do meu rosto, e brincava com os fios de longo cabelo que me batia nas costas. Os arrepios percorriam as minhas costas, partindo do pescoço até a anca. Era como se ele nunca me tivesse tocado, como se ele fosse o Zacky Vegeance, e eu, uma comum fan. Talvez isso fosse melhor. Olhar apenas para os seus posters, sem saber quem ele era realmente, sem saber o que esperar dele. Era um amor impossível, visto a diferença de idades. Eu teria uma vida normal, junto de Thomas, e nunca seria guitarrista. Talvez fosse pior.   

A campainha soou. Anne abraçou Catarina fortemente, e dentro do meu quarto voltou a contar a história que eu já tinha ouvido.

 Vesti umas calças pretas extremamente coladas a pernas, e por cima uma túnica branca, que caia até meio da coxa. Calcei uns botins de salto alto, e deixei o cabelo cair ondulado para trás, preso com uma bandolete branca.

Não me ralei em disfarçar quem era, e não me importei se estava vestida para doze, quinze ou dezassete anos. Não me interessava nem um bocadinho entrar naqueles bares.

Olhei para Anne. Contemplava um vestido curto azul-turquesa, com umas collants opacas pretas, e umas botas da mesma cor destas. Catarina levava umas calças tão justas como as minhas, mas eram cor de sangue seco, e a sua t-shirt preta, fazia uma túnica perfeita.

Zacky aproveitou enquanto elas se maquilhavam para ir até ao meu quarto. A sua boca abriu-se e voltou-se, ao olhar-me.  

- Estás linda. – Os seus olhos brilhavam, completando o seu sorriso.

- Obrigada. – Respondi timidamente.

As suas mãos tocaram-me lentamente no rosto, impedindo-me de o rodar. Foquei os meus olhos nos dele. Eram perfeitos. Os meus, naturais castanhos, ao pé dos dele, azuis, nunca chegariam longe.

- Juliet, tem cuidado contigo.

- Eu não tenho cinco anos. – Relembrei.

Os seus olhos baixaram, e voltaram a olhar-me seriamente.

- Por isso mesmo. Tenho medo que alguém sabe de ti. Sabem quem é o teu pai, e és uma rapariga linda. Não quero que te aconteça nada de mal.

- Não te preocupes.

- Deixa-me ir contigo, então.

- Não preciso de ama-seca. – Resmunguei. – O que iram pensar as pessoas ao ver-me contigo? Tens ar de mais novo, mas eles sabem a tua idade.

Baixou os olhos, e abraçou-me. Senti a sua respiração alterada, e os seus braços estavam tensos.

- Eu faria de tudo para ter a tua idade, e ser uma pessoa normal. – Sussurrou-me.

- Eu gosto de ti, assim. Não querias mudar.

Envolvi-me nos braços dele, e estiquei-me para lhe tocar. Beijei-o, mas os seus lábios, como ele todo, estavam tensos.

Catarina e Anne gritaram à porta, para que eu saísse. Voltei a beijá-lo, e segui na direcção da porta.

A mão agarrou-me o pulso, com força.

- Amo-te.

- Eu também. – Sorri-lhe.

Anne’s POV

Não estava frio na rua.

Juliet não saía à noite connosco desde de Outubro, da festa que ela não foi. Sentia-me entusiasmada com aquela noite, e queria aproveitá-la ao máximo. Preferia se Matt estivesse aqui e agora, mas ficar famosa por ser a miúda de quinze anos que ele andava a comer agora, não de todo o ideal de fama que pretendia.

Raquel, Sophia, Isa, Paul, Jonathan, David, Tim e Richard já estavam a nossa espera. Ao longe vi Nicky e as amigas. Ignorei quando me olhou com desdém, ia me divertir.

- Ainda bem que viste Juliet! – Paul abraçou a Juliet. – Tinha saudades de te ver pela noite. E já não via há uns dias!

Ri-me. Paul era engraçado. Tinha a altura do Matt, mas o seu cabelo era loiro claro e os seus olhos quase cinzentos, não deixando de ser alegres. Assim como ele, uma pessoa sem duvida bem-disposta.

- O Ben vem cá ter daqui pouco sim? – Isa estava ansiosa, afinal Ben era o seu namorado.

Sophia, pequena e de cabelos ruivos, namorava com Jonathan, mais alto que ela e bastante simpático.  Raquel apesar da sua obsessão por Syn gostava realmente de Richard, e andavam há mais de um ano. Sobrava Paul, que rodeava Juliet com os seus braços, sem saber que ela não queria nada com ele, e Tim que estabelecera uma química com Catarina.

Olhei para David, que também estava sozinho. Mantinha-se à distância, sem deixar de me observar.

O seu olhar mexia imenso comigo. Mesmo tendo ficado amigos depois de acabarmos 7 meses de namoro, nunca tínhamos voltado ao que éramos. Tinha sido muito especial, o primeiro rapaz que eu tinha gostado a sério, que tinha lutado comigo por tudo, e que nunca me tinha magoado. Apenas eu a ele.

Olhei para ele discretamente. Devemos ter ficado longos minutos assim, pois quando voltei ao real Ben já tinha chegado.

Começamos a caminhar nas ruas iluminadas, em direcção ao café. Senti uma mão a parar-me quando caminhava. Era suave, e acolhedora. Era perfeita.

Voltei-me para trás, e os lábios de David rasgaram-se num sorriso. Retribui-lhe.

- Anne, podemos ir dar uma volta? – Pediu-me.

Fitei-o confusa.

- Já estamos a dar uma volta.

- Quero sair daqui. – Suspirou, olhando para as estrelas. – Preciso de falar, apenas contigo.

Resmunguei para mim própria, mas aceitei. Afinal eu queria estar com ele.

Caminhamos rapidamente, e a luz foi enfraquecendo, enquanto nos aproximávamos do jardim. O cheiro da relva era intenso, e sentia-se a humidade no ar. A água do rio que ali passava era gelada, e o seu frio rachava-me os seus ossos, ao mesmo tempo que me queimava a pele.

David reparou no que se passa, e o seu braço protegeu-me.

Tinha saudades daquela sensação de protecção. Naquele momento, tinha saudades do David e tudo o que ele fazia, e tudo o que ele me provocava parecia estar a voltar. Senti um arrepio percorrer-me toda a coluna, e um suspiro saiu de dentro de mim.

O silêncio mantinha-se, e David não fazia nada para o mover. Apesar de brincalhão, e meio louco, perto de mim mantinha-se calmo, inteligente e seguro. Era ligeiramente mais alto que eu, da altura do Matt. Os seus olhos eram castanhos de chocolate, e os seus cabelos um pouco compridos. Tinha um sorriso encantador, pelo qual me apaixonara.

Chegamos perto do rio, e sua mão pegou na minha para me ajudar a sentar numa pedra que estava ali. Sorriu-me no escuro, e observei o fumo da sua respiração.

- Anne… Eu preciso de te perguntar uma coisa?

- Pergunta. – Cortei.

- Tu ainda sentes alguma coisa… - Parou, calmamente. Sabia que por dentro, ele tremia de medo. – De nós.

Parei para pensar. Não podia dizer que não, naquele momento não. Mas não o amava.

- Eu não sei David. Desculpa.

- Não peças. – Sorriu.

Olhou-me nos olhos, e tocou suavemente no rosto. Respirou fundo, aproximando-se ao mesmo tempo. Não me movi.

Fechei os olhos, e os seus lábios tocaram suavemente nos meus. Abriu-os lentamente, contra os meus.

Quando voltei a ver a lua que nos iluminava, em cima dos nossos corpos, tremi. Não sabia o que tinha acabado de fazer nem o que ia fazer a seguir. O porquê daquilo era naquele momento indecifrável, e não me deixava raciocinar.

Os seus olhos olhavam-me proximamente. Não pensei um segundo, e voltei a beijá-lo. Os seus braços tocavam-me na cintura ao mesmo tempo que lhe envolvia o pescoço com os meus. Os beijos sucediam-se, naturalmente e espontâneo. Os seus lábios soltavam-se para me deixar respirar, descendo pelo meu pescoço em suaves toques. Estremecia ao senti-lo, observando o luar. Puxei o seu rosto ao encontro do meu novamente, e beijei-o outra vez. Passava os dedos no seu cabelo frio da humidade, e deixava-me ir.

Percebi que já não sabia como era beijá-lo. Uma faca espetou-se no meu estômago, quando percebi o porquê desse esquecimento. Matt. Como podia estar a fazer isto?

Senti-me tonta, soltando-me de David. Não podia continuar aquilo.

Olhou-me atentamente, tocando-me levemente com a mão. Respirou fundo, esperando que eu disse algo que ele sabia que não iria dizer.

- Anne estás bem? – Precipitou-se.

- Penso que sim.

- Não querias fazer isto?

- Queria…

Não lhe estava a mentir. Eu queria fazer aquilo, era incontrolável o desejo de puder estar ali com ele. Estar onde todos me vissem, sem medos nem constrangimentos.

David olhava-me, sorrindo. Acreditara em mim, e eu não sabia no que acreditar em mim.

Aproximou de novo, os seus lábios, percorrendo o meu pescoço até aos meus lábios. Apenas queria chorar, mas não evitei. Continuei os seus beijos, com o medo presente em mim. Sentia-me a trair os dois. Magoar David, e magoar Matt. Nenhum deles o merecia nunca.

Talvez Matt o merecesse, mas não queria ir por ai. Era mais insuportável que aquilo.

David beijava-me de uma forma intensa, e agradável. Era controladora, e segura. Difícil de explicar a alguém. Difícil de esquecer, mas algo que eu tinha feito.

O meu telemóvel começou a tocar com um volume alto, impossível de ignorar. David parou para eu atender. Sorriu-me calmamente.

Eu, mesmo assim, não consegui manter a calma. Não depois de olhar para o ecrã que piscava ansioso, como uma loja mal decorada na época natalícia. Matt.

- Sim Matt. - Atendi a medo.

“ Meu amor, a Juliet?”

- Não sei, eu tive de vir com o David a casa dele, porque ele se tinha esquecido das chaves, e a mãe ia tomar conta da … avó dele. – Menti.

“Ela não me atende o telemóvel, nem responde ao Zacky e ele está preocupado.”

Ouvi um bufar na voz do Matt. Ele estava a pensar que não havia razão para aquilo, mas mesmo assim estava a fazer a vontade ao Zacky.

“ Bem, a casa do David é mesmo a onde? Íamos ter com vocês e depois ligavas aos outros para saber onde estão.”

- Espera, não ligaste a Catarina?

“ O Johnny ligou, mas ela não atendeu.”

- Eu vou ter de andar na rua com os Avenged Sevenfold todos? – Gozei.

“Não, somos só nós os três. O The Rev foi a casa da mãe, e o Syn deve estar a fazer coisas bem mais interessantes.”

Ouvi o riso deles por atrás.

- Venham ter à entrada do Jardim Principal, que nos vamos lá ter também.

Desliguei.

Os olhos de David estavam confusos, enquanto lhe pegava na mão e o levava rapidamente até a entrada do jardim. Estava praticamente a correr, entre as pedras do chão de terra molhada.

- Os Avenged? – Interrogou.

- Perderam a Juliet. – Murmurei. – Sabe-se lá o que ela anda a fazer neste momento, e se a Catarina está com ela ou não.

David mostrou-se ainda mais confuso. Ele conhecia Juliet, sabia o quanto ela bebia mas acho que ele não se tinha percebido ainda que ela tinha a famosa banda Avenged Sevenfold como amas-secas.

- Uau – Expressou – Mas… Okay, eu sabia que o pai dela era o Gates, mas bem, eu nunca tinha pensado que vocês se davam tão bem… todos. Que estúpido, é claro que se conhecem e são amigos.

Riu-se bastante, e eu acompanhei-o. Era difícil naquele momento, mas acho que tinha conseguido.

O medo de chegar ao pé de Matt era muito, e o meu coração batia como a bateria.

- Achas que o Matt me dá um autógrafo, aliás eles todos? – Questionou para o ar. – Curto imenso o Matt. Não sei quando o vejo a cantar, é mesmo fantástico!

Irónico.

- Acho que sim, claro. – Fingi sorrir.

Chegamos à entrada do Jardim. O frio batia-me novamente nos braços, e eu tremia por todo o lado. David falava e falava, julgo que era sobre a guitarra do Syn, mas não liguei. O meu pensamento apenas estava em Matt e no que lhe diria, mal ele chegasse. O meu coração tinha medo.

Respirava fundo, e David falava sem se importar com as minhas respostas de “hum”, “sim”, “pois”. Vi Matt ao longe, destacando-se do resto das pessoas que passavam ao seu lado. Mesmo estando simples, calcas de ganga e casaco preto, todo ele conseguia brilhar ali. Não sabia o que fazer naquele momento, e sentia-me ainda mais perdida a olhar para Matt, que me sorria ao longe.

David também me sorria, o que não ajudava. As lágrimas chegavam-me aos olhos, e estavam prestes a rebentar em qualquer momento. Não me sentia preparada para contar a Matt, e queria saber onde se tinha enfiado a Juliet.

- Anne. – Abraçou-me, envolvendo-me debaixo do seu braço, como se fosse uma peça frágil, e valiosa. Daquelas que são difíceis de roubar, porque se caírem, podem se partir em mil bocados, mas também as mais desejadas.

- Bem, este é o David. – Apontei na sua direcção. – Matt, Zachary e Johnny.

- Prazer! – Apertou a mão a todos.

- Bem, obrigadinha pelo nome. – Resmungou Zacky.

Rimo-nos todos, e as bocas de Johnny começaram, enquanto David se ria deles. Matt mantinha-me debaixo do seu braço, protegendo a sua criança.

 - E ligares para alguém, Anne? – Pediu Johnny.

- Paul. Ele hoje estava muito com a Juliet, deve saber onde ela está.

- Quem é o Paul? – Os olhos de Zacky pareciam furiosos, e por momentos, tive medo que David reparasse. A sorte era que ele era demasiado distraído para isso.

Liguei para Paul sem responder ao Zacky. Não me atendeu, pelo que me preocupei.

“Desculpa, está aqui muito baralho. Estou no Music, com a Juliet, a Catarina, o Tim, a Raquel e o Richard.”

Li a mensagem, rapidamente, e Matt também a leu por cima do meu ombro pelo que começou a andar sem deixar de me envolver com o seu braço.

- Estamos a ir para onde Matt? – Zacky estava nervoso. – Já sabes dela?

- Está no Music.

O calor do corpo de Matt, protegia-me daquela noite escura.

Estava mal comigo própria. Queria pedir desculpa e beija-lo. Queria chorar no seu ombro e pedir que nunca mais me abandonasse, mesmo que fosse eu a culpada de alguma separação. Queria ficar junta nele para sempre, e o para sempre apenas acabava com a morte. Porque, David me tinha feito perceber o que já tinha a certeza, não vivia mais sem Matt. Como namorado ou não, precisava dele como os Vampiros de sangue.

Enterrei-me mais no seu corpo para evitar o frio que me batia nas ruas pouco iluminadas. David fazia inúmeras perguntas sobre a banda, e Johnny parecia bastante confortável a responder, assim como Zacky. Matt mantinha-se em maior silêncio, passando os dedos da mão que não me agarrava o corpo no meu cabelo. “Será que ele desconfiava de alguma coisa?” O medo subiu-me à garganta só de pensar, que poderia de alguma forma estar a fazê-lo sofrer assim como eu sofrera por ele. Não queria isso nunca.

As ruas iluminadas chegaram rapidamente, e aliviaram o frio, que já não raspava nos nossos braços. Mas o barulho deixava-me confusa. Pousei a cabeça no peito de Matt, e ele agarrou-me até ao bar que ele próprio conhecia bem. 


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Notas finais do capítulo

Mas a noite ainda não acaba, preparem-se :D Reviews ?



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