Agatus - A Descoberta escrita por Letícia Francesconi


Capítulo 42
O Resgate


Notas iniciais do capítulo

Voltei, galera!! Senti tantas saudades! Pensaram que abandonei vocês?? Que nada! Aqui estou!
A escola está querendo muito de mim, espero que vocês entendam!
Queria agradecer pelos comentários super fofos da Oboro, pela atenção da Júlia (afinal, fiz esse capítulo só para você!), o brigado por sempre estar me dando conselhos. Vicky, valeu mesmo pelos seus comentários! (já já eu volto para ler Doce Fascínio!!) eles me deixam super mega iper feliz, me deixam mais inspiradas para escrever!
Obrigado por estarem acompanhado!
Favoritem, comentem e please: Recomentem :3
Beijão!!
(Ahh, mudei meu user no Twitter, sorry :3, me sigam lá: @XuxuDoDavid )



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O deserto de Edra era terrivelmente cáustico e horripilante. Minhas botas ardiam na areia fervilhante. Jake empunhava vigorosamente a adaga de Diana. Com a pressa, esquecemos dos trajes (seria quase impossível sobreviver em um deserto sem os mesmos). Então Raj bufou e nos levou de volta, para buscar os trajes.

...

– Diana! – berrou Jake ao adentar a caverna arenosa.

As pedras eram magnificamente enormes. Era assustador como o clima por ali era tão quente. Certamente, eu reclamara do clima árduo que a Índia oferecia, mas o país asiático era a melhor opção no momento, colocando o deserto de Edra ao lado. Contudo, a ilha de Solaris ganhava o grande prêmio.

– Jake – interviu Raj, tocando-lhe o ombro direito. – Acho melhor não.

Jake o empurrou bruscamente, exasperado.

– Jake, sabe como é Edra – tentei convence-lo. Não seria nada saudável chegar ao covil apontando armas e arriscando feitiços. Se sabíamos como Edra era, por que arriscar? Deveríamos ser ardilosos, conversar com ela (mesmos que isto parecesse loucura), tentar convence-la, ou melhor, negociar os fatos. – Vamos entrar com calma.

Apontando-me a adaga da irmã, Jake ecoou um som estranho, que deduzi como um resmungo.

– Por que deveria seguir seus conselhos?

Respirei fundo e massageei as têmporas. Jake era impossível.
– Olha, Jake... – outra pausa para respirar. – Por favor, colabore, precisamos de você, mas sabemos muito bem que Edra é astuta em todos os sentidos, e entrar imediatamente atacando só nos fará perder tempo. Por favor, Jake, vamos começar com uma Guerra Fria.

– O que é uma Guerra Fria, Katharine? – franziu o cenho.

Raj bufou.

– Olha, Jake, não é hora para isso – disse ele retirando uma varinha cor púrpura do bolso. Era-me estranha. Um pouco mais vultosa que as outras que eu conhecia. Um arabesco dourado a envolvia, como se uma cobra de ouro estivesse a abrangendo. Em sua extremidade superior, um belo cristal translúcido, aparentando ser frágil e delicado, cintilava loucamente.

Jake parecia não prestar atenção em nossa conversa, estava muito ocupado, entretido com o chão de areia.

– Raj – ele atendeu ao meu chamado com um sorriso de derreter o coração de qualquer adolescente apaixonada. – Deixe-me ver....

Ele manejou a varinha e entregou-me sem hesitação. Contemplei o objeto magnifico que minhas mãos tiveram o privilégio de tocar. Era linda.

– É tão... Incrível! – deslumbrei-me. – Onde a conseguiu?

Raj mordeu o lábio inferior e respondeu:

– No covil de Alaris – confessou.

Jake pausou sua súbita investigação no solo fervente para nos encarar.

– O que disse?

– Alaris lhe deu isto?

Balançou a cabeça negativamente.

– Eu peguei.

– O que?! Roubou isto de Alaris? – indaguei pasma.

– Eu não roubei! – gritou ele de volta.

– Apanhar coisas de feiticeiro que pode transformar você em pó de sândalo ao estalar os dedos, não é uma coisa de seu poderio, Raj. O que há com você?

– Já disse que não roubei!

O chão tremeu. Todos firmaram sua atenção na entrada da caverna. É, pois bem, Edra nos encontrou.

– Meus Deuses – sussurrou Raj.

Jake guardou a adaga e empunhou velozmente a espada de cabo dourado.

– Rajver, não adianta clamar por seus Deuses agora – ironizou com uma risada mordaz. – Acho que não poderão lhe ajudar.

O solo de areia parou. Um silêncio pairou pelo deserto. Nos entreolhamos, indiferentes, quando o chão nos engoliu inesperadamente. Caímos todos, Jake ao meu lado e Raj encima de mim. Não parecia, mas ele era pesado demais.

Berrei em protesto. Raj rapidamente se levantou, um pouco entorpecido, porém de pé. Havia areia fina por todo seu cabelo. Jake rolou ao meu lado, parecia estar machucado. Tentei me erguer, mas havia uma dor insuportável tomando conta de minha panturrilha esquerda. Levantei a cabeça para visualizá-la melhor. Havia sangue escorrendo da mesma, o traje estava rasgado no local, me possibilitando enxergar a ferida. A mesma ardia, em uma dor latente.

– Katharine? – Raj agachou-se para estudar minha lesão. – Por Agatus, isto vai infecionar. Sua perna está muito quente.

Jake ergueu-se em um pulo, seu braço parecia ferido. Os dois se olharam, como se estivessem propondo um mistério pelo olhar.

– Raj – disse ele entredentes.

– Jake, ela pode morrer. Está muito quente aqui.

– Edra – sibilou ele. – Estamos no covil dela. Não podemos arriscar. Não faça nenhum feitiço.

Gemi me contorcendo de dor no chão. Um formigamento estranho subia por minha perna. Enquanto estavam de conversa, Raj poderia muito bem fazer um feitiço de cura e...

Rapazes – a voz era repleta de veneno, um silvo de uma cobra nociva. – E... Katharine.

– Edra – Jake a encarou rigidamente, seus olhos cintilavam. Temi que desejasse utilizar seus poderes sinistros. – Onde está minha irmã?

Edra permaneceu em sua posição ereta. Os cabelos negros cintilavam. Em sua cabeça, a tiara dourada brilhava. Percebi que ela observava minhas mãos. Segurei o objeto firmemente e o guardei na bota direita.

– Como conseguiu uma varinha de Fadheela?

– Não é da sua conta – tentei dar um impulso forte o suficiente para levanta. Foi em vão. Minha panturrilha ainda sangrava.

Raj estendeu a mão para me ajudar. Me ergui um pouco fraca. Minha perna doía. Tentei não firmá-la no chão.

– Não se esquive da pergunta, Edra – fixou Jake. – Onde está minha irmã.

– O que certamente está procurando, feiticeiro? Uma guerra?

– Não queremos uma guerra – pronunciou Raj. – Apenas queremos Diana. Vamos chegar a um acordo.

Edra riu mordazmente.

– Quer negociar, feiticeiro de Agatus? – seus olhos faiscaram. – Então é isto que faremos.

Toda areia alva que se encontrava ao meu redor desapareceu. Agora me encontrava em um gigantesco salão escuro. Cortinas de véus azulados espalhavam-se por todo lugar. Havia uma enorme mesa de cristal, detalhada com diamantes e rubis. Acima da mesma, milhares de castiçais dourados e outros objetos desconhecidos. O chão parecia ser de ouro. Tudo havia brilho.

No centro do local, um gigantesco globo de claridade. Uma prisão de luz. Dentro da mesma, uma garota de cabelos dourados gritava, evitando tocar a barreira elétrica.

– Diana! – avançou Jake, porém Edra o impediu.

– Jacob – Edra virou-se pacificamente, porém de modo ardiloso. – Onde está sua mãe?

Jake recuou. Abaixou a espada lentamente.

– Como sabe meu nome? – ignorou a última pergunta.

Edra riu mordazmente.

– Sou uma feiticeira, garoto – disse ela. – Assim como você. Apenas possuo um reino. E você? – aproximou-se de Jake até estar poucos centímetros de seu rosto. – O que você tem?

Sua voz era como um silvo venenoso. Ela sussurrava, fazendo Jake a temer. Nunca o vira assim.

Edra riu outra vez e o rodeou. Prosseguiu.

– Ela o deixou, sim? – encarou-o asperamente. Não respondeu. Edra se enfureceu, enforcando-o exasperadamente. – Não vai me responder?

Jake sibilou roucamente, uma tentativa de fala. Edra o largou, possibilitando-o articular.

– Sim – afirmou enquanto mirava a irmã na prisão de luz. – Foi isso que ela fez. Ela e o cafajeste do meu pai.

Edra movimentou o dedo indicador no ar.

– Não – sorriu acidamente. – Ela não deixou nenhum de vocês, Jacob.

– Me chame de Jake – gritou ele.

– Eles estão mortos – disparou ela, ignorando a ira de Jake. – Mortos por Richard.

Edra encarou Diana, que desabava em lágrimas. Seu rosto parecia estar ferido. Ela suplicava, chorava e berrava. Eu precisava tirá-la de lá.

– Pouco me importa, Edra – contestou Jake. – Eu vim apenas atrás de minha irmã.

Ela zombou.

– Acha mesmo que irá levar aquela vadia ridícula? Sem algo em troca? – riu, escarninha. – Não me conhece mesmo, Jacob...

– Se você quer uma troca – intervi. – É isto que você terá.

Sua atenção voltou-se à mim. Estremeci.

– Ora, o que temos aqui? – perguntou para ninguém em especial. – Uma menina mimada que não sabe o que quer. O incêndio não levou apensas seu “pai”, mas, sim, a alma verdadeira de sua mãe. Ela já não era a mesma depois da morte de tal. A sua mãe nunca gostou de Jonathan. Nunca.

– Esse tipo de chantagem emocional não funciona comigo, Edra – reforcei. – Você não irá me derrubar.

Seus olhos faiscaram.

– Talvez não desta maneira.

– Ande, Edra – Raj deu um passo à frente. – O que você quer para libertá-la?

– O anel.

– O que disse? – indagou Raj.

– Eu quero o anel – repetiu ela.

Olhei o artefato.

O símbolo de Agatus cintilou.

– Não – Edra me fitou estranhamente. – Não mesmo.

– Caso não tenha notado, Katharine, a vida de sua amiga está por um fio – olhou para prisão de luz. Diana estava estirada no chão, esgotada de tantas tentativas falhas. – E se não me der este anel – elevou a voz. – vai ser um feiticeiro a menos neste mundo. E isso pouco me importa.

Olhei para Jake, em seguida, para Raj. Eles assentiram. Era hora de pôr em prática tudo o que combinamos antes de entrar no covil. Não sabíamos o que Edra iria querer em troca. Não prevíamos a prisão de luz. Mas isto não seria um grande empecilho, pois Peter me ajudaria.

Tirei o anel do dedo, lentamente. Todos me observavam, tensos. Direcionei-o à Edra. Ela estendeu a mão calmamente.

Não mesmo – as palavras fugiram de meus lábios.

Fora tudo tão... Veloz.

Tentei mover um dos objetos acima da mesa, mas meu cálculo falhou. Todos os objetos, incluindo os castiçais, voaram na direção de Edra, que fora atingida inesperadamente.

Me assustei, porém agradeci à mim mesma, mentalmente.

Criaturas estranhas surgiram do solo de ouro. Jake e Raj se posicionaram para uma nova batalha.

Ignorei a cena enquanto corria à prisão de luz. Tentei esquecer a dor do ferimento em minha panturrilha. Diana parecia dormir. Os arranhões em sua face sangravam.

– Diana! Levante! – arrisquei gritar.

Ela ergueu os olhos. Tentou se levantar, mas foi em vão.

– Tudo bem – respirei, enquanto retirava a varinha da bota. A varinha Fadheela brilhou em minhas mãos. Pensei em alterar por Peter, porém não teria mais tempo. – Diana, cubra o rosto, isto pode te machucar.

Respirei fundo. Manejei a varinha. Aproximei-a da barreira de luz, temendo levar um choque. Se funcionou antes, funcionará agora.

Uma batida. Nada. Tentei outra vez, mas a barreira cedeu.

Droga!

Arrisquei com mais força. A varinha oscilou. Sua cor púrpura fulgiu. Golpeei. Mais e mais...

A prisão crepitou. Pude ver imensas rachaduras antes de tudo se estilhaçar em cacos luminosos. Quando os estilhaços ruíram no chão dourado, pude ver Diana ajoelhada, as mãos no rosto, ao seu redor, estilhaços de um antigo obstáculo luminoso.

Diana se ergueu, firme. Limpou as lágrimas e respirou.

– Obrigado – agradeceu.

Assenti. Avistei os feiticeiros, que lutavam loucamente com as criaturas de Edra. Diana buscou sua adaga no cinto, mas a encontrou.

– Que diabos...

Jake – adentrei na batalha.

– Kat? – gritou Jake enquanto golpeava a cabeça de um monstro de areia. – O que está fazendo?

– Jake, a adaga! – desviei de um soco. Uma das criaturas golpeou meu abdômen, mas desferi um corte em seu pescoço com Fadheela.

– O que disse?

Lancei um feitiço cor púrpura em um grupo que se aproximava, mesmo desconhecendo suas funções mágicas. Raj nunca me falara sobre esse tipo de varinha.

– Eu disse – chutei um corpo sem pernas que tentava rastejar. – a adaga de Diana!

Jake, rapidamente, retirou a adaga do bolso. Iria entregá-la à mim, mas uma criatura de Edra impediu, voando à nossa frente. A adaga girou no ar, caindo no chão. Diana empurrou, com tamanha determinação, uma criatura de Edra que se aproximara. Abaixou-se. Empunhou a adaga, logo lanceando todos à sua frente.

Ataquei o mesmo que me impedira de pegar a adaga, um feitiço certeiro, no crânio. Pisei na cabeça de outro quando avistei Edra se movimentando no chão.

– Raj! – ele me encarou. – Leve-nos ao deserto.

Ele concordou. Diana golpeou uma criatura no abdômen, parecendo esquecer-se dos arranhões em sua face, logo, correu ao nosso encontro. Jake fez o mesmo.

Rapidamente, nossos pés entravam em contato com a areia escaldante do deserto de Edra, e mais uma batalha se iniciaria.


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Notas finais do capítulo

Beijos ♥ comentem ♥♥



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