Agatus - A Descoberta escrita por Letícia Francesconi


Capítulo 43
Perseguição


Notas iniciais do capítulo

Voltei! Oboro, esse capítulo é especialmente para você, querida ♥!! Um beijo!!



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Olhei para trás. Os monstros de areia nos perseguiam, uns montados em criaturas de Agatus, embora o calor não permitisse que estas ficassem lá, e outros corriam loucamente com diversas armas em mãos. Um grupo, mais à frente, preparava seus arcos.

– Espero que estejam envenenadas - murmurei para mim mesma.

Raj corria ao meu lado, Diana idem. Em sua testa, sangue rubro esvaía. Jake retirou a espada dourada do cinto, cortando ar.

Corremos até um certo ponto, o limite de um penhasco.

– Existem penhascos em desertos? - indaguei, confusa.

– Não - disse Jake admirando a queda. - Mas tudo é possível no deserto de Edra.
– Eles estão vindo! - gritou Raj. - O que vamos fazer? Estamos presos.

– Eu sei - resmungou Jake. Olhou para mim. - Kat, me dê uma corda.

Olhei-o, o cenho franzido. Jake, está ficando louco?

– Andem, não temos muito tempo - berrou Raj, desesperadamente.

– Ficou louco? Não tenho corda nenhuma.

– É claro que não tem - objetou Jake com toda calma possível. - Você vai fazê-la.

– O que?

Ele me encarou seriamente, enquanto Raj nos alertava do exército.

– Jake, eu não sei! Não posso!

– É a única feiticeira maior! É claro que pode!

Mas, Jake!

–Ande! - berrou Raj.

Fitei-os completamente alarmada. Meus olhos já se tomavam de lágrimas. Empunhei a varinha de Fadheela com uma das mãos e desejei que ela me ajudasse. Uma corda, mas, como? Senti uma energia queimar em meu peito. Meu braço esquerdo ardia, como se estivesse em chamas. Abri os olhos. Lá estava ela. Dourada como o sol. Um dos bichos estava bem perto, seu arco e flecha brilhava ao sol escaldante.

– Raj!

A flecha o atingiu no ombro esquerdo.

– Você está bem?

Ele olhou para a flecha. Sangrava. Fechei os olhos e, murmurando, na minha mente, uma voz disse: Apenas espero que não esteja envenenada.

– O que está fazendo!? Se mova! - Jake se abaixou, cavando a areia velozmente, em determinados lugares. - Deve haver alguma pedra por aqui... Achei!

Jake tomou a corda de minhas mãos, amarrando-a na tal pedra.

– Kat!

Senti algo me atingir no peito, era quente e formigante. Minha cabeça girou, e no momento que pensei que iria sucumbir à escuridão, Jake me pegou nos braços. Retirou a flecha e encarou Raj.

– Raj, vamos pular... O que é isso no seu ombro? – franziu cenho – Consegue pular?

Raj assentiu, logo encarnado Diana. Correram para a corda.

– Jake - falei, zonza. - Pode deixar, eu desço sozinha.

Raj amarrou a corda na cintura, logo ajudando Diana, Jake guardou a espada no cinto depois de esfaquear alguns monstros que se aproximavam, me pegou no colo e fez o mesmo que Raj.
...

O fundo do penhasco era mais quente que a superfície. Desci dos braços de Jake, agradecendo-o pelo que fez. Raj estava um pouco entorpecido, Jake abraçou Diana, que retribuíra o ato carinhoso do irmão. Seu rosto suava.

– Raj, está tudo bem?

Ele ergueu a cabeça. Os olhos estavam trêmulos.

– Kat, a flecha - Raj ofegava enquanto falava. – Estava envenenada.

Mirei seu ombro. O tecido do traje havia sido rasgado pela flecha. Sangrava.

– Ai meu Deus...

– Isso não é nada bom - disse Jake.

– Me diga que isto não irá causar efeitos colaterais...

– Eu vou tentar não...

Um flash invadiu meus olhos, seguido por um clarão. Caí no chão frio, mas a queda pareceu ser amortecida por algo macio e gélido. Abri os olhos e avistei Diana em cima de Jake e Raj à minha frente. A floresta de Agatus erguia-se.

Raj tentou levantar, mas foi impedido por um rugido voraz. Jake ergueu-se rapidamente, ajudando a irmã. Empunhei Peter com vigor, à espera das feras de Agatus.

Raj retirou a flecha do ombro.

– Vamos! – gritou Jake. – Saiam!

Uma criatura peluda de olhos alagadiços nos encarou, calmamente, enquanto saía da densidade de galhos e árvores.

Kendria – sussurrei.

Outros animais corriam em nossa direção. Lancei um feitiço nos mesmos. Jake girou sua espada, atingindo vários deles. Diana encurralou uma criatura de Agatus em uma árvore, matando-a sem piedade. Raj perdeu uma varinha amarela ao golpear uma fera no abdômen.

–Kat! – Raj saltou.

Rolamos juntos na neve, Raj e eu. Outro flash inundou meus olhos, mostrando-me uma imensidão rosada.

Saí de cima de Raj, ignorando meus ferimentos, tanto em meu peito, tanto em minha panturrilha. Árvores, repletas de pequeninas flores. Era encantador. Diana estava boquiaberta.

– É uma Prunus Persica – disse Raj manuseando algumas flores. – São árvores nativas da China, mas podem ser encontradas na Índia, além disso.

– Pessegueiros – pronunciou Jake, estudando as árvores

– Incrível! – ri enquanto Raj me entregava uma das flores que apanhou. – Nunca tinha visto um pessegueiro antes.

– Como chegamos aqui? – indagou Diana.

– Desculpem, não imaginava que isto era possível.

Diana cruzou os braços.

– Leve-nos de volta.

Foi a vez de outro clarão tomar conta de mim. Meu coração palpitou ao colidir com o solo gelado. Ouvi um gemido baixo ao meu lado. Avistei Raj de bruços, no chão.

Tentei me alçar, mas todo o meu esforço fora em vão. A dor na panturrilha parecia te desaparecido, mas meu peito incendiava.

Abri os olhos para ter alguma noção de onde estávamos. Uma espécie de lago nos cercava, haviam pequeninas pedras negras ao seu redor.

– Por Agatus – murmurou Jake.

– É o lago de Amenophis – disse Raj verificando o local.

– E onde está o monstro? – perguntou Diana.

– Monstro!? – me espantei. Já não bastava as criaturas de Agatus e o exército de Edra nos perseguindo, e agora terá mais um monstro? O que fiz para merecer isto?

Jake abriu a boca, mas suas palavras foram impedidas por um ruído estrondoso. Maravilha.

– Corram! – berrou Raj.

O monstro surgiu do nevoeiro denso e insistiu em nos perseguir. Olhei para trás. Sua pele era escamosa, em um tom escurecido. Possuía longas barbatanas e olhos rubros.

– Ótimo! Um dinossauro aquático! – protestei.

– Cale essa boca, Katharine! – rebateu Jake, aborrecido.

– Ele segue os sons que ouve – disse Raj. – Então, evitem conversas!

Continuei correndo.

– Raj! Por que não nos transporta para a sala de treinamento!?

Ele nos encarou, mudando o curso da corrida.

– O que está fazendo? – gritou Jake.

Jisa taraha sē badala! – pronunciou Raj, apesar de não entender o que ele disse.

– O que?!

Ele bufou e acelerou a corrida. Parou em uma ribanceira repleta de névoa.

– Pulem!

– Raj, não! – protestei.

Diana me empurrou.

Ele me agarrou à força e tudo o que vi foi outro flash em minha mente, o que eu odiava.


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Notas finais do capítulo

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