Agatus - A Descoberta escrita por Letícia Francesconi


Capítulo 41
O Sequestro


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amores! Senti saudades! Desculpem-me pela demora, eu sei, eu sei. Podem me matar! Ok, agora... O que estão achando da Fic? Eu sei que está muito grande, mas a minha imaginação está explodindo! Fazer o que, neh? Queria agradecer as lindas: Oboro, Júlia e Vicky (vou tentar não te chamar de Victoria por causa da nossa “queridinha” personagem :D), gostaria de agradecer à vocês, pelos comentários lindos! Esse capítulo é de vocês, aproveitem!! Um abraço!!



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Não – a expressão de Victoria tornava-se exaustada, à medida que Christine entregava-lhe a notícia. As palavras caíram nos ouvidos de Victoria em um baque grandioso. – O que você fez, ratinha?

Os olhos da serpente enchiam-se, vagarosamente, de lágrimas. Não posso dizer que estas foram de tristeza, não devo possuir a competência para assegurar-lhe de que Victoria amava o filho. Talvez, tudo aquilo, fosse uma cena teatral da parte de Victoria.

– Acalme-se, Vicky – advertiu Christine. – Isto não levará em nada.

– O que?! Ficar calma? – ela lançou seu olhar típico à mim. – O que fez com meu filho, ratinha?

– Não a culpe – Raj pôs-se em minha frente. Aparentava estar calmo, apesar da imensa tensão que abrangia o local. – A culpa é somente minha.

Victoria permaneceu inativa. Os braços continuaram inertes, assim como sua face. Depois de intermináveis segundos, Victoria engoliu em seco e enxugou as lágrimas, provavelmente pérfidas.

– Entendo. – com um movimento célere, a serpente virou-se para a porta.

– O que? – indaguei, indigesta. – Seu filho é morto e tudo o que tem a declarar é “entendo”?

Ela cessou seus passos velozes aos limites da sala. Virou-se lentamente para nos encarar. Aproximou-se pausadamente. Seu vestido rubro balançava conforme seus passos progrediam.

– E o que você esperava de mim? – indagou ela, exasperada. Os olhos azuis eram uma chama inapagável.

– Por que ainda o protege? – apontei para Raj, que encolheu os ombros, recuando. – Por que nunca contou-lhe sobre seu pai...

– Já disse que não lhe devo explicações – interrompeu-me ela.

Christine tocou-me no ombro, mas minha fúria não poderia ser contida. Avancei um passo, mas Raj me deteve.

– E à mim? – Raj tocou-lhe o braço, o que a abismou instantaneamente. Victoria fitou-o inerte. Os olhos da serpente analisavam o rosto moreno de Raj. – Acho que mereço explicações.

As cordas vocais de Victoria pareciam não existir. Uma lágrima incidiu-se, brevemente, em seu rosto fino. O ar era gélido, um pouco tenso. Yann havia sido morto por Raj, que, certamente, era seu irmão. Na noite passada, logo após o acidente, tomei um longo banho, desembaracei os cabelos e preparei-me para dormir. Segurei Peter por um instante, imaginando como seria ter meu irmão vivo. Há anos, eu pensava que tinha um pai morto por um incêndio acidental. Jonathan Mayer era meu... Pai. Não. Richard era. E minha mente traía meu coração. Não sabia a quem eu deveria recorrer. Minha mente dizia que eu deveria acabar logo com isto. Matar Richard e Victoria, salvar Raj e Alisha, e, principalmente, minha mãe. Ela dizia que roubar as profecias, mediante de onde estivessem sido escondidas por Christine, seria um excelente conceito. Mas meu coração dizia que enganar Christine, que tanto me ajudou, para salvar a minha pele, seria egoísmo da minha parte. Eu, com toda certeza, nunca faria isto com ela. Ele dizia que eu precisava correr atrás de Richard e perdoá-lo por tudo que o mesmo fez. Todos esses pensamentos, não eram inúteis, embora eu os negasse.

A estrutura enregelada de Peter brilhava constantemente. Chequei se o anel de Agatus estava seguro e logo após minha inspeção noturna, deitei-me agarrada com Peter. O mesmo cintilou mais radiante, prateado. Não conseguia dormir. Minha mente estava presa na cena da morte de Yann, na conversa de Richard e Victoria e em Raj. Dormi de cansaço. Sonhei com Yann e Peter.

Rajver... – Victoria cerrou os punhos, outra lágrima ocorreu. – Seu pai era...

– Seu pai era um homem muito bem dotado e sábio – interrompeu Christine. – Ele sabia o que fazia. Seu império... Sua vida foi dedicada à você Raj, e você deve-o agradecer.

Raj sentou-se e massageou as têmporas.

– Mas... Ainda não compreendo.

– O que não compreende? – indagou Victoria, rígida.

– Por que nos ajudou? – sua pergunta a atingiu como uma flecha em chamas. Victoria suspirou por um instante e o encarou. – Por que me protegeu por todo este tempo?

Victoria rodeou a sala lentamente. Mirou um quadro com figuras mortas e respirou.

– Existem coisas que simplesmente não podemos dizer, Raj. Eu não apenas o protegi, eu o guardei, assim como um filho. Abriguei-o em minha casa, livrando-o de todos os males que haviam lá fora. Guardei-o com minha vida, mas, agora – sua voz falhou, vacilante. Outra lágrima tornou a cair. Voltou a fitar-nos. – você me traiu. Matou meu único filho! Matou seu irmão!

Raj abaixou a cabeça, mas creio que ele não teria se arrependido do que fez.

– Foi ele quem buscou isto – ergueu a cabeça e me encarou. – Katharine, conte-a o que aconteceu. Diga à ela o que Yann fez com você.

Franzi o cenho, mas juntei forças para falar.

– Ele me manipulou – contei. Christine se pôs ao lado de Victoria. - para me fazer entrar no seu time. Ele me queria ao seu lado. Transformou-se em Raj e me enganou por um grande tempo.

Todos ficaram calados. O ar mantinha-se tenso. Raj foi o primeiro a dar uma iniciativa.

– Se me derem licença – tossiu brevemente e me encarou. – tenho que resolver algo.

Deu meia volta e se retirou. Victoria limpou as lágrimas e se voltou a porta. Deduzi que Raj precisava falar-me algo sério. Esperei o clima tenso esvaecer para ir atrás dele. Percorri o corredor sombrio, um pouco fraca. Sentia-me mal, pois não havia comido nada após o café da manhã. Bati lentamente em sua porta, ansiando o momento da entrada, não suportava esperar naquele corredor.

A porta abriu em um estalo.

– Oi, Kat – pigarreou brevemente. – Katharine.

Seu rosto moreno estava iluminado. Os olhos negros me atraíam.

– Oi.

Raj puxou-me para si e deu-me um beijo rápido.

– Sinto muito, Katharine.

Podia sentir seu hálito gélido, assim como seus dedos. Sua respiração misturava-se com a minha.

– Raj, você não deve se desculpar – acariciei seu rosto com as pontas dos dedos. Sua pele era macia e aveludada, completamente sem imperfeições. – Não foi sua...

– Não estou me desculpando – Raj pareceu se contrariar, afastando-me delicadamente. Dirigiu-se a uma cômoda de madeira, vasculhando-a freneticamente.

Corri a seu encontro, recostando-me ao seu lado. Toquei-lhe o ombro, mas o mesmo recuou das minhas caricias.

– Raj, o que está procurando...

– Jake! – o grito ecoou do corredor sombrio, refletindo nas paredes do quarto de Raj. A voz feminina era-me familiar.

Diana.

...

Percorremos o corredor sombrio na velocidade da luz. O grito de Diana permitiu-nos distinguir que não estava tudo bem. Peter brilhava desvairadamente em minha mão, Raj ofegava com a corrida, pondo-se ao meu lado.

– Você acha que...

– Raj – obstruí-o – não é hora para pensamentos negativos.

Ele assentiu, porém ainda mantendo o foco no fim do caminho. Corremos na direção dos gritos perspicazes de Diana. Estes levavam-nos às imensas portas que haviam no corredor sombrio. Raj hesitou antes de abri-las, mas dei o pontapé inicial.

A sala de treinamento estava mais gélida do que as mãos de Raj. Jake estava ajoelhado, as flechas douradas jaziam mortas, sem brilho algum, completamente destroçadas, no chão. As lágrimas jorravam intensamente dos olhos verdes de Jake. Admito que, em todo este tempo, nunca vira Jake desta forma. Aquela angústia estava me deixando inteiramente preocupada.

– Jake – corri ao seu encontro, ajoelhando-me ao seu lado. – O que aconteceu? Onde está Diana?

Ele soluçou e logo após desprendeu os braços em volta do corpo, revelando-me a adaga prateada da irmã.

– Eles a levaram – lamentou ele. – Eles... Eles a levaram!

Sinceramente, Jake estava me assustando. Acariciei seu rosto, limpando as lágrimas que escorriam. Raj se abaixou para consolar o “amigo”.

– Quem a levou? – perguntou ele, a voz firme.

Jake ergueu os olhos, loucamente vermelhos. Apertou a adaga em mãos e choramingou. Jake, um rapaz inteiramente corajoso, cuja sua personalidade era a mais audaciosa das quais eu conhecia, estava ali, em minha frente, consternado, completamente abatido, soluçando por sua irmã.

– Edra – sussurrou, roucamente. – Edra e seus capangas do deserto.

Raj me encarou boquiaberto. Era praticamente impossível de se acreditar.

– Mas, como? Edra não teria como invadir a fortaleza, há barreiras que...

– Não duvide de Edra! – Jake levantou-se em um movimento inesperado, a adaga em suas mãos. – Aquela vadia dos infernos!

Haviam chamas faiscando em seus olhos, repletos de raiva. Rodopiou a sala por alguns minutos, seu rosto parecia pronto para explodir.

– Ela simplesmente abriu um portal para chegar aqui. Alguém a ajudou. E esse alguém era muito poderoso. Aqueles monstros de areia... Não pude lutar, eles eram muitos.

– Não entendo, por que ela? – indaguei.

– Nunca compreendi os planos maléficos de Edra – murmurou Jake. – A mente dela é como um emaranhado de cobras. Morra... Vadia!

Jake cravou a adaga na parede vorazmente, semelhante a um louco.

– Jake, se acalme! – pediu Raj. Talvez não irá...

– Ora, Raj, por que eu deveria simplesmente me acalmar? – Jake pressionou a testa contra a parede em sua frente. – Minha irmã foi raptada por uma psicopata do deserto, calma não é a minha melhor opção.

– Nós iremos achá-la – suspirei. Virei-me para Raj, - Pode nos levar?

– Sim – hesitou ele. – Mas... E Richard? Precisamos de sua...

– A permissão de Richard é a última coisa que preciso – Jake olhou para o arco negro estraçalhado e xingou algo baixinho, dirigindo-se a parede de armas. Escolheu uma linda espada de cabo dourado.

Vamos.

Raj posicionou-se eretamente ao meu lado. Segurei sua mão firmemente.

– Espere! – gritou Jake. Correu até a parede, pegando a adaga de volta, onde tinha a cravado. Guardou-a no cinto, e todos nós desaparecemos da gigantesca sala de treinamento.


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Notas finais do capítulo

Comentem :3



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