Agatus - A Descoberta escrita por Letícia Francesconi


Capítulo 33
Um Duelo Feroz


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores! Me matem, eu sei que demorei demais, pois estava estudando (a semana de provas começou!!), mas aqui estou eu! Eu queria pedir um favorzinho a vocês. Eu gostaria muito de saber quem está lendo, então mudem a categoria de acompanhamento para visível, assim poderei visualizar quem está lendo ;) e quem não possuí uma conta no Nyah, pode me mandar uma sugestão ou um comentário sobre a história pelo meu Twitter: @Leticia_Surajer

Espero que gostem desse capítulo!! Beijos! Ahaha, Oboro, eu não esqueci de você!!



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O corredor da fronteira mágica de Richard, era uma conjuntura densa de sombras frias. Eu não costumava trafegar pelo corredor, mas era preciso. Apenas as palavras de Raj acalmariam-me naquele momento. O ocorrido da noite passada, deixou um clima, inteiramente, tenso entre nós. Raj, como sempre, sorria calmamente a me ver, agora no meu caso, eu corava por inteira, e não havia como ocultar isto com meus cabelos.

O tapete vermelho, como tudo naquele lugar, era inteiramente liso e macio. O clima permanecia em um estado gélido, porém não tão cruel quando o inverno de Nova York. Caminhava lentamente pelo caminho escuro, desviando o olhar das pinturas mortas e horrendas.

Katharine – o vento sibilou. Virei-me impulsivamente e deparei-me com o par de olhos frios e intensos.

– Yann – suspirei. – Você me assustou.

Yann sorriu torto alcançando minhas mãos.

– Não costuma mais me pedir conselhos – disse ele completamente distraindo com minhas mãos. – O que houve?

– Tenho que treinar magia. Não tão fácil como nos...

– Katharine. Por que vive com Raj? – Yann franziu o cenho. – Não compreendo. Eu lhe ensinei tudo o que você deveria saber.

– Yann, estou cansada agora. Preciso descansar para ter um desempenho maior na floresta de Agatus.

Yann cedeu os afagos em minhas mãos, espreitando os olhos para o fim do corredor ele disse:

– Esse não é o caminho do seu quarto – sussurrou ele. – Talvez Raj também queira descansar.

Olhei para o final obscuro do lugar, como uma rua sem saída. Talvez Raj não queira que eu o incomode.

– Você tem razão – Yann sorriu exuberantemente.

– Então...?

– O que foi? – perguntei atônita.

Yann não respondeu. Segurou minha mão, seguindo ao lado contrario do corredor.

...

– Acredito que no Canadá não tenha tudo isso – murmurei enquanto beliscava uma barrinha de cereal. Por que barrinhas de cereal lembram-me de David?

– Estou falando sério – riu Yann ignorando o fato da barrinha de cereal em minhas mãos. – Existe também uma ampla área de patinação.

– Em Nova York também – repassei amassando a embalagem colorida. – Olha,Yann, eu sei que eu nunca tive a chance de ir para o Canadá, mas eu tenho as minhas preferências. De fato, deve ser um belo país, mas não o trocaria por Nova York.

Yann abriu os olhos azuis por completo, piscando para mim.

– Hum... Você é mais linda quando tenta explicar algo, sabia?

Corei por inteira.

– Bem... Eu... – balbuciei. – Eu não estava tentando lhe explicar algo? Estava?

Yann permaneceu em sua posição, sentado sobre suas pernas, apenas movimentou a cabeça, assentindo. Os olhos intensos, não desfocavam-se de mim. Eu sentia-me prendida, completamente atraída pela magnitude que seu olhar transmitia. Sentia-me como na ilha de Solaris, eu estava sendo controlada. Eu devia tomar certos cuidados. Yann era como a mãe, um manipulador de mentes, mas era... Irresistível.

– Conte-me – sua voz soava breve e doce, como normalmente não se deparava. – Ainda prefere a companhia de Raj?

Minha mente girava. Tentando segurar-me para não tombar ao chão, em razão da sonolência elevada, fitei Yann ligeiramente.

Não.

...

Yann acendeu as luzes opacas da sala de treinamento. As paredes cor de creme iluminaram-se suavemente. As espadas e flechas pendiam em ambas das paredes, formando um imenso tapete de armas. Yann recostou-se ao meu lado enquanto fitava os filamentos de armas prateadas e douradas.

– Em Nova York existe algo assim? – perguntou ele retesando a voz.

Agitei a cabeça em sinal de um não. Yann riu.

– Bem... Parece que não – dei de ombros com a sua risada sem nexo.

– Entendo – Yann limpou a garganta e virou-se inteiramente para mim. – Katharine, tem medo do escuro?

Arquei as sobrancelhas um pouco tensas.

– O que está dizendo? – indaguei.

O rapaz de olhos azuis girou-se sem pressa. Cravou os olhos no tatame negro e, dramaticamente extenuado, disse:

– Deixe-me pensar – Yann levou uma das mãos ao maxilar e ponderou por um instante. Estalou os dedos e, instantaneamente, as luzes embaçadas cessaram em um crepitar ameno.

Meus olhos, simplesmente, não avistavam um ponto inerme de luz no local. Apesar de não haver janelas, as luzes artificiais, que agora se misturavam com a penumbra causada por Yann, a sala ampla era bastante iluminada. Senti uma mão fria tocar meu ombro direito.

– E então? Sente medo do escuro? – Yann sussurrou em meu ouvido melodicamente. Mais uma vez, dei de ombros.

– O que está fazendo? – perguntei ainda confusa.

Yann não respondeu, apenas empenhou uma varinha rubra, fazendo o espaço negro misturar-se com a luz avermelhada. Seus olhos azuis fulgiam mesmo no escuro tenso. Ele pôs-se atrás de mim, entrelaçando minha cintura com seus braços, a varinha ainda em mãos.

– Como a nomeia? – perguntei um pouco trêmula por seus movimentos inesperados. Agradeço a Deus por estar escuro, assim ele não notaria o meu rosto corado.

Yann a moveu no ar e sussurrou em meu ouvido.

Vênus – seu hálito tocava minha orelha, fazendo-me estremecer.

– Um planeta, não? – tentei maneirar como o tom de sua voz.

Ele pareceu dar de ombros, mas continuou me envolvendo com seus braços.

– Sim – confirmou ele. – Mas não imagino desta forma.

Yann riu sozinho, como se apenas ele soubesse de sua piada.

– Sabe, Katharine...

A imensa porta abriu-se rapidamente iluminando a escuridão. Yann recuou, deixando-me de lado. As luzes acenderam-se em um estalo enquanto Raj nos fitava surpreso.

– Kat? – Raj deu um passo à frente, como se suas pernas estivessem pesadas demais para se movimentarem. – O que está fazendo com ele?

– Estava treinando um novo feitiço...

– Em pleno escuro? – indagou.

Engoli seco. Yann nos observava atento, o sorriso havia desaparecido.

– Sim, Raj – mentiu Yann tentando o tranquilizar, mas pareceu não adiantar. – Eu estava apenas a ensinando um feitiço de luz...

Raj avançou em Yann agarrando-o pelo pescoço logo empunhando Ramech. Yann rugiu revidando com sua varinha rubra fazendo Raj recuar. Os dois engalfinharam-se e arranhavam-se ferozmente. Raj caiu no chão logo se reerguendo. Yann saltou com a varinha em mãos enquanto Raj levantava os olhos negros, sangue esvaía de seu pescoço. Raj bufou desviando do golpe violento do garoto. Eu apenas assistia a tudo pasma. Dois garotos estavam guerreando por mim, isso era assustador e incrível ao mesmo tempo, mas não era justo. Eles deveriam parar com a guerra.

Pus-me na frente de Raj, fazendo Yann cessar a sua corrida.

– Parem com isso! – gritei. – Vocês estão ficando loucos? Não podem se matar!

Yann guardou a varinha em seu bolso fitando Raj, que permanecia em arquejos rápidos.

– Eu vou para o meu quarto – disse Yann tomando rumo à porta, sem nenhuma expressão no rosto.

Raj cerrou os olhos suspirando. A testa morena suava, fazendo os cabelos negros colarem-se em seu rosto. As roupas finas e brancas colavam-se ao seu corpo, demonstrando sua musculatura que eu nunca reparara. Empunhava firmemente a varinha prateada. A camisa de mangas compridas estava ligeiramente desabotoada, manchada de sangue na gola, revelando seu tórax moreno. Desviei o olhar rapidamente. Concentre-se, Katharine, concentre-se!

– Raj? – aproximei-me dele lentamente. Seus músculos se contraíram ao meu toque. – Tudo bem?

Ele ergueu os olhos negros. A ferida estendia-se do seu maxilar até sua garganta. Ele assentiu parecendo querer desmaiar em meus braços. Toquei seu rosto levemente fazendo-o sorrir.

– Desculpe-me – ele ainda tentava recuperar o ar. – Eu não deveria me intrometer.

– Está tudo bem – tranquilizei-o. Raj tocou minha mão em seu rosto, fitando-me tensamente.

– Você não deveria se entrosar com ele – disse ele desfazendo o sorriso perfeito. – Ele está lhe manipulando.

Suspirei brevemente, meu olhar ao encontro do seu.

– Vamos. Essa ferida está feia – o sorriso de Raj reemergiu em seu rosto.

– Obrigado – disse ele em um gemido.

...

– Esse corte está horrendo – falei enquanto limpava o sangue seco de sua garganta. Raj fazia caretas na medida em que eu passava o pano molhado na ferida. Ele permanecia sentado em sua cama. – Vocês não deveriam brigar. Isto é patético.

Raj franziu o cenho e gemeu quando molhei o corte com um pouco de álcool.

– Katharine, vai devagar, por favor – gemeu ele. – Acho que ele mereceu.

Ri da sua expressão divertida.

– Sua camisa está completamente ensanguentada – declarei não desejando que ele tirasse a camisa em minha frente.

Raj observou-se rapidamente. A camisa branca estava molhada de suor e sangue.

– Você tem razão – disse ele retirando a camisa e a jogando sobre mim. – Isso é patético.

Arremessei a camisa de lado. Havia arranhões vermelhos em seu tórax bronzeado. Por Agatus, eu vou desmaiar. Raj me fitava com uma expressão engraçada.

– Katharine, você está bem? – perguntou ele em meio a uma risada. Droga!

Engoli seco me pondo ereta. Limpei o sangue do pano e regressei em suas feridas no tórax. Raj fez uma careta quando encostei o tecido em sua pele.

– Dói? – perguntei admirada com seu corpo magnífico.

– Bem, para ser sincero – ele gemeu mais uma vez e sorriu. – Sim.


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Notas finais do capítulo

Um final para deixar vocês ansiosos para o outro capítulo! Favoritem e comentem!!



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