Agatus - A Descoberta escrita por Letícia Francesconi


Capítulo 17
Segredos Revelados


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!! Desculpem-me por não ter postado ontem!! Sabe, esse calor está me matando, eu não aguento, aqui no Rio de Janeiro está um caos!! Eu tenho que ser OBRIGADA a ficar na piscina tomando sorvete rsrss. E ainda a escola mal começou a funcionar e já está mandando uma enxurrada de dever de casa!! Com esse negócio de física e química eu não me dou bem :/
Obrigado pelos comentários da Oboro e pelos favoritamentos!! Queria agradecer a todos que acompanham a fic.
Chega de papo, aproveitem a história!
Beijão!!



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David era um elemento que pairava em minha mente. Não era a minha intenção beijá-lo, foi um impulso que não pude conter, como um feitiço. Feitiços. Essa palavra era sussurrada em meu ouvido por mim mesma. Era tudo tão confuso. Raj dissera que Victoria estava manipulando minha mãe. Isso era terrível para os meus ouvidos.

Às vezes me pegava chorando em meu quarto. Sentia saudade de todos que amei e deixei de amar. Pensei que ao perder Peter, minha vida seria nova e alegre, mas a solidão e a tristeza aterrissaram em minha história. Mas o caso, agora, não era Peter, e sim, David.

– Filha?

Levantei os olhos, limpando estes das lágrimas.

– Pode entrar, mãe.

Ela entrou lentamente, o andar era uma sintonia de movimentos delicados, porém isso não era típico da minha mãe. Os cabelos ruivos, normalmente engrenhados, estavam soltos e ondulados como um mar laranja. Os olhos azuis como estrelas, brilhavam iluminadamente. Ela se sentou ao meu lado, as mãos delicadas em meus cabelos.

– O que houve, meu amor? – perguntou ela brandamente. Seu tom doce acalmava-me como uma cantiga de ninar.

– Nada – respondi ainda enxugando as lágrimas.

Minha mãe lançou um sorriso meigo.

– Se não fosse por nada – disse ela. – não estaria chorando.

Meus lábios formaram um sorriso. Ela prosseguiu.

– Foi o Raj? – perguntou. Suas mãos passeavam em meus cabelos ruivos. – Ele partiu o seu coração?

Encarei-a seriamente.

– O que? – meu tom era totalmente desentendido. Por que Raj partiria meu coração? – Não.

– Então me conte – seu sorriso se desfez.

Hesitei no que iria dizer. Talvez ela não compreendesse.

– Estou com saudades, mãe...

– Peter? – sugeriu ela. – Minha filha, Peter quer te ver sorrindo, mesmo estando morto, ele ainda te ama.

Mas talvez ele nunca tivesse me amado, pensei.

– Não – falei em um sussurro. – Sinto saudades de David, mãe.

Ela revirou os olhos.

– Esqueça esse garoto, Katharine – seu jeito meigo se tornou amotinado. – Estamos longe de Nova York, a Índia é o meu foco agora.

Seu? – Ponderei suas palavras. Ela me olhava imóvel, enquanto eu franzia o cenho ainda avaliando. Uma conclusão absurda chegou a minha mente. Não era minha mãe quem queria vir para a Índia, e sim, Victoria. Espreitei os olhos ainda a encarando. – Mãe?

Ela se levantou em um movimento veloz, alcançando a porta rapidamente. Seus passos eram rápidos, impossíveis de se alcançar. Ela se virou com olhos amargos.

Não pense que eu não sei de tudo, Katharine...

Ela se ausentou vagarosamente com os saltos ecoando no piso. Raj tinha razão, minha mãe estava sendo manipulada.

...

– Sabe – começou Yann. – A viajem foi incrível!

– Hum...

– Katharine? – alertou-me. – Você está acordada?

– Sim – falei enquanto esfregava os olhos. Uma noite mal dormida, era horrível para o meu desempenho no dia. Yann era um garoto legal, mas ele falava muito, principalmente sobre o Canadá. – Apenas estou com um pouco de sono.

– Por que não vai dormir? – sugeriu Raj com os olhos pregados no livro de capa azul.

– Dormir? – disse Alisha adentrando na sala. Suas vestes coloridas ainda exalavam um aspecto alegre. – Você precisa é acordar.

Alisha abriu as cortinas pesadas, fazendo toda a luz do sol invadir a sala. Fiz uma careta.

– Estou cansada...

– Meu amor – disse ela tocando minha testa. Seus dedos não eram gélidos como os de Raj. – Você está quente. Venha, vou preparar um lanche para você.

Alisha estendeu a mão, fazendo-me levantar do sofá. Minha cabeça doia, eu estava tonta, não conseguindo me manter em meus próprios pés.

Raj, finalmente, retirou os olhos das páginas do livro.

– Lanche? – disse ele incrédulo. – Antes do almoço? Por que isso nunca acontece comigo?

Alisha revirou os olhos.

– Raj, meu filho – disse ela em um suspiro, o sorriso ainda em seu rosto. – Você não costuma ficar doente.

Raj fez uma careta engraçada, simulando um infarto. O livro caiu no chão de páginas abertas, mas ele não se importou.

– Mas eu sinto dores, mãe! – Yann ria de suas palhaçadas, fazendo Alisha perder a paciência.

– Ora, Raj – disse ela me puxando para a cozinha. – Não sou obrigada a assistir isso.

– Mas, mãe...

A voz de Raj e os risos de Yann se ofuscaram ao longo do corredor que levava a cozinha.

...

– Como está se sentindo? – peguntou Alisha retirando a xícara vazia sobre a mesa.

– Bem – falei sabendo que eu estava mentindo. Meu estômago estava revirado e minha cabeça estava atordoada. David diria que eu estava grávida. – Tia Alisha? – chamei a sua atenção em um modo que eu nunca havia chamado ninguém. Eu não tinha tios para me presentear em meu aniversário, para me dizer que eu estava crescendo rápido demais ou até mesmo me julgar por não estar fazendo uma faculdade.

Ela se virou em um movimento gracioso.

– Sim – atendeu ela com um sorriso.

– Quem é o pai de Raj? – perguntei com um pouco de hesitação. Sabia o seu nome. Ramech, o nome da varinha de Raj. Mas ele nunca tocou nesse assunto antes, apenas no templo de Lótus, mas não houve muitos detalhes.

Ramech? – ela parecia pesquisar em sua memória algo para me dizer. – Foi um homem bom. O conheci quando era muito jovem. Foi um amor reprimido, meus pais não o aceitavam. Tive Raj em horas incertas, a morte do meu pai chegou junto com a notícia da gravidez. Minha mãe surtou e me abandonou com Raj em meus braços. Ramech segurou firme em minha mão, não desistindo da família que ali surgia – ela respirou fundo analisando algo para contar. – Raj cresceu tão rápido... Ele era um menino alegre, amava o pai, ele o ensinava tantos feiti... – Alisha hesitou. Provavelmente ela não sabia que eu era uma feiticeira. Ela voltou rapidamente. – Enfim, Raj se apegou ao pai como toda criança de 7 anos... – seus olhos pareciam tristes ao lembrar da história. – Um incêndio acabou com a felicidade e os sonhos do menino.

– Então ele morreu em um incêndio?

Alisha assentiu.

– Raj não saía de casa, não comia direito e não falava. Eu estava pobre a beira da morte – disse ela se sentando em uma cadeira velha. – Foi nesse momento de desespero que Victoria apareceu e nos salvou do sofrimento.

– Victoria não parece ser uma mulher boa.

– Talvez não seja, Katharine – disse ela. Seus brincos dourados brilhavam mesmo sem a ausência de luz. – Mas sei que ela me tirou do meu pior pesadelo.

– Eu entendo o que Raj passou – ela me encarava com olhos atentos. – Perdi meu pai... – as palavras secavam em minha garganta. Era muita coincidência. Dois acidentes, duas mortes... Raj dissera que Jonathan não era o meu pai, mas os incidentes eram precisamente idênticos. Eu estava confusa e completamente perdida. – em um incêndio...

Os olhos de Alisha vibraram.

– É uma grande coincidência – declarou ela. – Mas não acredito nisso.

Ela se levantou da cadeira sem me encarar.

– Acredite! Eu sou... – minha voz saiu elevada, fazendo Alisha me olhar desentendida. Um pouco de hesitação percorreu em minhas veias. Talvez contar para ela a verdade, só me ocasionaria problemas, mas não podia partilhar isso tudo apenas com Raj. Lembrei-me de quando Victoria atacou ele com unhas afiadas. Ela não queria que eu saísse. Talvez ela soubesse de tudo. Precisava compartilhar esse segredo com mais alguém. – Eu também sou uma feiticeira.

Os olhos dela se arregalaram com o meu murmúrio ilegível. Achei que ela não tivesse ouvido.

Feiticeira? – seus lábios ecoaram a palavra como um sussurro. – Você é uma de nós?

Assenti. Alisha disparou um sorriso alegre, logo correndo ao meu encontro.

– Pelos Deuses! – exclamou ela se entregando a um abraço apertado. Podia sentir o perfume dos seus cabelos negros. – Quantos anos você tem? – perguntou ela me soltando.

– Dezessete.

Seu rosto enrubesceu com a minha resposta. Alisha levou as mãos a sua boca, em uma expressão de espanto.

– Raj sabe disso?

– Foi ele quem me contou.

– Sua mãe então é... Uma feiticeira?

Assenti a sua pergunta.

– Bem, eu não tenho uma confirmação concreta.

– Não conte nada para Victoria, ouviu?

Lembrei-me do que minha mãe - que estava sendo controlada por Victoria - me disse :Não pense que eu não sei de tudo, Katharine...

– Raj me disse a mesma coisa.

Ela deu uma gargalhada doce.

– Raj, é um menino bom – disse ela entretida. Logo, ela se voltou para o assunto principal. – Victoria não é uma pessoa que se deve confiar, principalmente se...

Ela hesitou parecendo perceber algo.

– Espere – disse ela. – Se sua mãe é uma feiticeira...

Ela cessou suas palavras em uma expressão de congelamento.

– Alisha?

– Katharine, tome cuidado – ela parecia assombrada por fantasma. – A essa altura, Victoria já sabe de seus poderes.


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Notas finais do capítulo

Rsrsrss beijão seus lindos s2



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