Agatus - A Descoberta escrita por Letícia Francesconi


Capítulo 18
Um Aviso Mental


Notas iniciais do capítulo

Oi gente linda que está lendo a fic!! Amo vocês!! Agradeço muitoo por estarem lendo.
Esse capítulo é pequeno, (o calor do Rio me impede de escrever mais *-*) mas revela um segredinho rsrsrsrsss. Ele vai responder uma das perguntas da Oboro (ela quer ligar para ele, só não pode.). Ahhhh gostaram da aparição misteriosa do Yann?? Ele vai ser um fato MUITO importante nessa história... Eu sei que a Amy e a Victoria ficaram um tempinho sem "dar as caras" rsrss, mas é que a Kat e o Raj precisavam de um "tempo" sozinhos...
Ahhh acho que eu já falei demais!! Beijos s2 amo vocês!!



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Minha sombra escura refletia na água, enquanto meus pés colidiam com o chão inundado do corredor sombrio. O suor escorria em minha testa, os cabelos molhados estavam grudados em minha pele repleta de sangue. As velas apagadas deixavam o ambiente escuro, um crepúsculo cinzento se formando a minha frente. Minha garganta queimava em fogo ardente, não permitindo minha fala, ou ao menos, um grito rouco. Podia ouvir os gritos de Raj. Sua voz angustiada clamando o meu nome. Mas o corredor parecia não ter fim. Os gritos aumentavam a cada passo a frente, mas meus olhos apenas enxergavam inúmeras portas brancas na escuridão densa. Era como um labirinto sem fim.

Um grito aterrorizante cortou meus ouvidos, alertando-me onde deveria entrar.

Uma porta assombrosa, centralizada em uma das paredes brancas que estavam ensopadas de sangue, como se alguém pegasse um balde repleto do mesmo, e arremessasse contra a parede. Um arrepio percorreu por minha espinha.

Vultos negros surgiram ao abrir a porta. Uma figura torta se mantinha de pé ao lado de outra amarrada em um tronco de árvore morta. O chão era de terra, folhas rastejavam pela areia escura.

– Raj? – um sibilo desvaiu da minha boca. A figura contorcida se virou, seus olhos ao meu encontro.

Katharine – disse ele. Meu nome não soava em sua boca de modo estranho, e sim, assombroso. – O que faz aqui?

Meus olhos percorreram seu corpo inteiro. A camiseta clara, ensopada de sangue, estava rasgada e torcida. Um chicote prateado se enrolava em sua mão. Seus olhos eram sombrios, diferentes do normal. Ansiava naquele momento que tudo aquilo acabasse.

– O que está acontecendo? – perguntei. O choro subia junto ao enjoo em minha garganta seca.

A forma sombria, presa ao tronco de uma árvore, se mexeu, praguejando algo ilegível. Raj golpeou este com seu chicote brilhante, acertando-o no rosto. Instantaneamente, este levantou os olhos, pude ver a enorme cicatriz sangrenta em sua maçã do rosto. Yann. Seus olhos giravam fora da orbita. Seus braços fortes estavam repletos de feridas e arranhões, que sangravam impiedosamente. As roupas estavam sujas, uma miscigenação de sangue seco e suor. Cambaleei ao seu encontro em um surto instintivo.

Yann? – seu rosto estava pálido e gélido, ele parecia não estar ali. – Você está bem?

– Afaste-se filha de Agatus – disse Raj em um grito voraz.

– O que você fez? – minha voz se misturou com os gemidos de Yann.

– O que eu fiz? – Raj levantou o chicote à altura dos olhos. – Por que acha que sou bonzinho? O mocinho da história?

Seu tom sarcástico me irritou.

– O que está dizendo, Raj?

– Eu nunca fui o menino feliz que você sempre admirou, Katharine.

Mas nós não nos conhecemos há tanto tempo assim, eu queria dizer, mas minhas palavras foram engolidas pelo som grave do chicote prateado.

– Raj...

– Por favor, Katharine – ele revirou os olhos. Yann se contorcia no tronco da árvore. – Victoria te trouxe aqui para revelar seus poderes. Agatus não te quer viva. Eu não te quero viva!

Raj me chicoteou em um golpe violento, fazendo-me cair no solo de areia. As lágrimas escorriam friamente em meu rosto. Podia sentir a ardência percorrer em meus ombros. Pus uma das mãos nestes, o sangue escorria incontrolavelmente, minhas mãos ensopadas do meu próprio sangue rubro.

O urro elevado de Yann passeou por minha mente...

...

– Acorde! – Raj gritava em meu ouvido.

– O que? – falei ainda atordoada. - Como entrou em meu quarto?

– Magia - disse ele gesticulando com as mãos.

– Não tenho mais privacidade?

– Já está tarde, sabia? – ele ignorou minha pergunta. o meu quarto estava iluminado pela luz forte do dia. Raj estava dobrando alguns lençóis espalhados pelo chão.

– O que está fazendo? – falei esfregando os olhos.

– Arrumando tudo – disse ele levando o monte de lençóis para a cama. Levantei-me um pouco tonta.

– Normalmente, sou eu quem faz isso – ele sorriu enquanto pegava meu celular no chão.

– Isso é seu? – perguntou ele sabendo a resposta.

– Eu odeio esse lugar – falei manuseando a tela do objeto. – Não tem sinal.

– Sinal? – Raj franziu o cenho. – Ah, você quer dizer do... Telefone? – ele parecia confuso. – Foi Victoria.

– A culpa do meu celular não ter sinal na Índia, é de Victoria? Que sarcástico.

Raj riu.

– Não exatamente – disse ele um pouco embolado com os lençóis. Ajudei o mesmo a se livrar do emaranhado de panos. – Obrigado. Ela fez um feitiço para que ninguém se comunicasse nessa casa.

– Nem TV?

Ele balançou a cabeça.

– Nem TV – disse ele.

– Nossa – murmurei. – Ela deve gostar muito de você.

– Como assim? Ela não gosta de mim.

Revirei os olhos.

– Então por que te mantém preso aqui? Por que sua mãe aceita isso? Olhe para o seu pescoço.

Raj se encolheu na própria camisa, não queria que sua mãe visse aquilo, então usava magia para esconder as feridas.

– Eu não entendo também – confessou ele.

– Sua mãe me contou tudo, Raj.

Ele me encarou. Seus olhos negros brilhavam.

– Tudo o que?

– Sobre o seu pai – ele pareceu se espantar com a resposta. – Você sofreu muito.

Raj se sentou em minha cama bagunçada.

– Foi uma época boa – declarou ele. Olhava para o chão como um alucinado. – Mas ele se foi, e Victoria me salvou.

– Era sobre isso que eu queria falar – ele levantou a cabeça. – Meu pai também... Morreu em um incêndio...

– É uma grande coincidência – disse ele.

– Sua mãe me disse a mesma coisa – sentei ao lado dele. O sol vindo da janela iluminava seu rosto moreno, deixando este dourado. – Eu acho que foi tudo... Combinado.

Ele ficou confuso.

– Combinado?

– É. Ouvi minha mãe conversando com Victoria – Raj prestava atenção em cada palavra dita, como sempre fazia. Pensei nas palavras como se estivesse diante da cena que presenciei. – Ela disse que o incêndio foi proposital, que foi uma distração.

Raj pulou da cama rapidamente.

– Não creio – disse ele pasmo. – Por que Victoria diria isso?

– Eu não sei – dei de ombros. – Ela disse que Richard não poderia me machucar.

Richard Mayer? – ele parecia mais pasmo que antes. – Mas ele está preso.

– Ela disse isso também.

– Ele pode estar preso – disse ele rodeando o quarto. – Mas ele é um feiticeiro maior, um filho de Agatus.

– Mas o que isso pode ter relação com incêndio que matou nossos pais?

Raj parou no centro do lugar me encarando.

– Ele pode fazer feitiços de longa distância. Ele é um homem mal, quer destruir o mundo da magia, e tomar o lugar de Agatus. Ele quer formar um exército de feiticeiros maiores – disse ele. Uma chama pareceu acender em sua mente – Os avisos – sibilou. Eu estava em um estado de desentendimento. – Katharine, Richard está tentando invadir sua mente.


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Notas finais do capítulo

Eheheheheee o que acharam?? Deixem reviews!!!!
Beijão :)



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