Amor Paranoico escrita por Anna, More Dreams


Capítulo 4
The day of therapy


Notas iniciais do capítulo

Capítulo feito por nós duas, betado pela Anna e postado por mim (A Gio) :3 Desculpem pela demora... Eu (More Dreams), acabei demorando mais do que devia para preparar e problemas e mais problemas foram jogados em mim... Meu note foi totalmente destruído e fiquei algum tempo sem internet... Peço desculpas a vocês e a Anna, que ficou esperando um grande tempo... Quando consegui preparar, fiquei sem ideias e a mesma me ajudou completando e finalizando o capítulo... Espero que curtam (:



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Segunda feira: O início do meio de meu pesadelo... Sim, o início do meio, já que este sonho horrível se iniciou há alguns anos atrás... E eu acho que ainda tenho muita coisa pela frente, então...

Acordei cedo (meu cedo, traduz-se onze da manhã), com uma enorme vontade de continuar na cama, porém tive que levantar. Tomei um banho morno, lavei meus cabelos e, quando sai, os sequei.

Vesti um short de basquete antigo que eu tinha agora usados como "roupa para aproveitar o dia sem fazer nada" e uma blusa toda amarrotada da minha pilha de pijamas.

Desci para tomar café (observação, o café que eu iria preparar, já que meus tios voltaram para seu devido lar e meu "querido" pai estava trabalhando) e com a maior coragem do mundo, o preparei junto com ovos mexidos.

O cheiro começou a me enjoar, mas segurei a bile que começou a se formar e comi-os com algum esforço. O café estava um pouco amargo demais, o que me ajudou a não botar meus deliciosos ovos para fora.

Lavei a louça e dei uma arrumada em meu quarto.

Quando acabei, decidi assistir um filme. Fiquei enrolando no sofá até às três da tarde, que foi quando comecei a me arrumar.

Peguei um cardigã branco com listras pretas e uma blusa básica de alcinhas da mesma cor para colocar por baixo. Minha calça jeans skinny escura e meu coturno combinaram com a roupa e eu sorri com isto. Penteei meus cabelos e fiz uma trança lateral. Pensei em passar maquiagem, mas minha preguiça foi maior e por fim desci as escadas.

Peguei minha bolsa e fui embora, mesmo sabendo que eu tinha pulado o almoço. Não estava com fome e tinha certeza que pelas próximas horas não sentiria.

Liguei o carro e fui dirigindo até o hospital.

Quando cheguei, estacionei e entrei no prédio. Quando ia me encaminhando ao balcão de informações, a Doutora Hill estava saindo do elevador e seu olhar cruzou com o meu.

— Olá Ariela. — Ela sorriu graciosamente para mim e eu acenei de volta. — Pronta para consulta?

— Acho que sim. — Ela assentiu e pegou alguns papéis com a secretária, em seguida fez sinal para eu segui-la. Quando entramos no elevador, ela começou a me explicar algumas coisas.

— Bem, hoje não estaremos naquela sala. Como este hospital é inteiramente psiquiátrico, iremos para outro andar possibilitando um conforto maior para podemos ficar em grupo, tudo bem? — Assenti para ela, mas um questionamento ficou no ar. — Você quer fazer uma pergunta não quer? — Saímos do elevador no décimo segundo andar e ela parou para me observar.

— Como assim mais confortáveis em grupo?

— Seu pai não lhe disse que a terapia seria com outras pessoas? — Neguei. — Bem, às vezes para você conseguir melhorar necessita de outras pessoas, por isso eu geralmente receito a terapia em grupo. Você terá duas consultas por semana, uma hoje e outra quinta, que será particular. Mas não se preocupe, todos tem mais ou menos a sua idade e eles já vem tendo estas consultas a um mês.

Que ótimo... Eu vou ser a intrusa. De mais...

— Ah, esqueci-me de avisar. Outras pessoas que tem alguns problemas um pouco mais complicados ficam aqui para observação durante o tempo estimulado por outros de meus companheiros, por isso este prédio enorme. Aqui existem dormitórios e se um dia eu lhe encaminhar, você ficará aqui certo? — Assenti, tentando esquecer a possibilidade de eu ficar aqui mais do que algumas horas.

Andamos pelo longo corredor branco e diversas portas ficaram ao nosso alcance. Ela falou com a sua secretária, a mesma que outro dia me alcançou o copo de água, e em seguida entramos na sala 340.

Meu coração bateu forte, por que eu não sabia exatamente o que esperar. Todo tipo de imagem passou em minha mente, menos a que eu vi a frente...

Três garotos e duas garotas conversando animadamente em uma roda, mas quando a Doutora entrou, todos ficaram quietos e começaram a prestar atenção em sua fala.

— Oi pessoal. - Ela sorriu para todos e os mesmos a retribuíram. — Estava buscando alguns papéis lá em baixo e acabei encontrando minha nova paciente. — Ela me olhou. — Eles sempre chegam um pouco mais cedo, mas não se preocupe por que você está no horário. — E em seguida voltou a observar todos. - Essa é a Ariela.

Não sei se eu saia correndo ou cavava uma foça para me esconder, mas sei que minha vergonha foi tão grande que eu fiquei estática.

— Ariela, sente-se enquanto eu vou buscar mais alguns papéis que acabei esquecendo. — Assenti para médica e sentei-me, tomando coragem para me apresentar já que o silêncio se impregnou no local.

— Oi. — Dei um leve aceno. — Eu sou Ariela. Ariela Parker.

— E o que lhe trazes aqui Ari? — Um garoto de olhos castanhos escuros e cabelos da mesma cor, me encarou buscando uma resposta. Não sabia se ele era legal, mas sua jaqueta de couro me assustava um pouco (apesar de eu ter uma parecida em meu guarda-roupa).

— Bem... — Eu não queria falar o porquê e fiquei muito feliz quando outra pessoa falou em meu lugar.

— Peter! Você sabe que se ela não quiser falar, ela não precisa. — Uma garota loira de lindos olhos cor de mel brigou com o Peter e depois voltou sua atenção a mim. — Não dá bola para esse idiota, ele é bobão assim mesmo. Todo mundo sabe que você só fala do por que está aqui se quiser. — Ela deu de ombros, como se aquilo não fosse importante. — Além do mais, eu sou a Thalia.

— Prazer. — Ela sorriu, arrumando seu lindo cabelo e em seguida seu impecável vestido floral.

— Essa é a Clarissa — ela apontou para uma garota de cabelos ruivos longos e olhos negros, que quando encontrou meu olhar, deu um breve oi — e este é o Daniel — o moreno sorriu para mim e eu acenei para o mesmo.

— Nem me apresenta né, Thalia? — Um loiro de olhos azuis fez beicinho para ela, recebendo um tapa leve e depois sorriu achando graça da situação. — Bem, eu sou o Alec. Alec Baker se preferir ser formal. - Ele levantou-se e apertou minha mão, sendo seguido de risadas do pessoal. Quando chegou perto consegui sentir o cheiro de seu perfume, que era quase cítrico. — Quantos anos você tem?

— Tenho dezessete.

— E em que escola estuda?

— Agora, na Mission High School.

— Vai fazer seu ultimo ano?

— Sim.

— Sério? — Perguntou.

A Doutora entrou e sorriu sabendo que estávamos conversando. Ela sentou-se ao meu lado e eu acabei não respondendo a pergunta de Alec.

— Já vi que se apresentaram. — Ela sorriu, mas o loiro acabou a interrompendo.

— Pelo que eu vi você vai completar seu último ano lá e vai estudar comigo. Bem, depende das aulas complementares que você quiser cursar. O que você tem para estar aqui? Eu tenho bulimia nervosa, o que é muito ruim. Ruim mesmo. A Hill aqui é muito legal, cuida de nós como filhos e a mesma me passou um remédio muito bom. Tomei dois comprimidos sendo que era para tomar um só e...

— Dois? – A médica parou sua fala rápida. — Você sabe que tem efeitos colaterais não sabe?

— Eu sabia, mas eu não sei... Por que eu tomei dois? Ou foram três? O Chase está ai? Quero comer alguma coisa... — O garoto se levantou e todos encararam a psicóloga, que neste instante tentou segurar o loiro.

— Alec, o Chase está... — Neste instante, uma leve batida foi escutada e a porta foi aberta.

— Aqui? — Um garoto de lindos olhos verdes e cabelos castanhos claros adentrou a sala. — Precisa de ajuda?

— Ele acabou exagerando na dose e eu não posso receitar nada agora. Você pode leva-lo para o Doutor Michael?

— Claro. — Ele se aproximou da roda e eu pude ver mais de perto seu rosto. Seu olhar cruzou com o meu e um leve blush apareceu em meu rosto, por que eu sabia que tinha sido pega o encarando.

— Chase, você nem sabe! A garota bonita ali vai fazer o mesmo ano que nós! Vamos nos formar unidos! — O Chase colocou o braço do amigo (acho que era seu amigo, pela forma como o outro o tratava) em seu ombro como apoio e depois foi o carregando, mas antes voltou sua atenção a mim.

— Vai estudar na Mission High School? — Assenti e ele sorriu. — Legal. — Depois saiu, sem dizer mais nada.

— Desde o começo das consultas o Alec faz isso, mas ele é um bom garoto. Só faz o que faz por que não quer ficar sozinho onde mora... — A Thalia falou e a Clarissa a encarou.

— Thalia! A garota nova que está ai não sabe de nada, então quieta né?! — A ruiva bateu suas botas já desgastadas no chão firmemente e em seguida revirou os olhos como se aquilo a incomodasse profundamente. A loiro bufou e para acabar com a tensão a psicóloga falou:

— Enfim... Como foi a semana de todos?

Permaneci quieta enquanto os outros murmuravam uns "legal" e outros "nhé", da forma mais desanimada possível e imaginável. Olhei para a Doutrora Hill e ela olhava para o grupo com os lábios colados formando uma única linha, suas sobrancelhas estavam franzidas e uma ruguinha aparecia no meio delas, seu olhar era parecido com o de preocupação.

Acho que as "respostas" não a agradaram muito, com certeza ela deveria esperar mais. E por um momento pensei que talvez isso pudesse ser minha culpa, tem gente que não gosta de novata, acha-a "intrometida" de mais e como eu sou novata aqui... Fui retirada de meus pensamentos quando a Doutora chamou a atenção de todos.

— "Legal" e "nhé" não são respostas convictas - ela disse e seu olhar de preocupação se esvaiu... Pelo menos eu acho - Vou perguntar outra vez, como foi a semana de vocês? — Como desta vez ninguém soltou nenhum piu, a senhora Hill voltou a falar:

— Vejo que não estão querendo falar hoje... Então eu vou escolher alguém! — Exclamou olhando para cada um de nós. Não me escolha, não me escolha, pensei. — Peter.

Suspirei aliviada, ao menos não tinha sido eu. Contar as coisas para a Doutora Hill seria uma coisa, contar as coisas para um bando de desconhecidos, era outra totalmente diferente... Peter olhou para a Doutora e depois para o restante do grupo e logo disparou:

— Foi normal, fiquei em casa assistindo TV — ele deu de ombros.

— Ok, Thalia?

A menina (Thalia) estava enrolando uma madeixa de seus cabelos em volta de seu dedo indicador, claramente não estava prestando atenção no que se passava, tanto que murmurou um "Eu?" quando foi chamada.

– Foi normal. A única coisa diferente que aconteceu, foi que eu fiquei tomando conta da minha prima de sete anos chamada Sofia, eu gosto dela, acreditem gosto mesmo, só que eu não gosto quando ela cisma em ficar vendo aqueles desenhos de retardados. Ai, eu não gosto dela.

A Doutora Hill ficou conversando um pouco com a Thalia, sobre o porquê de ela não gostar da coitada da prima só porque ela assiste desenhos recomendados para a idade dela. Depois ela perguntou como foi a semana do Daniel e da Clarissa, e eu estava quase ficando convencida de que ela não iria me perguntar nada, pois sou nova coisa e tal... Minha fantasia despedaçou completamente quando ela chamou meu nome.

— Ariela, sua vez.

Foi nesse exato momento em que eu fiquei olhando para a cara de todo mundo com cara de taxo, que ele entrou. E por "ele" eu quero dizer o Chase (ou então o lindo garoto de lindos olhos verdes), digamos que ele me "salvou", já que eu não queria dizer nada e toda a atenção de todo mundo estava em mim, dai ele entrou e todas as atenções se voltaram exclusivamente para ele.

Quando nossos olhares se cruzaram de novo, um blush apareceu novamente em minhas bochechas. Assim não dá, Chase, assim não dá, pensei.

— O que eu perdi? — Ele perguntou a doutora, que abriu um genuíno sorriso com sua chegada.

— Bem, todos estavam falando sobre sua semana.

— E em quem parou? — Ele levantou uma única sobrancelha, como se a questionasse.

— Na Ariela. — Todos voltaram sua atenção a mim e eu abaixei minha cabeça, começando a mexer nervosamente em minha trança.

— Como foi sua semana? — O Chase perguntou a mim, fazendo-me o olhar. Seu sorriso estava estampado em seu rosto e eu tentei responder calmamente e do tom mais alto que minha voz poderia chegar.

— Normal. Só na Sexta que eu acabei saindo com minha tia para comprar uma mochila nova. — Dei de ombros com a informação, sabendo que aquilo era de grande inutilidade para mim.

— O seu normal seria...? — A Doutora tentou absolver algumas informações.

— Assistir séries em meu notebook ou filmes na tv, até meu pai chegar e assumir o controle sobre a televisão da sala. — Todos deram risadas sobre a informação e eu novamente não me importei com aquilo.

— Ok. Agora você Chase, o que fez semana passada?

— Bem, tive consulta com você na terça a tarde, quarta tive boxe, quinta de tarde natação, sexta sai com o Alec, sábado fiz uma maratona de filmes e domingo fiquei absolutamente absorto em meu mundo vegetativo até de noite, já que jantei fora com meu pai e minha madrasta.

— Obrigada Chase. — A doutora sorriu para ele e depois se voltou a nós. — Bem, hoje a consulta será mais curta já que quis fazer um tipo de iniciação para Ariela, mas semana que vem voltaremos com nossas atividades. Sei que a escola de alguns já vai começar esta segunda, por isso a terapia será passada para as sete da noite. Tenham um resto de dia ótimo e vejo vocês na semana individualmente. — Todos murmuraram um “tchau” para médica e saíram, menos eu que precisava falar com ela.

— Doutora?

— Sim querida?

— Serão sempre assim nossas consultas?

— Na verdade não. Hoje foi apenas uma breve consulta para eu poder apresentá-la a todos e você começar a se enturmar com os mesmos. — Assenti brevemente e depois me despedi, agradecendo pela sua resposta.

Quando sai da sala, fui surpreendida por um garotos de olhos verdes me observando, enquanto estava encostado na parede.

— Gostou da sua primeira consulta?

— Como não gosto de mentir, vou responder sinceramente: não.

— Por que não? — Ele franziu o cenho.

— Não preciso de ajuda e ela insiste dizendo que eu preciso.

— Se ela insistiu é por que você precisa.

— Não sou louca! — Bati o pé e fui em direção ao elevador, sendo seguida por ele.

— Nem eu e mesmo assim continuo fazendo terapia.

— Então por que você não sai? — Joguei a pergunta como se estivesse o desafiando.

— Por que se ela quis que eu continuasse, não posso negar. Ela sabe o que é melhor para todos nós.

— Ah, claro. — Bufei irritada com nossa curta conversa e fiquei satisfeita em ver que o elevador tinha parado. Entrei e o mesmo entrou junto, deixando um silêncio não muito confortável no ambiente.

Quando o elevador parou no térreo e eu ia botando o pé para fora, ele segurou meu braço de leve, fazendo-me encarar seus olhos (que mais de perto eram ainda mais lindos).

— Se você precisar de alguém, eu estarei aqui. — Coloquei um enorme sorriso falso no rosto e falei:

— Não preciso de ninguém. — Soltei-me e fui em direção ao meu carro, com minhas chaves já em mãos.

Entrei, liguei o carro e o som, colocando ao máximo, e segui caminho sem um destino em mente já que o tanque de combustível estava cheio e meu pai iria trabalhar até às onze da noite.

Dirigir sim era minha terapia.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não gostaram? Mandem reviews do que acharam (: Favoritamentos são muito bem vindos ;) LKJKJFDLKLJFDKJLFKDJLKJLFD


XOXO



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