Amor Paranoico escrita por Anna, More Dreams


Capítulo 3
Normal and Bored day


Notas iniciais do capítulo

Novo Capítulo (:

Desculpem a demora pessoal, a culpa foi toda minha (da More Dreams)... Eu acabei demorando para betar por que estive um tanto ocupada... Enfim, capítulo feito com todo amor e carinho pela nossa querida Anna e postado por mim, a Gio ;)

Espero que curtam :3



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Pessoas me exprimiam de ambos os lados, estava quase sendo soterrada naquela minúscula loja. Eu sabia que era uma ideia idiota, uma coisa totalmente desnecessária, e que não iria dar em nada no final, a não ser que alguém considere o aumento de minha dor de cabeça, um fato relevante.

Enquanto eu tentava inutilmente respirar de alguma forma, lembrava-me vagamente do porque de eu ter aceitado sair para as "compras de volta às aulas". Tinha acordado assim como em qualquer outro dia normal, obviamente. Tomado o meu café da manhã e estava disposta há passar o dia inteiro de pijama, terminando de ver a sexta temporada do The Doctor Who e tirando uma cochilada de tempos em tempos.

Mal sabia eu que minha tia tinha outros planos para mim naquele dia. Por alguma razão na cabeça dela, fazer compras é um passatempo muito divertido, e, fazer compras de volta às aulas é ainda mais. Já eu, sinceramente, não acho nenhum pingo de graça procurar a mochila e o estojo considerados “perfeitos”. Tudo bem que eu gosto de fazer compras, mas o fato de estar acompanhada e receber a opinião controversa de outra pessoa, não me excitava em nada.

Que tipo de ser humano vai reparar em uma mochila? Quem vai reparar em um estojo ou em uma caneta? Acho que minha tia leva muito à sério quando eu digo que gosto de estudar, entretanto, ela nunca deve ter separado o “gosto de estudar” do “gosto de ir à escola”, ou então, ela não deve ligar o fato de que eu goste – muito – de ler ao fato dos estudos.

Sinceramente, não faço a mínima ideia. Tentar entendê-la é uma atividade muito cansativa, já que nem a mesma se entende em alguns momentos.

Tentei me livrar dessa “saída”, óbvio que tentei, mas é claro que foi totalmente em vão. Quando a dona Lilyan põe algo em sua cabecinha, é quase impossível fazê-la mudar de ideia. Então cá estou eu, sendo soterrada, esmagada e massacrada por pessoas desconhecidas e suadas.

Por que hoje não poderia estar chovendo? Por que tinha que fazer um dia tão lindo lá fora? São perguntas que eu, obviamente, não poderia me dar à capacidade de responder, e acho que, saber o motivo de não estar chovendo não iria adiantar nada em minha vida, então a única alternativa cabível é eu pegar qualquer mochila e essas coisas e ir pagar. Torcendo para que Lilyan não veja nada mais que a mesma ache bonito, lindo, perfeito e todos esses tipos de adjetivos.

Fui até um local onde ficavam várias mochilas penduradas em araras e peguei uma jeans escura com algumas estrelas brancas. Não era tão mau assim, e o melhor de tudo: vinha com um estojo! O que me daria menos alguns minutos nesse local cheio.

Encontrei minha tia vendo alguns dicionários – ela é completamente louca por dicionários, nunca entendi isso muito bem, mas, enfim... – e a chamei.

– Tia! – A mesma saiu de seu mundinho de dicionários e enciclopédias. – Já encontrei a mochila e o estojo – Informei, balançando a mochila.

– Ariela, você disse “encontrei a mochila e o estojo”, mas não estou vendo o estojo! – Disse ela, aparentemente, irritada. Que raio de diferença faria?

– É que a mochila já vem com o estojo – Respondi tentando ignorar por completo a minha vontade de revirar meus olhos.

Ela apenas murmurou um “ah” e voltou a sua atenção para um caixa qualquer. Ainda bem, meu Deus, aquele pesadelo, enfim, estava tomando o seu fim. Pensei.

Depois de termos pagado tudo – vulgo, depois de minha tia ter pagado tudo com o meu dinheiro – comecei a andar em direção ao carro, mas, como sempre, minha tia tinha outros planos que nunca passariam em minha cabeça e o da vez era comprar calças e algumas blusinhas para os primeiros dias de aula.

– Não, muito obrigada, tenho algumas que vovó comprou para mim nas férias, dispenso, tudo bem? – Eu disse tentando fugir inutilmente da armadilha que era a dona Lilyan.

– Ari, os primeiros dias de aulas são sempre os mais importantes, então nós iremos comprar sim roupas novas! – Ela exclamou puxando meu braço e começando a me empurrar para alguma loja por ai.

Puxei-me de volta, já estava morta de cansaço, precisava mais do que nunca descansar, para o meu próprio bem físico e mental, afinal, Segunda iria começar minhas consultas frequentes com a psicóloga e daqui a pouco já se iniciariam as aulas e eu tenho que estar um pouco menos estressada.

– Por que você não vai lá e compra algumas coisas e depois leva para casa, as que eu não gostar eu venho aqui e troco – Sugeri. – Além do mais... Pode comprar alguma coisa para você – Informei.

Ela balançou a cabeça.

– Não sei não... Não quer me contar como foi na psicóloga? Você anda tão tristinha ultimamente que... – Lilyan balançou a cabeça novamente como se quisesse tirar algum pensamento de dentro dela. E eu sabia qual pensamento era esse.

– Outro dia eu te conto, agora vai lá, eu sei que você quer ir...

– Você não quer ir mesmo? – Perguntou-me.

Balancei a cabeça negativamente, e minha tia suspirou, significando que ela iria sozinha.

– Então tudo bem, te vejo mais tarde! – Despediu-se antes de começar a andar para uma loja.

Como eu sabia que não precisaria pegar o bonde para chegar a casa, andei lentamente, aproveitando a paisagem. A brisa deliciosa que passava mexia com meus cabelos o que me fez andar mais lentamente.

No caminho, senti meu estômago roncar, uma coisa que não sentia muito frequentemente, e parei em uma lanchonete ali perto para comer algo.

Quando acabei, fui em direção a minha rua, sem nenhuma preocupação momentânea em mente.

*****

Mal tinha chegado a minha casa e meu pai já tinha começado a despencar perguntas direcionadas a minha pessoa. Como era mesmo que ele às vezes dizia... Ah sim, não deu nem tempo para eu respirar.

– Aonde é que está a sua tia, Ariela? – Ele perguntou autoritário. Coloquei minha mochila nova e minha bolsa em cima do sofá e sentei-me no mesmo, tentando inutilmente descansar. O observei e percebi que, já que o mesmo estava em uma Sexta à tarde isso significava que ele iria terminar seu trabalho no escritório, para poder manter seus olhos em mim. Fiquei estressada com tal pensamento, mas mantive a calma quando falei:

– Foi comprar algumas coisas para as minhas voltas aulas, sabe... Roupas... Coisas assim – Respondi.

– Achei que a ideia era você ir e fazer compras com ela.

Parei onde estava. Então ele sabia e não tinha me avisado, não acredito nisso! Não, espera, acredito nisso sim, afinal, a pessoa que me levou a um psicólogo sem eu nem ter nada – aparentemente – poderia muito bem tramar outras coisas sem nem mesmo me perguntar. Não é?

– Você sabia? Porque não me avisou? – Perguntei transparecendo a minha indignação enquanto ia até a cozinha e me servia de um copo d’agua.

– Isso não vem ao caso... – Disse ele tentando mudar de assunto. Aliás, como ele sempre tem feito desde a morte de minha mãe.

Suspirei e fechei meus olhos.

– Você sempre tenta mudar de assunto. – Murmurei. Só que murmurei muito alto, já que ele conseguiu escutar.

– O quê? – Indagou parando do lado do balcão da cozinha.

– Nada, pai. Vim mais cedo porque não estava a fim de ficar andando por ai na rua como uma libélula. – Comecei a sair da cozinha e peguei minhas coisas em cima do sofá. Andei mais rápido em direção à escada, porém parei no primeiro degrau. – Sei que você acha que sair vai me ajudar, mas, por enquanto, não vai. – Olhei para ele que ainda estava ao lado do balcão. – Só me deixe sozinha, tá? – Não esperei resposta e continuei a subir os degraus.

*****

Já em meu quarto decidi tomar um banho, não queria ficar com suor de outras pessoas que nem conheço pregados em meu corpo, ah com certeza não, isso não é comigo. Coloquei minha mochila nova e minha bolsa do lado da escrivaninha.

Fui até o meu armário que ficava quase perto da porta do quarto – que era um pouco pequeno, por sinal, entretanto, de alguma forma estranha e alienígena, consegui que todas as minhas parafernálias ficassem ali, intactas. – e peguei um pijama qualquer seguindo depois em direção ao banheiro. Consegui vencer a preguiça e me convencer de lavar meus cabelos.

Depois de ter tomado um bom banho, lavado meus cabelos, e me enrolado – e, juntamente, meus cabelos – parei em frente ao armário do banheiro que tinha um espelho na frente.

Olhei-me atentamente. Sei que meus familiares – os que se importam e os a qual opinião realmente me interessam, vulgo, meu pai, minha tia e meu tio – dizem que eu sou uma “jovem muito bonita”, entretanto, quando me olho no espelho não vejo nada condizente a isso.

Vejo apenas uma garota comum com um pouco de beleza comum. Quem ligaria para os olhos castanhos? Castanhos escuros. Tão normal, tão sem graça... E o meu cabelo? Tem uma tonalidade muito estranha de castanho claro que não chega a ser totalmente loiro e também não chega a ser castanho chocolate.

Viu? Estranho, tal como eu.

Porque será que é tão difícil gostar de mim mesma? Porque eu não consigo ver em mim as qualidades e a “beleza” que outros enxergam?

Balanço minha cabeça. Não estava a fim de começar de novo com aqueles pensamentos, sinceramente não estava.

Ponho meu pijama que era uma blusa qualquer azul larga e um short cinza com um bolso com a cara de um ursinho roxo. Penteio meus cabelos e deixo-os soltos, em seguida, volto para meu quarto e sento-me em minha cama. Seguro meu ursinho e fico absolvida em pensamentos.

Passando-se quinze minutos ouço batidas em minha porta. Deve ser meu pai tentando me avisar algo. Levanto-me e abro a porta dando de cara com o mesmo.

– O que foi? – Pergunto.

– Só passei para avisar que seu carro já está pronto e que estou no escritório. Se precisar de algo, é só bater na porta. – Responde.

Faço que sim com a cabeça.

– Só isso?

Ele assentiu e fechei a porta deitando-me na cama e fechando lentamente meus olhos. Fiquei assim, deitada com os olhos fechados, até que finalmente pego no sono sem nem me importar de ser apenas três horas da tarde.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Mandem reviews... Amamos comentários (quem não ama?)!

XOXO