Revolução dos Sem Almas escrita por Lockey


Capítulo 9
A loucura.


Notas iniciais do capítulo

"Despeçar-se,
Ignorar o perigo,
A morte,
Vem mais rápido."



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Candy exalava um perfume doce de alguma determinada flor, seus olhos brilhavam com os vaga-lumes que passava por sua frente. Frank estava todo suado, não parava de ouvir as vozes do filho, ele estaria morto? O ancião deu um pulo fora da cama e então saiu da pequena casa, onde via um grupo de alados sobrevoando a árvore.

– Bom, se prepare para qualquer notícia, ele pode estar bem, ele não pode estar. - Candy alertou Frank que devolver um olhar simpático.

A anciã sobrevoou e foi ao encontro com os alados, Frank era carregado pela alada e ambos pousaram numa folha gigantesca. Edric guardava suas asas e os demais alados foram dispensados.

– Edric, notícias boas? - Candy suspirou ao ver o olhar de Edric.

– Vimos um corpo, morto, num chão desértico. Bom, ele não é muito semelhante ao Frank, tinha cabelos mais intensos, talvez devido á sujeira. Ele... bom, estava morto, como eu diz. - Edric suspirou e desceu da árvore.

– Olha Frank, talvez não seja ele. - Candy tentou assentir o pai. - Poderemos fazer outra busca, não se preocupe. Vai achá-lo.

– Tive um sonho hoje, ele estava morto. Seria uma mensagem talvez, bom... já passei muito tempo aqui, é hora deu ir. - Frank assobiou fortemente e seu grifo pairou rente à ele.

– Não use as flechas, só me deixe, será bom pra mim. - Implorou o ancião e enfim pegou voo em sua criatura, que sumiu no breu do céu em questão de segundos.

A noite estava calada, Frank não conseguia ver nada além de árvores e um extenso lago. Seus pensamentos vieram à tona, ele nunca imaginava perder o filho, ele nunca conseguiria suportar aquele acontecimento. Selvagens podem ser durões, mas tem sentimentos como qualquer um, Frank não era fraco pois chorar não enfraquece a pessoa.

Passou horas voando, estava cochilando, caindo ao sono. Seu grifo pousou numa areia leve e molhada, Frank não resistiu e se entregou. Dormir lentamente, passando frio e não conseguia ao menos respirar.

O sol raiava e dava um reflexo no corpo de Frank, ele estava perfeitamente perto de um grande riacho que passava pelo local, ele não sabia onde estava, nunca pisou ali.

– Aii... que dor! - Resmungou tentando se levantar.

Era tudo verde, melhor que a Cidade das Plumas, havia flores, havia árvores coloridas, havia mascotes que simplesmente não o atacavam, coelhos de todas as cores. Ao longo do riacho notou algumas casebres parecidas com cogumelos, não muito diferente da Cidade das Plumas.

– Eles são, são eles! Não acredito, os guardiões. - Frank avistou a linda paisagem que estava formada ao longe, não poderia acreditar que felizmente manteria uma comunicação com a nova civilização.

Frank aproximou-se, pegou a rota de um caminho. Uma luz grande e clara mostrou-lhe um outro caminho. No direito era a Cidade dos Guardiões, poderia comunicar, a da esquerda era... era... seu filho, Talles. O ancião correu na direção do caminho esquerdo.

– Olá pai... hshisheduimesh. - Talles falava uma língua esquisita.

– Talles, meu filho... - Frank o abraçou fortemente. - Você... ahhh... - Frank ficara louco.

A imagem de Talles era na verdade um sem alma com espinhos, Frank estava vendo coisas, ele abraçou um sem alma, e se eles tivessem coração ao menos dava um outro no ancião, porém um espinho de meio metro atravessou seu coração e sua cabeça, Frank caiu morto no chão, com uma lágrima escorrendo do olho, a felicidade de ao menos encontrar seu filho, mesmo que aquilo não fosse.

Frank na verdade estava tão perto da Cidade das Feras, a sua loucura de não suportar saber que seu filho estava morto, fez ele ter ilusões, fez com que mudasse tudo em Frank.

– Venham, venham, precisa da ajuda de vocês. - Implorou uma voz feminina.

– Eles não está bem, vamos levá-lo para... - Foi interrompida por outra voz feminina.

– Não, ele está morto, deixei-o aí. - Era Bell quem falava, e Plaza que acudia o morto.

Plaza caiu aos choros, sabia o quão Frank era uma boa pessoa. Ambas voltaram para o acampamento, onde as quinze feiticeiras se reuniram.

– Plaza, os sem almas se aproximam, não sei como não acharam esse acampamento sendo que a Cidade das Feras foi atacada. Eles passaram muito perto para nosso descuido, precisamos nos mudar, o mais rápido possível. - Alertava Bell.

– Você... me disseram que é uma ótima instrutora, que tal treinarmos? Daqui duas horas... todas as quinze. - Plaza ordenava para uma visitante que tinha um cajado esbelto e um cabelo lindo, seus olhos eram azuis, puramente azuis.

– Me chame de Lynx... - Sim, Lynx da Cidade das Feras, fazia parte do conselho.

– Meu ancião está morto, eu ainda não acredito, estava com ele dias atrás para resolvermos nossa defesa. - Lynx ficou deprimida. - Minha cidade foi dominada, está tudo um caos em Pan Gu, precisamos treinar antes que morremos. - Lynx foi para a barraca com a qual dividia com mais quatro feiticeiras.

– As demais feiticeiras, não esqueçam do treinamento. - Advertiu Plaza.

– Bell, vou domesticar o grifo dele, preciso levar a notícia para a anciã da Cidade das Plumas, afinal ele disse que iria para lá. - Plaza meio que não pedir permissão, ela queria fazer aquilo.

– Vá... leve a notícia para ela. - Bell virou-se para Plaza. - Tome cuidado, por favor. - Bell deu um forte abraço em Plaza, ela era seu braço direito.

Plaza virou-se, pegou suprimentos e seu cajado. Correu até onde o grifo de Frank estava, o cajado brilhou, a feiticeira fechava os olhos lentamente e no mais dava um impulso para a criatura, lançando um feitiço de domesticação. O grifo agora estava sob controle de Plaza. A feiticeira subiu no animal e voou ao longe.

– Me leve para a Cidade das Plumas garoto, você consegue. - Implorou Plaza e então continuou a observar a paisagem que se formava.


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Notas finais do capítulo

Ficou bastante tenso agora. '-'



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