Dente de leão - Após A ESPERANÇA escrita por Tanise Bach


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Peeta me olha como uma criança malvada e tomo um banho de leite, começo a sacudir a roupa e jogar a meleca nele, ele ri e começamos a lutar com as mão sujas então de repente ele se aproxima do meu rosto e observa minha boca. Paro de respirar, minhas mãos começam a formigar, minha boca fica seca e fico ali sem reação, vejo seus lábios e tenho vontade de beijá-lo.



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Estou sentada perto da janela observando a neta de Greasy Sae brincar com outras crianças, elas estão correndo atrás de um dos gansos do Haymitch há quase uma hora depois que falei sobre como gansos assados são deliciosos, na verdade eu não faço a mínima ideia se são. Visto minha jaqueta de caça e vou até a floresta, encontro algumas armadilhas que um dia pertenceram a Gale e isso me deixa arrasada. Eu nunca esperei que ele voltasse depois do que aconteceu, eu o conheço o suficiente para dizer que ele provavelmente está se torturando por isso agora, mas não consigo perdoá-lo por ter desaparecido quando mais precisei. Consigo três esquilos rechonchudos e uma galinha que deveria estar perdida, limpo o que consigo e faço o caminho de volta cantarolando uma das músicas que haviam sido proibidas pela capital.
– Docinho!_ o cheiro de álcool denuncia sua presença antes mesmo de sua irritante voz.
– O que você quer?_ eu sei o assunto, só não quero encarar a realidade.
– O que eu quero? Deixar meus gansos em paz seria um bom começo!_ Haymitch está todo sujo de lama, as crianças devem ter feito um bom trabalho.
– Eu não cacei nenhum deles!_ sorrio e entro em casa.
– Mandar monstros atacarem os pobres indefesos é o que?_ ele resmunga.
– Eram apenas crianças! Você é muito perturbado sabia?_ não seguro o riso.
– Você vai me recompensar por isso queridinha! Agora preciso saber o que aconteceu ontem_ ele me encara.
– Não sabia que você tinha vocação para velha fofoqueira!_ o fato de ele ter salvado a minha vida naquela arena não lhe dá o direito de interferir nela.
– O garoto foi me deixar uns pães e está arrasado! O que você fez?_ sua expressão era de preocupação.
– Por que eu?_
– Porque você doce e sentimental?_ ele fala ironicamente
– Eu fiz algo estúpido._ passo a mão no rosto e continuo _– Nós estávamos rindo em um minuto e eu pensei que íamos nos beijar, então fugi..._ pego uma faca e começo a cortar a galinha.
– E não era isso o que você queria? Pensei que depois do sequestro algo tinha mudado dentro do seu coração de pedra._ ele fala confuso.
– Eu perdi tudo ok? Eu não tenho mais nada Haymitch! Peeta é a única pessoa que me resta além de um bêbado intrometido._ Lavo as mãos e as lágrimas começam a cair, encosto na parede e me lembro de Peeta voltando após o sequestro. Haymitch me abraça e sinto o peso dos danos causados a Peeta caírem sobre meus ombros, ele não tinha mais nada e a culpa era apenas minha.
– Sente-se e preste atenção em tudo o que eu disser._ ele puxou uma cadeira e se sentou no chão.
– Esse garoto não tem nada, absolutamente nada! Ele ofereceu a vida para te salvar e depois conviveu com a sua indiferença, ele entrou na frente de um pacificador pra salvar você e o seu amante e depois foi pedir pela sua vida quando o quell foi anunciado! O menino passava a noite afugentando seus pesadelos e de dia não podia segurar sua mão de verdade, e quando ele foi pego pela capital Katniss? E a dor de saber que a família tinha morrido?_ eu queria gritar com Haymitch, mas minha voz não saia e meu corpo tremia como se estivesse tendo uma convulsão.
– Você sabe o que precisa fazer... Ele precisa disso e você também, só é burra como uma lesma pra não perceber!_ ele balança a cabeça e fica em silêncio.
– Eu tenho medo._ sussurro.
– Por que tem medo? Ele não te faria mal algum, você sabe disso!_ ele me observa intrigado.
– Porque ele, bem por que... Porque o amo. Digo a verdade como se fosse um segredo, eu não posso viver sem Peeta e não poderia mesmo se nenhuma tragédia tivesse acontecido, eu preciso dele. Haymitch me olha espantado e depois sorri.
– Está esperando o que então queridinha?
Penso por um instante e caminho até a casa de Peeta, bato na porta e depois de nenhuma resposta decido entrar. Não o encontro na sala e resolvo subir até o quarto de pinturas, paro em frente à porta e minha garganta começa a pegar fogo. Ele estava segurando a mão de Delly Cartwright e mostrando a ela como se aplicava a tinta na tela, ela ria e fazia errado quando ele soltava sua mão. Fico assim parada por um tempo e me sinto irritada por achar que ele estaria mal.
– Katniss?_ ele diz surpreso. Delly solta o pincel e se distancia de Peeta.
– Só queria saber se você estava bem, parece que sim!_ minha voz soa rude e antes que ele comece a falar continuo.
– Sinto muito, eu não queria atrapalhar os dois!_ Me viro e desço as escadas correndo, chuto a porta da entrada e sinto o ódio tomar conta de mim.
– Katniss! Katniss espera!_ Peeta está correndo atrás de mim.
– Eu já disse que sinto por ter atrapalhado!_ grito e ando em direção à floresta.
– Você não atrapalhou nada! Nós estávamos apenas pintando._ ele me segura pelo braço e tenta se explicar.
– Não precisa explicar nada Peeta! Você pode ter quantas namoradas quiser!_
Ele me observa por um instante e um sorriso enorme se forma em seu rosto, ele coloca uma mão no meu rosto e com a outra me puxa pra perto de seu corpo, sinto sua respiração contra minha pele e meu coração acelera. Seus olhos azuis me fitam e quando percebo estamos nos beijando, o beijo começa gentil e carinhoso, então sinto aquela fome que senti na arena, a intensidade aumenta e estamos quase no chão quando paramos para respirar.


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Notas finais do capítulo

Os comentários de vocês me tiram sorrisos, obrigada pessoal!