God Save The Queen! escrita por Mah_Black 007


Capítulo 3
Capítulo 3




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Capítulo 3 – Três Vassouras


 


        Quando eu já estava no chão de terra de Hogsmeade, dei alguns roncos bem barulhentos com a moto, só para acordar a vizinhança, fazendo nuvens de poeira se erguerem atrás de mim. Desliguei a moto em frente do bar Três Vassouras. Fiquei esperando por um tempo os outros, mas eles ainda estavam longe de chegar, e eu sabia disso. Para eles, seria mais ou menos mais uma hora de estrada. Lentamente, eu empurrei a minha moto para o galpão do pub, a cobrindo com um pano velho encardido que eu sempre usava.


Eu nem sei por que, mas me precipitei para a porta do bar. “Deve estar fechada”, pensei, enquanto girava a maçaneta. Mas não estava. Eu sorri para mim mesmo empurrei a porta, mas sem dar um passo para dentro, como se esperasse que o Jack Estripador pulasse da escuridão da cozinha e me matasse. Finalmente, entrei nas pontas dos pés para dentro da cozinha totalmente escura. Rezei para que Jack não estivesse por ali, e procurei um interruptor de luz perto do batente da porta, mas não havia nenhum.


Fui tateando pela parede, me certificando de que não tinha nada na minha frente antes de dar um passo. Meu braço esbarrou em algo de metal que caiu estridentemente no chão. Dei um passo para frente sem cuidado e bati minha cara em algo grande, reto, de metal e horrivelmente duro. Eu levei minha mão ao nariz, soltando todos os palavrões que eu conhecia, com os olhos lacrimejando, e só então descobri que tinha batido na geladeira. A dor passou, e eu abri a porta do monstro branco e gelado. A luz interior da geladeira acendeu, e a primeira coisa que eu vi foi um grande frango, já  pronto, dando sopa na primeira prateleira. Arranquei uma perna e dei uma grande mordida. Frio, mas bem temperado. E então eu avistei um tesouro maior ainda: Muitas, muitas garrafas de bebidas. Prendi a perna do frango entre os dentes e peguei algumas garrafas, colocando uma a uma entre os nós dos meus dedos. Estava prestes a pegar uma última garrafa de uísque de fogo e dar o fora dali quando a luz acendeu, fazendo eu me sobressaltar e bater a cabeça na parte superior da geladeira, e eu deixei o frango cair enquanto soltava um palavrão. Me virei e dei de cara com Rosmerta, com a varinha apontada para mim na mão trêmula. Rosmerta tinha aberto esse bar quando estávamos no terceiro ano. Ela tinha vinte e poucos anos, cabelos crespos e loiros, cheios. Aliás, tudo nela era voluptuoso, se é que me entende. E desde então, nós quatro adorávamos mexer com ela. Nós temos até uma aposta, para ver quem a beijaria antes. Nenhum de nós nunca se atreveu a tentar ganhar a aposta. Porém, era uma linda noite para se ganhar uma aposta. Ficamos um milésimo de segundo congelados, e então eu abri os braços, ignorando as garrafas.


– Rosmerta, querida! – exclamei com um sorriso, como se não tivesse fazendo nada demais. Não era nada demais, exceto pela parte de que eu tinha sido pego dessa vez.


– Sirius Black, seu gatuno! – disse ela, abaixando a varinha. E levando a mão livre para limpar o suor da testa. – Quase me mata do coração.


– Oh não, eu nunca faria isso. – falei, com o mesmo sorriso maroto. Ela se aproximou. Eu a abracei, tentando impedi-la de ver a geladeira.


– Sai para lá. – falou ela, me empurrando para o lado. Foi conferir a geladeira, e deu de cara com o frango perneta. – Você comeu meu frango! – ela gritou.


– Não fale isso, algumas pessoas maldosas podem entender errado. – eu falei, sem mudar o meu tom de voz carinhoso. Eu fui indo de costas para a porta, enquanto ela ainda estava com a cabeça enfiada dentro da geladeira. Já estava no tapete mais que fofinho da entrada quando ela sibilou:


– Nem pense em fugir! – ela estava raivosa. Eu sorri deliciado. – Largue. As. Bebidas. – falou ela lenta e perigosamente. Eu não me movi; estava numa batalha mental? Sem bebidas, sem graça. Com bebidas, sem Três Vassouras por muito tempo. – Largue as bebidas! – falou ela, dessa vez bem rápido, num tom estridente bem perto daquela altura que só os cães podiam ouvir. Eu dei de ombros e soltei as bebidas, que caíram com um baque seco no tapete. Pulei por cima de uma das garrafas que rolavam e me aproximei de Rosmerta. Passei meu braço envolta do pescoço dela, a abraçando, e a encaminhei mais para dentro do bar, falando:


– O que você me diria se eu te falasse que eu conheci os Sex Pistols? Conversei com todos eles.


Era uma mentira, claro. Mas tinha um detalhe importante: Ela não sabia que era mentira, e não tinha como saber, a não ser que algum dia ela conhecesse os Sex Pistols. Isso sim, seria uma ironia.


– Eu diria que era uma mentira. – falou ela. Como ela sabia?


– Você acha que eu mentiria para você, amor? – perguntei, entrando na sala onde ficavam as mesas, as cadeiras e alguns sofás. Dessa vez, não procurei o interruptor.


– Eu. Não. Acredito. Que. Você. Conheceu. Os. Sex. Pistols! – falou ela pausadamente, mas dessa vez animada.


– Eu juro. – falei, mal conseguindo conter a risada. – Eu vou te contar. Escute só...


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