God Save The Queen! escrita por Mah_Black 007


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora, ou melhor, os séculos que demorei pra postar =/ mas em compensação o capitulo é bem grandinho!



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Capítulo 4 – “Então eu vou sair com a sua irmã!”

 

– Acho que você está tentando bater um recorde, ou algo assim. – disse Peter enquanto voltávamos para Hogsmeade pelo caminho subterrâneo secreto da Casa dos Gritos. Eles nunca me deixariam esquecer isso, e eu nunca iria querer esquecer, então era ótimo.

– Foi completamente impulsivo e instintivo. – argumentei.

– Instintivo? – perguntou Remus rindo, irônico. – Você disse a ela que Sid Vicious considerava você o melhor amigo dele.

– Obrigado por não desmentir isso, a propósito. – falei, sorrindo. – Ok, talvez não instintivo, mas totalmente impulsivo. Um pouco de bêbado, também.

– Você estava tirando a blusa dela no sofá! – disse Remus, ainda irônico.

– Eu nunca mais vou conseguir sentar naquele sofá. – disse Peter. A minha cabeça estava começando a latejar. Efeitos da bebida. Sabe uma coisa que evita esses efeitos colaterais? Mais bebida!

        – E teria continuado, se vocês não aparecessem lá. – falei. Era verdade, mas mesmo assim eu ainda não conseguia acreditar no que tinha feito. Cara, eu sou bom. – Ah, minha cabeça! – gritei. O grito ecoou por todo o túnel. Percebi que James estava em silêncio por todo esse caminho. – Ah, Pontas, desculpe ter beijado Rosmerta antes de você, não fique bravo.

– Não, não é isso. – falou ele lentamente, pensativo.

– Ah, não, ele está... Não! Ele está pensando! – disse Remus, fingindo estar aterrorizado. Eu sorri:

– Tam-tam-taaaaaaaaam! – exclamei, em ritmo de musica de terror. Peter gargalhou até demais.

– Estou sim. – disse James, um pouco zangado. – Vou chamar Lily para sair. – falou ele finalmente. Nós paramos de rir e ficamos alguns segundos quietos, troquei um olhar de preocupação com Remus. Peter falou o que passava pela cabeça de todos:

– Não me diga que é Lily...

– Evans. Ela mesmo. – completou James. Mal tinha terminado a frase e nós explodimos.

– Você está louco?! – balbuciou Peter.

– Ela vai dizer que não, e se embra do que aconteceu da última vez?!

– Não pessoal, dessa vez... – começou James, mas nós não o deixamos terminar.

– Chega, eu vou chamar o St. Mungus, para levar você, você está insano!

– Você está louco?! – repetiu Peter como um disco riscado.

– CALEM A BOCA! – gritou ele, fazendo todos nós nos calarmos, e um pouco de terra desabar logo à frente de nós. O grito dele ecoou por quase um minuto.

– Mas cara, a gente só quer te proteger de você mesmo. Lembra como você ficou da última vez que ela te deu um “não”? – argumentei. Ele estava louco. Não podia, não podia!

– Mas isso mudou! Dessa vez, eu sei que ela dirá “sim”.

– Você também disse isso da última vez. – relembrou Remus. Saímos da passagem, e a conversa foi interrompida por algum tempo, até que conseguíssemos fugir dos galhos assassinos do Salgueiro Lutador e entrássemos sãos e salvos no castelo.

– Eu sei o que eu disse. – falou James como se a conversa nõ tivesse parado. – Mas eu mudei desde a última vez, e ela percebeu! Nós temos conversado quase normalmente, e os olhares... Lily, sabe? – terminou ele, quase com um suspiro.

E eu sabia. Lílian Evans, Aquela ruivinha acanhada. Era tão... Bonitinha. E eu que à dei o primeiro beijo. Na verdade, quase namoramos por um tempo ─ foi o relacionamento mais sério que eu já tinha tido, mas só eu, ela e os Marotos sabiam. Exceto por James, claro. Se Pontas algum dia descobrir, acho que ele me deixa eunuco. E depois me matava quando descobrisse que eu tinha feito Lily chorar por uma semana seguida, porque ela tinha me pegado beijando Nicole, da Lufa-Lufa.

– Não sei se você entendeu, eu vou chamá-la de um jeito ou de outro! – gritou James, sem se preocupar em ser pego um dos privilégios de ser amigo do monitor-chefe Remus.

– Eu acho que... – eu ia falar algo, mas alguém me abraçou, me empurrando para a parede.

– Oi, lindo. – falou a garota que havia me prendido contra a parede. Eu olhei para ela, sorrindo. Como era o nome dela mesmo?

– Ótimo, então eu vou chamar a sua irmã para sair! – exclamou Remus, ignorando totalmente a garota voadora.

– O que? – perguntamos eu e James juntos. Eu tinha esquecido de mencionar que Remus tinha uma queda por Lily na época que eu fiquei com ela. Uma queda não, um precipício. Só que ele não era como eu, então ela nunca nem ficou sabendo. Em parte por causa do medo do que James faria. No final das contas, eu ajudei Remus, mas ele nunca percebeu isso. O que ele percebeu foi eu beijando Lily atrás de uma árvore no baile do ano passado. Mas, voltando ao ponto principal: Remus gostava de Lily, mas como eu estava com ela, ele perdeu as esperanças. Ao mesmo tempo, Amy Potter finalmente descobriu que ele era um lobisomem, e ele a “olhou”.

Eu olhava para Amy como se ela fosse irmã, por causa de James, mas eu já tinha percebido há bastante tempo que o olhar que Remus dava para Amy não era de irmão. Ele tinha quase tanto ciúmes quanto James quando a via saindo com outros, e às vezes eu desconfiava que ele gostava mais dela do que gostava de Lily.

Amy Potter tinha os cabelos negros como James, mas fora isso, não tinha nada a ver com ele. Ela tinha os olhos bem azuis, e sua pele era bem mais clara que a de James. Seu nariz era fino, pequeno e arrebitado, e sua boca era pequena e tinha cor bem avermelhada, em contraste com sua pele. Ela era um pouco alta para a idade, mas mesmo assim, mais baixa que Remus, James e eu. Em resumo, era o sonho de qualquer garoto da nossa idade.

Vi James dar um empurrão em Remus, mas no mesmo segundo senti que a garota que eu não me lembrava o nome me deu um beijo, desviando totalmente a minha atenção.

 

– Ela disse sim, ela disse sim! – repetia James numa canção, tão feliz que só faltava saltitar. Algumas semanas já tinham se passado desde o show, mas só hoje ele tinha criado coragem para convidá-la – segundo ele, ele precisava “encontrar o momento certo”.

– Cala a boca, duende feliz. – eu disse, já cansado. – Entendemos, Lily está completamente fora da sua razão, não precisa lançar fogos de artifício.

– E eu ainda tenho que chamar Amy para sair. – disse Remus esfregando as palmas das mãos, fazendo James parar de cantar e fechar a cara.

– Graças a Merlin, ele parou de cantar. – falei, erguendo as mãos e olhando para o teto do corredor.

– Você quer mesmo voltar nesse assunto? Mesmo? – perguntou James. Eu e Peter trocamos olhares exasperados, já prevendo a tragédia grega que aquela discussão seria.

– Sim. – falou Remus decidido. Para quem nunca tinha falado de seu amor para Lily porque tinha medo da reação de James, ele estava indo muito melhor quando se tratava de Amy.

– Para que você quer sair com ela? – perguntou James irritado.

– Não sei... Talvez porque eu goste dela? – retrucou Remus, irônico.

– Claro. – falou James revirando os olhos.

– Eu acho que... – comecei, mas parei esbugalhando os olhos ao ver quem corria em minha direção. A mesma de ontem! Rápido, o nome dela? Pense! Tarde demais, ela já estava pulando no meu colo.

– Oi Sirius! – exclamou ela, enquanto eu dava alguns passos bambos, até conseguir equilibrá-la.

– Oi... Linda. – falei, fingindo que estava tudo bem. – Como está hoje?

– Ótima, e você? – perguntou ela. Remus e James ainda continuavam discutindo, ignorando a garota agarrada à mim.

– Muito bem, também, linda.

– Ah, Sirius, você sabe que eu não gosto de apelidos. – disse ela, finalmente saindo de cima de mim. “Não, eu não sabia que você não gostava de apelidos. Nem sei seu nome!” Respondi mentalmente. – Como é meu nome? – perguntou ela rindo. Eu dei um sorriso amarelo, em desespero silencioso. Quando viu que eu não respondera, perguntou, mas dessa vez, séria: – Como é meu nome? – mais uma vez, eu não respondi. Percebi que Remus e James tinham parado de brigar e me observavam. Claro, para ver a minha desgraça, nada os impedia. Mas a próxima coisa que eu vi foi mão da garota; na minha cara; Ouch. Dei uma vota completa e tive que dar alguns passos até reencontrar meu equilíbrio. Os outros Marotos estavam na gargalhada, enquanto a garota se afastava correndo.

– Dá para ver a marca dos dedos dela! – falou Remus apontando e tocando o lugar dolorido do meu rosto. Afastei a mão dele com um tapa.

– Calem a boca. – falei, continuando o meu caminho com as três hienas ao meu encalço. Mas eu vi duas pessoas vindo na direção oposta a nossa que me fizeram abrir um largo sorriso. Lily, e para acompanhar, Amy. Remus também logo percebeu, e se aquietou, na expectativa. Pelo menos dessa vez eu tinha certeza de que ele não olhava para Lily. A ruiva quente e a morena fogosa – gostaram dos apelidos? - sorriram ao nos ver, na verdade, elas sorriram para mim, pois as duas tinham uma queda pelo cachorro aqui, é claro.

– Oi Lily. – disse James quase cantando as palavras. Eu revirei os olhos.

– Oi Amy. Oi Lily. – cumprimentei. – Tudo... Tudo bem? – foi abusar da minha sorte continuar essa frase ao ver o olhar assassino que James me dera. Calma, estou só falando com ela. Pensei para mim mesmo. Já fiz muito pior. Terminei o pensamento, com um sorriso maroto surgindo nos meus lábios;

– Tudo bem. – respondeu Lily, sorrindo e não percebendo – ou fingindo não perceber – o olhar de James.

– O que aconteceu com seu rosto? – perguntou Amy, tocando no meu rosto. Eu fiz uma careta, fingindo que estava doendo, mas rindo em seguida. Tomei fôlego para uma explicação, mas Remus interrompeu o meu começo.

– Oi Amy. – falou ele. Senti o peso do olhar mortífero de James sair dos meus ombros e ir parar em cima de Remus. Ele também percebera. Deu algumas olhadas, nervoso, para James, e então falou: – Eu posso falar com você a sós? – perguntou ele. Amy piscou como se procurasse uma mensagem subliminar naquela simples frase e assentiu, saindo com ele em seguida. Remus olhou para mim por cima do ombro, e eu levantei o polegar, apoiando-o. Ele sorriu e assentiu. James olhou para mim furioso. Eu virei meu polegar para baixo com uma careta, fazendo Peter rir. James se distraiu enquanto conversava com Lily, mas eu e Peter ficamos examinando a conversa de longe. Não pude deixar de imaginar uma dublagem para o que eles estavam falando.

– ‘Então, Amy, eu tenho uma queda que é mais ou menos do tamanho de um abismo por você e...’ ‘Ah, Remus, não diga mais nada, é claro que eu sairei com você! Mas, nós poderíamos...’ ‘O quê?’ ‘Poderíamos fazer um acordo com Sirius, um namoro a três, porque eu adoro ele, e ele é tão sexy, gostoso, maravilhoso e...’

– Cara, o que você está fazendo? – perguntou Peter, tirando a minha concentração da minha dublagem.

– Eu estava... Falando alto? – perguntei, limpando a garganta. Não tinha percebido que estava falando.

– Sim, com direito à voz fina para Amy e voz para Remus. – falou ele, erguendo as sobrancelhas.

– Bem... – falei, ajeitando a mochila nos ombros, enquanto procurava uma justificativa decente para o que eu estava fazendo. – Não é minha culpa se Amy me acha sexy, gostoso, maravilhoso e algo mais. – Peter caiu na risada.

Eles estavam voltando. Nós viramos de costas para eles e fingimos que estávamos tendo uma conversa muito interessante sobre a Lula Gigante. Meu olhar encontrou o de Remus. Ele balançou negativamente a cabeça enquanto Lily saía de perto de James com Amy ao seu lado. Um sorriso crispou nos lábios de James ao ver a resposta de Remus ao meu olhar indagador.

– Pelo menos ela ainda tem algum bom senso. – disse James, enquanto nós tomávamos rumo para a sala de Transfiguração.

– Não ajuda muito, Pontas. – falei, dando tapinhas no ombro de Remus. Ele sorriu.

– Ajuda para mim. – falou James baixinho. Peter riu novamente.

Nós entramos na sala. A professora McGonagall já estava lá, dando sua aula. Avistei Anna Dumbledore. Nossos olhares se cruzaram. Para não perder essa chance de provocá-la, mandei um beijo e uma piscadela para ela. Ela revirou os olhos, e voltou a prestar atenção na professora. Eu tomei o meu lugar despreocupadamente. Olhei em volta e vi um grupinho de garotas. Estavam ali Barbra, Polly e... Ah! O nome dela era Joan! Me lembrava dela, só não a reconhecia sem suas fiéis amigas. Já tinha pegado ambas, aliás. Prestei atenção no professora, mas em cerca de quinze minutos perdi completamente a matéria. Olhei a janela, pensativo.

Quanto tempo demoraria para a aula acabar?

Será que se eu provocasse a Lula Gigante o bastante ela poderia, literalmente, me atirar para fora dos terrenos da escola? Que piração, Sirius. Como estava calor. Queria tirar as roupas ali mesmo. Tirei o casaco, mas cheguei a conclusão de que a professora ficaria irritada se eu desviasse a atenção de todas as garotas da sala para mim, então apenas dobrei as mangas da camisa, a deixando praticamente uma regata, e desabotoei alguns dos botões da minha camisa.

Quem sabe se Remus fosse mais para a direita e abrisse a janela. Cutuquei ele com toda força nas costelas, fazendo-o pular e segurar uma exclamação de dor.

– Que é? – perguntou, mal-humorado.

– Vai mais pra a direita e abre a janela, estou morrendo de calor. – falei. Ele revirou os olhos.

– Percebe-se. – murmurou ele de volta, olhando para a minha camisa. Mesmo assim, ele empurrou a sua cadeira mais para o lado. Como estávamos dividindo a mesa, eu também fui para o lado. Juntos, empurramos a mesa, enquanto nos aproximávamos da janela.

– Srs. Black e Lupin, o que estão fazendo? – perguntou a voz fria da professora McGonagall. Remus parou instantaneamente de se mover, mas eu dei mais um empurrão com a minha cadeira, o empurrando sem querer, e fazendo ele e a cadeira caíssem de cara no chão. A sala explodiu em risadas, incluindo eu e Sr. Lupin. Para o nosso azar, excluindo McGonagall.

– Estávamos só tentando abrir a janela, professora. – disse Remus, se levantando rapidamente e dando um passo para alcançar a janela e em seguida a escancarando.

– Refrescados? – perguntou ela, com as narinas infladas do jeito que ela sempre fazia quando ficava furiosa.

– Na verdade, agora está um pouquinho frio. – falei, fazendo uma careta e esfregando as mãos nos braços, encenando, e me deliciando com as risadas do resto da sala. Eu sabia que tinha ultrapassado o limite, mas o que é vida sem um pouco de perigo?

– Detenção, Srs. Lupin e Black. Começando sexta feira. – falou ela, nos olhando por cima daqueles óculos quadradinhos. Eu e Remus nos entreolhamos, depois assentimos e demos de ombro, como se combinado. Escutei a risada estridente de Peter algumas carteiras atrás. – À sala do diretor.

– Diretor? – repetiu Remus, agora exasperado. Afinal, ele tinha que honrar aquele distintivo dourado de Nerd-Chefe que carregava no peito. – Espere, não é para tanto, professora...

– Não só vocês. Os senhores Potter e Pettigrew e a senhorita Evans estão convidados ao passeio também. – continuou a professora.

– Eu não fiz nada! – falaram James, Lily e Peter em coro.

Agora. – ordenou a professora com um tom que eu realmente fiquei com medo de desobedecer. Afinal, ela era professora. Podia me transfigurar em um inseto e me esmagar. Eu juntei as minhas coisas e saí com os outros quatro.


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