Diário de Um Noob escrita por Ercriptos


Capítulo 6
Uma grande escolha...


Notas iniciais do capítulo

Ae pessoal! leiam e se esbanjem!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/44620/chapter/6

Olá novamente diário amigo,
Como é bom tê-lo em minhas mãos para lhe contar sobre minha humilde vida de guerreiro. Tudo que está acontecendo comigo diário, as aventuras, as buscas, é tão irreal. Obviamente mais irreal do que acordar em um mundo estranho, impossível. Hoje me corrijo ao lembrar de uma frase de um grande filósofo de nossa terra, Paulo Freire: - “O mundo não é, o mundo está sendo.” – Pois sempre estamos vivendo coisas novas, fazendo nossa história, e não podemos dizer que “é”, como encerrar o assunto, enquanto o mundo da voltas. Quem vê sou um nerd estudioso não é diário? Heheh!... Bom eu era. Não que isso seja ruim, ser estudioso, mas vivemos de escolhas meu caro, uma vida acadêmica é excelente, mas aqui, meu livro é um escudo e meu lápis uma espada. Alias hoje minha vida é um“Arco”, mas te contarei melhor depois meu caro. Antes quero lhe falar como foi o meu diálogo com o grande “Oráculo”.

Tudo que passei nessa terra desde minha chegada, as caças, a experiência como um guerreiro, eu estava crente de que já tinha chegado ao auge. Acreditava ser alguém cuja única função era ser forte aqui. Eu estava enganado. Fui surpreendido quando meus amigos me contam que esta é uma ilha apenas para o primeiro passo de um guerreiro. Aqui todos somos aprendizes. Por ordem dos Deuses e por decreto de reis, somos limitados a fazer certas coisas, o que parece absurdo e inacreditável. Eu jamais acreditei na existência de “Deus”, mas nesta ilha, “duvidar” é uma palavra morta, excluída de nossos dicionários, diário. Quando meus amigos comentaram se eu estava pronto, eu não sabia exatamente, até descobrir que quando chegamos a um ponto onde nossos músculos e agilidade falam por nós, é hora de conhecer o mundo com os olhos bem abertos. Foi aqui que eu e meus colegas partimos rumo ao 2º andar da biblioteca no centro de RookGaard. Um lugar que nunca eu tinha ido. Eu me ocupava tanto em caçar que não via motivo para conhecer esses locais. E também eu nem sabia se eu podia ir até lá. Vai que o bibliotecário, como um funcionário público chamasse minha atenção não é?!...Então, de malas prontas com tudo que era necessário, subimos, e era uma admirável sala com um extenso tapete vermelho que dava até o final de uma estátua. Antes de Sir Rooker começar a me dar umas dicas já o interrompi perguntando: - onde está o oráculo? – até ver seu dedo apontando para a própria estátua. Fiquei chocado, e achei que eles já estavam me fazendo de idiota novamente. Eu não iria pedir permissão para uma estátua “alada” pra fazer meus amigos rirem. Mas eu fui obrigado a isso mesmo, e foi uma conversa diferente com o oráculo, no qual realmente fez meus amigos cair na gargalhada.

Diário meu caro, o fato de conversar com uma estátua falante já não da muito certo. Eu tava mais perdido que surdo em bingo. Sir Rooker só começou a me ajudar mesmo depois de minhas tentativas de entrar num consenso com a “gigante de pedra com asas”. A princípio cheguei e disse: - oi! – Até cair no tapete vermelho de tanto susto por causa do berro que ecoava na sala saindo da estátua que dizia: - VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA SEU DESTINO CRIANÇA? – Assustado eu dizia: - Sim! Sim! – Levando outro susto da estátua impaciente que já emendou outra pergunta algo como: - E QUAL VOCAÇÃO VOCÊ GOSTARIA: SORCERER? PALADIN? KNIGHT? DRUID? – Eu fiquei confuso, não entendia nada disso, apenas sorri para a estátua e falei: - Tem como eu ser marceneiro? Ou padeiro? Algo bem fácil assim? Que não seja necessário tanto trabalho físico? É que eu queria um pouco de susseg... – Antes de eu terminar o que eu ia dizer fui interrompido pela estátua: VOLTE QUANDO ESTIVER PREPARADO. – E o som das risadas de meus colegas já chegava a decibéis.

Depois de passar uma vergonha dessas como sempre acontece comigo diário amigo, Sir Rooker com os olhos cheios de lágrima, de tanto rir, bateu em meu ombro e conversou comigo: - Demência... Ou melhor, Newberson, faça apenas o que a estátua lhe pedir. Apenas responda “sim” e diga que vocação você gostaria. – Eu não estava entendendo essas vocações, qual a finalidade delas?... Antes que eu pudesse perguntar, Sir Rooker já foi me explicando: - Sorcerer é um mago, com poderosas magias, porém uma defesa fraquíssima. O Druid também é um mago, um druida entende muito de runas, igual aquela do antídoto que você usou lembra?... O Paladin é um arqueiro, ele tem uma defesa legal também e quem escolhe essa vocação torna-se um excelente caçador. Já o Knight é um lutador fortíssimo. Com seu escudo e sua espada é muito difícil de derrubá-lo. Escolha uma dessas que no continente você aprimorará as suas habilidades de acordo com sua vocação entendeu? – Eu ficava admirado com tamanho conhecimento desse meu amigo, e entendi perfeitamente o que meu camarada explicou, até que perguntei a ele: - E você, qual vocação escolherá meu amigo?
Nenhuma Newberson, Nenhuma! – Disse ele com um sorriso meio sem graça.
COMO ASSIM SIR ROOKER? – Perguntei aos berros, com os olhos enchendo de lágrimas. Era difícil acreditar no absurdo que ele me contara, diário, era muito difícil aceitar. Ele amava tanto a ilha de Rookgaard, o sossego e a paz deste lugar que ele não sai daqui por nada nesse mundo. Fiquei muito triste, mas Sir Bozo pelo menos me acompanharia. Entre um olhar e outro de quem não veria mais um bom amigo, cumprimentei Sir Rooker e lhe desejei boa sorte, até vê-lo sair da sala do Oráculo indo ajudar aqueles que muito tem que aprender com a ilha, e com ele.
Sir Bozo que só ria (até quando o vento soprava em nossos ouvidos ele ria porque o barulho era engraçado) começou a me ajudar. Eu já tinha entendido perfeitamente o que fazer e novamente fui eu falar com o Oráculo.
Oi! – Disse eu seriamente.
VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA SEU DESTINO? – ecoou aquela voz grave por toda sala.
SIM! – Disse eu aos berros também.
E QUAL VOCAÇÃO VOCÊ GOSTARIA: SORCERER? PALADIN? KNIGHT? DRUID? – Comecei a pensar nas palavras de Sir Rooker novamente. Se eu escolhesse ser um Sorcerer, eu seria forte com magias, mas sou tão sem noção das coisas que acho que levaria anos para adquirir uma habilidade de mago. Druid também seria a mesma coisa, eu não teria o dom com runas, até eu descobrir a função de cada uma. Knight? Bom, eu estava no ritmo. Sempre usei espada e escudo, Knight seria uma excelente vocação para mim. Mas me imaginei bancando o Robin Wood, caçando seres monstruosos a distância, com uma agilidade fora do normal, não pensei nem em mudar de idéia e falei: - PALADIN. – Disse de peito cheio e orgulhoso de minha escolha, mas fui surpreendido novamente por outra pergunta dessa estátua alada velha: - QUAL CIDADE VOCÊ GOSTARIA: THAIS? VENORE? CARLIN? – Olhei para Sir Bozo que estava rindo de alguém que berrava no centro de Rook: - “O CARA ME VENDEU SANGUE E EU BEBI... ARGHH!” – E perguntei-lhe: - Qual cidade é melhor Sir Bozo?
Eu vou pra Thais. – Disse ele firme na palavra.
Olhei novamente para o Oráculo e disse também: - Thais.
A SUA ESCOLHA NÃO TEM VOLTA CRIANÇA. ESTÁ CERTO DISSO? – Berrou a estátua.
Sim – Disse eu, entrando no mesmo tipo de viagem quando cai aqui, Diário. Só que desta vez eu estava muito bem acordado. Era como se algo surgisse embaixo da terra e me sugasse para o nada. Como descer em um “tobogã” sem saber se no final há uma piscina. Até que surgi em outro templo e com uma visão de muitas casas, lojas e prédios. Era a tal Thais. Sir Bozo surgiu logo atrás de mim com um sorriso bobo, dizendo: - Sou Sorcerer! Hahahaa. – E foi saindo de dentro do templo.
Eu ainda estava apreciando todo o ambiente. Vi que havia um monge daqueles que manja na macumba também, seu nome era "Quentin".
Sir Bozo impaciente começou a gritar: - VAMOS PARA O “DEPOT” RÁPIDO, DEMÊNCIA. – Que diabos seriam depot?... Eu não tava entendendo nada, primeiro estava tentando me acalmar do susto que levei após surgir nesse tal continente que o povo chama de “main”. Mas segui Sir Bozo e já de inicio, antes de entrarmos no tal “banco” ou “depot”, havia um movimento fora do comum. Eram pessoas se matando, fogo para todo lado, gente gritando querendo vender e comprar. Uma loucura, diário. Entrei no banco, (descobri que era banco por Sir Bozo, mas existem vários povos aqui de vários países, muitos estrangeiros, diário), e deixei algumas coisas que só pesava na minha mochila. O banco era legal, havia vários cofres, cada um deposita o que achar necessário e o tanto de coisas que quiser nesses cofres. É seguro e ninguém rouba mesmo. Depois de ter deixado algumas coisas, Sir Bozo já de inicio falou que me levaria até uma caverna de trols, sanguessugas, junto a um amigo que já estava muito tempo na main e que era um guerreiro respeitado. Seu nome era "Veteranus". Ao leste de Thais, nem eu sabia para onde estávamos indo e o que iríamos fazer, mas era uma das “quests” para pegarmos aqueles tesouros escondidos. Sir Bozo me falou que era para que eu economizasse dinheiro, e iríamos pegar um “arco”. Fiquei feliz, já que estava na hora de eu começar a treinar como um bom arqueiro, e fomos até a tal caverna. Chegando lá, nada tão complicado, apenas orcs para o lado que escolhemos. Os trols ficavam ao sul da grande caverna e as sanguessugas (ou rotworms) ao norte. Tinha muitas pessoas lá, alguns se matavam por motivos tão inúteis, diário meu caro, que eu sinceramente começo a ter medo de andar por aqui. Descemos umas escadas, e lá vi que havia diversos monstros novos. Veteranus matou já de inicio um “Orc Warrior”, uma espécie de Orc mais inteligente talvez, com espada e escudo. Era um Orc forte até. Em seguida, matou escorpiões e muitos outros Orcs. Veteranus não era muito de conversar. Ele estava com uma pressa danada, sempre sumia na nossa frente. Às vezes ele gritava: - VEM LOGO. – Mas minhas pernas não agüentavam correr muito naquele lugar cheio de lama e grandes pedras. Passamos de uma pequena ponte e eu e Sir Bozo notamos algumas caixas empilhadas, a curiosidade era tanta que fui ver o que havia dentro delas. Para minha alegria, diário amigo, lá tinha muitos peixes e carne. Peguei o que pude e dei um pouco Sir Bozo, depois continuei a seguir Veteranus. Depois de entrar em um estreito caminho, notei que havia alguns ratos mortos, descemos em direção a um lugar escuro e lá tinha aquelas paredes de fumaça tóxica, igual a que vi em Rookgaard. Logo lembrei do dia em que Sir Rooker tinha me falado que haveria muito mais dessas no mundo, e comecei a rir, achando que só encontraria isso lá na ilha mesmo. Mas por instantes, antes de eu passar pela fumaça, lembrei que me faltava as “runas de antídoto”, e comentei: - Como vou passar por aqui? Vou acabar morrendo! – Disse aos dois. Vi na face deles aquela cara de indignação, diário, até que Veteranus disse: - Pode vir aqui você pega um fluído da vida – Fiquei mais tranqüilo, e passei por aquela fumaça fedida que só, quando consegui abrir os olhos, vi que Veteranus estava lutando contra uns quatro bichos verde, gosmento, parecia ser feito com toda aquela poluição e sujeira do ambiente. Era horrível. O mais engraçado é que ele matava um e outro surgia. Fiquei com medo daquilo. Depois, Sir Bozo me explicou que aqueles bichos eram os “Slimes” e para matá-los tem que acertar a “mãe”. Não a minha, diário, hehehe!... Segui a diante depois de ver que esses “slimes” após mortos formam paredes tóxicas também, passei novamente por aquele cheiro de amônia com enxofre, já com o corpo fraco de tanta poluição, vi que tinha um corpo morto, uma sacola e embaixo um lindo “Arco”. Peguei tudo que pude, mas com uma dúvida enorme. Como pode ter um arco, uma sacola com um fluído da vida e outro líquido roxo que nem sei pra que serve ainda, e duas ou mais pessoas ao mesmo tempo ter esses itens?... Tem umas coisas nesse mundo sem explicação mesmo, diário. Mas vai saber não é?... Querer entender como vim parar aqui já é o meu principal motivo, o que acontece de diferente é a parte.

Depois dessa pequena aventura só pra aquecer, voltamos para a cidade de Thais. Eu estava sorrindo, feliz da vida e admirando cada lugar que eu passasse desse novo mundo, até me encher de ódio ao ver Lord Trapper. Sim diário, o mesmo que matou Sir Rooker na ilha. Ele parecia estar forte, tanto que acabara de matar um pobre coitado, roubando tudo do pobre cadáver. Eu não arrisquei cometer uma besteira naquele momento, eu pelo menos estou consciente de que devo treinar mais para enfrentar alguém como aquele assassino, diário, mas para tudo tem o seu momento, e é bom saber que ele está aqui. Pois é diário, depois de tanta coisa, estou eu aqui, sentado próximo ao Quentin o monge, lhe contando tudo que passei. Tenho muitas coisas para aprender ainda. Sir Bozo pediu para que eu juntasse “pedras” e comprasse “lanças” para treinar. Vou seguir os conselhos dele. Preciso juntar um dinheiro também diário, por mais que eu seja um arqueiro, todos que vem a esse continente acabam de certa forma adquirindo poderes mágicos. No fundo todas as vocações são um só. Unidas ou não, cada um aprende com o outro aqui. Preciso ir à loja apenas para “arqueiros” para ter uma aula de “luz” e “como fazer flechas”. É caro, diário. Tenho que desembolsar uns trocados pra aprender isso, mas segundo Sir Bozo, vale a pena. Estou dentro do templo com medo de ir até o banco, por mais que seja ao lado daqui meu caro. Tem muitos assassinos por essas bandas, e aqui dentro é um local seguro. Mas vou indo meu caro diário, assim que surgir novidades te contarei. Abraços e até breve.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

é isso ae, e espero que tenham gostado... dá um trabalhão fazer issoo ae!! té maais!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Diário de Um Noob" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.