Diário de Um Noob escrita por Ercriptos


Capítulo 5
Novos Objetivos


Notas iniciais do capítulo

É isso ai meus caros. Ele está ficando bem forte!!



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Grande Diário,
Novamente estou aqui meu amigo, com um “toco” de lápis na mão te rabiscando. Não que isso seja um problema, mas tudo bem.

Esses últimos dias foram agradáveis. Sem mortes, sem roubos, sem arrependimentos. Só alegria. Foi bem supimpa.
Sabe diário, já não me sinto tão ignorante quanto a minha chegada nesse mundo. Sou outro homem, alias, sou um homem mesmo. Já deixei de ser aquele magricela frágil, que passava horas jogando “PlayStation” pra ver o tempo passar. Aquele menino com medo da rua, da violência. Aqui sou obrigado a presenciar todos meus receios, e isso fez com que eu crescesse entende?! Jamais me imaginei nesta situação, pelo contrário, nunca me imaginaria nessa situação por medo. Talvez, medo de viver. Que poeta estou hoje não é diário?! Hahahah!... Bom, deixa eu te contar meu caro. Como sempre, e de rotina, eu venho aqui em suas singelas folhinhas lhe dizer como anda as coisas. E lá estava eu caçando, (como sempre) até que meus amigos vagando pelas cavernas me encontram, e me chamam do nada para ir em busca de tal espada “Katana”.

Sabe diário, depois daquele dia da “Carlin”, esse negocio de ir em busca de espadas ai me faz tremer de medo. Mas não foi um bicho de sete cabeças não meu velho, foi tranqüilo. Continuando, eles me pediram pra juntar um kit sobrevivência como corda, pá, fluído da vida e runa de antídoto.

Pois é diário, runa de antídoto, que diabos seriam runa de antídoto?! ...pensei eu. Mas não era nada de mais não diário, chato mesmo foi agüentar as piadinhas de meus colegas. Tudo bem, eu não sei mesmo, eu sou o “demência”.
Os “lols” vinham com tudo. Meus camaradas me mandaram ir falar com a Lily. Era ela quem vendia. A mesma que compra as amorinhas azuis. Fui eu lá e comprei duas, como me foi avisado, e fiquei admirando aquelas pedrinhas com um símbolo estranho no centro. Era como um círculo e uma cruz juntos. Pra que servia eu não sabia, deduzi de acordo com o nome que era pra curar alguma doença, ou picada de cobra, ou vespa, coisa assim. Indo para o leste, fomos ao Hyacint, velhote macumbeiro que vendia o fluído da vida. Comprei oito já por precação e tomei um só pra garantir. Eu tava bem, mas o medo me fez com que eu tomasse um pra ter certeza de que ia dar tudo certo. Já na entrada diário, usei a pá em vários buracos, até descobrir que era o segundo buraco de cima que dava acesso à caverna. Eu já tava me sentindo ofendido com os “lols” de meus colegas.

Entramos e já de inicio tinha uma aranha imensa venenosa. Com medo fui pro canto gritando: - MATA ELA AI SIR BOZO, MATA CARA – ao contrário dele que rolava no chão de tanto rir, o falecido ressuscitado Sir Rooker (se é que tem como dizer desta forma) matou a aranha. Rindo, mas matou. Emburrado, continuei com meus passos lentos, e com a perna bamba, até descer novamente, fiquei loco diário. Quando vi esqueletos vindo com tudo em minha direção, eu já tava pendurado na corda subindo novamente. Sir Rooker matou os dois esqueletos com facilidade, obviamente não é a toa que ele mora na ilha de RookGaard a anos. Tenho orgulho desse amigo forte, guerreiro. Então, continuamos andando por um estreito caminho diário, até começar a sentir um cheiro forte, parecia amoníaco, enxofre. Logo adiante vi que havia uma parede de fumaça esverdeada, aparentava ser tóxico. Sem pensar duas vezes falei: - Bom amigos, daqui em diante é vocês mesmo. Eu é que não vou passar por essa coisa fedida e tóxica ai não. - Por um breve momento houve um silêncio e a cara de espanto de todos, até começar um “coro” de risadas que ecoava em toda caverna.
- Que foi? – perguntei eu irritado.
- Demência, você trouxe os antídotos? – perguntou Sir Rooker preocupado.

- Claro que sim! – Respondi eu. Durante alguns minutos, Sir Rooker me explicou que aquilo realmente era uma fumaça tóxica, e que era muito comum em qualquer lugar. Ele disse que a partir de que eu passasse pela fumaça eu deveria usá-la. Ta, mas ele não explicou como, e meu deus diário, que sufoco foi. Ao passar pela parede de tóxico, eles gritavam para que eu usasse a "runa" e entrasse em um trecho que dava acesso a outra caverna. Eu fiquei desesperado meu caro, eu não sabia como usar, mal conseguia enxergar e sentia que havia um bicho praticamente me engolindo. Joguei a pedra de antídoto no chão, achando que talvez uma fumaça surgisse e me desintoxicasse, até escutar a risada do Sir Bozo e a indignação do Sir Rooker dizendo: - Não animal, bata a pedra em seu peito. – Por sorte eu tinha outra na mão e fiz como mandado. Senti-me como alguém que faz inalação meu velho, mas foi na hora. Eu estava limpo e nem fedia. Problema mesmo foi quando notei que estava ficando fraco.

Tinha uma sanguessuga enorme grudada na minha perna. Só parou quando Sir Rooker cravou a espada na cabeça do bicho. Foi assustador diário, mas não tanto quanto poder enxergar nitidamente vários corpos pelo chão.

Era um horror de lugar, comecei a passar mal vendo tanta gente morta. Peguei minha “runa” no chão novamente e já fui indo a caminho da caverna. Pior de tudo foi quando meus colegas me mandam ir buscar uma chave que tinha lá pra cima, e ainda em um morto. Estranhei pelo fato de ver tantas pessoas mortas, normalmente as pessoas ressuscitam. Bom, sem mais nem menos subi lá no penúltimo morto da caverna e achei no bolso do defunto uma chave. Meus amigos tinham a tal chave também e disse que era pra porta logo abaixo. Fiquei irritado, já que uma só abre a porta para todos, por qual razão eu tinha que ter a chave?! ... Mas eu já tava me acostumando com o fato de meus colegas tirarem onda com a minha cara. Uma hora eles iam ver só. Descendo, havia outro esqueleto, esse eu matei sem medo, de tão frustrado que eu tava diário, e veio àquela sensação boa de sentir forte mais uma vez. Foi estranho quando matei o “magrelo” porque eu ouvia cochichos dos meus colegas dizendo: - ... <é, também to achando>. – Não quis perguntar, ignorei e fui logo abrindo a porta e descendo as escadas. Sim diário, eu estava distraído, subi imediatamente depois de ter levado umas bordoadas dos esqueletos que estavam ali embaixo. Não tenho certeza, mas acredito ter ouvido os cochichos novamente, porém desta vez algo como: - ... . – Tomei um fluído da vida, e como é de costume deixar Sir Rooker ir à frente, ele nos mandou esperar e desceu. Alguns minutos depois ele grita para que nós desçamos, tomei mais um fluído da vida por precaução, e fui. Logo abaixo além da porta que tinha ali, havia mais pessoas mortas, e lá fui eu vasculhar cadáver e enfim eu tinha em mãos e tenho ainda uma linda espadinha chamada “Katana” diário. Eu que estava com receio de ir lá, agora estou faceiro com essa espada levíssima. Já não basta o peso do meu corpo com todas essas armaduras, essa espadinha foi uma benção.
Claro, vendi a “Carlin”, já não me era útil, mas enfim consegui mais um dos tesouros que esse mundo oferece. Mas sabe diário amigo, o mundo é grande demais pra se chamar ilha de RookGaard, e pensei comigo isso comentando com Sir Rooker até ele me explicar o que tem além daqui. Mas daqui a pouco te conto caro diário. Antes de tudo quero lhe falar como foi à busca pelo escudo “Cooper” também. Foi rápida, mas estranha.
Saindo da caverna da “Katana” eu estava exausto já até ser surpreendido por meus “brothers” que iríamos buscar o escudo. Fiquei empolgado, mas ao mesmo tempo chateado. Meus amigos me pediram pra que eu comprasse mais fluídos da vida. Não entendia a necessidade de tanto, mas comprei 15 de vez. E como de costume, tomei um por precaução, e outro joguei pro santo. Indo em direção ao sudeste, entramos em uma caverna lotada de ursos, fiquei surpreso com tanto bicho e tanta carne. Ursos não são tão fortes como mostra esses filmes norte-americanos sabe diário, matamos todos. Fomos rumo a outro buraco para entrar em outra caverna. Eu já tava cansado de sempre descer e descer reclamei tanto até ouvir um comentário de meus colegas que disseram: - Quero ver essa anta na “main”. Sem hesitar perguntei: - O que é “main”? – Foi ai que Sir Rooker me explicou diário. E sim, eu estava certo, vivemos nessa ilha até certo ponto, até atingirmos um nível de braveza meu caro. Sir Rooker me contou que além daqui tem um continente, e lá é uma terra “sem leis”. Isso me deixou assustado demais. Mas eu me perguntava como vou pra esse continente?! ... Deixamos o assunto de lado por um momento e descemos na caverna. Lá havia mato, água, e muito fogo. Cortamos o mato e seguimos em frente, até chegar a ver ás imensas chamas. Era muito fogo diário amigo, muito mesmo. O plano era que passássemos pelas paredes de fogo até onde agüentar. Até queimar bastante. Soltei uma gargalhada imensa falando: - Vocês acham que serei idiota de passar por ai? – Houve um breve silêncio de “paciência esgotada” (pelo menos aparentava ser isso) até que Sir Bozo foi à frente. Logo em seguida foram todos meus outros colegas incluindo Sir Rooker. Eu fui o último a ir meu caro, com medo, mas fui. Ao passar pelo primeiro fogo, meu corpo queimava, mas não ardia tanto e continuei andando. Mas chegou a uma altura que já era impossível agüentar a dor. Com os fluídos da vida na mão, tomei um e minha pele parecia que se regenerava com aquele líquido. Ô coisa boa é esse fluído viu diário. Esse povo curandeiro tem um dom fora do comum. Passei por muitas chamas até chegar aos meus amigos que riam da minha demora. Quando tomei mais um fluído e apaguei o fogo que queimava minhas roupas, gritei apavorado: - FILHO DA PU... – Por ter visto um imenso dragão morto. Diário meu caro, dragão. Existem dragões nesse mundo. Quando vi, achei que meus colegas que haviam matado o bicho, mas nem perguntei. Não quis bancar o idiota mais uma vez, pois eu tinha certeza de que um bicho daqueles não seria tão fácil de matar assim. Consegui ver que embaixo do dragão havia algo redondo, cor de bronze, era o escudo “Cooper”.
Hoje, fiquei sabendo que há muito tempo esse dragão viveu nesta ilha diário, até um jovem guerreiro tê-lo enfrentado nas cavernas e, ao cravar a espada no peito do imenso bicho, a dor que o dragão sentiu e sua ira fez com que cuspisse fogo por toda caverna antes de morrer, matando então o jovem. Verdade ou não, é uma história e tanto. E ter em mãos o escudo do bravo guerreiro, serve como estímulo para novas aventuras que passarei diário.
É meu caro. Essa vida não é fácil. Sobre aqueles cochichos, meus amigos me disseram que é sobre essa “main” mesmo. O continente, a terra sem leis. Dizem eles que vão me acompanhar até tal do “Oráculo”. Isso é de arrepiar não é?! Mas estou pronto para o que der e vier. Como eu te disse já amigo, de menino medroso passo a ser um homem corajoso e guerreiro. Bom, pelo menos assim eu penso. Às vezes me da saudade da minha antiga vida diário, mas acho que preciso viver um tempo mais aqui nesse “mundo de fantasias” pra ter história pra contar aos meus amigos. Estou ansioso para falar com o tal do Oráculo, espero que dê tudo certo. Dizem que é ele que da permissão pra sair da ilha.
Mas é isso diário meu caro, te rabiscarei em breve. Vou atrás de algum carvão para escrever depois, porque de toco de lápis já virou “toco de nada”.
Abraç ... droga, quebrou o grafite. .


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Notas finais do capítulo

ta ae mais um!! esse ficou enorme!!