Diário meu velho,
Estou aqui novamente te rabiscando, ou melhor, tentando. Alias, estou te rabiscando literalmente, pois estou muito assustado e tremendo. Apavorado pra ser mais sincero.
Nunca imaginei que passaria tanto sufoco apenas pra pegar uma arma. Não que não tenha valido a pena, mas foi algo fora do normal. Estou feliz e ao mesmo tempo arrependido de ter arriscado se aventurar nas cavernas desta ilha Rookgaardiana em busca da espada “Carlin”. Nesse momento estou com ela cravada no chão ao meu lado observando-a e tentando desabafar com você meu amigo diário, porque as coisas não foram como esperadas mesmo.

Tudo começou quando decidimos ir num grupo de amigos até a sala dos Minotauros. Eu estava empolgado com a idéia, depois de inúmeras aventuras. Meu desejo ultimamente gira em torno de obter força, adrenalina e conhecimento.
Já consigo encarar o fato que para sobreviver aqui meu caro diário, é preciso se autodenominar um guerreiro, um cavaleiro, porque certas coisas que acontecem neste mundo, nossos olhos não agüentam ver.
Antes de começar nossa jornada até a “quest”, juntamos um kit necessário para sobreviver até a chegada de nosso destino.
Passamos a tarde caçando ovelhas, galinhas, juntando amoras, matando coelhos, veados, tudo para nossa longa caminhada rumo em busca da preciosa Espada Carlin. Pegamos o necessário para todos. Logo em seguida checamos nossos equipamentos principais como cordas, pás, mesmo sabendo que nada disso era necessário, pois meus amigos sabiam o caminho decorado, mas mesmo assim, os que não sabiam da rota levaram todo equipamento possível para que nada desse errado. Os “lols” de meus colegas que conhecem essa ilha a um bom tempo eram repetidamente ditos agora.
Já com toda comida e equipamentos na mochila, meus amigos foram extrair um dinheiro e acredite diário, nunca imaginaria que aqui teria um banco. Aproveitei o momento e depositei todo dinheiro que pesava em minha sacola. Fiquei tão aliviado por ter me livrado de quilos de moedas que já nem ando tão torto como antes, mas andar de lado já é normal. Guardei o suficiente para comprar o fluído da vida com o velho Hyacint no topo do morro que meus companheiros recomendaram. Ao ter tudo em mãos e de estômago cheio, partimos para as cavernas. Como de costume encontramos os velhos trols que permanecem nas entradas. Minha força já estava um pouco além do normal, tanto que os pobres “bichos peludos” não agüentavam muito tempo em uma batalha. Seguindo adiante descemos as escadas para ir mais a fundo da caverna e duelamos com os orcs também. Ainda tenho um ódio imenso desses bichos, porém tenho pena daquele que fugiu. O chato é que isso entra na roda de piadas de meus amigos. Continuando diário, chegamos mais a fundo e descemos mais uma escada. Lá sim meu caro, lá era o inferno. Ossos e lixos espalhados por todo canto. Orcs e lobos dominavam aquele local. Era sujo e fedia, mas o pior era o pequeno labirinto que era aquele lugar. Perguntei a um de meus amigos se faltava muito até a chegada, pois eu estava quase desistindo, por passar mal mesmo. Fiquei indignado ao saber que haveria outro lugar para se descer. Chegamos até a outra escada e eu estava exausto devido o peso da mochila. Meus colegas me disseram para deixar a pá de lado e me chamaram de burro por ter trazido, fiquei revoltado, mas dou razão a eles, pois eles me alertaram sobre isso e eu que não dei “ouvidos”. O mais curioso ao chegar nessa escada era a tática de outros jogadores para matar os bichos e descer. Achei fascinante, pois eles usavam uma corda com uma isca na ponta, e como esses monstros têm um Q.I inferior ao nosso (suponho eu, depois do trol haha!), eles apanhavam a isca segurando fortemente na corda fazendo com que o povo puxassem os bichos para cima, e ...Hahahah!! Coitado diário, eles desciam a ripa nos monstrengos.

Até ter certeza de que mais abaixo o número de bichos reduziria, matamos vários orcs, alguns lobos e uns minotauros também só com essa estratégia. A área já estava livre, mas esperei todo mundo descer antes até escutar o grito de meu fiel amigo: - VEM DÊMENCIA.
Já na caverna profunda eu estava excitado ao saber que estava próximo da espada Carlin, mas alegria de pobre dura pouco até eu descobrir que precisaríamos descer novamente, porém ali já era a tal sala dos minotauros.
Pensei comigo, mas pensei alto e falei, indo em direção as escadas: - Vamos indo pessoal, já não agüento esse lugar fedorento, descemos e pegamos a... – Ao dar meu primeiro passo na escada diário, só escuto berros: - AAOOORRR DEMÊNCIA MESMO <Klapar>...<Klapar> SOBE ANIMAL.
Sim diário amigo, eu subi. Subi agarrando nos degraus, torto e ensangüentado de tanta surra em frações de segundos meu caro. Eu nunca em toda minha vida apanhei tanto e te juro que vi a morte sorrir ao meu lado. Esticado no chão eu apenas escutava um coro de risos e “lols” vindo de todo canto. Apenas um de meus amigos que riu, mas me acudiu, me deu comida e um fluído reserva que ele tinha em sua mochila. Comi e bebi e já comecei me sentir melhor. O fluído era realmente excelente, me deixou renovado mesmo.
Recuperando-me do susto, eu arrumava minha mochila enquanto escutava o colega que me socorreu dizendo a todos: - Irei descer pessoal. Enquanto eu atrair os “minos” até um canto vocês vão atrás, abram os baús e peguem o que for necessário. ENTENDEU DEMÊNCIA?
- Sim! Sim! – Respondi assustado, mas contente pela preocupação do amigo que se importava.

Já com forças suficientes, mas com um medo de dar nó na garganta diário, ele desceu, e nós fomos atrás. Eu vi todos aqueles minotauros correndo e surrando ele enquanto eu abria os baús. Não dava para ficar contente meu caro, peguei o que era necessário ainda observando meu amigo que muito apanhava. Com a espada, vara de pescar e peteca nas mãos, eu não acreditei ao ver que um rapaz que nos seguiu para buscar os tesouros desta sala começou a se unir aos minotauros. Eu não entendia, ele tirou o barril do qual meu colega se escondia atrás e veio correndo em direção a escada. Vi meu amigo apanhando. Não consegui me conter e gritei desesperadamente: - NÃÃÃÃÃÃÃO. SIR ROOKEEERRR. - Até vê-lo sendo destroçado pelos macabros homens-touro. Meus colegas discutiam com traidor entre nós, mas nada podíamos fazer, pois nesta ilha é proibido por lei de deuses atacarem os outros (segundo esse povo mesmo diário). Eu me segurava para não agredi-lo, eu me contorcia, mas meus colegas me impediam, rindo, mas me impediam de atacá-lo. Fiquei chorando por alguns minutos ouvindo as risadas de meus camaradas não sei por que, me aborreci tanto que perguntei: - Porque vocês estão rindo? Ele morreu e vocês riem?
- Ele deve estar no templo essas horas Demência. – confirmou meu “brother” que logo me fez lembrar que pessoas ressuscitam. Fiquei feliz, porém meu corpo arde em fúria e tenho sede de vingança, jamais esquecerei do assassino de meu amigo, Lord Trapper.

Chegando ao templo lá estava ele meio aborrecido por estar mais fraco. Tentei enaltecê-lo, mas ele ria. Nessa altura cheguei à conclusão de que o povo dessa ilha sim que são uns “demência”, todo mundo ri. Já com a espada "Carlin", belíssima por sinal, com vara de pescar e uma peteca pra brincar, não havia mais motivos de tristeza. Estávamos todos de bem, mas eu ainda continuo assustado com o que passei e com o que vi.
É diário, essa foi uma experiência não muito agradável. Espero não passar por isso novamente. Já temos planos futuros meu velho, de ir atrás do escudo "Cooper" e da espada "Katana" também. Eu realmente preciso de um escudo urgente, já essa espada não me parece ser tão legal não. Depois da aventura não tão bem sucedida que foi essa, acho que ficarei um bom tempo com minha preciosa "Carlin".
Pois é meu caro, fico por aqui, já me sinto melhor em relatar minhas confissões em você meu amigo. Em breve te contarei minhas aventuras novamente, e torço para que nada de errado aconteça desta vez.
Até meu amigo.