No mesmo momento fomos para o acampamento. No caminho, explicamos para Keyli e Julie obre os deuses, o acampamento e tudo mais. Elas pareceram não acreditar.

Eu estava apavorada. Se Julie era filha de Poseidon, poderia ter sido ela a criança da primeira grande profecia, e não Percy, certo? E como ela sobreviveu até os vinte e uma nos sozinha sendo uma filha dos três grandes?

Nós encostamos o carro no acostamento em frente á colina da arvore de Thalia e subimos.

No topo da colina Rachel nos esperava com um sorriso.

– Oi - disse Percy

–Ah, eu tinha visto que vocês viriam.

– Que lugar é esse? - Perguntou Julie.

Ela nos levou até a casa grande. Nós íamos entrando quando Percy parou repentinamente.

– Percy?- perguntei- oque foi?

– Eu...eu já volto. Conte tudo para Quíron, já venho.

E depois correu em direção á praia.

Eu achei estranho, mas acompanhei Rachel e levei Keyli e Julie para dentro da casa.

Quíron estava parado na varanda. Julie gritou quando viu que ele tinha a parte de baixo de um cavalo.Keyli, por outro lado, soltou um "maneiro!"

–Olá. Oque os traz aqui, meus jovens? - perguntou Quíron.

– Ocorreu um fato muito estranho - eu disse - Keyli, hoje no começo da tarde, foi reclamada bem na minha frente por Atena.

– Isso realmente é algo que eu nunca vi antes. Há algo muito estranho acontecendo, para ser descoberta com essa idade. - Disse Quíron depois de algum tempo.

– He - lo - ou! - disse Keyli mais alto, e dessa vez ela pareceu muito irritada - Eu estou bem aqui! Que papo é esse de ser descoberta? E... ei! não tenho "essa idade" coisa nenhuma! E reclamada foi aquela coruja que apareceu rodopiand...

– Temos problemas mais sérios - Eu interrompi - Quíron, ao mesmo tempo que Keyli foi reclamada por Atena, Julie foi reclamada por Poseidon.

Um silêncio constrangedor e cheio de tensão pairou no ar, e pareceu congelar aquela varanda.

–Fazendo as contas, -disse Quíron- vocês tem a mesma idade, então...Ela poderia ter sido a criança da profecia.

–P-profecia ? - Gaguejou Julie-...E-eu não sei nada. Aquelas coisas...com dentes e...e...a água...

Ela continuou murmurando consigo mesma.

–Já está bom por hoje. Por favor, Annabeth, leve as garotas aos seus respectivos chalés. Não é seguro sair daqui hoje ainda. Veremos o que fazer nessa situação amanhã pela manhã.

Com um olhar preocupado, ele nos dispensou.

Eu levei primeiro Keyli ao meu antigo chalé e a deixei nas mãos da pequena Ashley, que era uma campista do ano todo.

– Minha cama está ocupada? - Eu perguntei.

Ela fez que não.

– Acomode-a lá - Eu dei a ordem.

–Mas...

–Depois eu explico, só faça isso.

Ela segurou na mão de Keyli e a levou para dentro do grande chalé.

Eu estava a alguns metros do chalé três quando Julie parou de repente e segurou a minha mão, arrastando - me para trás.

–Annabeth, por favor eu não... eu ...eu estou com medo.- ela falou em pânico, as lágrimas caindo em cachoeiras por seus olhos penetrantes - Hoje de manhã quando acordei era uma pessoa comum e agora...agora sei que não sou isso! Eu sempre quis saber o que havia de errado comigo e com a água...mas....mas...agora estou terrivelmente apavorada!

Eu a abracei e disse:

– você vai ficar bem. Eu...eu prometo.

Eu sabia que a promessa que eu estava fazendo era perigosa, mas eu precisava acalma-la, e tudo o que pude pensar para consolá-la foi isso: uma promessa estúpida, porque a maioria de nós, semideuses, não acabávamos nada bem.

Eu entrei com ela dentro do chalé com um tridente na porta.

Alguns segundos depois, percy apareceu.

– Julie, pode esperar um momento? Preciso falar com a Annabeth só um segundinho.

Ela balançou a cabeça positivamente, e Percy segurou minha mão e me levou pra fora.

Demos a volta no chalé e ficamos perto do bosque.

– Oque é que...- Eu começei.

–Ela nem sempre foi uma semideusa. - Ele disse rapidamente.

– Oquê? Julie?

– É. Meu pai me disse agora. Há pouco tempo, Jerces, uma nereida mais próxima de Poseidon, que o serviu fielmente durante séculos, pediu a ele o descanso de uma vida normal. E ele fez isso, mas no processo, o sangue de Jerces rejeitou a vida normal, então ela ficou metade imortal e metade mortal. E isso acarretou a perda da memória antiga dela, então Poseidon a mandou para cá.

Depois de toda essa história, fiz a coisa mais ilógica possível: me virei e vomitei.

–Annabeth!

Eu senti ele me segurar quando a tontura me atingiu.

Eu me endireitei e disse:

–Está tudo bem. Eu...acho que foi porque não comi absolutamente nada desde de manhã.

– Tem certeza? Não quer ir á enferm...

– Não! - eu interrompi - não é nada.
Ele decidiu deixar para lá, mas eu conhecia a sua expressão: Era aquela que seu rosto adquiria quando não engolia alguma mentira.