A love of porcelain escrita por Cherry Bomb


Capítulo 6
Adeus




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Na manhã seguinte subi até o quarto de Margot.

–O senhor não devia estar de pé andando. – Ela disse me ajudando a sentar em sua cama.

–E você não devia desenhar uma caveira mexicana no rosto. – Me ajeitei e a encarei. – Tudo bem?

–Tudo. O que aconteceu ontem? Ouvi uma voz diferente.

–Acho que vamos ter um novo morador, mas não posso deixar que ele te veja ainda, preciso ter certeza que ele é confiável.

–Posso ver ele de longe?

–Não Margot. Preciso que fiquei aqui. – Levantei e a encarei antes de fechar a porta.

Eu ainda estava bravo por ela ter desenhado aquilo no rosto, mas não podia negar que o desenho estava muito bem feito.

Desci até o laboratório e vi Ariele e Henry conversando.

–Ai que legal!!! Edgard é um cara bem legal você vai ver. Só as vezes que ele parece uma mulher na tpm.

–O que você disse Ariele? – Falei com uma voz mais grossa que o comum.

–Eu estava contanto a Henry o quanto você é um chuchu.

–Estou impressionado. – O garoto disse sorrindo pra mim. – Bom dia.

–Bom dia. Qual o resultado?

–Parabéns Edgard, você é papai! – Ariele deu um pulo de alegria e ficou sorrindo nos encarando.

Eu não sabia muito bem o que fazer então dei um tapinha em seu ombro e dei o sorriso mais amigável que consegui.

Passamos a manhã toda conversando. Ele não pretendia ir para a faculdade disse que ainda está descobrindo o que quer da vida. Ele realmente me parece ser um bom garoto.

Contei pra ele sobre a minha vida de cientista e sobre como vim parar aqui com meus dois colegas, ele me comparou ao Dr. Frankestaine quando contei a minha ideia de fazer a mulher perfeita, não deixei claro que eu já havia lhe criado apenas contei sobre o projeto.

E assim seguimos os dias henry e eu passávamos a maior parte do tempo juntos conversando sobre tudo. Notei em como é diferente ter um jovem de verdade dentro de casa, estamos acostumado a Margot, ela não tem tantas expressões quanto o menino, ela não da risadas ou faz alguma coisa idiota de jovem, Margot está sempre séria, mas não a culpo, ela foi feita para ser assim.

Na tarde em que decidi contar a Henry sobre Margot comecei a sentir aquelas dores de novo, mas desta vez foi muito mais forte e quando acordei estava em meu quarto com diversos aparelhos ligados ao meu corpo.

Ariele, Paolo e Henry estavam parados me observando.

–Eu ainda não morri. – Falei ofegante.

–Não brinca com essas coisas. – Ariele disse com o rosto cheio de lágrimas.

–Paolo preciso que você vá busca-la, Henry precisa saber sobre ela. – Paolo e Ariele saíram do quarto me deixando sozinho com Henry. – Se aproxime.

Henry se sentou ao meu lado direito, eu gostava de olhar pra ele isso fazia com que eu me sentisse mais jovem.

–Por que as pessoas sempre me deixam? – Ele perguntou.

–A morte é algo natura, doloroso mas natural. Sinto muito ter demorado a aparecer, eu queria ter feito muito mais por você Henry mas ainda sim tenho orgulho da saber que sou pai de um jovem tão inteligente como você.

–Quem eu devo conhecer?

–Henry lembra quando te contei sobre meu projeto? Pois bem, hoje em dia não existe mais projeto, existe a obra completa. Criei uma garota perfeita e eu preciso que você cuide dela. Ariele e Paolo também estão velhos já e em breve também deixaram a mansão. Ela precisa de muitos cuidados e te muito o que aprender. – Ariele e Paolo entraram no quarto e ficaram parados na ponta da minha cama.

–Por favor Henry, não se assuste. – Ariele disse.

–Entre Margot. – Falei.

E assim foi. Margot apareceu com seus lindos cabelos soltos e um vestido vinho que marcava bem as curvas de seu corpo. Notei que Henry a observava com os olhos arregalados mas não saiu de perto de mim. Afinal de contas não é todo dia que as pessoas veem uma garota com o rosto de uma caveira mexicana.

–Olá meu nome é Margot. – Ela se sentou ao meu lado esquerdo e segurou minha mão.

–Olá. – Foi só isso que ele conseguiu dizer.

–Margot este é Henry ele irá cuidar de você então por favor seja legal.

–Irei tentar.

–Ótimo. Henry esta é Margot, minha mulher perfeita, cuide bem dela.

–Sim. – Henry ainda a encarava com o rosto assustado.

–Meus amigos. Obrigada por tudo que vocês fizeram por mim não sei nem como agradecer a bondade de vocês dois.

–Eu é que agradeço por ter tido a sua amizade Edgard. – Paolo disse com lágrimas nos olhos.

–Por que todos estão vazando água? – Margot perguntou fazendo com que déssemos risadas.

–O nome disso é lágrima Margot. Fazemos isso quando estamos muito felizes ou muito tristes. –Ariele explicou para a menina enquanto escovavas seus cabelos com as mãos.

Eu não conseguia mais me mexer, não tinha mais forças pra isso, mas ainda sim não conseguia imaginar cena mais perfeita que essa. Meus melhores amigos, minha mulher perfeita e meu filho que me fez um homem muito feliz em só três semanas. Ver os quatro ali me fez ver que era a hora de eu ir.

Peguei a mão de Margot e Henry, as apertei com o pouco de força que me restava e então fechei meu olhos para encontrar uma pessoa que não via a dezenove anos, minha parte aqui já tinha sido feita.


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