A love of porcelain escrita por Cherry Bomb


Capítulo 18
Faculdade




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Dois dias já tinham se passado e Henry já estava bem melhor que antes. Nesse meio tempo recebi um email da faculdade dizendo que a minha nota tinha sido excelente e por isso eu estava aceita.

Eu agora sou um estudante de moda na melhor faculdade da Finlândia. Henry estava em seu quarto se arrumando para o primeiro dia e eu estava no meu, vestindo uma das minhas novas roupas.

Coloquei uma saia de cintura alta rodada vinho, um par de meias preto que cobria toda a minha perna, uma camisa branca com gola até o pescoço e mangas longas. Na parte do peito da camisa coloquei inúmeras camadas de babados e costurei um broche que era o desenho de uma mulher com um chapéu muito bonito. Deixei o cabelo ruivo natural solto caídos em ondas.

–Ta pronta? –Henry falou enquanto entrava.

–Sim. O que acha? –Fiquei de frente pra ele e dei uma volta para mostrar a roupa.

–Pra uma garota que nunca mostrava a pele essa saia esta bem curta. – A saia ia ate a cima do meu joelho mas a meia era tão escura que não mostrava nada, por isso não me preocupei.

–Vamos?

–Vamos. Mas antes eu preciso te dar uma coisa. –Henry tirou do bolso da calça um saquinho azul de veludo e me entregou. –Já era pra eu ter entregue isso mas não achava o momento certo.

–Obrigada. –Falei. Quando abri o saquinho tinha uma pulseira de ouro com três pingentes, uma tesoura, uma agulha e um rolinho de linha.

–Dizem que isso é o símbolo dos estilistas então quando eu vi pensei em você.

–Muito obrigada Henry, é linda. – Ele pegou meu pulso e fechou a pulseira nele, depois pousou os lábios nos meus dedos e sorriu.

–Vamos.

Estávamos no mesmo estacionamento de antes, só que agora ele estava cheio de pessoas , coisa que eu não estou acostumada e que me assusta um pouco.

–Quero ir pra casa. Isso foi loucura. –Falei para Henry.

–Pode esquecer. Você trabalhou muito pra chegar aqui, não pode desistir agora. Olha, eu não posso entrar na sala com você porque o meu curso fica em outro prédio, mas eu tenho certeza de que você vai se dar muito bem. – Henry pegou minha mão e segurou a pulseira que tinha me dado. –Estou sempre com você. –Ele falou e então pousou os lábios na minha testa.

Parei enfrente a uma porta enorme e vi Henry acenar de longe e depois desaparecer na multidão. Finalmente criei coragem e entrei.

Algumas pessoas me olhavam outras não mas alguma coisa me dizia que todos estavam me olhando. Passei por algumas salas até chegar na minha. A porta estava aberta então entrei, desta vez todos realmente olhavam pra mim.

Um grupo de meninas vestidas praticamente do mesmo modo, calça bem colada e blusa muito decotada, me olhavam e depois se viraram para rir entre elas. Aquilo parecia a minha primeira escola. Eu queria sair daquele lugar então me virei para sair.

–Adorei a sua blusa. –Parei quando ouvi alguém dizer isso.

–Obrigada. –Virei e vi uma menina da minha altura bem branquinha com cabelos castanhos que tinham cachos muito grossos e um laço rosa no topo da cabeça.

–Meu nome é Brenda, bem vinda. –Ela tinha uma voz tão doce e calma.

–Sou a Margot.

–Eu ainda vou arrancar aquela água oxigenada do cabelo da Kristen com as minhas mãos. –Um cara alto e moreno apareceu atrás da Brenda.

–Sem violência bê. Margot esse é o Alex. Alex essa é a Margot.

–Prazer chuchu, sou o cara que você mais vai amar no mundo mas que não vai poder ter. – Ele tem o cabelo preto curto com um topete muito bem feito e olhos azuis.

–Pelo visto é o seu primeiro dia. Se quiser pode ficar com a gente. –Brenda disse pegou meu pulso me guiando até uma das cadeiras.

Só agora notei o modo como eles se vestem. Ela usa uns vestidos mais exagerados que os meus, muitos laços e fitas cores de rosa. Ele por outro lado é mais discreto mas se veste diferente do Henry, ele usa calça vermelha e blusa preta com listras brancas.

–Então. Qual é a da tatuagem? –Alex perguntou.

–Gosto de caveiras mexicanas. –Respondi. Eu não sabia o que responder.

–Notável.

–Alex! Olha os modos. Não liga pra ele Margot, o Alex ainda não aprendeu a ter modos.

–já sou gostoso e estiloso. – Eu estava sorrindo junto com eles.

Brenda e Alex não pareciam ligar para o meu rosto. Eu agora entendo o que o Henry quis dizer com pessoas normais, Brenda e Alex não são normais e eu gosto disso.

A faculdade era melhor do que eu imaginava. Já tinha tido duas aulas e feito desenhos melhores do que eu fazia em casa sozinha, sem contar no tanto de coisa que aprendi sobre as pessoas.

–Vamos almoçar? –Brenda disse.

–Obrigada mas estou esperando uma pessoa. –Algumas horas antes Henry tinha me mandado uma mensagem pedindo para esperar por ele na minha sala, e foi o que eu fiz.

Vinte minutos já tinham se passado e nada dele aparecer.

–Oi.

–Samuel. –Falei quando vi o cara do dia da minha prova.

–Parabéns por ter passado na prova e bem vinda a faculdade.

–Brigada. Não sabia que estávamos no mesmo prédio.

–Pois é, somos da área de humanas então temos nosso próprio prédio, assim como a galera de exata. E o seu namorado?

–Não tenho namorado. –Ele provavelmente pensou que Henry e eu tivéssemos alguma coisa, mas não temos.

–Que bom. Quer dizer, eu acho, não sei, ah droga. Esquece. –O rosto do Samuel estava um pouco vermelho.

–Você sabe onde fica o prédio de tecnologia?

–Sei. –Nos fomos andando até o outro lado de onde estávamos e conversando.

Samuel é fascinante. Ele sabe tocar bateria, guitarra, piano e está estudando para dar aulas de musica para crianças especiais. Sem contar o quanto somos parecidos, ele já tinha sofrido na escola também pelo fato de ser diferente das outras crianças.

Quando chegamos ao prédio onde Henry provavelmente estava todos os alunos nos encaravam. Eles eram todos iguais, com rostos parecidos e roupas também, olhar para eles era quase entediante.

–Chegamos. Essa é a sala de tecnologia.

–Obrigada Samuel, foi muito gentil da sua parte.

–Ah não foi nada. Até amanha Margot. –Ele saiu andando de costas e sorrindo pra mim. Acenei e sorri de volta.

Entrei na sala e vi Henry sentado junto com um monte de meninas e rapazes.

–A sala dos esquisitos é no outro prédio. –Disse um cara com os cabelos longos iguais ao do Henry só de castanhos.

–Para com isso! –Henry falou e então me pegou pelo braço para sairmos da sala. –O que está fazendo aqui?

–Você pediu para eu te esperar na minha sala mas você não veio então pedi ao Samuel pra me trazer aqui.

–Margot não é bom pra você vir nesse prédio, as pessoas aqui não são muito legais e eu não quero mais você com aquele Samuel entendeu?

–Henry... Vai vir logo ou vai ficar com essa menina? – A garota que eu vi aquele dia na porta de casa estava passando as mãos nos braços do Henry.

–Eu já vou Ste. –Ela me olhou dos pés a cabeça e depois foi embora. –Volta pra sua sala, a gente se vê na hora de ir embora. –Ele deu um beijo na minha testa e entrou.

Logos os corredores de esvaziaram e eu fiquei sozinha.


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